sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A CIDADE DAS PALAVRAS





As histórias que contamos para saber quem somos

de Alberto Manguel


Páginas - 152

Nos primeiros anos do século XX, pouca gente teria motivo para suspeitar da velha definição do homem como animal social ou da confiança moderna na história como marcha do progresso humano. Depois de um século de extrema violência e intolerância, num planeta que sofre com a degradação ambiental, não são poucos os que se perguntam: afinal, por que vivemos juntos e para onde nos encaminhamos?
O consenso de outrora virou a perplexidade de hoje, e é desta que partem as reflexões de Alberto Manguel em A cidade das palavras. São reflexões de um homem de letras, para quem a linguagem, a ficção e a literatura ocupam um lugar decisivo na experiência humana. Para ele, a linguagem tem o dom de impor alguma ordem ao mundo, e a narrativa nos permite constituir nossas identidades.
Leitor eclético e enciclopédico, Manguel sabe pensar a partir das narrativas mais variadas: obras e autores são aqui convidados a iluminar as questões que o preocupam. Como as histórias que contamos nos ajudam a perceber a nós mesmos e aos outros? Como elas conferem identidade a indivíduos, grupos e sociedades? Serão elas capazes de mudar quem somos e o mundo em que vivemos?

lançamento da

Jean Michel Massa encerra nesta sexta-feira Simpósio sobre Machado de Assis






O professor da Universidade de Rénnes 2, Jean Michel
Massa, encerra o Simpósio Internacional Caminhos
Cruzados: Machado de Assis pela Crítica Mundial nesta
sexta, dia 29, com a palestra "A França que Machado de
Assis nos legou". Antes, há a mesa-redonda "Machado de
Assis: acadêmico", com a participação do embaixador
Sérgio Paulo Roaunet, o poeta e professor do curso de
letras da UFRJ Antônio Carlos Secchin e do diplomata
Alberto Costa e Silva.

Promovido pela Unesp e Editora Unesp, com apoio do MinC,
o Simpósio Internacional Caminhos Cruzados: Machado de
Assis pela Crítica Mundial reúne, em evento gratuito
aberto ao público, os grandes nomes da crítica machadiana
nacional e internacional. O Simpósio teve início na
última segunda-feira (25) e termina na próxima sexta-
feira (29), no auditório do MASP, em São Paulo.

No dia de abertura, falaram o escritor Milton Hatoum e o
professor de Literatura Brasileira da Unicamp, Roberto
Schwarz. Na terça-feira (26), o professor da US Naval
Academy, especializado em literatura do Cone Sul, Todd
Garth e Thomas Sträeter, professor na Universidade de
Heidelberg, na Alemanha, participaram de uma mesa-redonda
com o tema "Machado de Assis e o panorama intelectual,
técnico e científico do séc. XIX".

No final da tarde de quarta-feira (27), das 17h às 18h, o
chileno Jorge Edwards comandou uma sessão de perguntas e
respostas, na qual o tema é Machado de Assis: a invenção
do narrador. Pela manhã, aconteceram dois debates. O
primeiro, com início às 9h30, trouxe à tona a modernidade
e a pós-modernidade incrustadas na obra de Machado de
Assis. O outro com início às 14h, falou sobre os
predecessores e influências do autor.

"Machado de Assis: tradução, recepção, leituras críticas
fora do Brasil" e "Realismo em Machado de Assis" foram os
debates programados para esta quinta, 28 de agosto. As
palestras da manhã tiveram convidados de peso, como
Daphne Patai e Victor K. Mendes, ambos da Universidade de
Massachusetts. Como mediadora participou Lúcia Granja, da
Unesp. À tarde, Hans Ulrich Gumbrecht (Universidade de
Stanford) e Massa, acompanhados pelo debatedor Hélio de
Seixas Guimarães, da USP, falaram sobre o realismo
presente nas obras de Machado de Assis.

Quem tiver interesse em se inscrever para o Simpósio
Internacional Caminhos Cruzados: Machado de Assis pela
Crítica Mundial , deve comparecer ao MASP, na Avenida
Paulista, 1578, a partir das 9h30. Para mais informações,
visite http://www.machadodeassis.unesp.br/simposio .

O evento, que marca o centenário da morte de um dos
maiores nomes da literatura brasileira, é também
transmitido ao vivo pela Faac WebTV, projeto do câmpus de
Bauru da Unesp, no endereço www.faac.unesp.br/webtv

Autor catarinense declama e autografa livro Cem poemas


Dino Gilioli traz a Curitiba sua obra poética recém-lançada em Florianópolis



“Um labirinto com várias saídas, um espelho com várias faces”. Com esta definição o poeta Dino Gilioli, de Florianópolis, apresenta seu livro Cem Poemas, que terá manhã de autógrafos neste domingo (31), às 10h, na Livraria Dario Vellozo, da Fundação Cultural de Curitiba. O autor declamará aos presentes alguns dos textos contidos no livro. Este é o quinto título que publica e o primeiro pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina. Os títulos anteriores eram pequenas edições de 50 a 500 exemplares, com circulação dirigida.

O volume condensa uma produção de 20 anos, com visíveis influências da participação de Gilioli no meio sindical, onde atua como coordenador geral do Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis. “Criação é ação política”, afirma. “Mais que um militante cultural ou político, sou um militante pela vida”, observa.

Cem Poemas não se fecha apenas na temática social. Ele abre-se também ao amor, com as várias linguagens do coração. O autor preocupa-se com a elaboração dos textos para manter uma linguagem que seja acessível por todos os leitores sem distinção. Para o escritor Wilson Bueno, “Dino tem a qualidade rara de apostar na poesia com uma franqueza e espontaneidade de raiz. Só isso já bastaria para detectar nele um inextricável destino de poeta”.



O autor – Dino Gilioli é paranaense de Leópolis, formou-se em Ciências Contábeis pela UFSC e desde os anos 80 mora em Florianópolis. Voltado à realização de eventos culturais, coordenou concursos de conto e poesia e apresentações de dança, teatro, cine-vídeo e música.

Em 1982 bancou a edição de Fragmentos, quando ainda morava em Curitiba. Hálito de água é de 1989. Morando em Florianópolis, publicou em 1996, pela Letras Contemporâneas, Borboletas no varal. No ano seguinte, pela mesma editora, lançou Canção para acordar peixes, reeditado em 1998. Seus poemas foram publicados em mais de 20 antologias no País.



Serviço:

Lançamento do livro Cem poemas, de Dino Gilioli

Local: Livraria Dario Vellozo – Palacete Wolf (Praça Garibaldi, 7)

Data: 31 de agosto de 2008 (domingo), às 10h

Preço do livro: R$ 15,00

PADRES CELIBATO E CONFLITO SOCIAL




- Uma história da Igreja católica no Brasil


de Kenneth P. Serbin
Páginas - 448

Padres, celibato e conflito social é uma história da Igreja católica no Brasil vista sob o prisma dos padres. A Igreja é um dos eixos fundamentais da política e da vida social brasileiras. Os padres, agentes da instituição eclesiástica, sujeitos a pressões e influências de diversas fontes (da elite, do povo, do Vaticano e de sua própria consciência), constituem rico material de pesquisa sobre como a ação da Igreja se dá.
Serbin destaca especialmente a formação de padres no Brasil. Ao analisar os papéis sociais, o poder econômico e as origens étnicas do clero na era colonial, por exemplo, ressalta o impacto social da atividade missionária da Igreja, seu apoio ao escravagismo e à repressão da cultura indígena e africana.
Abrange, também, períodos de crise, em que vários padres tornaram-se revolucionários, e outros mais amenos, com a romanização da Igreja, o afastamento de padres da política e a proliferação de seminários (de 12 para mais de 600). Apoiado em farta documentação e rica pesquisa histórica, Serbin analisa todos esses períodos em uma narrativa intensa e envolvente, que lhe valeu o Book Prize of the Brazil Section of The Latin American Studies Association.

"O novo livro de Serbin é extraordinário [...] Uma bem-vinda contribuição para a história do Brasil e da Igreja católica na América Latina." - American Historical Review

Leia um trecho do livro

1. Introdução - O significado do sacerdócio

A vocação para o sacerdócio católico incorpora a mais generosa aspiração e as mais profundas contradições do ser humano. Ao longo da história, padres buscaram maior proximidade com Deus para si mesmos e para seu rebanho e se empenharam em construir uma sociedade justa. Para os católicos, o padre é o caminho da salvação. Para os não-católicos, ele simboliza a proeminência da Igreja como instituição religiosa, política e social. Os padres possuem a capacidade especial de "ter uma visão construtiva da natureza do homem", escreveu o padre sociólogo Andrew Greeley. Educados em uma tradição que remonta aos primórdios da civilização ocidental, eles são um repositório da ética judaico-cristã. Mas em nome de Deus empreenderam algumas das mais brutais campanhas contra idéias, povos e indivíduos. Os padres devem personificar o divino embora habitem um corpo imperfeito. Exige-se que expressem a mais elevada forma de amor e que neguem os impulsos básicos do prazer sexual, do conforto e da liberdade. Essas condições unem os padres em uma misteriosa irmandade internacional. Como uma tragédia grega, a história do sacerdócio fala de temas humanos fundamentais.
Este livro é uma história social e cultural do clero no Brasil, um país vasto e intensamente religioso, formalmente a maior nação católica do mundo, mas, na realidade, um viveiro de práticas religiosas as mais diversas. Acompanharemos aqui cinco séculos de continuidade e mudança na vida do clero, com enfoque nos seminários, as escolas onde jovens, apenas do sexo masculino, isolam-se do mundo a fim de preparar-se para o ministério ordenado da Igreja católica romana. Analisaremos questões relacionadas a etnicidade, gênero, política e economia. Tão importante quanto estas é a religião, influência dominante na longa história das civilizações. Os papéis sociais dos padres e o modo como os clérigos enfrentaram as exigências de sua condição especial são os principais temas desta obra.
Minha inspiração para escrever este livro veio em 1986, quando estive no Brasil pela primeira vez e soube que Roma condenara o frade franciscano Leonardo Boff, famoso teólogo da libertação, a um ano de silêncio devido à sua polêmica crítica ao poder na Igreja. A Igreja brasileira também lamentava, na época, o assassinato do padre Jósimo Morais Tavares, morto em maio de 1986 por ter ajudado os pobres na luta contra os poderosos latifundiários da Amazônia. A descoberta da teologia da libertação e do ativismo clerical renovou minhas raízes católicas. Quando ouvi padres censurarem as iniqüidades sociais durante a primeira campanha eleitoral no Brasil pós-ditadura, pensei comigo: "É isso que a Igreja devia estar fazendo em todo lugar!". A Igreja brasileira contrastava gritantemente com a conformista Igreja americana, cuja atenção se voltava para uma classe média que, acabada a missa, corria para o estacionamento e embarcava em seu carro novo em vez de refletir sobre a renovação de sua vida com Deus. O que presenciei no Brasil levou-me a fazer da Igreja o tema de minha tese de doutorado em história da América Latina, defendida na Universidade da Califórnia em San Diego.
Iniciei minhas pesquisas no Rio de Janeiro em uma tarde amena do inverno de 1987. Fui conhecer um dos mais notáveis clérigos brasileiros, o padre Marcello de Carvalho Azevedo, intelectual jesuíta cujo influente livro sobre a fé, a cultura e as renomadas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) acabara de ser publicado em inglês. As CEBs emergiram na década de 1970, quando a Igreja lutava pelo fim da ditadura militar no Brasil. O padre Marcello recebeu-me com seu largo sorriso característico e, em cerca de uma hora, sem consultar anotações, esboçou verbalmente quatro possíveis temas para uma tese. Um deles, a formação de padres em seminários diocesanos, não fora estudado sistematicamente por nenhum historiador ou cientista social. "Você pode-rá prestar um grande serviço à Igreja brasileira se fizer um estudo sobre os seminários", ele me disse.
O padre Marcello acolheu-me em seu escritório no bairro de Botafogo, um dos mais interessantes microcosmos da vida brasileira moderna. Não muito distante do centro do Rio, Botafogo abrigava uma das maiores concentrações da intelectualidade latino-americana. O padre Marcello e outros pensadores influentes da Igreja progressista trabalhavam no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (IBRADES). Essa instituição era composta por um influente grupo jesuíta de estudos interdisciplinares que formara toda uma geração de militantes católicos. Em 1970 agentes do regime militar haviam invadido o IBRADES, um ato que quase levou à ruptura da histórica relação entre Igreja e Estado. A poucos passos situava-se o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, onde pesquisadores chefiados pelo ex-militante católico Herbert de Souza (Betinho) organizaram um movimento nacional de combate à pobreza na década de 1990. Após as apresentações formais, o padre Marcello e eu fizemos uma rápida caminhada pela rua São Clemente. Outrora ornada com elegantes residências da nobreza imperial brasileira do século XIX, época em que Botafogo era uma idílica periferia da cidade, essa rua hoje fervilha de carros, pedestres e consumidores, muitos deles moradores de prédios. A alguns metros na mesma rua encontramos o centro cultural conhecido como Casa de Rui Barbosa, onde morara o grande jurista, acadêmico, estadista e abolicionista brasileiro. Fernando Henrique Cardoso, o sociólogo mundialmente renomado e presidente do Brasil de 1995 a 2003, cresceu em Botafogo. O padre Marcello indicou-me o Colégio Santo Inácio, escola preparatória jesuíta que educou muitos membros da elite masculina do Brasil.Mais à frente encontrava-se o Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), fundado por Candido Mendes, o brilhante bisneto do senador que defendeu a Igreja contra a intrusão do Estado na década de 1870. O IUPERJ localizava-se no centro de Botafogo, na rua da Matriz, que liga a São Clemente a outra principal via do bairro. Uma igreja de pedra assoma impassível no fim da rua da Matriz, e quem se vira para o lado da São Clemente vê os morros e o Corcovado, onde a estátua do Cristo Redentor abre os braços num gesto benevolente mas distante para o povo do Rio.
A vida sofre drástica mudança na encosta do morro, precariamente ocupado pela favela Dona Marta. A comunidade, que seus moradores chamam de Santa Marta, nome cunhado por um padre jesuíta, ganhou na década de 1980 em todo o país a péssima reputação de ser um antro dos narcotraficantes e seus capangas. Em 1996 tornou-se um símbolo da violência e das tensões entre o Primeiro e o Terceiro Mundo quando o cantor Michael Jackson e o produtor de cinema Spike Lee filmaram no local um polêmico videoclipe. Alguns políticos brasileiros opuseram-se às filmagens, e Lee teve de pagar ao chefão do tráfico para poder trabalhar em segurança. Nesse mesmo ano o diretor brasileiro Murilo Salles fez um aclamado e trágico filme baseado nas crianças dessa favela, intitulado Como nascem os anjos. Aliando o refinamento cosmopolita à luta de classes, Botafogo e Santa Marta refletem as contradições do subdesenvolvimento pós-moderno.
O padre Marcello atribuiu essa situação à opressão estrangeira. Apontou para os ônibus barulhentos que subiam a São Clemente arrotando diesel poluente. A classe média evitava andar neles. Não passavam de caminhões de transporte adaptados, com bancos desconfortáveis e uma catraca rudimentar e ruidosa. Pareciam destinar-se ao transporte de animais. Os moradores da Santa Marta resignavam-se a passar a vida viajando naqueles veículos de casa para o trabalho. "Veja o que as multinacionais fazem aqui no Brasil", disse o padre Marcello. "Deixam sua pior tecnologia para os países pobres."
Nosso encontro resolveu algumas de minhas questões principais. O padre Marcello não só me ajudou a tomar uma decisão fundamental para minha carreira, mas, além disso, me incumbiu de uma importante missão. No Brasil a Igreja realmente era importante e, a julgar por indivíduos como o padre Marcello, parecia verdadeiramente se preocupar com o povo.Meu trabalho seria muito mais do que um exercício acadêmico. Eu me aventuraria pela fé, pela política e pela luta em prol da mudança social.
Mas um estudo dos seminários teria de abordar mais do que as preocupações predominantemente políticas expressas na maioria dos textos sobre a Igreja católica latino-americana contemporânea. Em meu contato com o padre Marcello eu já observara que a vida do clero brasileiro envolvia demandas complexas e às vezes contraditórias. Por exemplo, ele pertencia ao clero religioso (ou regular). Esses padres são agrupados em ordens, podem servir em qualquer parte do mundo e atuam subordinados a um bispo apenas se servirem formalmente em uma diocese, a principal divisão territorial da Igreja. No entanto, o padre Marcello recomendou que eu estudasse os padres diocesanos (ou seculares), que geralmente passam toda a carreira subordinados ao bispo local. De início, decidi concentrar-me apenas na formação dos padres diocesanos. Mas no Brasil os jesuítas e outras ordens haviam assumido boa parte da responsabilidade pela formação dos padres diocesanos. Surgiram rivalidades entre os padres religiosos e seculares, e também entre as várias ordens que vieram da Europa para o Brasil. Em especial, emergiram tensões em torno das linhas de identidade nacional. Por isso, meu estudo expandiu-se para incluir uma pesquisa sobre os religiosos. Foi além dos seminários e buscou uma visão geral do clero e de outros temas, como a religião popular e a estrutura da Igreja institucional. Embora a princípio eu pensasse em analisar apenas o período pós-Segunda Guerra Mundial, logo ficou claro que não seria possível explicar os seminários sem retornar à era colonial.
As dificuldades dos padres com o celibato tornaram-se parte inevitável de minhas pesquisas. Descobri o lado pessoal das coisas quando procurava pelo núcleo da teologia da libertação entre os padres militantes da Baixada Fluminense, o tórrido e apinhado complexo de subúrbios operários do Rio de Janeiro. Escrevendo sobre esses homens, e às vezes até ajudando-os, vi como eles mergulharam nas disputas políticas do novo regime democrático brasileiro e por isso foram vitimados pela opressão de burocratas da Igreja, ameaçaram o conforto pecuniário de seus inimigos clericais e contestaram o modelo clássico de sacerdócio.
[...]

UM LANÇAMENTO DA


quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Violeiro Fernando Deghi em recital no Paiol










O instrumentista executa composições próprias e destaca as possibilidades da viola brasileira



Um violeiro que não aceita o termo viola caipira, pelo preconceito imanente da palavra. Este é Fernando Deghi, músico paulista que estará sábado e domingo (dias 30 e 31), no Teatro Paiol, mostrando ao público as diversas possibilidades sonoras da viola brasileira, designação que, segundo ele, é muito mais apropriada ao instrumento. A viola é uma herança trazida pelos portugueses.

O repertório do show inclui composições que estarão em seu próximo CD, Ibérias, em fase de produção, com previsão de lançamento para outubro próximo. Também presentes músicas do Violeiro andante, seu primeiro disco, além de obras premiadas em festivais. No espetáculo o músico estará tocando em quatro violas diferentes e oito afinações.

Fernando Deghi – Pesquisador, compositor, arranjador e instrumentista, o artista desenvolve seu trabalho em torno da recuperação e da divulgação da viola brasileira. Uma característica da sua música é a busca por novas possibilidades do instrumento, sobretudo em termos de afinações.

Nos últimos anos o violeiro ganhou espaço na cena musical européia. Em Portugal, apresentou-se em Lisboa, Cintra, Évora, Castro Verde, Coimbra, Oeiras, Seixal, Amadora, Penha Garcia, Monsanto, Ilha da Madeira e nos festivais Raízes do Atlântico, Machico, Ribeira Brava e Músicas do Mundo.

Em 2005, participou em Porto Alegre do evento musical 4X Brasil – Itinerários da cultura brasileira, ao lado de Hermeto Paschoal, MPB-4, Francis Hime, Renato Borguetti, DuoFel, Zeca Collares e Orquestra de Câmara de Porto Alegre.

Como ator integrou os elencos das novelas Escrava Isaura e Bicho do mato, da Rede Record.





Serviço:

Fernando Deghi, violeiro, compositor e arranjador, mostra a sonoridade da viola utilizando quatro instrumentos diferentes em oito variações.

Data: 30 de agosto (sábado), às 21h, e 31 de agosto (domingo), às 20h

Local: Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n – Prado Velho)

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (estudantes e para quem levar um quilo de alimento não perecível)

PROGRAMAÇÃO DE CINEMA

De 29 de agosto a 04 de setembro de 2008

Domingo, dia 31 de agosto – ingresso a R$1,00

CINEMATECA - Sala Groff - Rua Carlos Cavalcanti nº 1174 fone 41 3321-3270 (De segunda a sexta-feira, das 09:00 às 12:00 e das 14:00 às 18:30) e 3321-3252 (diariamente das 14:30 às 21:00) – www.fccdigital.com.br. Ingressos: R$ 5,00 e R$ 2,50 (meia entrada e pessoas com mais de 60 anos)

NOITE DE ESTRÉIA (Opening Night – EUA, 1977). Duração 144’. Direção de John Cassavetes. Com Gena Rowlands, John Cassavetes, Bem Gazzara. Uma jovem morre num acidente automobilístico no momento em que tenta encontrar sua atriz favorita na noite de estréia de sua peça. A atriz em questão é Myrtle Gordon que, quando fica sabendo sobre a morte de sua fã, passa a questionar a vida pessoal, o que acaba comprometendo a profissional. Classificação 14 anos

Sessões às 15h30 e 20h

Dias 29/8 e 4/9, sessão somente às 15h30

LANÇAMENTO CURTAS-METRAGENS

Dia 29, às 18h30 – entrada franca

Classificação livre para todos os filmes

São sete documentários curtas, direção de Edu Garcia, que trazem um painel de cultura popular brasileira em comunidades que se destacam pela qualidade de seu repertório artístico, de seus músicos e cantores, e a força de suas tradições. Produção do grupo a Barca, de São Paulo, através de projeto que permitiu o registro destas imagens em viagem por nove estados do Brasil.

Os filmes:

BUMBA BOI BRILHO DA SOCIEDADE (Cururupu/MA)

CANTADEIRAS DO SOUZA (Jequitibá/MG)

CASA FANTI ASHANTI (São Luís/MA)

IRMANDADE DO ROSÁRIO DE JUSTINÓPOLIS (Ribeirão das Neves/MG)

POVO KARIRI XOCÓ (Porto Real do Colégio/AL)

REDANDÁ CANDOMBLÉ ANGOLA (Cipó Guaçu/SP

QUIXABEIRA DE LAGOA DA CAMISA (Feira de Santana/BA)



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Dia 4, às 20h – entrada franca

GUIDO VIARO – RETRATO COLETIVO (BR/PR-2007). Duração 53’. Direção de Túlio Viaro.

Documentário sobre o pintor, gravurista, escultor e educador Guido Viaro (1897-1971), um dos principais nomes das artes plásticas do Paraná. O cineasta Túlio Viaro é neto do pintor. Classificação livre



PROGRAMAÇÃO

De 29 de agosto a 04 de setembro de 2008

Domingo, dia 31 de agosto – ingresso a R$1,00

CINE LUZ Rua XV de Novembro nº 822 fone 41 3321-3270 (De segunda a sexta-feira, das 09:00 às 12:00 e das 14:00 às 18:30) e 3321-3261 (diariamente das 14:30 às 21:00) www.fccdigital.com.br Ingressos: R$ 5,00 e R$ 2,50 (meia entrada e pessoas com mais de 60 anos)


OS SIMPSONS – O FILME (EUA/2007). Duração 87’. Direção de David Silverman. Animação Dublada. Homer Simpson tem um novo bicho de estimação: um porco. Devido a um silo perfurado e cheio de fezes, um desastre de grandes proporções acontece em Springfield. Isto faz com que uma multidão sedenta por vingança se reúna diante da casa dos Simpsons, querendo Homer e sua família de qualquer jeito. Eles conseguem escapar, mas a partir de então os Simpsons passam a discutir e se dividir sobre o ocorrido. Paralelamente o ocorrido chama a atenção do presidente dos Estados Unidos, Arnold Schwazenegger, e do chefe da Agência de Proteção Ambiental, Russ Cargill, que planeja realizar um plano diabólico para conter o desastre ocorrido.

Classificação livre.

Sessões às 15h30

Domingo, dia 24 – sessões às 10h30 e 15h30

PERSÉPOLIS (FRA/EUA, 2007). Duração 95’. Direção de Vicent Paronnaud e Marjane Satrapi. Elenco de vozes com: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Danielle Darrieux. Animação. Marjane é uma jovem iraniana de oito anos, que sonha em ser uma profetisa do futuro, para assim salvar o mundo. Querida pelos pais cultos e modernos e adorada pela avó, ela acompanha avidamente os acontecimentos que conduzem à queda do xá e de seu regime brutal. A entrada da nova República Islâmica inaugura a era dos "Guardiões da Revolução", que controlam como as pessoas devem agir e se vestir. Marjane, que agora deve usar véu, deseja se transformar numa revolucionária. Mas, para tentar protegê-la, seus pais a enviam para a Áustria. Classificação 12 anos

Sessão às 17h15

Mostra de Filmes Restaurados do Acervo da Cinemateca de Curitiba

De 29 de agosto a 04 de setembro de 2008 (ver programação anexa)

Sessão às 20h - Entrada franca

Termina na próxima sexta-feira o Simpósio Internacional Caminhos Cruzados





Promovido pela Unesp e Editora Unesp, com apoio do MinC,
o Simpósio Internacional Caminhos Cruzados: Machado de
Assis pela Crítica Mundial reúne, em evento gratuito
aberto ao público, os grandes nomes da crítica machadiana
nacional e internacional. O Simpósio teve início na
última segunda-feira (25) e termina na próxima sexta-
feira (29), no auditório do MASP, em São Paulo.

"Machado de Assis: tradução, recepção, leituras críticas
fora do Brasil" e "Realismo em Machado de Assis" são os
debates programados para esta quinta, 28 de agosto. As
palestras da manhã serão proferidas por Daphne Patai e
Victor K. Mendes, ambos da Universidade de Massachusetts,
tendo como debatedora Lúcia Granja, da Unesp. À tarde,
falam Hans Ulrich Gumbrecht (Universidade de Stanford) e
Jean Michel Massa (Universidade de Rénnes 2) e o
debatedor é Hélio de Seixas Guimarães, da USP.

Na sexta, 29 de agosto, a mesa redonda no período da
manhã, "Machado de Assis: acadêmico", conta com a
participação do embaixador Sérgio Paulo Roaunet, o poeta
e professor do curso de letras da UFRJ Antônio Carlos
Secchin e do diplomata Alberto Costa e Silva. Para
encerrar, Massa, fala sobre "A França que Machado de
Assis nos legou".

No dia de abertura, falaram o escritor Milton Hatoum e o
professor de Literatura Brasileira da Unicamp, Roberto
Schwarz. Na terça-feira (26), o professor da US Naval
Academy, especializado em literatura do Cone Sul, Todd
Garth e Thomas Sträeter, professor na Universidade de
Heidelberg, na Alemanha, participaram de uma mesa redonda
com o tema "Machado de Assis e o panorama intelectual,
técnico e científico do séc. XIX".

Além de mesas redondas, conferências também fazem parte
da programação. No final da tarde de hoje, quarta-feira
(27), das 17h às 18h, o chileno Jorge Edwards comanda uma
sessão de perguntas e respostas, na qual o tema é Machado
de Assis: a invenção do narrador. Hoje pela manhã,
aconteceram dois debates. O primeiro, com início às 9h30,
trouxe à tona a modernidade e a pós-modernidade
incrustadas na obra de Machado de Assis. O outro com
início às 14h, falou sobre os predecessores e influências
do autor.

Quem tiver interesse em se inscrever para o Simpósio
Internacional Caminhos Cruzados: Machado de Assis pela
Crítica Mundial , deve comparecer ao MASP, na Avenida
Paulista, 1578, a partir das 9h30. Para mais informações,
visite http://www.machadodeassis.unesp.br/simposio .

O evento, que marca o centenário da morte de um dos
maiores nomes da literatura brasileira, é também
transmitido ao vivo pela Faac WebTV, projeto do câmpus de
Bauru da Unesp, no endereço www.faac.unesp.br/webtv

Editora UNESP

A Dança do Amor Divino



Originalmente publicado em Back to Godhead [Volta ao Supremo]

Krsna’s Dance of Divine Love

por Krsna Kanta Dasi

Uma sociedade pode ser julgada pelo tipo de educação que preconiza. Milênios atrás, nos tempos Védicos, a classe intelectual era composta por brahmanas, ou aqueles cujo estudo era dedicado ao entendimento da realidade suprema, Brahman. A classe intelectual de hoje orgulha-se de seu ensino de conhecimento secular. E mesmo que muitas universidades ofereçam cursos de religião, esses tendem a ser preconceituosos e incompletos.



Srila Prabhupada dizia que a universidade ideal deveria educar seus estudantes no conhecimento acerca da transcendência. Ele escreve: “Atualmente, muitas pessoas estão interessadas em se graduar em grandes universidades, mas educação sem consciência de Deus não é nada mais que uma expansão da influência de maya. Porque o conhecimento é roubado pela ilusão, as universidades trazem apenas impedimentos para o caminho da consciência de Deus”. (Ensinamentos do Senhor Kapila, Capítulo 12)



Prabhupada queria continuar a difusão do conhecimento da filosofia de bhakti iniciada por seus antecessores, especialmente Srila Bhaktivinoda Thakura e Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati. Prabhupada, assim, encorajou alguns de seus discípulos a apresentarem a consciência de Krsna em universidades e a corrigirem idéias equivocadas acerca de Deus.



Recentemente, entrevistei Garuda Dasa, discípulo de Prabhupada (conhecido no meio acadêmico como Dr. Graham Schweig), doutor em religiões comparadas pela Universidade de Harvard e professor de Religiões do Mundo com foco em estudos índicos, lecionando, atualmente, na Universidade em que se formou tanto para graduandos quanto para alunos de pós-graduação. Com a formação acadêmica associada à sua visão devocional de bhakta, ele apresenta o verdadeiro Krsna para o mundo intelectual. Seu livro recém lançado, Dance of Divine Love: The Rasa Lila of Krsna from the Bhagavata Purana (publicado pela Princeton University Press), aborda um tema comumente mal compreendido por seus estudiosos, uma vez que o tom erótico da obra pode sugerir a ausência de ética ou moral. Ou seus estudantes simplesmente não foram capazes de apreciar a profundidade e riqueza teológica que é ali apresentada.



Eu perguntei a Garuda Dasa o que o levara a escrever sobre a rasa-lila, a história da dança sagrada do Senhor Krsna com as donzelas de Vraja, conhecidas como gopis (vaqueiras).



“Quando eu propunha temas para a dissertação de meu doutorado em Harvard ao meu orientador”, ele me contou, “nunca tive como plano focar-me neste tema sagrado tão comumente mal compreendido. Após um ano pensando em diversos temas possíveis, meu orientador sugeriu-me focar mesmo no significado da rasa-lila dentro da escola Vaisnava de Caitanya, uma vez que a rasa-lila recebe pouca atenção acadêmica apesar de sua fama”.



Apresentar a rasa-lila é um desafio, pois esta lila (passa-tempo) de Krsna revela a mais íntima troca de sentimentos amorosos entre Deus e Seus devotos. Além do papel de Krsna na rasa-lila poder ser visto como imoral pelos desinformados.



Na introdução de seu livro, Garuda Dasa resume os cinco capítulos do Srimad-Bhagavatam que descrevem a rasa-lila:



Em uma noite especial, a lua crescente atinge sua plenitude com um brilho resplandecente. Seus raios avermelhados iluminam toda a floresta, enquanto os lótus noturnos começam a desabrochar. A floresta, durante esses dias, apresenta-se ricamente decorada com delicados jasmins, fazendo lembrar os negros cabelos das deusas decorados com pequenas flores. Tal cenário é tão arrebatador que o Senhor Supremo, como Krsna, o eternamente jovem vaqueirinho, toca uma melodia muito cativante em Sua flauta. Tocado por fortes emoções, Krsna deseja, mais do que nunca, entregar-se ao amor.



Tão logo escutam a atraente música de Sua flauta, as donzelas de Vraja, conhecidas como Gopis, que já eram extremamente apaixonadas por Krsna, deixam, de imediato, suas casas, parentes e deveres domésticos. Elas deixam tudo para trás para desfrutarem com Seu amado na floresta enluarada. Krsna e as Gopis se encontram e fazem um concerto muito harmonioso à beira do rio Yamuna. Quando as donzelas se tornam orgulhosas devido à atenção que Krsna lhes presta, todavia, o amado Senhor desaparece da visão das jovens. As Gopis procuram por Krsna em toda a parte. Descobrindo que Ele havia fugido com uma donzela em especial, elas descobrem, em seguida, que essa também fora abandonada por Ele. Quando a escuridão termina de tomar a noite na floresta, as donzelas vaqueiras desistem de buscá-lO e ficam a cantar canções de esperança e desesperança, ansiando por Seu retorno. Krsna, então, habilmente reaparece e fala a elas sobre a natureza do amor.



A narrativa tem seu ápice com o início da dança da Rasa. As Gopis se dão as mãos, formando um grande círculo. Por um arranjo divino, Krsna dança com todas as donzelas de uma única vez, e, ainda assim, cada uma acredita ser a única a dançar com Ele. O amor supremo alcança agora sua máxima perfeição expressiva através da inebriante dança, que segue noite a dentre acompanhada das mais belas canções, no cenário divino da rasa-lila. Cansados depois de tanto dançarem, Krsna e as Gopis se refrescam no rio. Então, um tanto relutantes, as vaqueirinhas retornam para suas casas.



A rasa-lila é um acontecimento espiritual, e as trocas amorosas entre Deus, como Krsna, e aqueles Seus associados mais íntimos, constitui o mais puro amor espiritual. Para garantir que sua abordagem ao texto sagrado em questão seja autorizada, Garuda Dasa recorre exclusivamente aos trabalhos dos grandes santos dentro da sucessão discipular do Senhor Caitanya. Ele tomou por objetivo presentear os leitores com uma imagem detalhada e deslumbrante do passatempo no qual o Senhor Krsna, o reservatório de todo o prazer, encontra mais prazer em executar. A mim, suas traduções e comentários acerca do mais confidencial passatempo do Senhor Supremo são plenamente bem sucedidos no que tange conduzir o leitor ao reino onde apenas o amor puro existe.



Garuda Dasa diz: “Eu começo inteirando o leitor acerca de histórias sagradas de amor em diversas culturas e sua função de expressar o amor por Deus. A Canção de Salomão inspira seguidores das tradições místicas Judaica e Cristã no ocidente a abrirem seus corações para as dimensões de maior intimidade com Deus. De forma similar, a literatura purânica traz a rasa-lila que Srila Visvanatha Cakravarti Thakura, um filósofo Vaisnava, chama de “a mais bela jóia da coroa das atividades de Deus”.



“Dentro dessas histórias sagradas de amor”, Garuda Dasa continua, “as tradições religiosas apontam uma fase específica do amor divino para terem como modelo para a prática religiosa. Eu chamo a atenção para o fato de que as Gopis exibem todas as 8 fases de amor supremo que são exibidas parcialmente em outras histórias: despertar, ansiar, encontrar, entrar em conflito, separar, lamentar-se, reencontrar e regozijar pelo triunfo do amor. Para os Gaudiya Vaisnavas, a fase espiritual mais venerada é aquela em que se lamenta em separação, ou vipralambha-seva, que encontra espaço no Gopi Gita (A Canção das Gopis), no ato principal da rasa-lila”.



“Outro filósofo santo, Jiva Gosvami”, ainda adicionaria Garuda Dasa, “apresenta outras considerações acerca do intenso sentimento de separação das Gopis que para mim são considerações realmente próprias de uma personalidade iluminada. Ele escreve, por exemplo, que o objetivo de Krsna se separar das Gopis é unicamente para aumentar o apego delas. Os versos do Gopi Gita recebem privilegiada atenção por parte dos seguidores do Senhor Caitanya enquanto eles descrevem a viraha bhakti, ou o amor da alma com saudades de Deus e a loucura divina que caracteriza tal sentimento. Essa loucura das donzelas de Vraja, como descrita no Bhagavatam, de alguma forma se torna modelo para o Senhor de Jiva Gosvami, Sri Caitanya Mahaprabhu, cuja vida é famosa por Sua loucura extática originada de Sua devoção a Krsna”.

Tradução Poética

Garuda Dasa falou um pouco também sobre o desafio de se traduzir essa obra prima do décimo canto do Bhagavatam, que seu antigo professor de sânscrito de Harvard chamou de “o poema mais encantador jamais escrito”.

“Eu descobri que os textos originais da rasa-lila em Sânscrito não apenas possuem os ornamentos da poesia sânscrita (kavya), mas, em vários pontos, também estão em conformidade com as convenções do drama indiano clássico (natya). O primeiro verso, por exemplo, traz consigo diversos elementos dessas tradições, e eu me empenhei muito para sua tradução”:

Even the Beloved Lord,

seeing those nights

in autumn filled with

blooming jasmine flowers,

Turned his mind toward

love’s delights,

fully taking refuge in

Yogamaya’s illusive powers.

“Tento, aqui, transportar para o inglês alguns elementos da beleza poética e dramática do original enquanto mantenho uma tradução bem literal. Muitas páginas do livro foram dedicadas à apreciação do valor literário e teológico deste primeiro verso”.

A nuance de erotismo da rasa-lila tanto atraiu quanto intimidou pensadores ao longo da história. O irresistível apelo sedutor é trazido pela postura das Gopis de se doarem de forma espontânea e plenamente destituída de egoísmo a seu objeto de amor, Krsna. As Gopis são o modelo perfeito para todo aquele que está progredindo no caminho da bhakti-yoga, o caminho pelo qual se obtém Deus através do serviço amoroso. Eu pedi a Garuda Dasa para que falasse um pouco sobre como essa lila esotérica é relevante para o movimento Hare Krsna atual.

“Embora a rasa-lila represente o que há de mais elevado em termos de amor transcendental dentro da tradição Vaisnava”, ele começa, “ela é surpreendentemente relevante às praticas básicas na vida devocional de um iniciante. Por exemplo, o maha-mantra – o mundialmente famoso mantra sagrado constituído de trinta e duas sílabas Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare – é a reencenação da dança da rasa. Como eu trago em meu livro: ‘O padrão de movimento de oito pares de nomes femininos [Hare] e masculinos [Krsna e Rama] de Deus podem ser observados no mantra. [...] Quando praticantes recitam o mantra repetidas vezes, os nomes divinos formam um padrão de som e movimento que reproduzem a troca amorosa que acontece entre os dançarinos masculinos e femininos na dança da Rasa [as várias vaqueiras com os vários Krsnas multiplicados]’. Em seguida, trago que ‘o mantra começa e termina com nomes femininos, prendendo os nomes masculinos da mesma forma que as Gopis cercam Krsna em uma roda no início da dança da Rasa’.”.

“Discuto também outros temas relevantes ao movimento Hare Krsna atual, como ‘A Yoga Devocional Transcende a Morte’, ‘Limites Éticos e Amor Sem Limites’, e a distinção entre o amor mundano e o empolgante amor por Deus no capítulo chamado ‘Desvendando o Amor Devocional’.”.

“Uma das principais mensagens do livro é que orgulho e amor não se misturam. Quando as almas se tornam maculadas pelo orgulho, Deus desaparece. Quando nos colocamos, de alguma forma, superiores aos outros, quando nos comparamos aos outros e os julgamos, Deus simplesmente desaparece, assim como fez com as Gopis ao fim do primeiro capítulo da história da rasa. Essa mensagem sobre como o orgulho não compraz a Deus é novamente enfatizada no segundo capítulo, quando Krsna abandona Sua Gopi favorita, Radha, quando Ela também exibe sintomas de orgulho. Embora o amor das Gopis por Krsna seja puro, esse orgulho é exibido como uma lição para todas as almas que estão se empenhando em busca do amor puro por Deus. A mensagem é clara: Não há espaço para orgulho no reino do amor puro, desinteressado e eterno”.

Unicidade Religiosa

Minha conversa com Garuda Dasa toca de alguma forma a tensão que existe no mundo entre diferentes religiões. Os membros das diferentes tradições religiosas do mundo afastam Deus quando se deixam levar pelo orgulho e reivindicam para si a exclusividade da verdade absoluta, taxando as demais religiões de falsas. Contrariando tal visão fundamentalista, Srila Prabhupada costumava desfrutar do fato dos membros da ISKCON consistirem de pessoas vindas de todas as tradições religiosas, unidas pelo desejo comum de amar a Deus: “Nós podemos escolher nossa religião e sermos Hindus, Muçulmanos, Budistas, Cristãos, tanto faz, desde que saibamos o verdadeiro propósito da religião. O Srimad-Bhagavatam não recomenda que abandonemos nossa religião atual, mas apenas aponta o propósito da religião. Esse propósito é amor por Deus, e a religião que melhor nos ensine a como amar o Senhor Supremo é a melhor religião”. - (Elevação à Consciência de Krsna)

Encerrando seu livro, Garuda Dasa sugere aos seus leitores a mesma profunda compreensão teológica que Srila Prabhupada descreveu acima. Embora o livro apresente a rasa-lila como um acontecimento histórico no qual Krsna manifestou na Terra a troca de sentimentos amorosos transcendentais que tem com Seus devotos íntimos, aqueles fora da tradição Vaisnava poderiam, pelo menos, ver a rasa-lila como uma mensagem que simboliza o genuíno pluralismo religioso.

“O círculo divino que é aberto no começo da dança da Rasa”, Garuda Dasa escreve, “poderia ser tomado como símbolo de um genuíno pluralismo religioso, no qual os seres humanos de diferentes fés podem amar a Deus [...] harmoniosamente, e individualmente, sendo que cada alma recebe atenção individual e superlativa de Deus. [...] Portanto, é somente depois que as almas devotas se reúnem para formar um grande círculo em volta de Deus, com suas mãos dadas por amizade sincera, que Deus aceita se conectar com cada alma – ficando Deus endividado com aqueles que se unem para adorá-lO, servi-lO e amá-lO”.

Garuda Dasa adiciona: “Certamente, o mundo poderia aprender algo muito valioso da rasa-lila: a como ter aqueles amor e graça exclusivos de Deus que Judeus, Cristãos e Muçulmanos tão frequentemente anseiam, e ainda a como conseguir simultaneamente uma unicidade mundial que as tradições ocidentais muito necessitam. O mundo carece urgentemente dessa combinação inclusivista e exclusivista simultânea”.

Garuda Dasa está confiante de que essa mensagem sobre o amor, apresentada na exaltada rasa-lila, pode ser recebida pela classe intelectual e qualquer outra classe de pessoas do ocidente. Todas as almas estão convidadas a dançar com Deus na rasa-lila, basta que se qualifiquem.

Por fim, Garuda Dasa escreve: “Aqueles que já fazem parte da dança, que já desfrutam da intimidade exclusiva de Deus, têm os corações cheios de compaixão por aqueles que ainda estão de fora, e querem que todos desfrutem da dança do amor divino”. As almas santas, os grandes devotos, são aqueles que nos permitem entrarmos nas regiões mais confidenciais do amor supremo.

Acredito poder afirmar, sem reservas, que o livro Dance of Divine Love, com sua cuidadosa apresentação das confidencias trocas amorosas de Deus com Seus devotos, permitirá a acadêmicos e pessoas em geral a compreenderem o significado verdadeiro da rasa-lila, e ajudará na missão daqueles que anseiam em ver todas as almas espirituais avançando na vida devocional.



Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Banda Góticos 4Fun lança CD no TUC



Baladas psicodélicas e punk rock tomam conta do palco, no show de lançamento do CD “Ame os Góticos 4Fun”, às 19h desta quinta-feira (28).



A atração do TUC – Teatro Universitário de Curitiba, às 19h30 desta quinta-feira (28), é o show de lançamento do CD Ame os Góticos 4Fun, da banda curitibana Góticos 4Fun. Produzido por Fernando Tupan e Marcus Gusso, pelo selo Discos Voadores, o CD mantém uma das marcas da banda, que é a clássica mistura de rock’n’roll, glam rock setentista e o mais puro noise da década de 90.

A abertura do disco é com o rock stoneano Tropecei, seguido pelo hit single Não Beba o Meu Vermuth, com uma levada mais bluesy. A terceira faixa é Amor Meretrício, um hard rock que fala sobre a paixão da banda por garotas de vida fácil. Outro destaque é a música Major Junkie, uma brincadeira com David Bowie, uma das principais influências dos Góticos.

A grande diferença deste CD em relação aos trabalhos anteriores da banda – Góticos 4Fun (2003) e Ao Vivo na Grande Garagem que Grava (2005) – fica por conta das baladas psicodélicas Mil Corpos e Perversidade. A primeira é classificada pelo grupo como uma espécie de canção de ninar para pacientes psicóticos. Já a segunda pode ser descrita como um cruzamento inusitado entre o punk nova-iorquino de Johnny Thunders e Richard Hell com as esquisitices de bandas neo-psicodélicas como Mercury Rev. O disco encerra com o punk rock Reencontro e o instrumental Kibebe.



O grupo – A banda Góticos 4Fun foi fundada em 2003 por Johnny Lipstick (voz e composição) e Pharosbird (guitarra), durante uma conversa de bar. Em seguida foram chamados Gary Flower para o baixo, Easter Egg Jones para a segunda guitarra e Roy Thunders, na bateria. Easter Egg saiu ainda no final de 2003, quando Roy assumiu sua posição e a banda convocou Vic Lovestar para comandar as baquetas, peles e pratos, fechando a formação clássica dos Góticos 4Fun.


Serviço: Show de lançamento do CD Ame os Góticos 4Fun, da banda curitibana Góticos 4Fun Local: TUC – Teatro Universitário de Curitiba (Galeria Júlio Moreira, s/n – Setor Histórico) Data e horário: 28 de agosto de 2008 (quinta-feira), às 19h30 Ingressos: R$ 3 e R$ 1,50 (estudantes)

Camerata apresenta-se com regência de maestro francês e solo de Marília Vargas


O concerto da Camerata Antiqua de Curitiba, neste fim de semana, conta com a participação especial do maestro Martin Gester e da soprano Marília Vargas.



Um dos concertos mais interessantes da temporada 2008 da Camerata Antiqua de Curitiba, sob o patrocínio da Volvo, acontece neste fim de semana, tendo dois convidados especiais – o maestro francês Martin Gester e a soprano Marília Vargas. Serão duas apresentações: sexta-feira (29), às 20h, na Paróquia Bom Pastor, com entrada franca, e sábado (30), às 18h30, na Capela Santa Maria. O concerto também traz um repertório raro, com obras pouco executadas de três compositores do século XVIII – Domenico Cimarosa (1749-1801), Johann Christian Bach (1735-1782) e Baldassare Galuppi (1706-1785). O contratenor Paulo Mestre também atuará como solista.

O maestro Martin Gester, que pela primeira vez vem reger uma orquestra no Brasil, atua também como solista de cravo e órgão. Tem apresentado recitais e concertos na maioria dos países europeus, bem como nos Estados Unidos e países da Ásia. É chefe do departamento de música antiga do Conservatório de Strasbourg e dirigente do grupo Le Parlement de Musique. Como solista e como maestro desse grupo, Martin Gester gravou perto de 40 discos, muitos deles premiados e aclamados pela crítica. Pelo seu trabalho musical, o maestro tornou-se, em 2001, Cavaleiro das Artes e Letras pelo Ministério da Cultura da França.

Outra convidada especial da apresentação é a soprano Marília Vargas, artista curitibana que vem desenvolvendo uma brilhante carreira no exterior. A artista iniciou seus estudos de canto aos 12 anos com Neyde Thomas, mas atualmente estuda fora do Brasil. Em 2001 obteve o diploma de solista de um dos mais conceituados conservatórios da Europa, a Schola Cantorum Basiliensis, e em 2005 diplomou-se pela Escola de Música de Zurique. Também participou de concursos e recebeu vários prêmios.

Professora convidada para cursos e festivais, Marília Vargas colabora regularmente com diversos grupos de música antiga, com os quais se apresenta por toda a Europa, pelo Brasil e Japão, além de realizar diversas gravações para rádio, televisão e CDs. Desde o ano de 2000, canta com La Capella Real de Catalunya, sob a direção de Jordi Savall, com a qual gravou o CD Homenatge al Misteri D'Elx. Também tem atuado como solista do Ensemble Le Parlement de Musique, sob a direção de Martin Gester. Tem sido solista convidada de diversas orquestras, entre elas Aargauer Symphonie Orchester, Orchestra of the Age of Enlightenment, Zürcher Kammerorchester, Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra Sinfônica de Londrina, Orquestra Petrobras Sinfônica.

Em junho de 2005, Marília Vargas apresentou-se no concerto de abertura do Ano Brasil-França, em Versalhes, e na oportunidade interpretou, ao lado de Antonio Menezes, a Bachiana n.º 5 de Villa Lobos. Sob a regência de Ricardo Kanji, realizou em 2005 uma série de concertos com Música Colonial Brasileira em importantes teatros franceses, tais como o Auditorium de Dijon e o Arsenal de Metz. Durante o mês de julho de 2006, cantou pela primeira vez no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, solista da Missa em Dó menor de Mozart, com a Orquestra Petrobras Sinfônica. Este ano, além de vários recitais e concertos no Brasil e na Europa, a cantora iniciou a gravação de um CD de canções da compositora italiana Barbara Strozzi.



O repertório – O concerto tem início com a Missa Pro Defunctis em Sol menor, do italiano Domenico Cimarosa. Trata-se de uma música majestosa, porém serena, escrita para ser executada por um conjunto de coro e corda, com destaque para as vozes de soprano, alto, tenor, baixo, além de órgão e duas trompas. Foi composta para o funeral da Duquesa de Serra Capriola e mais tarde foi executada em seu próprio funeral, em 1801. Considerado um dos mais importantes compositores da Ópera Cômica Italiana no último quarto do século XVIII, Cimarosa permaneceu quatro anos na corte de São Petersburgo, a convite da imperatriz da Rússia Catarina II. Quando voltou a Nápoles, participou da revolução contra os Bourbon e chegou a ser preso e condenado à morte, mas foi libertado por pressão diplomática da Rússia.

Outra peça do programa é o Moteto Si Nocte Tenebrosa, do compositor Johann Christian Bach, filho mais jovem de Johann Sebastian Bach. Christian Bach nasceu na Alemanha, mas passou boa parte de sua vida na Inglaterra, o que fez com que sua obra, composta de numerosos trabalhos orquestrais e de câmara, músicas sacras, além de várias óperas, tivesse características diferentes das de seu pai. Conhecido como o “Bach Londrino”, escreveu este moteto quando estava em Londres. A obra, em tom vibrante e melodia atrativa, mostra o seu talento na utilização de contrastes. É possível que ela tenha sido escrita para Anton Raaff, um dos famosos tenores daquele século.

Baldasare Galuppi é outro compositor italiano escolhido para o concerto da Camerata com Marília Vargas, que executa o solo da peça Magnificat. Galuppi escreveu quase 100 óperas, sendo um dos mestres mais admirados da ópera bufa. Escreveu também mais de 20 oratórios, composições religiosas e obras instrumentais. O Magnificat é um exemplo das habilidades de Galuppi para escrever no verdadeiro estilo eclesiático, com boas harmonias, modulações e fugas bem trabalhadas.



Serviço:

Concertos da Camerata Antiqua de Curitiba com o maestro francês Martin Gester e a soprano Marília Vargas

Data: 29 de agosto de 2008 (sexta-feira), às 20h

Local: Paróquia Bom Pastor (R. Victório Viezzer, 810 – Vista Alegre)

Entrada franca

Data: 30 de agosto de 2008 (sábado), às 18h30

Local: Capela Santa Maria – Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro)

Ingressos: R$ 10 ou R$ 5 (mais um quilo de alimento não perecível)

O SEGREDO DE SHAKESPEARE



de J. L. Carrell

Páginas - 416

Faltavam apenas três semanas para a estréia de Hamlet no Globe Theatre, em Londres, quando Kate Stanley recebeu uma inesperada e misteriosa visita nas galerias do teatro mais famoso da Inglaterra. Escolhida para dirigir a mais bela jóia da coroa teatral britânica, a jovem americana jamais poderia imaginar que Rosalind Howard, uma exuberante e excêntrica professora de Shakespeare em Harvard, fosse ao seu encontro. O relacionamento entre as duas havia se desgastado depois que Kate decidira trocar a carreira acadêmica pelo teatro três anos antes. Mas a visita de Ros escondia outras surpresas. Em poucas palavras, ela confiaria a sua ex-discípula uma pequena caixa envolta em papel dourado com laço de fita. Kate ainda não sabia, mas um cobiçado e valioso segredo de Shakespeare mudaria para sempre a sua vida.

Recebido com entusiasmo pela crítica e pelo público dos EUA, o romance de estréia da professora de literatura inglesa e americana Jennifer Lee Carrell, O segredo de Shakespeare, passeia com maestria pelas minúcias da obra do bardo inglês e pelos mistérios que cercam a sua identidade. Em uma trama repleta de suspense, perseguições e assassinatos, a autora norte-americana vai construindo um enigmático quebra-cabeça que pode apontar para uma obra até então desconhecida de Shakespeare.

Ainda aturdida com a visita de sua ex-professora em Harvard, Kate Stanley começa a suspeitar do conteúdo do seu presente quando o Globe Theatre misteriosamente pega fogo e Rosalind Howard é encontrada morta nas dependências do teatro. Ao contrário do que se poderia imaginar, a Rainha do Bardo não fora uma vítima do incêndio que assombrou Londres naquela noite. Exatamente como o pai de Hamlet, na peça de Shakespeare, Ros morreu com uma marca de agulha na grande veia atrás da orelha direita. E as coincidências com a obra e a vida do dramaturgo inglês não param por aí.

Estudiosa dos mitos que cercam a trajetória de Shakespeare, Kate se lembra dos tempos de faculdade quando percebe que o incêndio que quase destruiu o Globe Theatre aconteceu em uma terça-feira, 29 de junho. Em 1613, chamas criminosas haviam queimado o teatro pela primeira vez exatamente nesta data. Desconfiada de que Ros lhe confiou um segredo extremamente perigoso, a jovem diretora precisa seguir as pistas deixadas por sua ex-mestra a fim de desvendar este mistério. Em cinco atos, como uma própria personagem da dramaturgia de Shakespeare, Kate Stanley se lança em uma aventura que pode culminar no achado de uma relíquia até então oculta do autor de Macbeth.

Em sua frenética investigação nos Estados Unidos e na Inglaterra, Kate contará com a ajuda de Sir Henry, um consagrado ator em fim de carreira, e de Ben, um desconhecido sobrinho de Rosalind Howard. Sempre no seu encalço, o determinado inspetor britânico Francis Sinclair também se torna uma figura onipresente em sua arriscada missão de encontrar o segredo do bardo inglês. Se não quiser se tornar outra vítima de uma tragédia shakesperiana, Kate vai ter de correr contra o tempo.

Um lançamento da

Antologia da Alimentação no Brasil

de Luís da Câmara Cascudo
Nº de Páginas - 304


A cultura brasileira se desenvolveu sobre muitas bases, e uma delas é inegável: os sabores e cheiros que vêm da cozinha. É esse o ambiente da casa que desperta grande parte da memória afetiva de todos nós. É nesse pequeno espaço que aprendemos os primeiros prazeres, que desenvolvemos as primeiras regras de sociabilidade. É ali que mais nos reconhecemos como brasileiros.
Esta é uma reedição da coletânea de artigos, depoimentos e textos históricos dos séculos XVII a XX, reunidos por Luís da Câmara Cascudo na década de 1970. Em Antologia da alimentação no Brasil, conhecemos histórias saborosas da vida cotidiana brasileira: da introdução do sorvete no Brasil ao cotidiano de bares e cozinhas de negros e brancos, escravos e livres, baianos e mineiros.
A partir dos estudos desse historiador e antropólogo pioneiro nos estudos sobre a alimentação no Brasil é que a comida passou a ser considerada um bem cultural. E um patrimônio cultural extraordinário, cujo propósito é causar deleite e se modificar, dando origens a novos reflexos de quem somos e de como vivemos.
Com História da alimentação no Brasil (também reeditada pela Global) e esta Antologia da alimentação no Brasil, Câmara Cascudo traçou uma fascinante história do povo brasileiro através do que entra por sua boca.

Um lançamento da

Primeiro FONTES DA FICÇÃO

Clique para ampliar e visualizar melhor

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Na Capela, obra integral de Beethoven para violoncelo e piano


Dois recitais oferecem ao público a oportunidade de ouvir a obra integral de Beethoven para dois instrumentos



Na quarta e quinta-feira, dias 27 e 28 de agosto, serão levados dois recitais na Capela Santa Maria – Espaço Cultural, que, juntos, estarão perfazendo toda a obra de Beethoven para violoncelo e piano, composta de seis sonatas e três variações. A empreitada acontece muito raramente e não há registros de que em Curitiba as peças, em sua totalidade, tenham sido executadas. Assumiram o desafio a violoncelista Maria Alice Brandão e o pianista Ney Fialkow.

Uma curiosidade é que estas são obras seminais na história do violoncelo – ao escrevê-las ao longo da vida, Beethoven colocou o instrumento no mesmo patamar de importância dado ao piano. Elas diferem das sonatas para violino e piano, e mesmo para piano-solo, pois o compositor sentiu-se atraído pelo violoncelo devido ao som assemelhar-se ao do tenor. Daí resulta o fato de ele ter feito variações sobre obras cantadas e utilizado frases mais lentas, como se o instrumento “cantasse”. A Sonata n.º 3 representa um marco, pois traz a ruptura de Beethoven com o classicismo.



Programa – Dia 27 serão executadas a Sonata n.º 1, em Fá Maior, Opus 5, a Sonata n.º 2 em sol menor, Opus 5, a Sonata, Op.17, escrita originalmente para trompa e as Doze variações em Sol maior, sobre tema de Judas Maccabeus, de Händel.

Dia 28, serão apresentadas a Sonata n.º 3 em Lá Maior, Op. 69, a Sonata n.º 4 em Dó Maior, opus 102, n.º 1, a Sonata n.º 5 em Ré Maior, opus 102 n.º 2, as Sete variações sobre tema da Flauta Mágica, de Mozart, WoO 46, e as Doze variações sobre tema da Flauta Mágica de Mozart, WoO 60.



Artistas – Maria Alice Brandão e Ney Fialkow são dois músicos de carreira internacional. Maria Alice, pertencente a uma das mais tradicionais famílias de musicistas do Paraná, é professora da Escola de Música e Belas Artes, sendo requisitada constantemente para apresentações com orquestras.

Aluna e assistente de Zygmunt Kubala, formou-se na Escola Superior de Música de Franfurt am Main, na Alemanha, especializando-se em Violoncelo Barroco na Schola Cantorum Basiliensis, na Suíça. Exerce intensa atividade como solista e camerista.

Ney Fialkow é graduado em piano pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo mestrado no New England Conservatory, de Boston, com Patrícia Zander. É doutor em Música pelo Peabody Conservatory, da Johns Hopkins University, em Baltimore, onde foi assistente da célebre pianista Ann Schein, discípula de Artur Rubinstein. Entre os prêmios recebidos destacam-se o VII Prêmio Eldorado de Música, de São Paulo, e o Prêmio Frances Turner, por destaque em performance de piano, concedido pelo Peabody Conservatory.



Serviço: Recital de violoncelo e piano com obras de Beethoven. Com Maria Alice Brandão (violoncelo) e Ney Fialkow (piano). Data: 27 e 28 de agosto (quarta e quinta-feira), às 20h30 Local: Capela Santa Maria – Espaço Cultural (R. Conselheiro Laurindo, 273, fone 3321-2840) Ingressos: R$ 10 e R$ 5

Roberto Schwarz e Milton Hatoum abrem simpósio sobre Machado de Assis no MASP





Na noite desta segunda-feira, 25 de agosto, tem início em
São Paulo o Simpósio Internacional Caminhos Cruzados:
Machado de Assis pela Crítica Mundial, promovido pela
Unesp e Editora Unesp, com apoio do MinC. O evento,
aberto ao público, traz os nomes mais consagrados da
crítica nacional e internacional machadiana e prossegue
até a próxima sexta-feira, 29 de agosto.

Na abertura, o escritor Milton Hatoum dará um
depoimento pessoal sobre a importância de Machado de
Assis na sua obra. Já o professor de Literatura
Brasileira da Unicamp, Roberto Schwarz fará conferência
intitulada: Machado de Assis: local ou universal?

Para encerrrar a solenidade, as sopranos Martha Herr e
Juliana Starlig, o tenor Adriano Pinheiro, e o barítono
Carlos Eduardo Vieria, acompanhados ao piano por Ricardo
Ballestero, interpretam Coração Triste, de Alberto
Nepomuceno, Lágrimas de Cera, de Francisco Bragas,
Tríptico de Machado de Assis, de Achille Picchi e duas
cenas da ópera Dom Casmurro, de Ronaldo Miranda, com
Libreto de Orlando Codá.



O programa completo está disponível no site do evento:
www.machadodeassis.unesp.br/simposio e será transmitido
ao vivo pela Faac WebTV, projeto do câmpus de Bauru da
Unesp, no endereço www.faac.unesp.br/webtv.

Em uma ação integrada ao simpósio, a Unesp e a Editora
Unesp promovem a distribuição de 50 mil exemplares de
Machado de Assis, dois contos na região da Avenida
Paulista, em São Paulo. A entrega do livro, que traz os
consagrados contos Missa do Galo e Uns braços, acontece a
partir de terça-feira pela manhã, no vão livre do Masp e
nas saídas das estações do metrô Brigadeiro, Trianon-Masp
e Consolação.

Documentário e educação em debate na Cinemateca

Marilia Franco é a convidada do encontro desta quarta-feira (27), às 19h, dentro do ciclo de debates “O Documentário em Foco”, com entrada franca.



A professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, Marilia Franco, participa do Ciclo de Debates – O Documentário em Foco, na edição desta quarta-feira (27), às 19h, na Cinemateca de Curitiba. O encontro tem como tema Cinema Documentário e Educação, e conta com a mediação de Solange Straube Stecz, professora da Universidade Positivo e do curso de Cinema da Faculdade de Artes do Paraná. A entrada é franca.

Na ocasião, Marilia Franco fala sobre a questão das terras indígenas, a partir do assassinato de Ângelo Cretã, cacique Guarani morto em 1980, na reserva paranaense de Mangueirinha. A professora analisará o documentário no cinema e na televisão, por meio de uma abordagem comparativa de dois documentários produzidos naquela época: Póstuma Cretã, dirigido por Ronaldo Duque, e Globo Repórter, da Rede Globo.

A palestrante Marilia Franco é graduada em Cinema e concluiu o mestrado e o doutorado em Artes pela Universidade de São Paulo – USP. Atualmente, leciona no Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da USP. Tem 13 livros lançados e 14 artigos publicados em periódicos especializados. Com intensa participação em eventos de arte e educação, ministrou cursos no Brasil e em Portugal, Espanha, Cuba e Venezuela. Foi diretora docente da Escuela Internacional de Cine y TV, em Cuba.

Atuando nas áreas de Artes e Comunicação Social, Marilia Franco já interagiu com 64 colaboradores, em co-autoria de trabalhos científicos. Coordenadora do Projeto EDUCOM.TV (2002), hoje desenvolve o projeto de pesquisa ARUANDA.lab.doc.





Serviço:

Ciclo de Debates – O Documentário em Foco, com o tema Cinema Documentário e Educação, a cargo de Marilia Franco e mediação de Solange Stecz

Data: 27 de agosto de 2008 (quarta-feira), às 19h

Local: Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174)

Entrada franca

domingo, 24 de agosto de 2008

Simpósio Internacional sobre Machado de Assis tem início com transmissão via web





Promovido pela Unesp e Editora Unesp, com apoio do MinC,
o Simpósio Internacional Caminhos Cruzados: Machado de
Assis pela Crítica Mundial reunirá, em evento
gratuito aberto ao público, os grandes nomes da crítica
machadiana nacional e internacional, entre os dias 25 a
29 de agosto de 2008, no auditório do MASP, em São Paulo.
O evento, que marca o centenário da morte de um dos
maiores nomes da literatura brasileira, será transmitido
ao vivo pela Faac WebTV, projeto do câmpus de Bauru da
Unesp, no endereço www.faac.unesp.br/webtv.

Este ciclo de conferências e debates tem a função de
construir as bases para um contato mais amplo, sólido e
constante entre os diversos pesquisadores da obra de
Machado de Assis. Dessa maneira, o simpósio viabilizará
novos ângulos de abordagem até então inexplorados nos
estudos sobre o maior escritor brasileiro. Além de evocar
temas fundamentais na agenda dos especialistas ao longo
dos próximos anos, cumprirá a missão de difundir a obra
de Machado de Assis no Brasil e no exterior.

O evento contará com a presença de pesquisadores
internacionais de primeira grandeza, tais como Abel
Barros Baptista (Universidade Nova de Lisboa), Amina di
Munno (Universidade de Gênova), Dain Borges (Universidade
de Chicago), Daphne Patai (Universidade de
Massachusetts), Elide Valarini Oliver (Universidade da
Califórnia), Jean Michel Massa (Universidade de Rénnes
2), Jorge Edwards (Chile - Prêmio Cervantes), Kenneth
David Jackson (Universidade de Yale), Paul Dixon (Purdue
University), Thomas Straeter (Universidade de
Heidelberg), Todd Garth (US Naval Academy) e Victor K.
Mendes (Universidade de Massachussets).

Expoentes do cenário brasileiro, como Roberto Schwarz,
Alberto Costa e Silva, Antonio Carlos Secchin, Carlos
Alberto Vogt, Gilberto Pinheiro Passos, Hélio de Seixas
Guimarães, Lúcia Granja, Luiz Roncari, Sérgio Paulo
Rouanet e Valentim Facioli também participarão dos
debates. O escritor Milton Hatoum fará uma saudação em
nome dos escritores brasileiros.

Informações completas sobre o programa, palestrantes e
inscrições estão disponíveis no site do Simpósio Caminhos
Cruzados: Machado de Assis pela Crítica Mundial:
www.machadodeassis.unesp.br/simposio, pelo e-mail
simposio@machadodeassis.unesp.br e
telefone (11) 3871-2339 (secretaria do evento).

Editora UNESP

Amigos da Filosofia de Brasília/DF


Participem da Palestra
com o Prof. Dr. Silvio Wonsovicz
NESTA QUINTA-FEIRA, 28/08!



Horário: Matutino - 9h às 11h
ou Vespertino - 14h às 16h

Local: SINEPE – Auditório
Ed. Porto Alegre 712/713 Sul

Apoio: SINEPE e Editora Sophos Ltda.

(Inscrições: liapapelaria@liapapelaria.com.br
ou fax (61) 3201.1013)

Dia 25 – Aparecimento de Srila Prabhupada!


Todas as glórias a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada!

Fundador-Acharya da Sociedade Internacional para Consciência de Krishna

Eis a extraordinária pessoa que dedicou sua vida a ensinar o mundo sobre a consciência de Krishna, a mensagem de sabedoria espiritual mais nobre da Índia antiga.

Srila Prabhupada escreveu mais de quarenta volumes de tradução e comentários sobre tais clássicos como o Srimad Bhagavatam, o Caitanya Caritamrita e o Bhagavad-gita. Ele escreveu não unicamente como um erudito, mas como um praticante perfeito. Ele ensinou não apenas através de seus escritos, mas também por meio de seu exemplo de vida.

Ao longo de sua obra, a intenção de Srila Prabhupada foi transmitir o sentido natural das escrituras sem se desviar com interpretações especuladoras, propiciando-nos uma versão autêntica das conclusões védicas sobre tópicos tão importantes como o propósito da vida humana, a natureza da alma, a consciência e Deus.

Em 1965, representando uma nobre linhagem de mestres, que data desde milhares de anos, Srila Prabhupada navegou da Índia até Nova York, com a idade de 69 anos, para compartilhar a mensagem do Senhor Krishna. Trazia com ele nada mais que a roupa do corpo, uma caixa de livros e US$7 de troco. Nos anos que se seguiram, ele viajou e pregou em todo o mundo, abriu 108 templos e fundou a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON).

Apesar de não estar mais presente fisicamente no mundo, ele vive para sempre em seus livros, e nos corações daqueles cujas vidas ele tocou.


Não deixem de ler a biografia completa de Srila Prabhupada – “Srila Prabhupada Lilamrta”!