sábado, 4 de outubro de 2008

Espaços da Fundação Cultural têm horários especiais no domingo

Confira o que abre e fecha no dia das Eleições em CURITIBA

CINEMATECA (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174 – São Francisco) – sala de exibição com funcionamento normal.

CINE LUZ (Rua 15 de Novembro, 822 – Centro) – sala de exibição com funcionamento normal.

CASA HOFFMANN (Rua Claudino dos Santos, 58 – Setor Histórico) Aberta para apresentação da mostra pública de Estruturação Coreográfica “Mábile e o Móbile – Síndrome da Dúvida Absoluta” com Mábile Borsatto, às 19h

TEATRO CLEON JACQUES - (Centro de Criatividade de Curitiba – Parque São Lourenço) – fechado.

TEATRO NOVELAS CURITIBANAS (Rua Carlos Cavalcanti, 1.222 – São Francisco) – Aberto para apresentação da peça novas embalagens

MEMORIAL DE CURITIBA (Rua Claudino dos Santos, 79 – Setor Histórico) – Aberta apenas a Praça do Iguaçu. Salas de exposições - fechadas

CASA CULPI – MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO ITALIANA (Av. Manoel Ribas, 8.450) – aberta das 9h às 15h.

CASA ROMÁRIO MARTINS (Largo da Ordem, 30 – Setor Histórico) – Fechada.

MUSEU DE ARTE SACRA DE CURITIBA – MASAC (Largo da Ordem, anexo à Igreja da Ordem) - Fechado

MEMORIAL POLONÊS (Bosque do Papa – Rua Mateus Leme) – Aberto das 9h às 18h.

MEMORIAL UCRANIANO (Parque Tingüi) – Aberto das 9h às 18h.

SOLAR DO BARÃO (Museu da Gravura, Museu da Fotografia e Gibiteca de Curitiba) Fechado.

ESPAÇO CULTURAL FRANS KRAJCBERG - (Jardim Botânico – Rua Eng°. Ostoja Roguski, s/n). Fechado



ÓPERA DE ARAME E PEDREIRA PAULO LEMINSKI (Rua João Gava, s/n – Pilarzinho) – Aberta das 8h às 22h.

TEATRO DA MARIA (Rua Batista Ganz, s/n° - Parque Barigui) – Aberto para apresentação da peça infantil Òpera de Carvão e Flor – 16h.

TEATRO DO PÍÁ (Praça Garibaldi, 7 – Centro) – Aberto para a apresentação da peça Visitantes Incomuns – 11h.


Permanecerão fechados também os seguintes espaços: Teatro Paiol, Casa da Leitura, Palacete Wolf, Centro de Criatividade de Curitiba e Conservatório de Música Popular Brasileira.

PLATÃO - DIÁLOGOS
























Tradução direto do grego de Carlos Alberto Nunes

Estamos falando desta vez de um clássico e muito especialmente desta edição que faz parte de uma segunda edição completa das obras de Platão organizada por Benedito Nunes e estruturada em 1980. São 14 volumes.




Platão de Atenas (428/27–347 a.C.) filósofo grego discípulo de Sócrates, fundador da Academia e mestre de Aristóteles. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua caracteristica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas. Πλάτος (plátos) em grego significa amplitude, dimensão, largura. Sua filosofia é de grande importância e influência. Platão ocupou-se com vários temas, entre eles ética, política, metafísica e teoria do conhecimento.

Platão escreveu, principalmente, na forma de diálogos. Esses escritos, considerados autênticos, são, em uma ordem cronológica provável :


1. Hípias (menor): trata do agir humano;
2. Alcibíades (Primeiro): trata da doutrina socrática do auto-conhecimento;
1. Alcibíades (Segundo): trata do conhecimento;
3. Apologia de
Sócrates: relata o discurso de defesa de Sócrates no tribunal de Atenas;
4. Eutífron:
trata dos conceitos de piedade e impiedade;
5. Críton: trata da justiça;
6. Hípias (maior): discussão estética;
7. Laques:
trata da coragem;
8. Lísis: trata da amizade/amor;
9. Cármides: d
iálogo ético;
10. Protágoras: trata do conceito e natureza da virtude;
11. Górgias: tra
ta do verdadeiro filósofo em oposição aos sofistas;
12. Mênon: tra
ta do ensino da virtude;
13. Fédon: relata o julgamento e morte de Sócrates e trata da imortalidade da alma;
14. O Banquete: trata da origem, as diferentes manifestações e o significado do amor sensual;
15. Fedro: trata
da retórica e do amor sensual;
16. Íon: tra
ta de poesia;
17. Menêxeno: elogio da morte no campo de batalha;
18. Eutidemo
: crítica aos sofistas;
19. Crátilo: trata da natureza dos nomes;
20. A República: aborda vários temas, mas todos subordinados à questão central da justiça;
21. Parmênides: trata da ontologia. É neste diálogo que o jovem Sócrates, a personagem, defende
a teoria das formas que é duramente criticada por Parmênides;
22. Teeteto: trata exclusivamente da Teoria do Conhecimento;
23. Sofista
: diálogo de caráter ontológico, discute o problema da imagem, do falso e do não-ser;
24. Político: trata do perfil do homem político;
25. Filebo: versa sobre o bom e o belo e como o homem pode viver melhor;
26. Timeu: trata da origem do universo.
27. Crítias: Platão narra aqui mito de Atlântida através de Crítias (seu avô). É um diálogo inacabado;
28. Leis: aborda vários temas da esfera política e jurídica. É o último (inacabado), mais longo e complexo diálogo de Platão;

29. Epidômite
30. Cartas (dentre as quais, somente a de número 7 (sete) é considerada realmente autêntica)


Você encontra esses livros através de nosso parceiro LIVRARIA JOAQUIM

contato - info@joaquimlivraria.com.br


UM LANÇAMENTO DA
Editora Universitária UFPA

A BAGACEIRA



Livro: A bagaceira

de José Américo de Almeida

Páginas - 294

“... livro renovador até da língua literária e também explosão de quem o escreveu sensível a circunstâncias sociais; e exprimindo um desejo, no caso nada demagógico, de influir sobre o social; de denunciar desajustes socialmente dramáticos; e de assim fazer por sentir-se parte de um nós regionalmente brasileiro.” (Gilberto Freyre)

A bagaceira, romance de José Américo de Almeida (1887-1980) publicado em 1928, é considerado o marco inicial do regionalismo brasileiro. Nas palavras de Guimarães Rosa, José Américo de Almeida “abriu para todos nós o caminho do moderno romance brasileiro”. É uma trágica história de amor que funciona como uma denúncia contra a questão social no Nordeste. A narrativa é precedida por introdução e estudo crítico de M. Cavalcanti Proença. Esta nova edição, a 43ª, é comemorativa dos 80 anos de seu lançamento.

As orelhas são assinadas por André Seffrin, que afirma que “este romance de sucesso, como é sabido, prenunciou o chamado romance de 30 no que ele tem de mais característico, isto é, o apego ao regional e o registro de um mundo em decadência (o da sociedade patriarcal), com a ‘luta de classes’ na berlinda dos novos tempos. Representativo, como aponta agudamente Wilson Martins, mais pela ‘moral estética’ que impôs do que propriamente pela influência. Mas é de se indagar, com Martins, se os romances de José Lins do Rego seriam os mesmos sem a presença deste livro fundador de José Américo de Almeida.”

Em manuscrito reproduzido nesta edição, o autor explica o processo de elaboração do romance: “Primeiro fiz um monstro de todos os materiais que, conforme eu sentia, eram partes do seu corpo e da sua alma: o Sol, a lama, os instintos, o destino... Depois guardei-o, envergonhado, até me esquecer dele. (...) Já não era o autor, mas o crítico de mim mesmo. Desbastei-o, então, com a rasoura cruel de que não tem pena de sacrificar o que é seu. E guardei-o, novamente, para repetir a experiência duas, três vezes, até que ficou no que é.”

A bagaceira, enfim, foi o precursor da grande literatura brasileira do século 20 – Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Armando Fontes, Lúcio Cardoso e Guimarães Rosa inclusos.

Sobre o autor

José Américo de Almeida nasceu a 10 de janeiro de 1887 no engenho Olha-d´’Água, em Areia, Paraíba. Aos 14 anos ingressou no Seminário da Paraíba, onde permaneceu três anos. Em seguida matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, onde concluiu o curso aos 21 anos de idade. Em 1911 foi nomeado procurador-geral do estado, cargo que exerceu durante 11 anos. Foi ainda secretário de governo, deputado federal, interventor, ministro da Viação e Obras Públicas nos dois governos de Getúlio Vargas, senador, ministro do Tributal de Contas da União, governador da Paraíba e fundador da Universidade Federal da Paraíba. Foi eleito em 1966 para a Academia Brasileira de Letras. Faleceu a 10 de março de 1980, aos 93 anos, no seu retiro de Tambaú, sendo sepultado com honras de ministro de Estado.

UM LANÇAMENTO

Beth Lopes faz releitura de grandes nomes da MPB


Show no Teatro Paiol traz no repertório composições de Ivan Lins, Lenine, Milton Nascimento, Rita Lee, Djavan, entre outros.



A próxima sessão da Terça Brasileira, no Teatro Paiol, às 20h de terça-feira (7), será dedicada à releitura de canções de compositores consagrados, na voz de Beth Lopes. Batizado de Farofa Brasileira, o espetáculo tem como proposta colocar em cena os temperos musicais de fina procedência. “Tudo bem misturadinho”, adianta a cantora. Nos condimentos sonoros estão composições de Ivan Lins, Lenine, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Cazuza, Milton Nascimento, Rita Lee, Djavan e outros mais.

Beth Lopes é curitibana. Quando menina, acompanhava o avô nas animações de festas com o alto-falante que ele carregava. O gosto musical levou-a a cantar em igrejas, participar da gravação de CDs e também atuar na direção vocal e backings para artistas renomados do meio religioso. Atualmente integra o Vocal Brasileirão. Com registro de contralto, faz parte de alguns grupos vocais, como o quarteto Vocal Ellas, no momento às voltas com a gravação de um CD.

Beth Lopes já esteve no programa Terça Brasileira, quando apresentou o show Pérola negra, cantando somente músicas de compositores negros.


Serviço: Programa Terça Brasileira apresenta Farofa Brasileira, com a cantora Beth Lopes Data: dia 7 de outubro de 2008 (terça-feira), às 20h Local: Teatro do Paiol (Praça Guido Viaro, s/n – Prado Velho) Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (estudantes) Informações: (41) 3213-1340

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A DISTINÇÃO : Crítica Social do Julgamento

A DISTINÇÃO :
Crítica Social do Julgamento
de BOURDIEU, Pierre
trad. Kern, Daniela; TEIXEIRA, Guilherme João de Freitas

Nº de Páginas - 560



Obra central na carreira sociológica do autor, este livro constrói uma correspondência entre práticas culturais e classes sociais, evidenciando as relações de poder como categorias de dominação pelo capital cultural. Violência simbólica que aparece na ação sutil de comer, vestir, cuidar do corpo, ouvir música ou até mesmo na ação de apreciar uma obra de arte.

Ao longo dos anos 1970, Bourdieu se dedica a várias pesquisas sobre o processo de diferenciação social, visando elaborar uma teoria geral das classes sociais. A Distinção aparece como síntese desse período e é considerada, por vários autores, como a obra central na carreira sociológica de Bourdieu. Com um subtítulo importante, “crítica social do julgamento”, ele tenta construir a correspondência entre práticas culturais e classes sociais, assim como o princípio que legitima a hierarquia aí implícita.

Os julgamentos de gostos e de preferências não são o reflexo da estrutura social, mas um meio de afirmar ou de conformar uma vinculação social. Na Distinção, ele expõe duas idéias centrais e originais: de um lado, as relações de poder como categoria de dominação são analisadas pela metáfora do capital cultural – no qual se apóia o princípio de reprodução social –, de outro, o entrecruzamento das relações de poder com as várias formas de ações organizadas favorece a capacidade dos indivíduos para elaborar estratégias que, todavia, não ultrapassam as relações de desigualdades sociais.

Pierre Bourdieu elabora, assim, um sistema teórico que afirma que as condições de participação social baseiam-se na herança social. O acúmulo de bens simbólicos e outros estão inscritos nas estruturas do pensamento (mas também no corpo) e são constitutivos do habitus através do qual os indivíduos elaboram suas trajetórias e asseguram a reprodução social. Esta não pode se realizar sem a ação sutil dos agentes e das instituições, preservando as funções sociais pela violência simbólica exercida sobre os indivíduos e com a adesão deles.

Maria Drosila Vasconcellos
Profa de sociologia na Université Lille 3


A Distinção aparece como síntese das pesquisas que Bourdieu desenvolveu ao longo dos anos de 1970 sobre o processo de diferenciação social, e é considerada como a obra central na sua carreira sociológica. Neste livro, ele procura construir a correspondência entre práticas culturais e classes sociais, e o princípio que legitima a hierarquia aí implícita. Os julgamentos de gostos e de preferências não são o reflexo da estrutura social, mas um meio de afirmar ou de conformar uma vinculação social, elaborando, assim, um sistema teórico que afirma que as condições de participação social baseiam-se na herança social. É assim que a arte e o consumo artístico estão predispostos a desempenhar, independentemente da nossa vontade e de nosso saber, uma função social de legitimação das diferenças sociais, sintetiza o autor no prefácio.

UM LANÇAMENTO CONJUNTO


TEATRO JUVENIL







LEIA AQUI OS LANÇAMENTOS DA

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sabor Literário



Sabor Literário

A coleção Sabor Literário, lançada em 2006 pela Editora José Olympio,

chega ao 20º título e apresenta novidades


A coleção Sabor Literário, lançada em 2006 pela Editora José Olympio com a finalidade de disponibilizar aos leitores brasileiros textos inéditos, esquecidos ou inusitados de grandes escritores de todo o mundo, chega ao seu 20º lançamento com O real e seu duplo: Ensaio sobre a ilusão, de Clément Rosset. O livro, que tem tradução e apresentação assinada pelo doutor em filosofia José Thomaz Brum, é um pequeno clássico de um dos mais importantes pensadores franceses da atualidade.

A série tem como símbolo uma cerejinha, termo pelo qual já foi carinhosamente apelidada pelos leitores. “É um ícone delicado, charmoso”, afirma Maria Amélia Mello, diretora editorial da José Olympio. “É como ‘a cereja do bolo’, o toque especial, o detalhe que faz a diferença.”

Já foram lançadas obras de Fernando Pessoa, Virginia Woolf, Nathaniel Hawthorne, Kaváfis, Melville, H. D. Thoreau, Jim Dodge, Harpo Marx, Gertrude Stein, Henry Miller, Chamfort, Ferreira Gullar, Manuel Bandeira, João do Rio, William Henry May, Patrícia Galvão, Willem Elsschot, Chamfort, Campos de Carvalho e Antonio Callado.

Em junho, dois lançamentos marcam o centenário da morte de Machado de Assis: O ideal do crítico, que compila ensaios do autor sobre crítica literária e obras de escritores como José de Alencar, Álvares de Azevedo e Eça de Queirós, e Machado de Assis: Seis contos selecionados e comentados por José Mindin, no qual o ilustre bibliófilo, em entrevista a Manuel da Costa Pinto, destaca os textos curtos do “bruxo do Cosme Velho” que mais o marcaram.

Um outro, Mulheres viajantes no Brasil (1764-1820), reúne textos de mulheres que, no Brasil Colônia, acompanhavam seus maridos em peregrinações ou cargos oficiais, em atividades comerciais, militares ou diplomáticas, e que souberam registrar, com fina sensibilidade, suas impressões de viagem. O volume é organizado e traduzido pelo historiador Jean Marcel Carvalho França.

UM LANÇAMENTO





Recital Música Indiana no Govardhana


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1968 - O ano que abalou o mundo



1968 - O ano que abalou o mundo

de Mark Kurlansky

No livro 1968 – O ano que abalou o mundo, o pesquisador Mark Kurlansky revive detalhadamente toda a história política e cultural desses doze meses cruciais para a sociedade contemporânea. Foi uma época de mudanças extremas, onde tudo – música, política, cinema, comportamento, economia, imprensa – foi posto abaixo para ser reconstruído de maneiras absolutamente novas. Da invasão da Checoslováquia à queda de Nixon, Kurlansky analisa o dia-a-dia desse ano fervilhante e turbulento através de uma perspectiva global e um texto atraente.

Dando a entender que seria um ano bem ordenado, 1968 começou numa segunda-feira. O Papa Paulo VI declarou que aquele 1º de janeiro seria um dia de paz, motivando uma trégua na Guerra do Vietnã. Ao mesmo tempo, a manchete da primeira página do jornal The New York Times dizia: “O mundo dá adeus a um ano violento”. Tudo isso, no entanto, não passava de um alarme falso. A verdade é que nunca houve ano mais atribulado do que 1968: a guerra tornou-se mais terrível do que nunca, Martin Luther King e Robert Kennedy foram assassinados, a Convenção Nacional Democrata de Chicago resultou em tumultos generalizados, o Festival de Cannes e a Bienal de Veneza foram fechados, a União Soviética começou a ruir, o concurso de Miss América foi interrompido por manifestações feministas...

O que mais impressiona durante a leitura de 1968 – O ano que abalou o mundo é o fato de, num planeta ainda distante daquilo que ficou conhecido como “globalização”, ter ocorrido o que o autor considera uma “combustão espontânea de espíritos rebeldes no mundo inteiro”: habitantes dos mais diversos lugares (de Nova York a Paris, passando por Praga, Roma, Berlim, Varsóvia, Tóquio e Cidade do México) se rebelaram em torno de diferentes questões, tendo como objetivo comum a necessidade de derrubar a ordem estabelecida. Nada foi planejado ou organizado; simplesmente aconteceu. Com o surgimento da televisão via satélite, a juventude tinha pela primeira vez a consciência daquilo que Marshall McLuhan chamou de “aldeia global”. Ao mesmo tempo em que se deslumbravam com as transmissões das conquistas espaciais pessoas do mundo inteiro podiam assistir ao vivo em suas salas de estar aos massacres no Vietnã e às cenas de estudantes desarmados intimidando o exército soviético na Checoslováquia.

Para o jornal The Capital Times, “Kurlansky escreveu a obra definitiva sobre a história popular do ano que realmente abalou o mundo”. Dan Rather, da CBS News, afirmou que o autor “apresenta as razões para que 1968 tenha uma relevância permanente para os Estados Unidos e para o mundo inteiro. Concorde ou não o leitor com seus pontos de vista, a leitura, de qualquer forma, é fascinante.” 1968 – O ano que abalou o mundo, a obra mais importante de Mark Kurlansky, é uma leitura essencial para todas as pessoas que querem entender um pouco mais sobre o mundo em que vivem. É, como revela o autor, um livro dedicado a todos os que disseram “Não!” – e, especialmente, a todos os que ainda estão dizendo.

Sobre o autor

Mark Kurlansky é o vencedor do Prêmio James A. Beard e autor dos best-sellers Bacalhau: A história do peixe que mudou o mundo; Sal: Uma história do mundo (ambos publicados no Brasil); The Basque History of the World; A Chosen Few: The Ressurection of European Jewry; A Continent of Islands: Searching for the Caribbean Destiny; uma coletânea de contos, The White Man in the Tree; e um livro infantil, The Cod’s Tale; bem como editor de Choice Cuts: A Savory Selection of Food Writing from Around the World and Throughout History. Ele mora na cidade de Nova York.

UM LANÇAMENTO DA

Almanaque Armorial



Almanaque Armorial

de Ariano Suassuna

Páginas - 294

O grande autor de clássicos da ficção, teatro e poesia brasileiras Ariano Suassuna vem produzindo, há quase seis décadas, ensaios relevantes acerca de diversos temas – arte, religião, filosofia e até mesmo política. Almanaque Armorial, com seleção e organização de Carlos Newton Júnior, é a primeira compilação desses textos, que formam um amplo painel do pensamento de Suassuna, expondo de forma única sua maneira de interpretar o mundo. Este é, nas palavras do próprio autor, o “grande logogrifo brasileiro da arte, do real e da beleza, contendo idéias, enigmas, lembranças, informações, comentários e a narração de casos acontecidos ou inventados, escritos em prosa e verso e reunidos, num Livro Negro do Cotidiano, pelo bacharel em filosofia e licenciado em artes Ariano Suassuna.”

“O que nós temos aqui, portanto, essencialmente, é a visão de um grande artista, de um grande criador, sobre a criação artística em geral e algumas obras em particular, obras que lhe proporcionam o choque estético sem o qual não conseguiria se reportar a elas com a ardência necessária para a geração de um texto”, afirma Carlos Newton. “Se o ensaio pode ser entendido como um tipo de texto em que a escritura rivaliza com a análise, Suassuna escreve ensaios da melhor qualidade, criando imagens que a todo instante corroboram para ressaltar a lucidez das suas interpretações, procurando ser fiel, ao mesmo tempo, ao conhecimento e à beleza, como ocorre, aliás, com todo escritor de almanaques que se preza.”

“Armorial” é o nome do movimento criado por Ariano, que defende uma arte erudita que, baseada na cultura popular, é tão nacional quanto a arte popular em si, elevando-se à importância desta e conseguindo manter, com ela, uma unidade fundamental para combater o processo de vulgarização de descaracterização da cultura brasileira. Almanaque Armorial, tem, portanto, a função de manter vivo este ideal.

Sobre o autor

Ariano Suassuna é dramaturgo, romancista, poeta, ensaísta, defensor incansável da cultura popular, das raízes brasileiras e, especialmente, nordestina. Nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, na Paraíba, no dia 16 de junho de 1927. Escreveu, aos vinte anos, sua primeira peça, Uma mulher vestida de sol. Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura, do qual fez parte de 1967 a 1973, e do Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco, no período de 1968 a 1972. No dia 18 de outubro de 1970, lançou o Movimento Armorial, com o concerto Três séculos de música nordestina: do barroco ao armorial, na Igreja de São Pedro dos Clérigos, e uma exposição de gravura, pintura e escultura. De 1975 a 1978 foi Secretário de Educação e Cultura do Recife, retornando ao cargo em 2007. Doutorou-se em História pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1976. Em agosto de 1989, foi eleito por aclamação para a Academia Brasileira de Letras. Do autor, a José Olympio também publica O casamento suspeitoso, A farsa da boa preguiça, O santo e a porca, Uma mulher vestida de sol, Iniciação à estética, A história do amor de Fernando e Isaura, Romance d’A Pedra do Reino e Seleta em prosa & verso, além do perfil biográfico ABC de Ariano Suassuna, assinado por Bráulio Tavares.

UM LANÇAMENTO


Inscrições abertas para a série Terça Brasileira no Paiol

Grupos musicais de Curitiba e Região Metropolitana podem participar do Edital Música em Pauta, que seleciona shows para o Teatro Paiol.


A Fundação Cultural de Curitiba avisa que, até 31 de outubro, permanecem abertas as inscrições para o Edital Música em Pauta – Série Terça Brasileira no Paiol. Dedicada à música popular brasileira, a série contemplará somente grupos musicais de Curitiba e Região Metropolitana. Serão selecionados sete projetos que obtiverem as melhores notas na análise documental e avaliação de mérito.

Para participar, os interessados devem preencher o formulário disponível na secretaria do Instituto Curitiba de Arte e Cultura – ICAC (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro). Posteriormente, o formulário preenchido, o projeto e os documentos solicitados deverão ser enviados exclusivamente por Sedex, para o endereço do ICAC. As propostas serão avaliadas por uma comissão formada por profissionais ligados à área musical.

O resultado será divulgado até o dia 21 de novembro, apenas nos sites www.fccdigital.com.br e www.icac.org.br. As apresentações acontecerão às terças-feiras, no Teatro Paiol, no período de abril a julho de 2009, em datas a serem definidas pela coordenação de música do ICAC.



Serviço:

Inscrições para o Edital Música em Pauta – Série Terça Brasileira no Paiol

Data: até 31 de outubro de 2008

Local: secretaria do Instituto Curitiba de Arte e Cultura – ICAC (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Curitiba – Centro)
Informações pelos telefones (41) 3321-2844, com Maricléia, e (41) 3321-2847, com Carol

VOTE NÃO: Lei Rouanet ameaçada, verba da cultura vai para igrejas

Lei Rouanet ameaçada, verba da cultura vai para igrejas

ASSINEM A PETIÇÃO para impedir que a pouca verba federal destinada à cultura passe a ser usada para financiar a construção e reforma de templos religiosos e o pagamento de pastores.
"Não podemos permitir que isso vá adiante!


O Senador Marcelo Crivela, pastor e politico, está prestes a aprovar, no Senado Federal, uma emenda à Lei Rouanet que permite a construção, reforma de templos religiosos e pagamento de 'pastores' com renúncia fiscal, passando a disputar verbas com a cultura.

Quem for contra e quiser se manifestar, assine a petição no site abaixo. Vamos lutar para manter as poucas verbas para as artes e a cultura brasileira contra sanha por dinheiro de alguns 'pastores' .

Repasse a informação a seus amigos gerando uma corrente na qual preservaremos a cultura e as Artes no Brasil.


Para assinar clique em http://www.petitiononline.com/cult2007/petition.html

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Neto de Thomas Mann faz leitura no Palacete Wolf

 
Frido Mann lê trechos de sua autobiografia, “Achterbahn”,
 recém-lançada na Europa.
 
O escritor suíço Frido Mann, o neto mais querido de Thomas Mann, e um dos grandes escritores europeus, estará no Palacete Wolf, às 15h deste sábado (4), participando de uma sessão de leitura de seu último livro, o autobiográfico Achterbahn, recém-lançado na Europa. O encontro literário, com tradução simultânea, tem entrada franca.
O evento, que recebeu o nome de Frido Mann: Diálogos e encontros com o Brasil, é uma promoção conjunta do Instituto Goethe, Centro de Cooperação da Universidade Federal do Paraná e Fundação Cultural de Curitiba. Trata-se de uma avant-première no Brasil da obra Achterbahn (montanha russa, em alemão). Lançado há poucos meses pela centenária editora alemã Rowohlt, o livro teve sua primeira edição esgotada na semana em que chegou às livrarias. 

O mergulho nas vidas que se entrelaçam entre os Mann soa como uma “arqueologia dessa família de escritores”, segundo o professor Paulo Soethe, catedrático de Língua e Literatura Alemã da Universidade Federal do Paraná, amigo de Frido Mann. Ao relatar sua existência, o autor resgata outros destinos de um clã voltado à literatura, história, música – e com invulgar talento para os dramas existenciais.

  O Brasil está presente na obra porque Julia Mann, mãe de Thomas e de Heinrich, é uma personagem importante na família. Ela nasceu em Parati (Rio de Janeiro), no ano de 1851, e, com a morte de sua mãe, poucos anos depois, mudou-se com o pai para a Alemanha. Nunca mais regressaria à pátria que seu bisneto Frido, mais de um século após, chamaria de a “mátria” do autor de A montanha mágica.

Em 2003 Frido Mann esteve em Curitiba, como um dos destaques do festival literário Perhappiness daquele ano. Mais recentemente, fundou um centro de intercâmbio cultural na antiga casa de Parati, no Rio de Janeiro, onde viveu sua bisavó Júlia. Coube a ele, que teve intenso convívio com o avô até os 15 anos de idade, quando Thomas falece, cuidar desse resgate dos Mann.
 
Serviço:
O escritor Frido Mann lê trechos de sua obra Achterbahn, no evento Frido Mann: Diálogos e encontros com o Brasil
Data e horário: 4 de outubro de 2008 (sábado), às 15h
Local: Palacete Wolf (Praça Garibaldi, 7 – Setor Histórico)
Entrada franca

Um ironismo como outro qualquer - a ironia na poesia de José Paulo Paes



Um ironismo como outro qualquer - a ironia 
na poesia de José Paulo Paes

de João Carlos Biella

Páginas - 168 

A irreverência de José Paulo Paes

Este livro apresenta uma discussão mais ampla sobre o procedimento corrosivo empregado pelo poeta José Paulo Paes e sua relação com a ironia, o humor e a sátira, de Novas cartas chilenas (1954) a A poesia está morta mas juro que não fui eu (1988), período de produção intervalar entre uma poesia inicial caracterizada pela aprendizagem de uma tradição e uma terminal da qual são tiradas como lições a atenção à memória e a reflexão sobre a temporalidade.


Um ironismo como outro qualquer - a ironia na poesia de José Paulo Paes, ensaio sobre o legado literário de José Paulo Paes lançado pela Editora Unesp, discute os "modos considerados não sérios" (a ironia, o humor e a sátira) da linguagem estética. A irreverência de suas poesias é discutida com base nos documentos de importantes críticos da produção de Paes, como Alfredo Bosi, Davi Arrigucci Jr., Flora Süssekind e Flávio Aguiar, e pela análise do "princípio-corrosão" de sua poética.

João Carlos Biella segue, a partir de leituras dos estudos de Richard Rorty e Northrop Frey, delineando um possível projeto satírico de Paes, destacando de forma aguda a qualidade estética de um autor que rearranja o mundo por meio de jogos de linguagem e esforços de autocriação. 

Em Um ironismo como outro qualquer vemos como se deu a opção pela sátira, já no primeiro momento, quando é clara a influência de Oswald de Andrade e Carlos Drummond de Andrade. Depois com Epigramas, sua obra de poesia mais irônica, expõe parágrafos que têm o objetivo de tentar mudar a maneira de pensar do homem, ou seja, constrói críticas sociais e passa longe da questão estética, embora não abandone o chiste. Passamos pela fase de plenitude, onde encontramos inclusive o corrosivo A poesia está morta mas juro que não fui eu. E chegamos à fase concretista do poeta, de uma força poética intensa. Em todas essas fases, exemplos do trabalho de Paes garantem o sorriso sarcástico daqueles que os lêem.

Sobre o autor - João Carlos Biella é doutor em 
Estudos Literários pela Faculdade de Ciências e Letras da 
UNESP, campus de Araraquara. Natural de Itápolis (SP), 
atualmente é professor de Literatura e Redação no Ensino 
Médio. 

UM LANÇAMENTO

Lançamento de Restos de Mário Araujo

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SEIS ELEFANTES CEGOS - I e II

Conta uma lenda hindu que num vilarejo da Índia viviam sete cegos que competiam para descobrir quem era o mais sábio. Um deles, cansado da disputa, saiu da cidade e voltou montado em um elefante. Dispostos a entender que bicho era aquele, os outros cegos tatearam-no, apalpando partes diferentes. Assim, cada um imaginou um animal distinto, e logo se puseram a discutir. Para esclarecer a questão, um menino desenhou o elefante, e, sentindo o contorno do desenho, os cegos perceberam que todos estavam certos. Então, o sábio que abandonara a cidade afirmou: “É assim que os homens se comportam perante a verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!”


SEIS ELEFANTES CEGOS – Volume 1 - Princípios fundamentais de abrangência e categoria na programação neurolingüística
de Steve Andreas

Com base nessa lenda, Steve Andreas cria a fábula sobre os seis elefantes cegos, reproduzida na abertura do livro, cuja moral é: nossa percepção distorcida das coisas pode tornar a vida bem mais difícil do que ela já é. Este volume mostra como os conceitos de abrangência e categoria afetam o pensamento e o comportamento, fornecendo ferramentas para compreender e expandir o raciocínio por meio da programação neurolingüística. Como em seus outros livros, o autor transforma de modo poderoso e bem-humorado a experiência do leitor com as palavras e a comunicação.

Este livro explica os conceitos de abrangência e categoria, mostrando como sua compreensão pode nos ajudar a resolver problemas e dilemas do cotidiano. Usando exemplos reais e muito instrutivos, o autor explica como podemos mudar nossa visão para que as experiências advindas delas também se transformem.


Seis elefantes cegos - volume 2
Aplicações e explorações de abrangência e categoria na programação neurolingüística
de Steve Andreas

Este segundo volume ensina a aplicar os conceitos apreendidos no primeiro livro,
especialmente no

que se refere a padrões de comunicação que às vezes nos confundem. A obra também
pode servir de guia para

promover mudanças positivas de comportamento, como a mudança do sentimento
de raiva para o de perdão.



um lançamento da




Atlântida - Pequena história de um mito platônico



Atlântida - Pequena história de um mito platônico
Organizador -  Pierre Vidal Naquet


Páginas - 216 



Este livro explora as origens do mito da Atlântida, com Platão, e seus desdobramentos na Antiguidade greco-romana e bizantina,  na Renascença e na Idade Moderna. Vidal-Naquet consegue uma proeza pouco comum: ser erudito e agradável, mostrar domínio da História antiga, moderna e contemporânea, analisar documentos e esclarecer suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-se às abordagens científicas, em um caleidoscópio original e sempre em mutação. Vidal-Naquet most
ra, de forma magistral, como se formam os mitos e como continuam a ocupar lugar de destaque em nossa época.

Pierre Vidal-Naquet, o grande historiador francês do último meio século, volta-se, em Atlântida, para esse mito secular e persistente na História do ocidente. Surgida como uma historieta, em Platão (424-347 a.C.), Atlântida teve uma trajetória insuspeitada pelo filósofo grego e tornou-se um tema recorrente nos séculos posteriores. Já na Antigüidade, foi retomada por autores gregos e latinos, mas foram os modernos que contribuíram para difundir uma miríade de interpretações da misteriosa ilha. Com a chegada dos europeus à América, multiplicaram-se as imagens. O Iluminismo irá debruçar-se sobre o mundo, e Atlântida também serviu para contestar a visão histórica cristã.   

Desta forma, um mito esteve a serviço da ciência. À luz da Guerra do Peloponeso, de Tucídides (século V a.C.), a leitura de Platão pôde mostrar a sofisticação de uma interpretação política do mito. Era da vida política que tratava Atlântida, uma metáfora das relações de poder. A grande virada aconteceu no final do século XVIII e na primeira metade do século XIX, que resultaria na transformação da atlantomania de mito em romance. O nacionalismo não hesitaria em abusar da ilha imaginária e mesmo o nazismo fez uso pseudocientífico de Atlântida, para os fins mais opressivos.

Vidal-Naquet consegue uma proeza pouco comum: ser erudito e agradável, mostrar domínio da História antiga, moderna e contemporânea, analisar documentos e esclarecer suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-se às abordagens científicas, em um caleidoscópio 
original e sempre em mutação. Vidal-Naquet mostra, de forma magistral, como se formam os mitos e como continuam a ocupar lugar de destaque em nossa época. 
Pedro Paulo A. Funari
Professor-titular do Departamento de História da Unicamp e coordenador do Núcleo de 
Estudos Estratégicos (NEE/Unicamp)


Cidade perdida de Atlântida emerge em livro Em Timeu e Critias, Platão narra a terrível, mas 
eletrizante história de como um irado Zeus submergiu a fabulosa Atlântida. Nascia, nesses escritos, um mito duradouro, que atravessou a Antigüidade, a Id
ade Média e o Iluminismo para ainda hoje despertar a imaginação dos homens que debatem as mais variadas interpretações 
possíveis sobre o desaparecimento da misteriosa ilha. Grande parte dos textos sobre a história é revelada, nesta análise de escritos de filósofos, pensadores e historiadores de 360 a.C até o século XX. Pierre Vidal-Naquet constrói uma narrativa erudita que jamais deixa de ser agradável,mostrando domínio da história antiga, moderna e contemporânea, e estabelecendo suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-s
e às abordagens científicas, em um caleidoscópio original e sempre em 
mutação. 


Sobre o autor - Pierre Vidal-Naquet (1930 - 2006) 
era historiador francês, especializado na Grécia Antiga. 
Escreveu Mito e Tragédia na Grécia Antiga, O mundo de 
Homero, além de sua autobiografia. Intelectual engajado, 
membro do Partido Comunista, lutava a favor dos direitos 
do homem e contra a prática da tortura. 

um lançamento

Da Cabula


Da Cabula
Autor - Allan da Rosa

Nº de Páginas - 96

Filomena da Cabula não agüenta mais ser empregada doméstica e passar humilhação. O patrão desdenhava de sua vontade de aprender a ler e escrever. Por isso, ela pede as contas e segue seu desejo: ter um canto pra morar e um negocinho só seu.

Uma barraca pra vender quinquilharias, a condução lotada e demorada e seu quarto-e-cozinha. Essa é a vida nova de dona Filó, que é movida pelo sonho de aprender a ler e escrever. Nos sonhos, ela realiza seu desejo visceral e a urgência de fazer poesia e criar uma história. Na escrita, constrói outra história para si e para seus familiares. Para Filomena, só lhe resta a liberdade vivida nessa redação imaginária, que pontua seu cotidiano.


Dona Filomena da Cabula, mulher negra do povo, dona do sonho e do direito de aprender, é a protagonista desta peça teatral de Allan da Rosa. Com este texto, o autor ganhou o II Prêmio Nacional de Dramaturgia Negra Ruth de Souza.



UM LANÇAMENTO

Coro da Camerata faz homenagem ao compositor Bernstein, no fim de semana


Sob a regência de Ricardo Bologna, o coro apresenta “West Side Story” e “Chichester Psalms”, com a participação de meninos cantores. No programa também a estréia mundial da obra “Tecendo a Manhã”, de Eduardo Guimarães Álvares.



Um concerto com múltiplas atrações marca a agenda musical do fim de semana. Na sexta-feira (3), às 20h, e no sábado (4), às 18h30, na Capela Santa Maria – Espaço Cultural, o Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, sob a regência do maestro Ricardo Bologna, faz apresentações em homenagem aos 90 anos de nascimento de Leonard Bernstein (1918 – 1990). O programa conta com a participação do grupo paulista Percorso Ensemble e dos meninos cantores Matheus de Castro Okraska e Leonardo Adamante, além da estréia mundial da obra Tecendo a Manhã, de Eduardo Guimarães Álvares.

O repertório escolhido para o concerto, dentro da temporada 2008 de espetáculos do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, sob o patrocínio da Volvo, exigiu uma preparação especial. Os solistas Matheus de Castro Okraska e Leonardo Adamante, de 12 anos de idade, são integrantes do grupo Canarinhos de Campo Largo e foram selecionados por meio de uma audição. Os meninos receberam orientação do maestro Théo de Petrus e terão participação importante na obra Chichester Psalms, de Leonard Bernstein, ao lado de Ana Vargas (soprano), Mirta Schmitt (contralto), Alexandre Mousquer (tenor) e José Brazil (baixo).

A homenagem a Leonard Bernstein, compositor norte-americano que rompeu fronteiras entre a cultura erudita e a popular, completa-se com a execução da peça West Side Story – Medley. O programa prossegue com a famosa composição do também norte-americano Samuel Barber, Adágio para cordas, Op 11 (transcrita para Coro misto), e a estréia mundial da obra Tecendo a Manhã, do compositor paulista Eduardo Guimarães Álvares, que exibe no currículo diversos prêmios, além da criação e comando de espetáculos de música cênica. Nessa obra, Álvares trabalhou sobre poema de João Cabral de Melo Neto.

O evento musical conta ainda com o grupo Percorso Ensemble, formado pelos instrumentistas Diogo Maia (clarineta), Douglas Kier (violoncelo), Liuba Klevtsova (harpa), Sérgio Carvalho (órgão), Elizabeth Fadel (piano) e Alfredo Lima (percussão), integrantes da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP). Criado em 2002, o grupo apresenta-se com formação variada, podendo ir de um simples duo até uma pequena orquestra.

O Percorso Ensemble tem por objetivo divulgar obras dos séculos XX e XXI, com ênfase nas primeiras audições mundiais, além de desenvolver trabalhos que envolvem outras formas artísticas, como a dança, teatro, meios eletrônicos e multimídia. Com várias apresentações no currículo, o grupo gravou o primeiro CD em 2007, sob o título “Berio +”, e prepara o lançamento do segundo, com obras de jovens compositores brasileiros.



O maestro – Nascido em São Paulo, Ricardo Bologna obteve o mestrado em 1995, no Conservatório de Música de Genebra (Suíça), junto com o “Prêmio de Virtuosidade”. Em 1997, terminou a especialização em Marimba, no Conservatório de Rotterdam (Holanda), no único curso voltado exclusivamente ao ensino desse instrumento. Como regente, estudou em Genebra, com o maestro Laurent Gay (99); no Rio de Janeiro, com o maestro Roberto Duarte (2000-01); e em São Paulo, com o maestro Ronaldo Bologna.

Em 1990, Ricardo Bologna fundou o Duo Contexto (de percussão), com o percussionista Eduardo Leandro. Com várias premiações, desde 1999 o duo vem realizando concertos na Europa, Estados Unidos e América Latina, ao lado da flautista Verena Bosshart, especializada no repertório contemporâneo. Vencedor do I Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes (2002), Bologna fundou naquele mesmo ano o grupo Percorso Ensemble, do qual é regente e diretor artístico. Atua também como percussionista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e professor no Departamento de Música da ECA-USP.



Os meninos cantores – O concerto do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, neste fim de semana, tem a participação dos contraltos solistas Matheus de Castro Okraska e Leonardo Adamante. Nascido em Campo Largo (PR), em 1996, Matheus iniciou os estudos musicais com oito anos de idade, aplicando-se nas aulas de teoria, técnica vocal e flauta doce com o maestro Théo de Petrus, regente dos Canarinhos de Campo Largo. Hoje, paralelamente às atividades de canto-coral, continua o aperfeiçoamento em flauta doce com o professor Geovani Dallagrana.

Também de Campo Largo (PR), onde nasceu em 1995, Leonardo Adamante tem o mesmo histórico musical de Matheus, tendo se iniciado na música aos oito anos, com ênfase em teoria, técnica vocal e flauta doce, também sob a orientação do maestro Théo de Petrus. O menino une o canto-coral aos estudos de violino, com o professor John Théo, e flauta doce com o professor Geovani Dallagrana. Leonardo participa também do Quinteto de Flautas Doce do Instituto de Canto e Música São Domingos Sávio.



Serviço: Concerto do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, com o patrocínio da Volvo. Apresentações sob a regência de Ricardo Bologna, com a participação dos meninos cantores Matheus de Castro Okraska e Leonardo Adamante, na homenagem ao compositor Leonard Bernstein. O evento conta, ainda, com o grupo paulista Percorso Ensemble e a estréia mundial da peça Tecendo a Manhã, de Eduardo Guimarães Álvares.

Datas e horários: 3 outubro de 2008 (sexta-feira), às 20h, e 4 de outubro de 2008 (sábado), às 18h30 Local: Capela Santa Maria – Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro – telefone: 3321-2840) Ingressos: R$10 ou R$5 (mais um quilo de alimento não perecível)

terça-feira, 30 de setembro de 2008

CAFÉ FILOSÓFICO CLÍNICO


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Faz duas semanas que meu amor



Faz duas semanas que meu amor
E outros contos para mulheres
de Ana Paula El-Jaick

90 páginas

Prosa direta, redonda, envolvente, permeada de inteligência e bom humor. Assim se define este livro de Ana Paula El-Jaick. Em contos curtos e irreverentes, a autora fala do cotidiano de mulheres que amam, desiludem-se, enfrentam preconceito, descobrem-se, camuflam-se, divertem-se, transmutam-se. Leitura cativante.

Um lançamento da

Ubiratan Sousa lança CD com show de músicos consagrados

Espetáculo no Teatro Paiol, às 21h desta terça-feira (30), conta com a participação de Sebastião Tapajós, no lançamento do CD “Bruxaria”.

Um show de música instrumental marca o lançamento do CD Bruxaria, de Ubiratan Sousa, nesta terça-feira (30), às 21h, no Teatro Paiol. É o sétimo álbum autoral do compositor, intérprete, multiinstrumentista e pesquisador maranhense, que teve suas obras gravadas por Alcione, Vânia Bastos, Dominguinhos, Roberto Sion, Hamilton de Holanda, Toninho Carrasqueira, Hermeto Pascoal, além de outros artistas.

Para marcar o acontecimento, Ubiratan convidou profissionais de peso de São Paulo e Curitiba: Sebastião Tapajós, Alessadro Penezi, Danilo Brito, Luizinho 7 Cordas, Marco Barros, Wagner Ortiz, André Elrich, Jacson Vieira, João Willian, Sergio Albach, Julião Boêmio, Vina Lacerda e Marcos Gomes. O espetáculo é patrocinado pela empresa Telemar.

Este é o primeiro disco do compositor formado somente por temas instrumentais. Bruxaria encerra a “trilogia Ubiratan Compositor, Arranjador e Instrumentista”, como ele mesmo define. Além de autor das músicas, Ubiratan também assina os arranjos e a direção musical do CD que inclui, entre outras composições, O Azevedo do Roberto, Vespas, Bruxaria, Modernizando, Deixando a ilha.

Ubiratan Sousa – O artista com mais de 600 músicas compostas é também cantor e, pode-se dizer, quase responde por uma orquestra. Toca violão, cavaquinho, baixo, guitarra, banjo, bandolim, flauta doce, viola de 10 cordas, acordeom, teclado e percussão.

Instrumentista autodidata, Ubiratan Sousa ingressou no cenário artístico em 1962, no Maranhão, e profissionalizou-se em 1966. Mudou-se para São Paulo em 1980, foi finalista do festival MPB-Shell, promovido pela Rede Globo, e, em 1984, lançou seu primeiro disco, o LP Tempo certo, seguido por Rosa amor (1987) e Choro de pássaros (1990). Na relação de CDs estão Tempo certo (1992), Capital do boi (1994), A alegria do boi Bunininho (1996) e Boi Pirilampo (2000), entre outros.



Serviço:

Ubiratan Souza lança o CD Bruxaria, tendo como convidados Sebastião Tapajós, Danilo Brito, Luizinho 7 Cordas, Sergio Albach, entre outros.

Data: 30 de setembro de 2008 (terça-feira), às 21h

Local: Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n – Prado Velho)

Ingressos: R$ 10 e R$ 5

Não esqueça - Mostra do Cinema Atual Espanhol

















Yo soy la Juani

Não esqueça. De quarta-feira (1º) a domingo (5), a Cinemateca de Curitiba exibe, na sessão das 20h, filmes espanhóis produzidos entre 2006 e 2007. Todas legendadas em português, as obras integram a Mostra do Cinema Atual Espanhol, uma realização da Embaixada da Espanha no Brasil. A entrada é franca.

Um franco, 14 pesetas, de Carlos Iglesias, rodado em 2006, abre a mostra, na quarta-feira (1º). Estrelado pelo próprio Iglesias, além de Javiér Gutiérrez, Nieve de Medina e Isabel Blanco, o filme situa-se no ano de 1960. Os amigos Martín e Marcos deixam suas famílias e vão tentar a sorte na Suíça, como se fosse a terra prometida.

A realidade é diferente daquilo que sonharam. A mentalidade e o comportamento são outros e eles precisam adaptar-se a essa sociedade. Conseguem trabalho como mecânicos numa fábrica e moram numa pequena vila industrial. A morte do pai de Martín faz com que regressem à terra natal, pois os dois amigos acreditam que conseguiram o que procuravam na Suíça. Porém, para surpresa deles, a volta desenha-se mais difícil do que a ida. Classificação livre.

Na quinta-feira (2), tem AzulEscuroQuasePreto, de 2006, com direção de Daniel Sánchez Arévalo. No elenco estão Quim Gutiérrez, Marta Etura, Raúl Arévalo, Eva Pallarés. O título remete a um estado de ânimo, um futuro incerto, uma cor que muitas vezes não se reconhece, mas que sofre mutações dependendo da luz, do prisma e do modo como é vista. Ela nos lembra que somos passíveis de enganos e vemos determinadas coisas com cores que elas não carregam.

O derrame cerebral sofrido pelo pai, faz com que Jorge volte a trabalhar como faxineiro. Ao mesmo tempo em que cuida do pai enfermo, Jorge estuda e conclui o ensino médio. Ele quer buscar novas conquistas. Por meio de um irmão que cumpre pena no presídio, conhece Paula e travam um relacionamento incomum. Este encontro poderá ajudar Jorge a perceber que pode mudar o curso de sua vida, mas isso vai depender de sua vontade, se ele realmente quer. Classificação: 14 anos.

Na sexta-feira (3) será exibido O melhor de mim, de 2007, de Roser Aguilar, com Marian Alvarez, Juan Sanz, Lluis Homar, Carmen Machi. Quando criança, Raquel se vê intrigada com os discursos de amor que estão por toda parte. Nos enredos das novelas, nas canções, nos filmes o amor é um tema recorrente. Seu pensamento: o que ocorreria se não encontrasse ninguém que a amasse? O tempo passa, Raquel cresce, apaixona-se e quando vai morar com Tomás obriga-se a se perguntar o que estaria disposta a fazer em nome do amor? Classificação livre.

No sábado (4) tem Eu sou a Juani, de Bigas Lunas, produzido em 2006, com Verônica Echegui, Laya Martí e Dani Martín. Juani é uma garota que acumula problemas em casa e com o namorado, um rapaz ciumento e indeciso nas ações. Chega um momento que não dá mais: termina o relacionamento e resolve deixar para trás sua vida de conformações para conseguir o que deseja: ser atriz, triunfar na profissão. Classificação: 14 anos.

A mostra encerra no domingo (5), com programa duplo: Salvador (Estória de um milagre cotidiano), de 2007, de Hwidar Abdelatif, com Nacho Fesneda, Orlín Morán e Carlos Merchán; e Tua vida em 65´, de 2006, de Maria Ripoll, com Javier Pereira, Oriol Vila, Marc Rodríguez, Tâmara Arias.

Salvador (Estória de um milagre cotidiano) é um curta-metragem de 11 minutos. Uma criança brinca de esconde-esconde num vagão de trem. Todos os passageiros envolvem-se no jogo, à exceção de um homem que, incomodado, salta do trem.

Um poético e inquietante flashback traz à tona as razões da angústia do cidadão. O filme sugere uma idealização da trágica manhã de 11 de março de 2004, em Madri, quando 191 pessoas morreram num ataque terrorista. A mensagem aborda a necessidade de superação do trauma através da lembrança e da esperança. Classificação: 14 anos.

Tua vida em 65 coloca em cena três jovens estudantes que num domingo comum, sem nada em especial, lêem uma nota necrológica no jornal e acreditam que seja de um colega da escola que eles perderam de vista há algum tempo. Seguem até o velório, mas descobrem que houve um engano – o morto não é aquele que imaginavam. A partir desse momento a confusão e o acaso tecem uma história de amizade, amor e morte. Classificação: 14 anos.

Serviço: Mostra do Cinema Atual Espanhol Data e horário: de 1º a 5 de outubro de 2008, às 20h Local: Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174) Entrada franca

Brasil não tem liberdade de imprensa

Presidente da ABL diz que Brasil não tem liberdade de imprensa, mas de empresa

Sérgio Matsuura ( da Comunique-se)

"No Brasil não existe liberdade de imprensa, existe liberdade de empresa", afirmou o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Cícero Sandroni, no encerramento do seminário "Brasil, brasis – liberdade de expressão: base da democracia", realizado na sede da ABL na noite desta quinta-feira (25/09). Todos os debatedores defenderam a liberdade de imprensa, mas levantaram problemas que ela enfrenta para a sua plena consolidação no País.

Sandroni argumentou que nos seus 50 anos de jornalismo percebeu que, por causa de pressões dos conglomerados econômicos e do Estado, o jornalista não possui liberdade de expressar seu pensamento, mas apenas cumpre pautas que se alinhem com os interesses dos financiadores dos veículos de comunicação.

"Eu acho até natural que os meios de comunicação defendam os interesses dos grupos que os financiam, mas não é aquela liberdade de imprensa que gostaríamos que existisse", avaliou Sandroni.

Bucci critica influência da publicidade
A mesma linha de pensamento foi apresentada pelo ex-presidente da Radiobrás Eugênio Bucci. Ele criticou o poder exercido pela publicidade, principalmente dos governos, nos veículos de comunicação. Segundo Bucci, a verba de publicidade dos municípios, dos estados e da federação interfere na produção de conteúdo dos veículos, cerceando a liberdade de imprensa.

"O Estado é um dos maiores anunciantes do mercado brasileiro. Isso significa que nos veículos mais fracos a verba vinda do poder público é essencial para o seu funcionamento. Isso cria uma porta de influência, interferência e de pressão do poder público sobre a existência dos próprios veículos. Isso conspira contra os requisitos formais da liberdade de imprensa", alerta Bucci.

O controle dos veículos de comunicação pelo Estado é, para o ex-Ministro da Justiça Célio Borja, o maior obstáculo à liberdade de expressão. Segundo ele, ao influenciar a produção de informação, o poder torna a versão oficial dos fatos hegemônica no cenário nacional em detrimento das opiniões individuais.

"Hoje a repressão sobre os veículos e sobre as opiniões está muitíssimo limitada, mas a repressão não é a única forma de dominação dos veículos", afirmou Borja.

Jornalista deve usar crítica para lutar contra controle
Na opinião do ex-presidente da Radiobrás, para lutar contra esse controle é necessário que "os jornalistas exerçam a liberdade". Para tanto, os profissionais devem "olhar com desconfiança", não deixando serem cooptados pelo poder econômico, político e dos grupos de influência.

“A liberdade floresce mais na crítica que no aplauso”, afirmou Bucci.

A cientista política, historiadora e jornalista Lucia Hippólito também prega a crítica como meio de alcançar a liberdade de imprensa. Ela afirma que o poder e o pensamento se relacionam mal, "porque o poder não aceita críticas e o pensamento é, em si, uma forma crítica de expressão".

Analfabetismo impede a liberdade de imprensa
O jornalista e professor universitário José Marques de Melo levantou outra barreira para o pleno exercício da liberdade de imprensa no País. Mesmo com a Constituição de 88, que propiciou "um dos momentos mais fecundos" da atividade dos meios de comunicação no País, a maior parte da população continua fora desse processo em "bolsões marginalizados da cultura letrada".

"Ao ingressar no século XXI, o Brasil sofre de um mal endêmico. Sua imprensa permanece restrita a uma fatia minoritária da sociedade. É reduzido o número de brasileiros que são leitores regulares de livros, revistas e jornais", analisou Melo.

O advogado Sérgio Bermudes lembrou que o direito à liberdade de imprensa está presente, assim como na Constituição Brasileira, na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O documento, que completa seu 60º aniversário este ano, diz em seu artigo 19:

"Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão. Este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e procurar receber informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras".

domingo, 28 de setembro de 2008

MELHOR MORRER DE VODCA, QUE DE TÉDIO?




















"Foi truculento, odiando a truculência
ficou sem voz, nas horas de discurso
Gastou-se em aparência
Disfarçando o urso."
Jorge Wanderley, in Coração à Parte

"E logo vai amanhecer
Os trabalhadores vão se levantar
e vão procurar por mim no estaleiro
e dirão:
'ele tá bêbado de novo' "

Charles Bukowski, in Quatro e meia da manhã

Se os poetas boêmios de todo mundo se dessem as mãos, não teria ninguém para abrir as garrafas. Nosso título foi tirado de um poema desesperado de Maiakovski e que poderia muito bem sintetizar o pensamento dos mais boêmios poetas. Eles poderiam ser do século dezessete, dezoito, do século passado. Russos, brasileiros, alemães. Pernambucanos que aportaram em São Paulo ou Rio de Janeiro. Gente de todos os estilos, mas com algo em comum, a boemia. E outra coincidência mais estilística, a de quase nunca povoarem seus textos com personagens positivos. Para não cair na mesmice e fugir da tentação de transcrever piadas de nossos boêmios como "ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de Baudelaire..." mas dar um pulinho a um dos grandes centros de boemia de São Paulo, A Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.

CASTRO ALVES

Gente como Castro Alves estudou nas Arcadas Paulistas. Temos diversas historias sobre ele e a boemia, algumas inclusive já contadas nesse Suplemento.Uma história que se reveste do manto da especulação, maledicência ou até faz jus à mítica dos poetas românticos, é que Castro Alves em sua incursão pelo Braz, onde em um salto sobre uma vala desequilibra-se e dá um tiro no pé é incorreta e foi criada pelos amigos, para amainar um possível escândalo. Diz-se que, desgostoso com as relações com Eugênia Câmara, redirige suas energias para uma paulista de família burguesa. A mulher, por armadilha do destino, é casada com um comerciante português dono de uma chácara extensa que beirava até a famosa chácara do Tatuapé.O dito português flagra Castro Alves em sua propriedade. O poeta foge, mas, à beira de um riacho, acaba por levar um tirombaço no pé.O ferimento infecciona, pois a região possuía muitas charnecas pelas quais Alves precisa arrastar-se em busca de socorro. A tal chácara da Bresser existiu, assim como o riacho que desde o início do século está canalizado.A charneca está sobre metros de aterro, asfalto e concreto. Até os trilhos do Metrô correm sobre ela...

Mas que São Paulo era essa que o poeta freqüentava? Em carta ao Dr. Augusto Guimarães, de abril de 1868, dizia "Eis-me em São Paulo, na terra de Álvares de Azevedo, na bela cidade das névoas e das mantilhas, no solo que casa Heidelberg com a Andaluzia... Aqui há frio, porém frio da Sibéria; casas de Tebas; ruas, mas ruas de Cartago... casas que parecem feitas antes do mundo de tanto que são pretas, desertas, mas que parecem feitas depois do mundo de tanto que são desertas (...) escrevo-te, à noite. Faz frio de morte. Embalde estou embuçado no capote e esganado no cachenê". Existem outras versões deste texto, porém, todas concordam que sua conclusão era a mesma: "inclino-me a preferir São Paulo ao Recife."

ALVARES DE AZEVEDO

Álvares de Azevedo foi outro que deixou sua marca nas arcadas. Poeta, contista e ensaísta, nasceu em São Paulo a 12 de setembro de 1831, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 25 de abril de 1852. Em 1848 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, onde foi estudante aplicado e de cuja intensa vida literária participou ativamente, tendo fundado a Revista Mensal da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano. Entre seus contemporâneos, encontravam-se José Bonifácio (o Moço), Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães estes dois últimos suas maiores amizades em São Paulo, com os quais constituiu uma república de estudantes na Chácara dos Ingleses, era ali que nasceria grande parte de sua obra poética. O meio literário estava encharcado de byronianismo, e teria fornecido a Álvares de Azevedo componentes de melancolia, sobretudo a previsão da morte, que parece tê-lo acompanhado a vida toda.

FAGUNDES VARELLA

Eu passava na vida errante e vago
Como o nauta perdido em noite escura,
Mas tu te ergueste peregrina e pura
Como o cisne inspirado em manso lago,

Já Luiz Nicolau Fagundes Varella nasceu em Rio Claro, Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1841 e faleceu em Niterói em 18 de fevereiro de 1875. Estudou também na Faculdade de Direito do Largo São Francisco na cidade de São Paulo, onde ainda se casou com uma prostituta. Dessa união, nasceu o filho primogênito, que veio a falecer com apenas três meses de vida. Mais amargurado que nunca, entregou-se totalmente à vida boêmia e ao álcool. Passou seus últimos anos de vida longe das grandes cidades, buscando refúgio na religião e no contato direto com a natureza e com pessoas simples da vida rural. A poesia que produziu nessa fase reveste-se de preocupação espiritual, apresentando caráter panteísta. O terceiro ano de direito fez na Faculdade de Direito em Olinda onde Castro Alves era primeiranista. Volta para São Paulo, mas desencantado da vida desiste de tudo, inclusive do curso. Sua obra poética, embora contivesse atitudes ultra-românticas, o pessimismo, a solidão e a morte, apontam rumos novos, que conduzem à geração seguinte de poetas. Conta-se que em 1861, teve aventuras ruidosas com uma "célebre mundana da Paulicéia", conhecida como Ritinha Sorocabana, cujo verdadeiro nome era Rita Maria Clementina de Oliveira. Logo após esse afair lançou o seu "Noturnas".

POETA É ALGO QUE MORRE MUITO

Desgraças à parte, nossos poetas românticos e boêmios eram dados a morrer de tuberculose, doença essa que grassava nas rodas da extravagância. Mas outros optaram por vias menos naturais e mataram-se. Em todos os tempos e todos os países isso vinha acontecendo, que o diga Goethe quando criou o seu jovem Werther. Que o diga os novos poetas (os neo-byronianos) góticos e outros tantos, em todas as épocas de nossa lira literária.

O escritor J.Toledo teve a ousadia de preparar o seu "Dicionário de Suicidas Ilustres" que relaciona personagens reais e da ficção que chegaram às vias de fato (às vezes malogradamente). Sem querer fazer apologia, metodicamente ele vai resgatando os nomes desses que desistiram da vida. Descobrimos por exemplo que Ruy Apocalypse, poeta e cronista mineiro (1934-1967), radicado em São Paulo, era um boêmio inveterado, morava só, na Rua Conselheiro Nébias, e o isolamento da grande cidade o induziu ao alcoolismo descontrolado e crônico que lhe acarretou diversos problemas profissionais. Em uma madrugada, atirou-se debaixo de um ônibus.

Outro poeta que não resistiu à boemia e depressão foi o português Mário de Sá-Carneiro. Nasceu em 19 de maio de 1890 em Lisboa, e teve como grande amigo Fernando Pessoa. É copiosa sua correspondência que relata suas dificuldades emocionais. Aos "26 anos incompletos retornou a Paris, sofreu uma crise moral e financeira, abandonou os estudos, brigou com o pai e passou a levar a vida boêmia da cidade". Conta-se que uma noite, em desespero, vestiu um smoking, trancou-se no quarto do hotel, deitou-se e envenenou-se com uma dose titânica de arsênico. Antes de se matar, enviou poesias inéditas à Pessoa, publicadas depois em 1937 com o título "Indício de Oiro".


Da Rússia temos o exemplo de Wladimyr Maiakovski, nascido em 19 de julho de 1893 em Bagdadi, e suicida-se em 14 de abril de 1930, em Moscou. Viveu intensamente, escandalizou, foi verdadeiramente revolucionário, na poesia, teatro e até cinema. Matou-se após concluir seu poema "A Plenos Pulmões". Curiosamente a sua frase, é melhor morrer de vodca do que de tédio, pareceu ser adequada para um poeta e músico punk, John Simon Ritchie, mais conhecido como Sid Vicious da banda inglesa Sex Pistols. No dia 2 de fevereiro de 1979, aos 24 anos, escreveu o seguinte poema dedicado ao grande amor de sua vida, Nancy, que havia morrido de overdose – "Você era minha menininha/e eu conhecia seus medos/ tanta alegria tê-la em meus braços/ e beijar suas lágrimas/ Mas agora você foi embora/ Só ha dor/e não posso fazer nada/ não quero viver essa vida/ se não posso vive-la com você". E suicidou-se ingerindo uma overdose de cocaína com vodca.

TAMBÉM SE VIVIA BEM

Os poetas boêmios que viveram no Rio de Janeiro e São Paulo, viveram pouco, mas intensamente. Em todas as épocas, misturaram-se com a fauna noturna onde pululavam compositores, atores, etc. Em São Paulo, por exemplo, na rua do Seminário próxima das Arcadas do Largo de São Francisco lá por 1922, os boêmios discutiam o fascismo e os movimentos populares. Popular era José Oiticica proparoxítonos da Letra do Hino Nacional, que deixam a criança mais atrapalhada do que o cego em tiroteio ou bode em canoa" . Ainda na memória boêmia de Lago encontramos o fascínio dos poetas e atores por Jacques Prévert. Anos mais tarde, já pelos sessenta e poucos o fascínio por Jean Genet (que teve uma fantástica biografia escrita por Edmund White ). Genet quando esteve no Brasil conheceu a noite de São Paulo, em especial a do Bairro do Bixiga (Bela Vista) onde ficava o teatro que apresentou sua peça "O Balcão".

No Rio de Janeiro, além dos cabarés da Lapa, pouco freqüentados, mas vizinhos de Manuel Bandeira, a boemia foi se espraiando por toda a orla. Os mineiros foram se chegando e agrupando-se. Cariocando-se, como querem alguns. Como já explicamos antes, ficando tudo assim como que mesclado. Afinal, escritores, cronistas e poetas acabavam incursionando também pela música popular. Como separar e rotular o nosso Antonio Maria ou Vinicius de Moraes. Se uns iam ao Clube da Chave outros visitavam a bossa nova no Beco das Garrafas. Tinha o "Corridinho" e também "O Fado". A casa portuguesa pululava de anti-salazaristas, mesmo todos acreditando que muitos dos portugueses eram da temida PIDE. Mas Tonny de Matos, sempre dava um jeitinho nas coisas e os brasileiros se aboletavam nas mesas para as vezes em petit comitê assistir um show exclusivíssimo de Amália Rodrigues. Os poetas e boêmios também adoravam o lugar por conta das apresentações de "desgarradas", improvisações ao som das guitarras portuguesas, um delicioso contraponto ao nosso repente. Certa noite o poeta Mario Lago estava por lá e frente a uma provocação (estava-se às vésperas da eleição de Jânio Quadros) resolveu também soltar a sua trova que saiu assim "Meu Brasil, país querido, teu destino é bem horrendo/ai-ai, oli, olá, teu destino é bem horrendo./Vai-se um doido varrido e vem um doido varrendo,/ai-ai, oli, olá, vem um doido varrendo". Pano rápido!

NOITES TROPICAIS

E nessa antropofágica noite tropical onde os personagens se aglutinam a lista se tornaria imensa e enfadonha. Quando acabamos de escrever Paulo Leminski, alguém nos socorre com Mario de Andrade, com Oswald de Andrade, mistura-se com uma pitada de angostura e tristeza desse coquetel a morte recente de Wally Salomão. Lembramos seu outro tão amigo que tão cedo se foi o piauiense Torquato, que soube como ninguém sintetizar essa boemia antropofágica e tropicalista que se tornou a noite (de todos os tempos) do Rio de Janeiro e de São Paulo, e que para os que desceram a ladeira da Sé em Olinda e bordejaram o rio, atravessaram a ponte e foram ao cais de Recife, sempre parece próxima porque nunca é distante dos livros e das rimas. Torquato que no saber de Augusto de Campos (ótimo tradutor de Maiakovski, diga-se de passagem) "agora você se mandou mesmo/pra não mais voltar/(deixe que os idiotas pensem que isto é poesia)..." e como ele mesmo escrevia "tudo o que eu quero/é uma questão de gosto:/um beijo, bolero/e pipoca moderna/mais o contraresto/menos nosso imposto/e cada vez mais perto/do porto."

Daria para falar de muitos, fazer um manifesto. Mas no texto enxuto e preciso devemos citar outro que transitou ha tão pouco tempo, Julinho Barroso. Citamos duas curtas frases, como meteóricas memórias de suas andanças – " O poeta é o traficante da liberdade" e " Pra quem desce a nossa onda/Toda semana é de arte moderna".

Todos esses poetas velhos, novos, parnasianos ou modernos amavam sua poesia e a noite. Como o alemão Charles Bukowski que trocou de país e de língua para se transformar em um poeta vigoroso e que só chegou às nossas mãos (traduzido) graças ao empenho de outro poeta, esse pernambucano Jorge Wanderley. Jorge não pôde ver o livro impresso, mas a edição da Bertrand Brasil é uma homenagem justa a seu empenho. Na introdução do livro Márcia Cavendish Wanderley nos conta "... Bukowski defendeu intensa e ostensivamente sua marginalidade na vida e na obra. Aquele 'demonismo' que teve em Baudelaire sua mais momentosa voz foi bandeira desfraldada pelo poeta bêbado. Em Jorge ele também existiu, mas escondia-se sorrateiro sob suas sobrancelhas mefistofélicas carinhosamente cultivadas e acariciadas (...) e por isso traduziu tão bem Bukowski, a quem respeitava, sobretudo pelo seu desprezo em relação a toda e qualquer representação institucional da vida, por tudo que não fosse carne da alma".
"'fumante ou
não-fumante?', o funcionário
perguntou.
'bebedor', eu
respondi."
Charles Bukowski, in All the Casualties Jorge Wanderley, in Todas as Perdas (tradução)


Ensaio de Eduardo Cruz