Hoje (às 00:00 hrs do dia 7 de dezembro de 2010) perdemos umas pessoas mais cativantes e importantes em nossa família do SUPLEMENTO CULTURAL . Era um Cruz um Rac'z. Lutou pela vida como valororoso que era mas... A vida pode escoar pelo ralo quando menos se espera. Foi meu amigo nos porres, nas insonias, e foi acima de tudo generoso! Da Rua Paim em São Paulo para o mundo! E quantas mudanças não foram. Veio dar adeus perto do mar. Talvez tenha alguma coisa transcendental nisso. Deixa um enorme torpor em mim que qualquer hora vai desabar, e não vai ser fácil! Deixa inconsolável aquela que o considerava seu filho (o Fifilho, o Adolfo - como nosso vizinho diria)...e sei lá mais que tudo me confunde nesta hora. Como um SAGRADO DA BIRMÂNIA " O gato do templo é apegado ao dono e muito dócil " que descende dos animais antigos gatos criados nos templos budistas. Famosos pelo seu caráter tranqüilo e, ao mesmo tempo, sociável. Esse amigo gostava de brincar, era inteligente e alegre.
Esses gatos são sociais e muito inteligentes, e tem uma vantagem sobre os siameses: não são ciumentos. Geralmente eles elegem uma pessoa de temperamento calmo como. Fiel, dedica-se totalmente a seu “escolhido” e fica com muitas saudades quando seu dono não está em casa. É conhecido também por seu miado doce.
Mas,ele não era da Birmania, era do vuco-vuco da rua Paim. Paulistano total! Tenho um verdadeiro buraco, não virtual em minha vida, mas espero que na melhor tradição induista ele esteja voltando, como um garoto bonito e companheiro. Lutou até o fim, talvez sentindo as dores da batalha com Arjuna. Sr Ganeshe o acompanhou, e os demonios ficaram em suas morafas com medo de se aproximar. Logico que não foi... feliz! tinha muita vida pra viver. MAS...
Para ele e por sua redenção mudo este momento por um poema que para mim sempre irradiou a valente força...
Para Sempre Edgard Allan
assinado ...seu pai!
"O CORVO"
por MACHADO DE ASSIS
EM CERTO DIA, à hora, à hora Da meia-noite que apavora, Eu caindo de sono e exausto de fadiga Ão pé de muita lauda antiga, De uma velha doutrina, agora morta, Ia pensando, quando ouvi à porta Do meu quarto um soar devagarinho E disse estas palavras tais: "E alguém que me bate à porta de mansinho; Há de ser isso e nada mais. " Ah! bem me lembro! bem me lembro! Era no glacial dezembro; Cada brasa do lar sobre o chão refletia A sua última agonia. Eu, ansioso pelo sol, buscava Sacar daqueles livros que estudava Repouso (em vão!) à dor esmagadora Destas saudades imortais Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora, E que ninguém chamará jamais. E o rumor triste, vago, brando Das cortinas ia acordando Dentro em meu coração um rumor não sabido Nunca por ele padecido. Enfim, por aplacá-lo aqui no peito Levantei-me de pronto e: "Com efeito (Disse) é visita amiga e retardada Que bate a estas horas tais. E visita que pede à minha porta entrada: Há de ser isso e nada mais. " Minhalma então sentiu-se forte; Não mais vacilo e desta sorte Falo: "Imploro de vós ou senhor ou senhora -Me desculpeis tanta demora.Mas como eu, precisado de descanso, Já cochilava, e tão de manso e manso Batestes, não fui logo prestemente, Certificar-me que aí estais." Disse: a porta escancaro, acho a noite somente, Somente a noite, e nada mais. Com longo olhar escruto a sombra, Que me amedronta, que me assombra, E sonho o que nenhum mortal há já sonhado, Mas o silêncio amplo e calado, Calado fica; a quietação quieta: Só tu, palavra única e dileta, Lenora, tu como um suspiro escasso, Da minha triste boca sais; E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço; Foi isso apenas, nada mais. Entro co'a alma incendiada. Logo depois outra pancada Soa um pouco mais forte; eu, voltando-me a ela: "Seguramente, há na janela Alguma coisa que sussurra. Abramos. Eia, fora o temor, eia, vejamos A explicação do caso misterioso Dessas duas pancadas tais. Devolvamos a paz ao coração medroso. Obra do vento e nada mais." Abro a janela e, de repente, Vejo tumultuosamente Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias. Não despendeu em cortesias Um minuto, um instante. Tinha o aspecto De um lorde ou de uma lady. E pronto e reto Movendo no ar as suas negras alas. Acima voa dos portais, Trepa, no a!to da porta, em um busto de Palas; Trepado fica, e nada mais. Diante da ave feia e escura, Naquela rígida postura, Com o gesto severo - o triste pensamento Sorriu-me ali por um momento, E eu disse: "O tu que das noturnas plagas Vens, embora a cabeça nua tragas, Sem topete, não és ave medrosa, Dize os teus nomes senhoriais: Como te chamas tu na grande noite umbrosa?" E o corvo disse: "Nunca mais." Vendo que o pássaro entendia A pergunta que lhe eu fazia, Fico atônito, embora a resposta que dera Dificilmente Iha entendera. Na verdade, jamais homem há visto Coisa na terra semelhante a isto: Uma ave negra, friamente posta, Num busto, acima dos portais, Ouvir uma pergunta e dizer em resposta Que este é o seu nome: "Nunca mais." No entanto, o corvo solitário Não teve outro vocabulário, Como se essa palavra que ali disse Toda sua alma resumisse. Nenhuma outra proferiu, nenhuma, Não chegou a mexer uma só pluma, Até que eu murmurei: "Perdi outrora Tantos amigos tão leais! Perderei também este em regressando a aurora." E o corvo disse: "Nunca mais. Estremeço. A resposta ouvida tão exata! é tão cabida! "Certamente, digo eu, essa é toda a ciência Que ele trouxe da convivência De algum mestre infeliz e acabrunhado Que o implacável destino há castigado Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga, Que dos seus cantos usuais Só lhe ficou, da amarga e última cantiga, Esse estribilho: "Nunca mais. Segunda vez, nesse momento, Sorriu-me o triste pensamento; Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo; E mergulhando no veludo Da poltrona que eu mesmo ali trouxera Achar procuro a lúgubre quimera. A alma, o sentido, o pávido segredo Daquelas sílabas fatais, Entender o que quis dizer a ave do medo Grasnando a frase: "Nunca mais. Assim, posto, devaneando, Meditando, conjecturando, Não lhe falava mais; mas se lhe não falava, Sentia o olhar que me abrasava, Conjecturando fui, tranquilo, a gosto, Com a cabeça no macio encosto, Onde os raios da lâmpada caíam, Onde as tranças angelicais De outra cabeça outrora ali se desparziam. E agora não se esparzem mais. Supus então que o ar, mais denso, Todo se enchia de um incenso. Obra de serafins que, pelo chão roçando Do quarto, estavam meneando Um ligeiro turíbulo invisível; E eu exclamei então: "Um Deus sensível Manda repouso à dor que te devora Destas saudades imortais. Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora." E o corvo disse: "Nunca mais. "Profeta, ou o que quer que sejas! Ave ou demônio que negrejas! Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno Onde reside o mal eterno, Ou simplesmente náufrago escapado Venhas do temporal que te há lançado Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo Tem os seus lares triunfais, Dize-me: "Existe acaso um bálsamo no mundo?" E o corvo disse: "Nunca mais. "Profeta, ou o que quer que sejas! Ave ou demônio que negrejas! Profeta sempre, escuta, atende. escuta, atende! Por esse céu que além se estende, Pelo Deus que ambos adoramos, fala, Dize a esta alma se é dado inda escutá-la No Éden celeste a virgem que ela chora Nestes retiros sepulcrais. Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!" E o corvo disse: "Nunca mais. "Ave ou demônio que negrejas! Profeta, ou o que quer que sejas! Cessa, ai, cessa!, clamei, levantando-me, cessa! Regressa ao temporal, regressa  tua noite, deixa-me comigo. Vai-te, não fique no meu casto abrigo Pluma que lembre essa mentira tua, Tira-me ao peito essas fatais Garras que abrindo vão a minha dor já crua.', E o corvo disse: "Nunca mais. E o corvo aí fica, ei-lo trepado No branco mármore lavrado Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho. Parece, ao ver-lhe o duro cenho, Um demônio sonhando. A luz caída Do lampião sobre a ave aborrecida No chão espraia a triste sombra; e fora Daquelas linhas funerais Que flutuam no chão, a minha alma que chora Não sai mais, nunca mais! E A POE
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
ADEUS AMIGO !
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
A História Secreta da Política Ocidental
A História Secreta da Política Ocidental
de Gary Lachman
O elo entre o oculto e a política é tão antigo quanto a própria política. Na Antiguidade, magos do Egito e da China transformavam em leis as mensagens dos deuses. Nos dias de hoje, esse elo se tornou obscuro, limitado principalmente a estudos sobre o “lado sombrio” do fascismo. Mas o crítico da contracultura Gary Lachman mostra que também existe uma política ocultista “progressista”, democrática.
Em A História Secreta da Política Ocidental (Editora Cultrix), Lachman explica como as ideias ocultistas ajudaram a formar a política do Ocidente, abrangendo desde os Cavaleiros Templários e a Maçonaria até as revoluções francesa e americana; a ligação do espiritismo com o feminismo; a teosofia e sua ligação com a independência da Índia; a busca por Shambhala pelo Partido Nazista e suas raízes esotéricas; a retomada ocultista dos anos 60 pelo movimento da contracultura e o fundamentalismo cristão nos Estados Unidos de hoje.
A crítica feita por Lachman a políticos ocultistas como Annie Besant, Emanuel Swedenborg, Nicholas Roerich, René Guénon, Julius Evola, Rudolf Steiner, Mircea Eliade, C. G. Jung e Aleister Crowley mostra que a política continua sendo tão influenciada pelo esoterismo como sempre foi.
NOS QUE ADORAMOS UM DOCUMENTARIO
Nós que adoramos um documentário
de ANA RUSCHE
Tudo indica que 'Nós que Adoramos um Documentário' seja a autobiografia da própria autora. Três partes retratam momentos de sua infância em Ubatuba (1983), a vida adulta em São Paulo (2009) e prevê futuros novamente em Ubatuba (2037). Pensado como objeto, o livro traz muitas folhas em branco, a brochura torna-se também um caderno de anotações do próprio leitor e quem sabe até um outro livro de poemas. É o terceiro livro de poemas da Ana Rüsche, delicie-se com essa autobiografia inventada em versos.
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