Livro: A bagaceira
de José Américo de Almeida
Páginas - 294
“... livro renovador até da língua literária e também explosão de quem o escreveu sensível a circunstâncias sociais; e exprimindo um desejo, no caso nada demagógico, de influir sobre o social; de denunciar desajustes socialmente dramáticos; e de assim fazer por sentir-se parte de um nós regionalmente brasileiro.” (Gilberto Freyre)
A bagaceira, romance de José Américo de Almeida (1887-1980) publicado em 1928, é considerado o marco inicial do regionalismo brasileiro. Nas palavras de Guimarães Rosa, José Américo de Almeida “abriu para todos nós o caminho do moderno romance brasileiro”. É uma trágica história de amor que funciona como uma denúncia contra a questão social no Nordeste. A narrativa é precedida por introdução e estudo crítico de M. Cavalcanti Proença. Esta nova edição, a 43ª, é comemorativa dos 80 anos de seu lançamento.
As orelhas são assinadas por André Seffrin, que afirma que “este romance de sucesso, como é sabido, prenunciou o chamado romance de 30 no que ele tem de mais característico, isto é, o apego ao regional e o registro de um mundo em decadência (o da sociedade patriarcal), com a ‘luta de classes’ na berlinda dos novos tempos. Representativo, como aponta agudamente Wilson Martins, mais pela ‘moral estética’ que impôs do que propriamente pela influência. Mas é de se indagar, com Martins, se os romances de José Lins do Rego seriam os mesmos sem a presença deste livro fundador de José Américo de Almeida.”
Em manuscrito reproduzido nesta edição, o autor explica o processo de elaboração do romance: “Primeiro fiz um monstro de todos os materiais que, conforme eu sentia, eram partes do seu corpo e da sua alma: o Sol, a lama, os instintos, o destino... Depois guardei-o, envergonhado, até me esquecer dele. (...) Já não era o autor, mas o crítico de mim mesmo. Desbastei-o, então, com a rasoura cruel de que não tem pena de sacrificar o que é seu. E guardei-o, novamente, para repetir a experiência duas, três vezes, até que ficou no que é.”
A bagaceira, enfim, foi o precursor da grande literatura brasileira do século 20 – Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Armando Fontes, Lúcio Cardoso e Guimarães Rosa inclusos.
Sobre o autor
José Américo de Almeida nasceu a 10 de janeiro de 1887 no engenho Olha-d´’Água, em Areia, Paraíba. Aos 14 anos ingressou no Seminário da Paraíba, onde permaneceu três anos. Em seguida matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, onde concluiu o curso aos 21 anos de idade. Em 1911 foi nomeado procurador-geral do estado, cargo que exerceu durante 11 anos. Foi ainda secretário de governo, deputado federal, interventor, ministro da Viação e Obras Públicas nos dois governos de Getúlio Vargas, senador, ministro do Tributal de Contas da União, governador da Paraíba e fundador da Universidade Federal da Paraíba. Foi eleito em 1966 para a Academia Brasileira de Letras. Faleceu a 10 de março de 1980, aos 93 anos, no seu retiro de Tambaú, sendo sepultado com honras de ministro de Estado.
As orelhas são assinadas por André Seffrin, que afirma que “este romance de sucesso, como é sabido, prenunciou o chamado romance de 30 no que ele tem de mais característico, isto é, o apego ao regional e o registro de um mundo em decadência (o da sociedade patriarcal), com a ‘luta de classes’ na berlinda dos novos tempos. Representativo, como aponta agudamente Wilson Martins, mais pela ‘moral estética’ que impôs do que propriamente pela influência. Mas é de se indagar, com Martins, se os romances de José Lins do Rego seriam os mesmos sem a presença deste livro fundador de José Américo de Almeida.”
Em manuscrito reproduzido nesta edição, o autor explica o processo de elaboração do romance: “Primeiro fiz um monstro de todos os materiais que, conforme eu sentia, eram partes do seu corpo e da sua alma: o Sol, a lama, os instintos, o destino... Depois guardei-o, envergonhado, até me esquecer dele. (...) Já não era o autor, mas o crítico de mim mesmo. Desbastei-o, então, com a rasoura cruel de que não tem pena de sacrificar o que é seu. E guardei-o, novamente, para repetir a experiência duas, três vezes, até que ficou no que é.”
A bagaceira, enfim, foi o precursor da grande literatura brasileira do século 20 – Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Armando Fontes, Lúcio Cardoso e Guimarães Rosa inclusos.
Sobre o autor
José Américo de Almeida nasceu a 10 de janeiro de 1887 no engenho Olha-d´’Água, em Areia, Paraíba. Aos 14 anos ingressou no Seminário da Paraíba, onde permaneceu três anos. Em seguida matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, onde concluiu o curso aos 21 anos de idade. Em 1911 foi nomeado procurador-geral do estado, cargo que exerceu durante 11 anos. Foi ainda secretário de governo, deputado federal, interventor, ministro da Viação e Obras Públicas nos dois governos de Getúlio Vargas, senador, ministro do Tributal de Contas da União, governador da Paraíba e fundador da Universidade Federal da Paraíba. Foi eleito em 1966 para a Academia Brasileira de Letras. Faleceu a 10 de março de 1980, aos 93 anos, no seu retiro de Tambaú, sendo sepultado com honras de ministro de Estado.
UM LANÇAMENTO
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