sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Livro Santos, histórias e encantos, é presente no aniversário da cidade



         

 Santos completa 472 anos, mas quem ganha presente,  são os visitantes do Museu Pelé (Largo Marquês de Monte Alegre, 1, Valongo, Centro Histórico). Às 16h, Ronny e Luciana Müller autografam o livro ‘Santos, histórias e encantos’, lançamento que integra a programação oficial de comemorações da cidade. Os exemplares serão entregue pelos autores a todos os interessados.
         “É uma honra enorme lançar este livro no dia do aniversário de Santos”, comentou Ronny, ex-surfista profissional que morou em Santos de 1988 a 1990. Ele confidencia que, ao idealizar o projeto da obra, não imaginava que iria, juntamente com a mulher e o filho, se apaixonar pela cidade.
“Nos sentimos emocionados ao conhecer cada canto do município, sua natureza, vaivém dos navios, pores do sol, com a felicidade e integração dos seus moradores. Tivemos a oportunidade de ver que muitos  começam o dia caminhando, correndo, pedalando, jogando ou apenas contemplando a beleza das praias emolduradas pelo belo jardim.”
INSPIRAÇÃO - A ideia do livro surgiu de uma visita a familiares da esposa, que residem na cidade. “Era uma domingo e, passeando pelos jardins da orla, tive a certeza de que precisava fazer um livro sobre Santos”, prosseguiu Ronny.
Ele comentou ter sido fácil e rápido captar os recursos necessários para a produção, via Programa de Incentivo à Cultura do Estado de São Paulo (Proac). ‘Santos, histórias e encantos’ conta ainda com patrocínio de Spartan do Brasil Produtos Químicos e Styroplast Soluções em Proteção e Conforto Termoacústico, e apoio da Ramuza Indústria e Comércio de Balanças.
O livro apresenta um resumo histórico de Santos e registra, em fotos, aspectos do patrimônio do Centro, com destaque para o Museu Pelé, Estação do Valongo e o Museu do Café; além do porto, orla da Ponta da Praia, Parque Roberto Mário Santini, canais e praia. Também foram contemplados os esportes praticados na faixa de areia, monumentos esculturais e a Praça da Independência.
         A Müller Cultural já publicou, entre outros, os livros Flórida; Turismo, cultura e arte no Brasil da Copa, e Para onde nós vamos, além dos guias de bolso sobre a Califórnia e Orlando (EUA), Patagônia e Mantiqueira.  

Do pop ao hard: fim de semana de rock no Sheridan's


 
O rock é a estrela do fim de semana do Sheridan's Irish Pub. A casa conta com cinco bandas agitando a pista nesta sexta-feira e sábado (26 e 27/1). Na programação, há desde pop rock, brit rock, hard e heavy. O pub tem entrada free durante o happy hour, da abertura às 19h até 21h, após é R$ 10 para cada noite.
 
A sexta começa com U2 Pop - U2 Cover Curitiba, grupo dedicado a homenagear a maior banda de rock irlandesa do mundo. O repertório inclui as favoritas dos fãs, incluindo hits e lado B. Em seguida, RZ sobe ao palco, o projeto do vocalista Renan Zonta. O cantor foi destaque da edição 2016 do programa The Voice, focando em heavy e hard rock que inclui em seus shows, interpretando Skid Row, Deep Purple e Van Halen, entre outros.
 
O rock britânico abre a noite de sábado com a banda Banks tocando Queen, Oasis, Beatles e muito mais. Na sequência, Radiophonics vai de Led Zeppelin a Stereophonics, e a banda Silvermoon encerra a noite interpretando sucessos do hard e heavy como Journey, Kansas, A-Ha e Bon Jovi.
  
Sheridan's Irish Pub
 
DATA: Sexta-feira, 26 de janeiro
HORÁRIO: 19h
ATRAÇÕES: Bandas U2 Pop + RZ
ENTRADA: livre até 21h, após R$ 10
 
DATA: Sábado, 27 de janeiro
HORÁRIO: 19h
ATRAÇÕES: Bandas Banks + Radiophonics + Silvermoon
ENTRADA: livre até 21h, após R$ 10
 
INFORMAÇÕES: (41) 3343-7779 | www.sheridansirishpub.com.br
 

Programe-se: cursos regulares do Solar do Rosário tem datas confirmadas


 
O Solar do Rosário divulga sua grade de cursos e horários para o primeiro semestre de 2018. Desde janeiro, já iniciam algumas das aulas, com ainda mais opções a partir de fevereiro. São mais de 30 cursos em áreas que passam por desenho, história, psicologia, música, línguas, xamanismo e jardinagem, entre outros. Informações sobre matrículas e cursos no site solardorosario.com.br e pelo telefone (41) 3225-6232.
 
Confira a lista de cursos e data de início:
 
Janeiro
- Oficina de Mosaico Artístico – Início em 30/01
- Piano (início imediato)
 
Fevereiro
- Desenho de Figura Humana - Início em 01/02
- Desenho Preparatório para Prova Específica de Vestibular - Início em 01/02
- Ateliê Permanente de Técnicas de Pintura - Início em 02/02
- Inglês Através da Música - Início em 05/02
- Caligrafia Artística - Início em 03/02
- Ateliê Permanente de Aquarela - Início em 07/02
- Inglês para Viagem - Início em 07/02
- Desenho e Pintura Infanto-Juvenil - Início em 17/02
- Desenho Infantil - Início em 17/02
- A Arte de Escrever: ênfase na produção de livro infantil - Início em 17/02
- Italiano Através da Música - Início em 20/02
- Francês Através da Música - Início em 23/02
- Patrimônio Histórico e Cultural de Curitiba - Início em 27/02
- A descoberta da Civilização Francesa I - Início em 27/02
- A descoberta da Civilização Francesa II - Início em 27/02
- Violino (início imediato)
 
Março
- Práticas de Jardinagem – Básico - Início em 01/03
- Fotografia Básica- aprenda a utilizar seu equipamento - Início em 05/03
- História do Pensamento Ocidental - Início em 01/03
- Espanhol para 3ª Idade - Início em 01/03
- Xamanismo - Início em 01/03
- Jardinagem completa - Início em 03/03
- Introdução à História da Música - Início em 03/03
- Paisagismo - Início em 05/03
- Ateliê Permanente de Desenho e Pintura sobre Papel - Início em 05/03
- Ateliê de Pintura Uiara Bartira - Início em 05/03
- Encontros de Música Clássica - Início em 05/03
- Design de Superfície & Estamparia - Início em 05/03
- História da Arte - Início em 06/03
- Design de Interiores - Início em 06/03
- Espanhol Conversação - Início em 07/03
- Psicologia Aplicada - Início em 07/03
- Inglês Básico para Iniciantes - Início em 07/03
- Ateliê Permanente de Escultura – Livre - Início em 07/03
- Questões da Arte Contemporânea - Início em 07/03
- Psicanalise e Conexão com a Arte - Início em 08/03
- Violão (início imediato)
 
Cursos Solar do Rosário
 
Endereço: Rua Duque de Caxias, 4 - Centro Histórico, Curitiba - PR
Setor de Cursos: de segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábado das 9h às 13h
Informações: (41) 3225-6232 | www.solardorosario.com.br
 

Fusão do erudito com o popular dá o tom da 35ª Oficina de Música de Curitiba


            A 35ª Oficina de Música de Curitiba será aberta no próximo sábado (27), às 19h, no Teatro Guaíra, com um concerto que une a Camerata Antiqua de Curitiba, o Vocal Brasileirão, a pianista Cristina Ortiz e a cantora Jane Duboc numa homenagem ao compositor Tom Jobim. A fusão entre a música erudita e a música popular brasileira é a marca desta edição, que durante 13 dias oferecerá uma intensa programação musical por toda a cidade.
             O concerto começa com a Camerata apresentando duas obras clássicas – Coronation Anthems, de Georg Friedrich Haendel, e o Concerto para Piano nº 4 em Sol Maior, de Ludwig van Beethoven – sob a regência do maestro Abel Rocha. A pianista Cristina Ortiz, brasileira de destaque no cenário internacional, será solista na apresentação da obra de Beethoven.
Na segunda parte, a Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba (grupo de instrumentistas da Camerata) acompanha o Vocal Brasileirão e a cantora Jane Duboc no repertório de composições de Tom Jobim. Com direção artística de Vicente Ribeiro, esse programa encerra as comemorações dos 90 anos de nascimento do compositor (1927-1994).
O concerto de abertura dá uma demonstração do que será a 35ª edição da Oficina de Música. Pela primeira vez, os cursos e espetáculos dos núcleos de música erudita e popular serão realizados simultaneamente. O concerto reflete essa fusão entre as duas áreas.          
A primeira parte da apresentação contará com o brilho da pianista Cristina Ortiz, que há anos saiu do Brasil para a Europa, onde desenvolveu uma carreira de sucesso. Solista com as mais famosas orquestras – Berlim, Chicago, Cleveland, New York, Praga, Viena, Londres – Cristina Ortiz já trabalhou sob a batuta de grandes maestros. Além da carreira solo, tem se apresentado ao lado de artistas como Antonio Meneses, Uto Ughi, Emanuel Pahud, Lynn Harrell e o Quinteto de Sopro de Praga.

Homenagem a Tom Jobim – A apresentação do Vocal Brasileirão retoma a experiência realizada em dezembro de 2016, quando os cantores de MPB e a Orquestra de Câmara estrearam o concerto com as obras de Tom Jobim. O regente Vicente Ribeiro explica que o repertório é um recorte bem específico da obra do compositor – a fase pós-bossa nova, que inicia nos anos 70 e tem como marca a aproximação da música de Jobim com a brasilidade e as influências de Villa-Lobos.
“Nessa fase, Tom Jobim deixa a praia do Rio de Janeiro e começa a olhar para o interior do Brasil”, compara o regente. “Esse repertório representa justamente a fronteira entre o erudito e o popular, mostrando a riqueza da música brasileira com o timbre da música de concerto”, explica. Canções como “Quebra-Pedra” (1970), Águas de Marcos (1972), Boto (1976), Borzeguim (1987) e Pato Preto (1994) são exemplos desse período da produção musical de Jobim.
Para Vicente Ribeiro, a experiência de unir as duas áreas é enriquecedora. “A música é muito generosa. A divisão por área se dá em função de certas especificidades que acabam criando rótulos, mas na verdade a música é uma coisa só”, diz. “Para o Vocal Brasileirão é um prazer ter o acompanhamento luxuoso das cordas da Orquestra de Câmara”, destacou. Nesta parte do concerto, entra em cena a cantora Jane Duboc, um dos ícones da MPB, considerada pela Revista Rolling Stones uma das mais belas vozes do Brasil.

Oficina 2018 – Durante 13 dias, a 35ª Oficina de Música de Curitiba oferecerá 96 cursos de música erudita e popular brasileira e aproximadamente 160 eventos, entre concertos em teatros e parques, palestras, worskhops, mostra especial de filmes, passeios ciclístico e motociclístico, feira gastronômica, oficina verde, além do “circuito off”, que acontece em 17 bares, com 50 atrações. O tema da atual edição é “Misture-se”, reforçando a novidade deste ano, que é a realização simultânea das áreas erudita e popular.
Outras grandes atrações marcam a 35ª Oficina, como o show de Toquinho, com a participação de crianças do projeto MusicaR das regionais de Curitiba, o concerto de Martinho da Vila com a Orquestra à Base de Corda e o concerto da Orquestra e Coro de alunos da Oficina no programa “Porgy and Bess”, de George Gershwin.
A Oficina de Música é promovida pela Prefeitura de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba e Instituto Curitiba de Arte e Cultura – ICAC, com patrocínio e apoio de grandes empresas e instituições. “Apoiar a 35ª Oficina de Música é uma oportunidade única para a Caixa, proporcionando à população de Curitiba espetáculos e programação primorosa, além da troca de experiências entre os músicos que vem de todos os lugares do mundo em razão da qualidade e do diferencial do evento”, afirma a gerente de Marketing, Comunicação e Cultura da Caixa, Cybelle Radominski Demattê.
A repercussão nacional do evento é destacada pelo assessor da Diretoria Geral Brasileira da Itaipu, Alexandre Teixeira. "A Oficina de Música de Curitiba é evento que projeta a nossa capital e o estado do Paraná como um polo cultural e já se tornou uma tradição tanto para estudantes, profissionais e apreciadores de vários estilos musicais. E, para Itaipu, é importante fazer parte desta iniciativa cultural", afirma.
“Em toda a sua história de 55 anos, a Sanepar construiu uma relação próxima e de apoio à Cultura do Paraná. A Oficina de Música está entre os importantes traços culturais de Curitiba e nos dá orgulho da parceria. Parceria que, na edição deste ano, aproximou o Coral da Sanepar da Oficina, com a apresentação na Capela Santa Maria.", conclui Mounir Chaowiche, presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

Parceria– A 35ª Oficina de Música de Curitiba é uma realização da Prefeitura Municipal de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba, Instituto Curitiba de Arte e Cultura – ICAC, Ministério da Cultura e Governo Federal, com patrocínio da Caixa Econômica Federal.
A edição conta com apoio máster da PUC-PR, do Centro Cultural Teatro Guaíra e da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. São patrocinadoras por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura as empresas Copel, Sanepar e Elejor. A Oficina também conta com o patrocínio direto da Itaipu Binacional. A programação completa da Oficina de Música está disponível no site www.oficinademusica.org.br.

Serviço:
35ª Oficina de Música de Curitiba
Concerto de Abertura: Camerata Antiqua de Curitiba e Cristina Ortiz (piano), regência maestro Abel Rocha; Orquestra de Câmara Cidade de Curitiba, Vocal Brasileirão e Jane Duboc, direção musical de Vicente Ribeiro.
Local: Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto - Teatro Guaíra
Data: 27 de janeiro de 2018 (sábado), às 19h
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (Atenção: será cobrada taxa adicional de R$ 6,00 pelo Disk Ingresso)
Mais informações: www.oficinademusica.org.br

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

[03.fev] Fabrício Corsaletti lança novo livro de crônicas, PERAMBULE

Perambule

Fabrício Corsaletti


Coleção Nova Prosa | 160 p. | 12 x 21 cm 

Filho de Rubem Braga com Sam Shepardâ? , crava Gregorio Duvivier na orelha deste livro. A afirmação não é fora de propósito. Se a prosa de Fabrício Corsaletti vive impregnada do humor e do lirismo do primeiro, também partilha da errância e do desamparo do segundo. Vem daí a sede de movimento que impele os personagens inesquecíveis deste Perambule, reunião de sessenta textos recentes, em que o autor alterna crônicas longas com poemas em prosa e em verso, crônicas curtas e microcontos.
Andarilho convicto ?" como fica claro na estupenda crônica de abertura, â?oPatersonâ? â?", Corsaletti inventa nestas páginas os mais variados trajetos, cruzando ruas de São Paulo, Rio, Paris ou Amsterdã, sobrevoando de drone sua cidade natal, no interior paulista, ou explorando o vasto mundo através do Google Earth, palmilhando o asfalto das metrópoles ou as estradas de terra batida da infância. O que importa, como diz o famoso poema de Blas de Otero, Sair/ Deste cárcere espaçoso e triste,/ Aliviar os rios e os sóis ,/ Sair, sair para o ar livre, para o arâ? .


Sobre o autor_ Fabrício Corsaletti nasceu em Santo Anastácio, SP, em 1978, e desde 1997 vive em São Paulo. Em 2007 publicou o volume Estudos para o seu corpo, que reúne seus quatro primeiros livros de poesia: Movediço (2001), O sobrevivente (2003) e os então inéditos História das demolições e Estudos para o seu corpo. Também é autor dos contos de King Kong e cervejas (2008), da novela Golpe de ar (2009), dos poemas de Esquimó (2010, prêmio Bravo! 2011), Quadras paulistanas (2013) e Baladas (2016), e das crônicas de Ela me dá capim e eu zurro (2014), além dos livros infantis Zoo (2005), Zoo zureta (2010) e Zoo zoado (2014). Desde 2010 é colunista da revista sãopaulo, do jornal Folha de S. P aulo.


Texto de orelha_
por Gregorio Duvivier

â?oJá reparou que toda orelha de livro começa com uma alfinetada?â? , disse uma vez o Corsaletti. Demorei a entender. â?oOlha o tanto de orelha que começa assim: â?~ao contrário de alguns autores da sua geração, Fulano não cai na obviedade do riso fácil...â?T. Será que não dá pra falar bem de um autor sem falar mal dos outros?â?
Entendo a tentação dos orelhistas â?" e vou cair nela: afinal, Corsaletti é totalmente diferente dos autores da sua geração. (Permito-me a alfinetada porque estou entre os autores referidos, tratando-se então de uma auto-alfinetada. Ao menos, assumo a alfinetada, ao contrário de alguns orelhistas da minha geração.)
Em Perambule, Corsaletti não vai tentar te convencer do que quer que seja. Aqui você encontrará a crônica em seu estado puro â?" a crônica-de-raiz, a crônica-moleque, a crônica-de-várzea. Filho de Rubem Braga com Sam Shepard (na arte, dois homens podem gerar um bebê, mesmo sem útero, e mesmo que eles nunca tenham se encontrado), Corsaletti quase não usa conectivos. â?oDados, nem pensarâ? , me disse numa outra conversa. â?oSenão a crônica corre sério risco de virar artigoâ? â?" e ele falava a palavra â?oartigoâ? como um médico fala de uma doença gravíssima.
Corsaletti cava buracos pra encontrar minhocas, não pra chegar no Japão. Quando chega, é pelo Google Earth, perambulando pelas ruelas 3D, espécie de flâneur pós-moderno. Corsaletti não tem Facebook (â?oao contrário de alguns autores da sua geraçãoâ? ), mas se recusa a ser chamado de ermitão â?" â?oErmitão? Eu moro na Augusta!â? . Afinal escreve do epicentro de São Paulo, caldeirão do Brasil, metonímia do planeta. Embora ainda chame os personagens pelo primeiro nome, como o Bandeira. Quando morrem, parece que morreu um amigo nosso.
Corsaletti pode não ser um ermitão, mas é uma ave rara. Escreve, como Drummond e Sabino, aquilo que Antonio Candido chamou de â?oliteratura menor, graças a Deus â?" porque sendo assim ela fica mais perto de nósâ? .
Aliás, tudo neste livro cabe perfeitamente naquilo que Candido escreveu a respeito da crônica no Brasil â?" que, ao longo do tempo, ela â?ofoi largando cada vez mais a intenção de informar e comentar (deixadas a outros tipos de jornalismo), para ficar sobretudo com a de divertir. A linguagem se tornou mais leve, mais descompromissada e (fato decisivo) se afastou da lógica argumentativa ou da crítica política, para penetrar poesia adentro. Creio que a fórmula moderna, na qual entra um fato miúdo e um toque humorístico, com o seu quantum satisde poesia, representa o amadurecimento e o encontro mais puro da crônica consigo mesmaâ? .
Numa geração que persegue likes e lacradas, Corsaletti escreve ao rés do chão, como os gigantes. Posso garantir: queríamos todos ser Corsaletti â?" nós, os autores da sua geração.


CAIXA CULTURAL CURITIBA APRESENTA A PEÇA BR-TRANS

Aplaudido por mais de 40 mil pessoas, o premiado espetáculo revela a difícil realidade de travestis e transexuais no Brasil



A CAIXA Cultural traz a Curitiba a peça teatral BR-Trans. O espetáculo, que faz temporada na CAIXA de 02 a 04 de fevereiro, concorreu aos principais prêmios do teatro brasileiro e aborda as vivências de travestis e transexuais no Brasil. Segundo a ONG Internacional Transgender Europe, o Brasil é o país onde ocorre o maior número de assassinatos de travestis e transexuais no mundo. Só nos primeiros meses de 2017 foram registrados mais de 150 casos de homicídio. O que está por trás de tanta violência e intolerância? Quem são as vítimas dessa tragédia cotidiana? Este é o cerne da montagem.

A peça BR-Trans apresenta de forma poética, inventiva e sem deixar de recorrer ao humor, histórias de superação vividas por muitas pessoas transgênero. O espetáculo, escrito e protagonizado pelo ator Silvero Pereira, já foi assistido por mais de 40 mil espectadores em várias cidades brasileiras, além de integrar a programação de festivais internacionais em países como Alemanha e Estados Unidos.

Em BR-TRANS, dirigido por Jezebel de Carli, professora e diretora gaúcha, está o resultado de quatro anos de pesquisa feita por Silvero junto a travestis, transformistas e transexuais de Porto Alegre. Em cena, o ator/autor narra histórias de vida, interpreta canções e dá voz a um sem número de pessoas que a sociedade teima em manter invisíveis. BR-Trans busca a inclusão, rompendo estereótipos e provocando reflexões.

Idealizado pelo ator Silvero Pereira, o espetáculo tem como interesse temático o universo de travestis, transexuais e artistas transformistas brasileiros. A montagem é resultante de um processo de pesquisa cênica que teve como perspectiva o teatro enquanto instrumento capaz de entreter, promover discussão e fomentar a transformação social através da arte. "BR-Trans é um processo artístico-documental que traça os pontos convergentes e divergentes do universo trans brasileiro entre os polos regionais Nordeste e Sul do país. Trata-se de um trabalho estético com base nos afetos, nas relações estabelecidas durante a pesquisa e na oportunidade de provocar questionamento, quiçá uma transformação social a partir da quebra de preconceitos por meio da arte", afirma Silvero.

A diretora Jezebel de Carli teve seu primeiro contato com Silvero através de um amigo em comum, quando estava participando de um festival em Salvador. Informou-se sobre a pesquisa que o ator estava desenvolvendo, sobre a arte transformista, e soube que ele estava à procura de um diretor que pudesse ser seu “provocador cênico”. Após três meses de trabalho intenso, estrearam juntos BR-Trans. “Um manifesto, uma narrativa documental, um teatro depoimento, uma performance transformista”, como a diretora costuma descrever.


A “arte trans” de Silvero Pereira

Histórias do Nordeste e do Sul. Trânsito de descobertas, dúvidas, angústias, liberdades, criação e transformação. BR-TRANS aproxima lugares, sentimentos e histórias, vividas em cena por Silvero Pereira, que costura e mistura narrativas que se inscrevem na sua vida e em sua trajetória. Para o artista, o teatro é instrumento de transformação social e de mudança de paradigmas; e a arte transformista é legítima linguagem cênica.

Silvero Pereira, 34 anos, é ator, dramaturgo, produtor cultural, maquiador, iluminador, aderecista, diretor e artista plástico. Concludente do Curso Superior em Artes Cênicas do Instituto Federal de Educação do Ceará (IFCE). Começou a sua carreira em 1998, quando aluno da Escola Técnica Federal do Ceará (ETFCE) em Fortaleza, se matriculou na oficina de teatro e logo depois já estava no elenco fixo da Cia Dionisyos de Teatro em Fortaleza (CE) atuando em vários grupos de teatro da cidade.

No ano 2000, fundou o Grupo Parque de Teatro, por meio da Fundação Parque de Formação Integral do Tapuio, na cidade de Aquiraz, onde desenvolveu um trabalho social e voluntário com crianças e jovens usando a arte como mecanismo educacional e social. Em 2002, iniciou sua pesquisa sobre o universo de travestis e transformistas com o solo “Uma Flor de Dama”, trabalhando a direção, texto adaptado, interpretação, cenário, figurino, maquiagem e sonoplastia. Com este solo participou de mais de 20 festivais nacionais, inclusive do IX Festival Nacional de Teatro de Recife, colecionando mais de 12 prêmios e a participação no Palco Giratório, maior programa de arte, circulação e difusão da América Latina.

Em 2006, criou a Inquieta Cia. de Teatro, na qual ainda integra o elenco. Entre 2009 e 2012, foi professor do Curso Princípios Básicos de Teatro do Theatro Estadual José de Alencar. Fundou o coletivo artístico As Travestidas, onde produziu e dirigiu 10 trabalhos entre teatro, dança, música, exposição, festivais e a Transvirada Cultural – 12 horas de arte com temática sobre travestis e transformistas.


Serviço
Teatro: BR-Trans
Local: CAIXA Cultural Curitiba. Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR).
Data: 02 a 04 de fevereiro de 2018 (sexta a domingo)
Horário: sexta e sábado, às 20h; e domingo às 19h.
Ingressos: Vendas a partir de 27 de janeiro (sábado). R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA).A compra pode ser feita com o cartão vale-cultura.
Bilheteria: (41) 2118-5111 (De terça a sábado, das 12h às 20h. Domingo, das 16h às 19h.)
Classificação etária: 14 anos
Lotação máxima: 125 lugares (2 para cadeirantes)