Em comemoração aos  316 anos da Cidade de Curitiba
 De 28 a 30 de março  de 2009
 Cinemateca de Curitiba
 Rua Carlos Cavalcanti,  1174
 Entrada franca
      Quando  o cinema surgiu, muitos dos que logo se encantaram com a sétima arte  procuravam representar na tela os momentos do cotidiano. Os operários  saindo da fábrica, o bebê comendo e fazendo gracinhas, o trem chegando  à estação. Assim que se espalhou pelo mundo inteiro, o cinematógrafo  veio acompanhado desse panorama do real. Surgiram os filmes de cavação,  os travelogues, dentre outros. Nas cidades, as pessoas compareciam em  peso para ver, na grande tela, as ruas por onde passavam para ir ao  trabalho, as casas onde moravam, os prédios mais famosos, que abrigavam  instituições do governo, as praças onde se encontravam com os amigos.  Em Curitiba não foi diferente. A lente de Annibal Requião registrou  todos esses momentos e muitos outros que marcaram algumas décadas da  capital paranaense. Ao mesmo tempo, surgiam os cinejornais, que registravam  as visitas de pessoas ilustres, conferências, exposições e muito  mais. Era o tempo de João Batista Groff captar as imagens que comporiam  “Pátria Redimida”, o principal filme da época do cinema mudo paranaense.
      Algumas  décadas se passaram e o Paraná formou muitos outros realizadores que,  assim como os pioneiros, continuaram a usar Curitiba como cenário principal  de seus filmes. Só que desta vez, as vistas panorâmicas da cidade  davam lugar às histórias de ficção, os prédios abrigavam pessoas,  com suas tristezas, suas alegrias, suas paixões. A linda construção  da igreja agora era palco de travessuras de meninos, as ruas contavam  histórias de catadores de papel e de famílias polonesas. Mas o pontapé  inicial dado por Requião e por Groff, ou seja, a representação do  real, continuou a influenciar diretores que optaram pelo caminho do  documentário, registrando com suas câmeras as desventuras e o contentamento  dos moradores da margem do Rio Belém, das duplas sertanejas de Curitiba  e das artesãs, ícones da cultura popular do Paraná. Portanto, seja  como cenário principal ou mero adereço de uma produção muito maior,  pode-se dizer que Curitiba continuará cedendo seus prédios, suas praças,  suas ruas e, principalmente, a história de seus moradores com o maior  prazer, para serem registrados pela câmera dos futuros realizadores  paranaenses. Em comemoração aos 316 anos de Curitiba, nada mais justo  que reunir alguns dos muitos filmes que marcaram a cidade. Foi o que  fez a Cinemateca com a mostra “Curitiba na Tela”. Boa sessão. 
 Dia 28,  às 20h:
  
 PANORAMA DE CURITYBA (BR/PR, 1913 – 4’). De Annibal Requião.  Panorama de Curitiba na década de 1912: Palácio do Congresso, Rua  José Bonifácio, Praça Dr. João Cândido, Gymnasio Paranaense, Estação  Ferroviária, Praça Eufrásio Correia, Praça Tiradentes.
 
 CARNAVAL DE CURITIBA  1920 (BR/PR – 10’). De Annibal  Requião. Desfile de carnaval no centro de Curitiba (Rua XV de Novembro  e algumas transversais) focalizando aspectos do corso carnavalesco.
 
 CATADORES (BR/PR, 1978 – 7’17”  ). Direção  de Homero de Carvalho. Documentário sobre os que sobreviviam da coleta  de papel em Curitiba, mas fazendo ver a sua necessidade de organização  tendo em vista fortalecerem-se diante da figura do intermediário que  ficava com a maior parte dos ganhos.
 À MARGEM DO BELÉM (BR/PR, 1979 – 13’). Direção de Francisco  Alves dos Santos. Documentário sobre os favelados que residem à margem  do Rio Belém. 
 VALDIR E RUTE (BR/PR, 1997 – 15’ ). Direção de Eloi Pires Ferreira, com Maria  Adélia, Tupacezetan Matheus, Zeca Cenovicz. A trajetória de um fogão  roubado altera a rotina de um casal de catadores de papel que luta pela  sobrevivência. Censura livre.
 VAMOS JUNTO COMER  DEFUNTO? (BR/PR, 1990 -13’).  Direção de Eloi Pires Ferreira, com Luciano Mengarelli, Rafaello Rossi,  Maria Adélia. Filme que evoca, a pretexto do trocadilho-título, lembranças  e vivências do próprio Eloi num bairro curitibano na década de 1960  - as algazarras infantis, grupos rivais, jogos, e as idas em bloco à  igreja local, sempre que havia encomendações fúnebres – o primeiro  contato, inevitável, com a morte. 
 POLACO DO NHANHA (BR/PR, 2001 – 20’ ). Direção de Eloi  Pires Ferreira, com Luthero Almeida, Maristela Reinehr, Marcelo Lipiec.  A sensível reconstituição de um dia na vida de uma família polonesa,  ao impacto da chegada da televisão na cidade.
 Classificação livre  para este programa
 Dia 29,  às 20h:  
 FILMES RESTAURADOS  DO ACERVO DA CINEMATECA DE CURITIBA:
 Cine Jornal nº  3 – sonoro. Duração 9’.
 - Curitiba recebe a visita  do ministro da Suíça Dr. Henry Vallaton;
 - Corrida do “Fogo  simbólico da pátria” no território do Paraná / Corredores na   estrada / Chegam ao Centro de Curitiba / Palanque com autoridades /  Solenidade;
 - Exposição em Curitiba  do artista Poty Lazarotto;
 - Polícia do Estado  do Paraná comemora 90 anos em 10/08/1944;
 - Grupo anexo à escola  de professores;
 - Acampamento do CPOR  em Curitiba / Manobra de artilharia.
 Cine Jornal nº  11 – Curitiba e Porto Alegre  – sonoro. Duração 5’
 - Honra ao mérito –  condecoração de dois heróis da F.E.B. / Soldados no campo / Manobras  de guerra;
 - Conferência de governadores  em Porto Alegre;
 - O educandário de Curitiba  em festa.
 O Dia da Bandeira,  1937 – Groff – mudo. Duração 9’
 - Srs. Manoel Ribas,  Governador do Estado e General Meira de Vasconcellos  passa revista  à tropa;
 - Recepção ao Governador  do Estado e Comandante da Região;
 - Juramento dos conscritos  de 1937;
 - Governador Manoel Ribas,  General Meira e Comandante Pinto de Oliveira;
 - Srs. Gonçalves Motta  e Ângelo Lopes – Secretários do Estado;
 - Radialistas da 1ª  PRB2;
 - Desfile do Exército  / Aparece Correio Antigo;
 - Militares e soldados  do Corpo de Bombeiros;
 - Desfile Escola Normal;
 - Sr. Gaspar Vellozo,  diretor geral da Educação;
 - Ginásio Novo Ateneu  / Grupos Escolares / Praça Santos Andrade;
 - Universidade Federal  do Paraná / Desfile das Associações Esportivas /   Parada  de fogo.
 Círculo Militar do  Paraná – sonoro. Duração 2’30”
 - Acontecimento social.  Fachada do Círculo Militar do Paraná. Interior (pessoas tomando chá-lanche).  Close de algumas pessoas que estão nas mesas. Enfermeiras (moças com  avental onde tem uma cruz). Músicos tocando/Casal de bailarinos.
 
 Cine Jornal nº  8 – Chega em Curitiba o novo Interventor
 - Solenidade de posse  do interventor
 - Homenagem do PSD ao  Dr. Brasil Pinheiro Machado;
 - Curitiba recebe o novo  comandante da região;
 - Manifestação de apreço  e reconhecimento.
 Cine Jornal nº  7 – sonoro. Duração 8’
 - Condecorado pelo Governo  Norte - Americano, o General Ary Pires / Dia das Mães em Curitiba (Estádio  Couto Pereira);
 - Crianças dançando  com trajes típicos;
 - Festividades da vitória  no Círculo Militar do Paraná;
 - Aeroclube do Paraná  recebe mais dois aviões de treinamento;
 - Escola de trabalhadores  rurais de Ivaí.
 Cine Jornal nº  5 – Encerramento da Semana da Criança em Curitiba  – sonoro. Duração 9’30”
 - Solenidade de encerramento  da semana da criança;
 - Homenagem a magistratura  paranaense ao interventor Manoel Ribas;
 - Colação de grau na  Escola de Professores de Jacarezinho;
 - Inauguração da ponte  sobre o Rio Iguaçu em União da Vitória;
 - Inauguração da expedição  agropecuária de Rebouças;
 - Colação de grau na  Escola de Educação Física.
 RAINHA DE PAPEL (BR/PR, 1998 – 17’ ). Direção de  Estevan Silveira e Osval Dias de Siqueira Filho (Tiomkim). Documentário  sobre a artesã, poeta e artista popular Efigênia Rolim, ícone da  arte popular do Paraná. 
 BALADA DO VAMPIRO (BR/PR, 2007 – 13’). De Beto Carminatti  e Estevan Silveira, com João Luiz Fiani. História de Nelsinho, famoso  personagem dos contos do escritor curitibano Dalton Trevisan.
 
 EM BUSCA DE CURITIBA  PERDIDA  (BR/PR, 2008 – 14’). Direção de Estevan Silveira, com Alexandre  da Silveira, Alzemiro Amaral, Anna Lajes Pinheiro. Adaptação do conto  de Dalton Trevisan, do livro Mistérios de Curitiba. Trata-se de uma  releitura de Curitiba dos anos 70.
 Classificação 14  anos para este programa
 Dia 30,  às 20h:
 BELARMINO E GABRIELA (BR/PR/2007 – 85’).  Direção de Geraldo Pioli.  – Documentário musical sobre a famosa  dupla sertaneja do Paraná, que iniciou carreira da década de 1940  em Curitiba. Músicos e humoristas, durante quatro décadas eles pontificaram  nos shows populares, circos, rádios, e no disco.  O filme reconstitui  as apresentações da dupla, canções  que já fazem parte do  imaginário sertanejo paranaense, como As Mocinhas da Cidade e Passarinho  Prisioneiro. – Participação do Grupo Viola Quebrada, do músico  Marinho Galera, da dupla Rui  e Soraia Graciano,  como também  Ivan Graciano e Família. Classificação  livre