O JOAQUIM VAI ABRIR NESTE SÁBADO
das 10:00 às 13:00 horas
Aproveite e faça suas compras antes das férias
e do Natal
sábado, 13 de dezembro de 2008
O JOAQUIM VAI ABRIR NESTE SÁBADO
GRANDES TÍTULOS DA EDITORA ROCCO PARA O PRÓXIMO ANO
A Rocco prepara para 2009
uma série de livros que já
são sucesso no exterior.
Um deles é Nothing to be
frightened, de Julian Barnes,
um dos melhores títulos
de 2008, segundo a seleção
do The New York Times.
A coletânea reúne ensaios
do premiado autor sobre
a fé, o envelhecimento
e a mortalidade. Além de
Barnes, a Rocco traz para
o Brasil algumas das 100
melhores obras do ano:
The Lazarus Project, de
Aleksandar Hemon; The
good thief, de Hannah Tinti;
e The road home, de Rose
Tremain, ganhador do
Orange Prize 2008.
LÁGRIMAS de Ruth Rendell
Além do reconhecimento da crítica, os mais de 50 livros da escritora e jornalista atingiram enorme sucesso de público e se tornaram best-sellers no mundo inteiro.
Dela a Rocco já publicou: A verdade através da névoa, Mais forte que a morte, O gafanhoto, O livro de Asta, O tapete do rei Salomão, Sem perdão e, mais recentemente, Lágrimas.
SUA OBRA
Romances
* To Fear A Painted Devil (1965)
* Vanity Dies Hard (1965)
* The Secret House of Death (1968)
* One Across, Two Down (1971)
* The Face of Trespass (1974)
* A Demon in My View (1976)
* A Judgement In Stone (1977)
* Make Death Love Me (1979)
* The Lake of Darkness (1980)
* Master of the Moor (1982)
* The Killing Doll (1984)
* The Tree of Hands (1984)
* Live Flesh (1986)
* Talking to Strange Men (1987)
* The Bridesmaid (1989)
* Going Wrong (1990)
* The Crocodile Bird (1993)
* The Keys to the Street (1996)
* A Sight for Sore Eyes (1998)
* Adam and Eve and Pinch Me (2001)
* The Rottweiler (2003)
* Thirteen Steps Down (2004)
* The Water's Lovely (2006)
* Portobello (2008)
Série Inspector Wexford
1. From Doon With Death (1964)
2. Wolf to the Slaughter (1967)
3. A New Lease of Death (1969)
4. The Best Man to Die (1969)
5. A Guilty Thing Surprised (1970)
6. No More Dying Then (1971)
7. Murder Being Once Done (1972)
8. Some Lie And Some Die (1973)
9. Shake Hands Forever (1975)
10. A Sleeping Life (1979)
11. Put on By Cunning (1981)
12. The Speaker of Mandarin (1983)
13. An Unkindness of Ravens (1985)
14. The Veiled One (1988)
15. Kissing the Gunner's Daughter (1992)
16. Simisola (1994)
17. Road Rage (1997)
18. Harm Done (1999)
19. The Babes in the Wood (2002)
20. End in Tears (2005)
21. Not in the Flesh (2007)
Obras escritas sob o pseudónimo Barbara Vine
* A Dark-Adapted Eye (1986)
* A Fatal Inversion (1987)
* The House of Stairs (1988)
* Gallowglass (1990)
* King Solomon's Carpet (1991)
* Asta's Book (1993)
* No Night is Too Long (1994)
* The Brimstone Wedding (1995)
* The Chimney-sweeper's Boy (1998)
* Grasshopper (2000)
* The Blood Doctor (2002)
* The Minotaur (2005)
* The Birthday Present (2008)
Novelas
* Heartstones (1987)
* The Thief (2006)
Colecções
* The Fallen Curtain (1976)
* Means of Evil (1979) (fcinco histórias do Inspector Wexford)
* The Fever Tree (1982)
* The New Girlfriend (1985)
* The Copper Peacock (1991)
* Blood Lines (1995)
* Piranha to Scurfy (2000)
* Collected Short Stories, Volume 1 (2006)
* Collected Short Stories, Volume 2 (2008)
Colecções (histórias longas)
* In the Time of His Prosperity (como Barbara Vine)
Não-ficção
* Ruth Rendell's Suffolk (1989)
* Undermining the Central Line: giving government back to the people (com Colin Ward, 1989)
* The Reason Why: An Anthology of the Murderous Mind (1995)
O LIVRO
de Ruth Rendell
Páginas:312
A soma de mortes inesperadas com mistérios a serem lentamente desvendados mesclados a generosas doses de crítica social caracterizam os romances policiais da inglesa Ruth Rendell. Em Lágrimas, temas da atualidade, como tráfico de bebês e uma rede ilegal de mães de aluguel, dão o tom realista ao servirem de pano de fundo para uma trama em que crimes nem sempre são motivados por cobiça, mas também pelo egoísmo ou frustrações pessoais.
Mais uma vez é o inspetor Reginald Wexford quem comanda as investigações que mobilizam quase todas as equipes da delegacia de Kingsmarkham, a fictícia localidade próxima a Londres, cenário das aventuras do principal personagem de Ruth Rendell. Enquanto seu pessoal se empenha em descobrir os autores dos assassinatos de duas adolescentes, Wexford é o observador em permanente reflexão sobre as mudanças no perfil da população local e nos costumes dos que o cercam – incluindo sua própria família.
Em Lágrimas, o psicopata ensandecido dá lugar a um assassino frio, que não suja as mãos cometendo crimes, embora se envolva com quem não se importa em executá-los. O retrato da sociedade da Inglaterra contemporânea esboçado pela autora traz a interação entre pessoas oriundas de diferentes círculos sociais, o que, no entanto, não elimina o preconceito entre classes, que podem deixar de lado suas diferenças momentaneamente, por interesses sexuais.
Os policiais de Kingsmarkham, ao interrogarem suspeitos e parentes das vítimas, atuam como o olhar crítico da autora sobre os novos moradores da localidade, que recebe cada vez mais imigrantes de diferentes países da Comunidade Britânica. Há também os refugiados políticos das nações formadas após a dissolução da Iugoslávia, que não hesitam em procurar casamentos que garantam sua permanência no país onde buscaram abrigo, e os jovens de classe média que não procuram independência financeira pelo trabalho, preferindo ser sustentados pelos pais, enquanto os mais pobres continuam apostando na educação como fator de ascensão social.
Com pequenas tramas que se desenrolam paralelamente às investigações, a violência e os choques sociais descritos por Ruth Rendell são amenizados por momentos melancólicos e também por situações românticas. Embora o racismo e as novas estruturas familiares ainda deixem o inspetor Wexford atordoado – a filha grávida avisa que o filho será criado pelo ex-marido e por sua namorada, que é estéril –, Lágrimas relata o romance entre dois subordinados de Wexford. Uma subtrama folhetinesca, em que o amor suplanta a paixão e que leva o leitor a torcer por um bom desfecho, o que nem sempre é possível na vida real.
UM LANÇAMENTO DA
Programação de Cinema - Curitiba
De 12 a 18 de dezembro de 2008
Domingo, 14 de novembro – ingresso a R$1,00
CINEMATECA - Sala Groff – Rua Carlos Cavalcanti nº 1.174 / fone (41) 3321-3270 (De segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h30) e (41) 3321-3252 (diariamente, das 14h30 às 21h) – Ingressos a R$ 5 e R$ 2,50 (estudantes). Gratuito para pessoas com idade a partir de 60 anos. www.fccdigital.com.br
DOMÉSTICAS (BR/2001). Direção de Fernando Meirelles e Nando Olival. Com Claudia Missura, Graziella Moretto, Lena Roque. No meio da nossa sociedade existe um Brasil notado por poucos. Um Brasil formado por pessoas que, apesar de morar dentro de sua casa e fazer parte de seu dia-a-dia, é como se não estivessem lá. Cinco das integrantes deste Brasil são mostradas em "Domésticas": Cida, Roxane, Quitéria, Raimunda e Créo. Uma quer se casar, a outra é casada, mas sonha com um marido melhor. Uma sonha em ser artista de novela e outra acredita que tem por missão na Terra servir a Deus e à sua patroa. Todas têm sonhos distintos, mas vivem a mesma realidade: trabalhar como empregada doméstica. Este filme, pouco conhecido, marcou a estréia do hoje internacional Fernando Meirelles no longa-metragem – 90’ Classificação 14 anos
Sessões às 15h30
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Lançamento:
MORGUE E HISTORY – SANGUE, BAIACU E QUADRINHOS (BR/PR 2008), direção de Paulo Biscaia Filho, com Mariana Zanette, Leandro Daniel, Anderson Faganello, Edson Bueno, Regina Vogue e outros. - Transposição da peça homônima, do próprio diretor. – Sobre uma desenhista de quadrinhos de sucesso, porém frustrada, e seus relacionamentos inusitados, sendo um destes um médico legista sociopata. - 77’ Classificação 14 anos
Dia 12, às 19h - Entrada franca
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Lançamento curta-metragem:
SILÊNCIO E SOMBRAS. Direção de Murilo Huser. Curta-metragem de animação a partir de um poema de Goethe e música de Schubert. – 35mm - 10’ Classificação livre
Dia 13, às 20h – Entrada franca
Lançamento:
Mostra de Curtas-metragens dos alunos do Curso de Cinema do Centro Europeu de Curitiba - Entrada franca – classificação livre
Dia 14, às 20h:
ALTEREGO EM VERMELHO Direção de André Osna. Com Ricardo Hasselmann , Max Olsen, Bianca Domakoski e Carlos Zaat. Um mistério se desenrola na cidade de Los Angeles enquanto um grupo de amigos se encontra para jogar uma partida de RPG.
O ASSALTO Direção de Marina Bibas. Com Marcelo Azevedo e Ortiz Maldonado. Em uma praça, dois amigos atrapalhados planejam um assalto.
DE BOA FÉ Direção de Tatiana Dedini e co-direção de Thábata Gulin. Com Luciana Longhi, Ed Canedo, Carlos Zatti e Débora Vecchi. Centro da cidade, na janela de um prédio, Madalena está decidida a se jogar. As pessoas param, observam e esperam ansiosas a chegada do Corpo de Bombeiros.
Às 21h:
CONTRATEMPO Direção de Bruna Louise de Castro e Castro. Com Andy Gercker, Flávia Longo e Betina Belli. Mateus está internado no hospital há mais de um ano à espera de um transplante de coração. Divide seus medos e angústias com sua mãe e pensa em desistir de viver.
NOVO AMANHÃ Direção de André Schwartz Pinheiro e Andrea Tristão. Com Lucas Cahet e Angela Stadler. As consequências do atraso de um vôo convergem para unir dois jovens numa noite,
blog.com: o filme Direção de Laisa Chemin Glomb e Eduardo Andretta Alves. Com Camila Hubner, Kauê Persona, Mariana Braga e Maycoln Almeida. Malu é uma adolescente que tenta dar seu primeiro beijo, com a ajuda de sua melhor amiga. Mas o blog da escola complica sua vida.
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Encontro Ficção Viva
Exibição do longa-metragem paranaense “Mistéryos” (BR/PR, 2008, direção de Pedro Merege e Beto Carminatti, com Carlos Vereza – 82’) e bate-papo com Alziro Barbosa, diretor de fotografia do filme e mestre pelo VGIK - (Instituto Estatal de Cinema da Rússia). Participação especial de Beto Carminatti. Classificação 12 anos
Promoção do Projeto Olho Vivo em parceria com a Cinemateca/FCC.
Dia 15, às 20h – Entrada franca
Roberto Freire – Em Memória
Palestra e exibição dos filmes “Cleo e Daniel” e “Utopia e Paixão”.
Médico, psicanalista, dramaturgo, escritor e cineasta, Roberto Freire morreu em São Paulo em maio de 2008, aos 71 anos. Diretor do filme “Cleo e Daniel”, adaptado do seu romance homônimo. Foi um dos oponentes da ditadura militar brasileira do pós-1964. Teve uma atividade intelectual intensa, trabalhando na tevê, escrevendo para jornais e revistas, e publicando diversos livros. Influenciado pela filosofia anarquista e pelas teorias psicanalíticas de W. Reich, escreveu e dirigiu peças teatrais, pesquisando as expressões do corpo e criando a Somaterapia, um novo método terapêutico. Suas idéias e sua obra exerceram grande influência no Brasil dos últimos quarenta anos.
Além da exibição de “Cleo e Daniel” e “Utopia e Paixão”, haverá palestra introdutória do terapeuta Marcelo Leal sobre Roberto Freire.
UTOPIA E PAIXÃO (BR/SP 2005), direção de Marco Aurelio Brandt. Documentário sobre a trajetória de Freire. – 30’.
CLEO E DANIEL (BR/SP 1970), direção de Roberto Freire, com John Herbert, Irene Stefania, Rodrigo Santiago, Myrian Muniz, Beatriz Segall, Zezé Mota, Chico Aragão, Sonia Braga, Haroldo Costa. - O amor de um casal de jovens que não consegue se adaptar à sociedade. – 90’. Classificação 16 anos
Dia 16, às 19h30 - Entrada franca
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LANCE MAIOR – 40 ANOS
Lançamento da nova edição do roteiro do filme, com a presença do diretor Sylvio Back para autógrafos. Exibição do filme com cópia nova.
LANCE MAIOR é o primeiro longa-metragem do diretor paranaense Sylvio Back, com um elenco nacional de peso: Reginaldo Farias, Regina Duarte, Lota Moncada, Irene Stefania, Isabel Ribeiro, Fernando Zeni, Joel de Oliveira, Maurício Távora, Edson D’Avila, Odelair Rodrigues, Sergio Bianchi. Foi realizado em Curitiba e lançado nacionalmente em 1968. Filme de ficção, tem a ação centrada em personagens jovens, de camadas sociais diferentes, na Curitiba da época: a descoberta amorosa, a Universidade, as baladas, o emprego, a família, a luta pela sobrevivência. - 100’ Classificação 14 anos
Dia 17, às 19h30 - Entrada franca
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Reflexões Sobre o Cinema Latino-Americano
Exibição com debate
TANGOS – O EXÍLIO DE GARDEL(França-Argentina 1985), direção de Fernando Solanas, com Marie Laforêt, Miguel Angel Sola, Phillippe Leotard, Ana Maria Picchio. – As lembranças de exilados argentinos em Paris, a propósito da montagem de um espetáculo sobre Carlos Gardel. Classificação 14 anos
Dia 18, às 19h30 - Entrada franca
PROGRAMAÇÃO
De 12 a 18 de dezembro de 2008
Domingo, dia 14 de dezembro – ingresso a R$1,00
CINE LUZ – Rua XV de Novembro nº 822 / fone (41) 3321-3270 (De segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h30) e (41) 3321-3261 (diariamente, das 14h30 às 21h). Ingressos a R$ 5 e R$ 2,50 (estudantes). Gratuito para pessoas com idade a partir de 60 anos. www.fccdigital.com.br
O BANHEIRO DO PAPA (El Baño del Papa – Brasil/Uruguai/França, 2007). Direção de César Charlone e Enrique Fernández, com César Trancoso, Virginia Mendes, Virginia Ruiz. 1998,cidade de Melo, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. O local está agitado, devido à visita em breve do Papa. Milhares de pessoas virão à cidade, o que anima a população local, que vê o evento como uma oportunidade para vender comida, bebida, bandeirinhas de papel, souvenires, medalhas comemorativas e os mais diversos badulaques. Beto, um contrabandista, decide criar o Banheiro do Papa, onde as pessoas poderão se aliviar durante o evento. Mas para torná-lo realidade ele terá que realizar longas e arriscadas viagens até a fronteira, além de enfrentar sua esposa Carmen e o descontentamento de Silvia, sua filha, que sonha em ser radialista.- 97’ Classificação: 10 anos
Sessão às 15h30
Domingo, dia 14 – não haverá sessão deste filme
EM PARIS (Dans Paris – França/Portugal, 2006). Direção de Christophe Honoré, com Romain Duris, Louis Garrel, Joana Preiss. Mirko tem dois filhos: os jovens Paul e Jonathan. O primeiro é confuso e, o segundo, irresponsável. Paul sofre do mesmo tipo de depressão que levou sua irmã ao suicídio alguns anos antes. Ele vive com a namorada Anna, mas a relação está desgastada. Quando volta a morar com o pai, atinge o fundo do poço. Enquanto Jonathan vive aventuras românticas pela cidade, Paul se recusa a sair da cama e do quarto. Nem mesmo a insistência do pai e a visita da mãe o convencem. Mas uma noite ele finalmente sai e parte em direção a uma ponte sobre o rio Sena. – 93’ Classificação 14 anos
Sessão às 17h30
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (Bilndness – Brasil/Canadá/Japão, 2008). Direção de Fernando Meirelles. Com Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga. Adaptação cinematográfica do livro homônimo do escritor português José Saramago. O filme conta a história de uma inédita epidemia de cegueira, inexplicável, que se abate sobre uma cidade não identificada. Tal "cegueira branca" - assim chamada, pois as pessoas infectadas passam a ver apenas uma superfície leitosa - manifesta-se primeiramente em um homem no trânsito e, lentamente, espalha-se pelo país. Aos poucos, todos acabam cegos e reduzidos a meros seres lutando por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. À medida que os afetados pela epidemia são colocados em quarentena e os serviços do Estado começam a falhar, a trama segue a mulher de um médico, a única pessoa que não é afetada pela doença. – 120’ Classificação 16 anos
Sessão às 20h
KIRIKOU – OS ANIMAIS SELVAGENS (Kirikou et lês Bêtes sauvages – França/2005). Animação dublada. Direção de Bénédicte Galup e Michel Ocelot. Kirikou é menino muito pequenino, nascido em uma aldeia da África Ocidental. O garotinho não alcança nem o joelho de um adulto, mas terá de enfrentar a poderosa e malvada Karabá, feiticeira que secou a fonte d’água da aldeia de Kirikou, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Nessa aventura, o garotinho enfrenta muitos perigos e percorre lugares que somente pessoas pequeninas poderiam entrar. – 75’ Classificação livre
Domingo, dia 14 – sessões às 10h30 e 15h30sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Fora de série - Outliers
Fora de série - Outliers
de Malcolm Gladwell
O que torna algumas pessoas capazes de atingir um sucesso tão extraordinário e peculiar a ponto de serem chamadas de "fora de série"?
Costumamos acreditar que trajetórias excepcionais, como a dos gênios que revolucionam o mundo dos negócios, das artes, das ciências e dos esportes, devem-se unicamente ao talento. Mas neste livro você verá que o universo das personalidades brilhantes esconde uma lógica muito mais fascinante e complexa do que aparenta.
Baseando-se na história de celebridades como Bill Gates, os Beatles e Mozart, Malcolm Gladwell mostra que ninguém "se faz sozinho". Todos os que se destacam por uma atuação fenomenal são, invariavelmente, pessoas que se beneficiaram de oportunidades incríveis, vantagens ocultas e heranças culturais. Tiveram a chance de aprender, trabalhar duro e interagir com o mundo de uma forma singular. Esses são os indivíduos fora de série – os outliers.
Outro dado surpreendente apontado pelo autor é o fato de que, para se alcançar o nível de excelência em qualquer atividade e se tornar alguém altamente bem-sucedido, são necessárias nada menos do que 10 mil horas de prática – o equivalente a três horas por dia (ou 20 horas por semana) de treinamento durante 10 anos.
Aqui você saberá também de que maneira os legados culturais explicam questões interessantes, como o espantoso domínio que os asiáticos têm da matemática e o fato de o número de acidentes aéreos ser significativamente mais alto nos países onde as pessoas se encontram a uma distância muito grande do poder.
Neste livro, Malcolm Gladwell realiza uma fascinante investigação das raízes do sucesso. Enfocando a trajetória de pessoas que apresentaram um desempenho extraordinário em áreas e épocas diversas, ele mostra que o êxito não é fruto apenas do mérito individual. Ele também resulta de fatores que garantiram a esses indivíduos a chance de cultivar seu talento intensamente e de forma peculiar, destacando-se assim como personalidades fora de série.
Aqui você saberá como esse processo ocorreu, por exemplo, na vida de gênios da música, como Mozart e os Beatles, e de estrelas do mundo do software, como Bill Gates. Verá também que esse mecanismo pode marcar igualmente a história de comunidades, culturas e grupos étnicos.
Para Gladwell, todas as pessoas com esse perfil – denominadas por ele de outliers – receberam ajuda de alguém da família ou da comunidade ou foram beneficiadas por circunstâncias específicas de sua geração, cultura ou meio. No seu ponto de vista, o sucesso resulta do acúmulo constante de vantagens e, em grande parte, depende de quando e onde nascemos, da profissão dos nossos pais e do tipo de criação que recebemos.
Você lerá aqui histórias de gênios que, apesar de possuírem uma inteligência espantosa, não conseguiram alcançar o sucesso. Para o autor, esse fato demonstra que, embora o QI seja um indicador de habilidade inata, a destreza social é construída por conhecimento. É um conjunto de capacidades que precisamos aprender e desenvolver – e é no ambiente familiar que isso costuma ocorrer.
Segundo Gladwell, a princípio podemos pensar que celebridades, prodígios da matemática, músicos, empresários e atletas bem-sucedidos não se enquadram na experiência comum, mas isso não é verdade. "Eles são produtos da história, da comunidade, das oportunidades e dos legados. Seu sucesso não é excepcional nem misterioso. Baseia-se numa rede de vantagens e heranças, algumas merecidas; outras, não; algumas conquistadas, outras obtidas por pura sorte – todas, porém, cruciais para torná-los o que são. O outlier, no fim das contas, não está tão à margem assim", conclui.
O AUTOR
Antologia de Contos da UBE
Na noite de 27 de novembro, na Livraria Cultura, ocorreu o lançamento da Antologia de Contos da UBE - União Brasileira de Escritores, tendo como organizadores os escritores Fabio Lucas, Jeanette Rozsas e Levi Bucalem Ferrari. O projeto, fruto de acordo firmado entre Global Editora e UBE, reune jovens talentos e nomes de já reconhecida nomeada nas letras.
Antologia de Contos da UBE
vários autores
Nº de Páginas: 136
Esta primeira antologia da UBE reúne vinte contos de vinte autores e conta com produções dos três organizadores da obra: Fábio Lucas, Jeanette Rozsas e Levi Bucalem Ferrari. Este último, atual presidente da UBE, comenta no texto de apresentação que o projeto teve rápida aceitação e expõe como foram selecionados os contos: "O conto poderia ser inédito ou não e o tema era livre. Por isso, este livro contém o que cada autor considerou mais adequado ao tipo de publicação. E que, certamente, está entre o que de melhor tem produzido". O resultado: uma coletânea heterogênea de narrativas breves. Destacam-se vários contos fantásticos, como o inquietante "O dedo", de Lygia Fagundes Telles; os microrrelatos de "Contos mínimos" de Carlos Seabra; o instigante "Amaryllis", de Anna Maria Martins, e as rememorações dos tempos duros em "Mensageiro", de Levi Bucalem Ferrari.
Com a promessa de futuras publicações, a parceria da UBE com a Global Editora brinda os leitores com esta primeira antologia, que reúne relatos de Ada Pellegrini Grinover, Aluysio Mendonça Sampaio, Anna Maria Martins, Audálio Dantas, Beatriz Helena Ramos Amaral, Bernardo Ajzenberg, Betty Vidigal, Caio Porfírio Carneiro, Carlos Seabra, Dirce Lorimier, Domício Coutinho, Fábio Lucas, Jeanette Rozsas, José Roberto Melhem, Levi Bucalem Ferrari, Lygia Fagundes Telles, Nilza Amaral, Rodolfo Konder, Sérgio Valente e Suzana Montoro.
UM LANÇAMENTO
UM BEST SELLER PRA CHAMAR DE MEU
UM BEST SELLER PRA CHAMAR DE MEU
de Marian Keyes
Páginas : 742
"Literatura mulherzinha" continua vendendo horrores. Mais um típico livro de férias para esquecer depois na casa de praia.
Se você é daqueles que acha que um escritor de sucesso já tem a vida ganha porque publicou um livro que vendeu igual água, você é mais um que precisa se informar mais sobre o que acontece nos bastidores editoriais. Ah, tudo bem, você sabe que exitem editores, agentes literários, entre outros personagens que atuam neste ramo... mas o que fazem, como sabem qual é “o livro”, “quem” é o escritor, “quando” vai acontecer aquele lançamento, entre outras dúvidas que atormentam essas pessoas, bem, isso chega ao alcance de poucos.
A escritora irlandesa Marian Keyes, que segundo o Guardian, é “uma talentosa autora de histórias divertidas e repletas de reviravoltas inesperadas, [faz] piadas paralelas à trama e [tem] um humor antenado e inteligente, típico dos tempos modernos. Seu texto vibrante e bem-construído nos traz a sensação de ‘gente de verdade’ e ‘vida real’”, apresenta em Um bestseller pra chamar de meu histórias e curiosidades de personagens ícones do mercado editorial.
Talvez o livro mais curioso de Marina Keyes depois de Melancia, Um bestseller pra chamar de meu reúne ingredientes infalíveis para quem curte o mundo dos livros e é apaixonado por boas histórias de vida contemporâneas.
A AUTORA
Um lançamento
Últimas apresentações de Telúrica, na Casa Hoffmann
Artista propõe integração da dança aos quatro elementos naturais
Serviço:
Espetáculo Telúrica – Dança Integrada aos Quatro Elementos, com Silvia Baptista Ferraz (Silvia Wy’a Poty)
Local: Casa Hoffmann – Centro de Estudos do Movimento (R. Claudino dos Santos, 56 – Setor Histórico)
Data e horário: 13 e 14 de dezembro de 2008 (sábado e domingo), às 20h
Entrada franca
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
NINGUÉM POR TESTEMUNHA
NINGUÉM POR TESTEMUNHA
de Elizabeth George
Páginas:572
À frente das investigações dos assassinatos cometidos aparentemente por um serial killer pedófilo, racista e homossexual está o inspetor Thomas Linley, acompanhado por sua parceira, a detetive Barbara Havers. Enquanto Linley vive um momento pessoal feliz – sua mulher está grávida do primeiro filho – , Barbara amarga a frustração de não haver sido promovida em detrimento de um colega que chegou ao cargo, provavelmente, para atender às necessidades de imagem que a New Scotland Yard quer divulgar para a opinião pública.
Ao mesmo tempo que lida com as disputas profissionais de sua equipe, tentando proteger a amiga Barbara sem se indispor com seus superiores, que determinam as promoções no departamento, Linley precisa estimular os colegas a prosseguirem nas investigações, mesmo sem acreditar no mérito de quem alcançou a chefia.
A americana Elizabeth George situa esta décima terceira aventura de Linley, um policial de origem aristocrática, na Londres da atualidade, onde filhos de imigrantes convivem com o desemprego, a inadaptação social e os preconceitos que persistem apesar da globalização. O liberal Thomas Linley ainda almeja uma vida dentro dos preceitos tradicionais, embora compreenda e se entusiasme com as mudanças que chegam com a modernidade. O que ele não espera é que a violência que combate profissionalmente venha bater à sua porta.
Em Ninguém por testemunha, Elizabeth George mostra o crime não apenas através do ponto de vista de quem o combate, mas também de quem o planeja e o comete. No olhar do criminoso e em sua lógica que ignora os direitos humanitários, mas que também pretende reorganizar a ordem social, por entender que a punição pode evitar a repetição de erros, está um dos pontos fortes da intrincada trama. A autora comprova, mais uma vez, por que é uma das maiores referências da literatura de mistério, capaz de transportar o leitor para uma Inglaterra de tramas complexas e detalhes sutis.
A AUTORA
Elizabeth George Susan nasceu em Warren, Ohio.
Ela é graduada pela University of California em Riverside. Também participou em Fullerton Califórnia State University, onde mestrou-se em Psicologia.
Profissionalmente, começou como professora. Ela estava empregada no Mater Dei High School, em Santa Ana inicialmente, onde foi sumariamente demitida do trabalho, juntamente com outras dez professores por atividade sindical. Mudou-se então para El Toro (agora chamado Lake Forest, Califórnia) e lecionou na El Toro High School, Califórnia , onde permaneceu durante o resto de sua carreira como professora de Inglês. Saiu da área de educação após treze anos e meio, quando vendeu o seu primeiro romance, A Great Deliverance, publicado pela editora Bantam Books.
Ela ganhou o Prêmio Anthony, o Agatha Award, e o Le Grand Prix de Literatura da França pelo seu romance policial A Great Deliverance, para o qual ela foi também indicada para o Edgar e os Macavity Awards.
A maioria de seus romances foram filmados pela televisão para a BBC e também veiculados pela PBS .
Suas Obras
- A Great Deliverance (1988; ISBN 0-553-27802-9)
- Payment In Blood (1989; ISBN 0-553-28436-3)
- Well-Schooled in Murder (1990; ISBN 0-553-28734-6)
- A Suitable Vengeance (1991; ISBN 0-553-29560-8)
- For The Sake Of Elena (1992; ISBN 0-553-56127-8)
- Missing Joseph (1992; ISBN 0-553-56604-0)
- Playing For The Ashes (1993; ISBN 0-553-57251-2)
- In The Presence Of The Enemy (1996; ISBN 0-553-57608-9)
- Deception On His Mind (1997; ISBN 0-553-57509-0)
- In Pursuit of the Proper Sinner (1999; ISBN 0-553-57510-4)
- A Traitor to Memory (2001; ISBN 0-553-58236-4)
- "I, Richard" (2002; ISBN 0-553-38242-X)
- A Place of Hiding (2003; ISBN 0-553-58237-2)
- With No One As Witness (2005; ISBN 0-06-054561-5)
- What Came Before He Shot Her (2006; ISBN 0-06-054562-3)
- Careless in Red (2008; ISBN 978-0-06-116087-5)
UM LANÇAMENTO DA
Orquestra À Base de Sopro convida Laércio de Freitas
Depois de seis anos, a OABS volta a se encontrar com o maestro Laércio de Freitas, desta vez no Guairinha.
O programa traz, entre outras composições de Freitas, as músicas que integram São Paulo no balanço do choro, disco lançado em 1980. É uma das obras referenciais em sua carreira. Nele estão chorinhos que, mesmo ligados intimamente à forma tradicional, têm a característica de serem moderníssimos.
Nem só de choro, porém, compõe-se o espetáculo. Um número especial, e dos mais recentes, é Malica, que o avô escreveu para sua segunda neta, que completou seu primeiro ano de vida em novembro. Laércio de Freitas comentou sobre a experiência do novo trabalho com a Orquestra À Base de Sopro: “Pode-se trabalhar com eles com relativa tranqüilidade”, disse em relação aos músicos. Também elogiou a formação e a sonoridade do grupo. “A resposta deles é uma boa resposta”, disse.
O convidado – Graduado em piano pelo Conservatório Musical Carlos Gomes, de Campinas, Laércio de Freitas estudou canto coral com Walter Lourenção, além de cordas e regência com José Sabre Marroquin, no México. Profissionalmente escreveu arranjos e regeu para inúmeros cantores, entre eles Emilio Santiago, Tim Maia, Wilson Simonal, Clara Nunes, Marcos Vale.
Freitas escreveu transcrições para piano de obras de Astor Piazzolla, gravadas por Arthur Moreira Lima, e arranjos orquestrais para a Orquestra Jovem Tom Jobim, Orquestra Jazz Sinfônica, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Banda Mantiqueira e Orquestra Sinfônica de Santo André. Também gravou CD em homenagem a Jacob do Bandolim, tendo como convidado o violonista Alessandro Penezzi.
A orquestra – Criada há dez anos, a Orquestra À Base de Sopro – OABS tem em sua formação 17 músicos, entre flautas transversais, clarinetes, clarone, sax alto, sax tenor, trompetes, trombones e, na base rítmica e harmônica, piano, guitarra, baixo, bateria e percussão. A direção artística é de Sérgio Albach.
Privilegiando a música brasileira, a orquestra trabalha com as variadas tendências e gêneros existentes. Também mantém a mesma diversidade entre os artistas convidados para apresentações em seus concertos. Subiram ao palco com a OABS instrumentistas como Teco Cardoso, Toninho Ferragutti, André Mehmari, Arrigo Barnabé, Mauro Senise, Proveta, Lea Freire e Roberto Sion.
Serviço: Show da Orquestra À Base de Corda com o pianista e compositor Laércio de Freitas Datas e horários: dias 13 (sábado), às 20h, e 14 de dezembro de 2008 (domingo), às 19h Local: Teatro Guairinha (Rua XV de Novembro, s/n – Centro) Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (estudantes e idosos) Informações: (41) 3321-2847
ESPECIAL NATAL - RECEITAS
Todo mundo tem para as festas de final de ano uma receita de família. Assim sempre foi e sempre será. E tome brodos, rabanadas, bacalhoadas, pavês e outros quetais que quando não empanturram geram os indesejáveis quilinhos a mais tão incômodos no desfile das praias de janeiro. Mas isso já é outra história, e seguindo a tradição das comilanças natalinas nativo-européias vamos a um oportuno lançamento, suculento e bem cuidado.
RECEITAS DE NATAL
Recitas compliadas e testadas na Cozinha Expermental do chef André Boccato
72 páginas
capa dura
Para aqueles que não são es verdadeiros mestres-cucas, é bom lembrar que as receitas são fáceis de serem preparadas. Com essa informação, vai uma proposta : será que não é chegada a hora de se aventurar e enfrentar bravamente o forno ou o fogão? De repente, numa data tão especial como o Natal, o aventureiro pode vir a ser um novo cozinheiro, podendo se tornar o grande chef para os familiares e amigos, ou pelo menos, ter seu nome imortalizado e associado a um pavê, a um tender ou um rocambole...
Pavê da tia Alzira, tender da carminha, rocambole do Luizão...Não é o máximo?
UMA PEQUENA AMOSTRA
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UM LANÇAMENTO DA
ENSAIO ESPECIAL - NATAL
NATAL
DAS ORIGENS À BRASILIDADE
Na verdade, podemos afirmar que a festa do Natal é muito mais antiga do que a cristandade e remonta ao paganismo contendo em si uma simbologia toda alheia ao dogma cristão a começar pela data, uma vez que Jesus, historicamente, não deve ter nascido realmente aos 25 dias de dezembro. Foi no Concílio de Nicéia, cerca de 400 anos após o nascimento e morte de Jesus, que a Igreja Católica resolveu convencionar o nascimento de Jesus nesta data. Analisando os Evangelhos, de S.Marcos e S. Mateus que relatam a história do nascimento de Jesus, ao contrário do que julgávamos, Ele não teria nascido no inverno, mas sim na Primavera ou no Verão, pois os pastores não guardariam os rebanhos nos montes com o rigor daquela estação.
A escolha de 25 de Dezembro não foi arbitrária. Colocando o nascimento de Cristo na data das festividades pagãs do solstício do Inverno, a Igreja Cristã tinha a esperança de as absorver e o que aconteceu na verdade foi a absorção de muitas de suas ritualísticas e simbologias.
Como sabemos, os adoradores do sol remontam às épocas mais antigas da História da humanidade (os egípcios ao deus Ra, os assírios ao deus Shamash e ainda os celtas e gauleses ao deus-sol).Também os persas tinham deuses inspirados no sol como o deus Agni. Estudiosos contam que no dia 24 de Dezembro queimavam o seu deus manufaturado de um tronco de árvore; isso depois de já terem feito outro que repunham no lugar do anterior no dia que corresponde ao nosso 25 de Dezembro. As civilizações gregas e romanas tinham em suas tradições as celebrações saturnais, que consistiam em festejos dedicados ao deus-sol, denominados Nataalis Solis Invicti, ou o nascimento do sol invencível.
Os estudiosos bíblicos consideram que Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a Igreja primitiva jamais celebraram o nascimento de Cristo nesta data e em nenhuma outra e que não existe na Bíblia ordem ou instrução alguma para fazê-lo. Porém, existe sim, a ordem de observarmos a Sua morte ( I Co 11:24-26 ; Jo 13:14-17).
Os esotéricos e místicos lembram que além dos principais costumes natalinos de cada povo, tem-se adotado outros que são de origem pagã. Um exemplo é a coroa verde adornada com fitas e bolas coloridas que enfeitam as portas de tantos lares que é de origem pagã e remonta aos costumes pagãos de se adornar edifícios e lugares de adoração para a festividade que se celebrava ao mesmo tempo do Natal.
Antes do século IV, período em que os cristãos não eram livres para cultuar abertamente, recorriam a pequenas reuniões nas casas ou catacumbas. O Natal e a Epifania eram celebrados conjuntamente no dia 6 de janeiro porém, depois da conversão do imperador Constantino e de seu edito de Milão no ano 313, os cristãos passaram a celebrar seus cultos abertamente e a comemorar o Natal como festa separada.
Foi o papa Júlio I (337-352) quem escolheu o dia 25 de dezembro não só porque algumas antigas tradições apontavam essa data como a do nascimento de Cristo. Na Palestina e no Egito a festa demorou mais tempo a ganhar raízes. São do ano de 432 os primeiros testemunhos da festa de Natal em Alexandria e é só pelos anos 634 ou 638 é que a festa de 25 de Dezembro tomou forma definitiva em Jerusalém. Consta que em Constantinopla o Natal foi instituído por volta do ano de 386. Foi João Crisóstomo, ainda diácono, quem deu a grande novidade ao povo anunciando que naquele ano se começaria a celebrar em 25 de Dezembro a festa do nascimento de Cristo. Mais tarde, no ano 425, a festa passou a fazer parte dos dias em que eram proibidos os jogos. O papa Leão I, o Grande; (440 a 461), no seu sermão 22 sobre a "Natividade do Senhor" repreendia os cristãos a "não confundirem Cristo com os sóis naturais".
Consta na Enciclopédia Americana que "uma festa foi estabelecida em memória do nascimento de Cristo no século IV. No século V a igreja ocidental deu ordem para que fosse celebrada, para sempre, no dia da antiga festividade romana em honra do nascimento do sol, por não se conhecer ao certo o dia exato do nascimento de Cristo."
Foi no ano 527 o imperador Justiniano mudou a sede do império para Roma e com esta mudança muitas coisas modificaram-se na Igreja Católica e principalmente o que se refere a primazia dada ao bispado, causa do grande cisma. Ele decretou então que se celebrasse a festa do Natal a 25 de Dezembro.
O NATAL ENTRE NÓS
Com certeza o Natal instituído como tradição pagã no Brasil chega através das imposições religiosas dos missionários católicos que chegaram ao Brasil juntamente com os portugueses. A Companhia de Jesus em sua missão catequista utilizava-se de todos os ritualismos possíveis para trazer a mensagem cristã ao índio e aos degredados, muitos deles cristãos novos. Depois vieram as influências espanholas, francesas e holandesas e mais recentemente, antes das mídias globalizantes, as tradições folclóricas de todos os imigrantes, em destaque os italianos.
Os portugueses também apresentam diversas facetas folclóricas nas comemorações natalinas e por isso mesmo, vamos observar a cada passo uma grande variedade de tendências para os ritos e formas de festejar o evento natalino.
É interessante transcrevermos aqui um trecho de texto escrito pelo padre Francisco Manuel Alves Abade de Baçal. 1934 -"Em algumas terras bragantinas começam as festas de natal no dia 13 de Dezembro com bailados acompanhados de constantes libações nineácias. Na noite de consoada (24 de Dezembro) esfusia o entusiasmo por toda a parte. A lareira é bem fornida de lume de que se guarda o melhor tição para acender pelo ano adiante quando surjam trovoadas para evitar que danifiquem os frutos. Vai-se depois à "missa do galo" e beija-se o Deus-menino. Seguem-se os festejos de Santo Estevão a 26 de Dezembro; de S.João, a 27; de S.Silvestre, a 31; do ano-novo, a 1 de Janeiro; e dos Reis a 6. Estes usos derivaram-se da Saturnália, celebrada pelos romanos durante 8 dias, começados a 17 de Dezembro convivendo fraternalmente ricos e pobres e sendo estes servidos à mesa por aqueles num ambiente de igualdade entre os homens, em memória da idade áurea simbolizada por Saturno. A esta folgança agregaram-se as Juvenais, festas celebradas pela gente moça no dia 24 de Dezembro, com lautas patuscadas, além de que no dia 21 do mesmo mês se sacrificava a Vênus, cujos cultos sempre tiveram muito de brincalhões. Estes costumes atingiram o apogeu na Idade Média com a "festa dos loucos" que era celebrada por clérigos de ordens menores, diáconos e sacerdotes, durante 12 dias, ou seja: desde o dia de Natal ao dia de Reis. As grandes fogueiras e a lenha estão relacionadas com os ritos de fogo, celebrados em tempos anteriores ao cristianismo, no solstício do inverno, como culto propriciatório ao Sol."
O PRESÉPIO
Lucas, o Evangelista escreve que “Deu à luz a seu filho primogênito. Envolveu-o em panos e colocou-o num presépio, porque não encontraram lugar na hospedaria.”. O presépio aparece também no texto do profeta lsaías (1,3) quando Deus se queixa de que "o boi conhece a seu amo e o asno conhece o presépio de seu senhor, mas Israel não me conhece, meu povo não se recorda de mim". E daí aparecem os dois animais míticos.
Mas foi São Francisco de Assis, por meio da representação da cena da natividade, (o presépio) que tentou de forma visual passar para os camponeses o mistério da noite de Natal. O costume difundiu-se por toda a Europa já não mais a representação sendo necessária para a instrução dos adultos na história do Natal, mas como uma decoração para a ocasião e para aproximar as crianças. Tínhamos então a representação do presépio como um estábulo, incluindo a mula, o boi, e com a visita dos magos e pastores. A representação se apoia em trechos bíblicos. Então podemos dizer que o presépio tem origem como a recriação do Natal na Terra Santa feita por São Francisco na sua aldeia, em 1224. A reprodução da cena da natividade precisou autorização papal, e passou a ser comum nos conventos, utilizando-se figuras de madeira pintadas.O costume foi-se expandido até às dimensões atuais. Conclusivamente o presépio é por fim um dos poucos símbolos de origem cristã utilizados no Natal. No Brasil os presépios tiveram grande aceitação popular e foram sendo absorvidos pela cultura popular e pelos artesãos. Hoje temos presépios de palha de milho, madeira e principalmente de barro.
Estudiosos afirmam que a arte cristã primitiva representa os magos do Novo Testamento com indumentária persa e chamar os magos de reis é fruto da imaginação e da devoção popular, pois seus turbantes nas cabeças pareciam coroas.E as representações dos magos diante o presépio aparecem muito antes que as dos pastores, com desenhos que datam do século IV nas catacumbas dos santos Pedro e Marcelino, acompanhando os magos.
A ESTRELA
Ainda seguindo o evangelho de Mateus lemos que os magos afirmam ter visto uma estrela e que ela os motivou a ir a Jerusalém em busca do rei dos judeus. A estrela, então, os guia até Belém. Desde os tempos do astrônomo Kleper, no século XVII foram feitos estudos astronômicos sobre os fenômenos celestes e foram propostas três teorias, do cometa, de uma nova estrela (uma super-nova) e uma conjunção de planetas. Mas isso não importa, o certo é que a estrela tem outras simbologias. A arvore de Natal é geralmente encimada por uma estrela de cinco pontas. Trata-se, dentro da tradição judaica da cabala, o símbolo mágico e cabalístico do pentagrama, do homem cósmico, do adan-cadmon, e representa o domínio dos cinco elementos.E é ainda a estrela de David.
A ÁRVORE DE NATAL
Segundo Luis da Câmara Cascudo em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, a Árvore de Natal é o “álamo, abeto, pinheiro, cortado em maio e replantado na praça da aldeia, símbolo votivo do espírito fecundador da vegetação assegurando pelas homenagens recebidas a continuidade das colheitas”. A arvore veio para o Brasil como tradição natalina no começo do século XX. A primeira exibida na cidade de Natal em 1909.
A origem da árvore de Natal parece vir dos tempos de São Bonifácio, o qual converteu ao cristianismo os alemães no Século VIl, cortando a azinheira sagrada de Geismar, em Hesse, a fim de acabar com o culto as árvores. Porém, como maioria dos símbolos do Natal ela tem sua origem nos druidas, os sacerdotes dos celtas. O termo druida significa “carvalho”, mas também mago e encantamento. Os druídas honravam a seus deuses atando as ramas de maçãs douradas e outras oferendas.
No mundo pagão se encontram várias tradições: entre os germânicos, o deus Odin tinha permanecido pendurado nos pés de um pinheiro no solstício de inverno. Virgílio, nas Geórgicas, menciona o uso romano de pendurar em pinheiros máscaras de Baco como um meio de assegurar a fertilidade.
No Antigo Testamento a árvore tem um significado especial: sob as árvores sagradas se celebravam reuniões, julgamentos, assembléias do povo (1Sam 14,2;22,6).
Desde os tempos proféticos a árvore ocupa um lugar de privilégio: "Virá a ti o orgulho do Líbano, com ele o cipreste e o abeto e o pino, para adornar o lugar de meu santuário e enobrecer minha mesa." (Is. 60,13). Também a figura do rebento do tronco de Jessé a empregam os profetas no anúncio do Messias (Is 11,1).
Quando a arvore se tornou mais popular como elemento de decoração de Natal surgiram muitas lendas para explicar a sua origem. Uma nos conta que na noite em que Cristo nasceu todas as árvores de um bosque vizinho floresceram e deram frutos apesar do gelo e da neve. Entre os ingleses se narra que tendo chegado José de Arimatéia a Wyralhill, plantou ali seu báculo no solo que se converteu em uma árvore que florescia no inverno; há aqueles que o identificam com o espinho de Glastonbury, que floresce no Natal. Algumas das coisas que apresentamos aqui pode ser conferido no extenso romance de Marion Zimmer Bradley intitulado As Brumas de Avalon.
Em diversas partes da Europa se cortavam ramas de espinho e de cereja e se colocavam em lugares abrigados para que florescessem no Natal. Algumas famílias traziam à suas casas árvores inteiras para competir com seus vizinhos sobre os mais belos enfeites.
Este costume é, para alguns, a origem das atuais árvores de Natal, pois em um principado na Alemanha se decoravam as árvores com maçãs, fitas e flores de papel, até que as bolinhas de vidro tomaram lugar destes adornos. No século XVI, na Alemanha, se adornou a árvore de Natal como hoje a conhecemos. A “Árvore de Natal”, conhecida em algumas regiões da Europa como a “Árvore de Cristo”, desempenha papel importante na data comemorativa do nascimento de Nosso Senhor.
Podemos ainda dizer que os relatos mais antigos que se conhecem acerca da Árvore de Natal, como tal datam de meados do século XVII, e são provenientes da Alsácia, província francesa. Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, única árvore que nas imensidões da neve permanece verde.
Um dos mais belos contos populares vem da região da Estíria (Áustria), no século dezenove e seu autor é P. Rosegger, e narra o alumbramento da família ao ver uma pequena árvore enfeitada sobre a mesa do que seria a ceia de uma família burguesa que já havia praticado rituais de incensário. O texto passou a ser conhecido como a Árvore de Cristo: presente do Menino Jesus.
OS ENFEITES DE NATAL
As velas usadas no Natal, poderiam ser a simplificação das antigas fogueiras. São bengalas e bolas de cristal que enfeitam as árvores de Natal, as coroas nas portas das casas, nas vitrines dos comércios.Consta que um vendedor de doces quis fabricar algo especial para o Natal e pensou em um pequeno bastão de menta que recordasse o cajado dos pastores que ocupam um lugar preferencial entre os visitantes do presépio. Daí surge a, rara no Brasil mas comum na Europa e EUA , a bengala doce. Depois de algum tempo os doces de menta foram substituídos por bastões de plástico e também as bolas de cristal e depois vidro.
Os romanos tinham como tradição oferecer a sua coroa a alguém. A pessoa que a recebia, como forma de agradecimento, pendurava-a na porta principal da sua casa. Hoje, as pessoas colocam coroas verdes ou douradas na porta das suas casas como sinal da proximidade do Natal. Também o costume de pendurar nas portas os enfeites de vegetais podem ter a ver com a tradição celta de pendurar visco sobre a porta, que era considerado extremamente mágico e conferia poderes a quem o usasse na data do solstício.
As cores do natal
Talvez as cores do Natal pudessem ser conhecidas como uma escolha de cores que queria reunir o branco da neve que cobre os campos do hemisfério norte e o vermelho do sangue que Jesus derramaria por todos.
Porém essa definição é insuficiente, Na verdade considera-se as cores de Natal o vermelho e o verde, presentes por exemplo nas guirlandas e enfeites de porta (coroas) e tem sua origem na dualidade delas na natureza, arvore e frutos.
Missa do Galo
Era costume entre os católicos ir à celebração da missa antes da ceia. Era o rito religioso que purificava antes da comida, sempre uma libação. A tradicional Missa do Galo cristã, muito embora seja a maior expressão litúrgica do catolicismo em especial nas tradições ritualísticas de Roma, Portugal e Brasil também pode ser caracterizada pela tradição da cerimônia pagã. “O galo é um animal sagrado para os ciganos que são considerados um ramo perdido dos atlantes e também o era para os druidas/celtas que também o são. O galo é quem diz: “Eu sou aquele que canta o raiar de um novo dia, de uma nova esperança, de uma nova vida!”, como uma alusão ao Sol como deus e origem da vida.”Dizem que o galo cantou á meia noite , no nascimento de Cristo, contrariando a sua natureza.
Cartões de boas festas
Bem antes de Jesus Cristo surgiram as mensagens de felicitações. Já era habito entre os romanos enviarem-se congratulações pelo Ano Novo, gravadas em tabletes de argila (tijolos) e, com a cristianização do Império Romano, esse costume permaneceu inalterado. O primeiro cartão de "Boas Festas" de que se tem noticia teria surgido em Londres no ano de 1834, na mesma época dos contos natalinos de Charles Dickens.
Dickens que brilhava com obras de gosto popular como As Aventurasdo Sr. Pickwick, Oliver Twist ou ainda as comoventes como Um grilo na Lareira, quando escreve a saga do Sr. Scrooge resgata o espírito do Natal. The Haunted man and the ghost bargain, é um clássico de Natal que foi filmado e representados milhares de vê zes dando origem inclusive a personagens de quadrinhos como o de Walt Disney , que ganhou no Brasil o nome de Tio Patinhas.
Mas voltando aos cartões, foi a falta de tempo de Henry Coyle, o director do British Museum de Londres, que originou a criação dos cartões natalinos. Sem tempo de escrever a mão a todos os seus familiares e amigos, Henry Coyle solicitou ao artista plastico John Callicot Housley que lhe elaborasse um cartão que servisse para enviar boas-festas a todos os seus patentes e amigos. O pintor pegou um pedaço de cartolina quadrada e dividiu-a em três partes. Ao centro desenhou uma família reunida a mesa, comemorando alegremente. No verso figuravam meninos pobres recebendo comida e roupas.E por fim podia-se ler a mensagem: A Merry Christmas and a Happy New Year to you ("Um alegre Natal e um feliz Ano Novo para você"). O significado em inglês da palavra Christmas é o mesmo que The Mass of Christ : "Missa de Cristo". Na ocasião foram impressos cem, e os que sobraram foram vendidos a um xelim cada. Até o costume se popularizar em 1851, os cartões eram todos litografados e pintados mão.
PAPAI NOEL OU PAI NATAL
A figura de Santa Klaus, é igual à árvore de Natal, resultou da combinação de várias lendas e tradições muito antigas. Certamente existe relação entre o Velho Noel ou Papai Natal (Portugal) atual e os Julenisse da Dinamarca e Noruega e os Tomte da Suécia, duendezinhos vestidos de vermelho com gorros pontiagudos e longas barbas brancas que repartem presentes montados em Jule-buken renas enfeitados com sinos e laços. Para outros existe uma relação na tradução do Velho Noel e a deusa norueguesa do lugar, Hertha ou Percht, que como Santa Claus entrava e saia pelas chaminés durante o solstício de inverno.
Essas figuras juntaram se com São Nicolau, bispo de Mira, região ao sudoeste da Ásia (Turquia), no século III que tinha especial cuidado com os meninos e necessitados. Ele que saía pelas noites percorrendo as cidades e levando presentes aos vizinhos e dando bons conselhos.O dia 6 de dezembro era a ele dedicado. Sua fama estendeu-se até os lapões e samoedos que habitavam na região das renas, e foi convertido no patrono de muitas cidades européias. Alemanha e Holanda foram os países onde mais rápido se estabeleceu a celebração de São Nicolau.
Os holandeses introduziram a tradição nos EUA e o fizeram patrono da ilha de Manhattan, a Nova Amsterdam, como chamaram os holandeses a Nova York quando a fundaram no século XVIII. A figura era do gordo sorridente de bochechas rosadas cativou e sua mitra episcopal logo se transformou em gorro, conservando a cor vermelha das vestimentas. Vieram depois o saco de brinquedos, e o cavalo cinzento se transformou em um trenó puxado por oito renas. O santo em holandês se chamava Sinter Klass, que para os meninos de língua inglesa logo mudou para Santa Claus e no Caribe o chamaram "Santicló" com acento francês. Na França o nome se transformou em Papá Noel, pela tradição de dar presentes no Natal (Noel).
Recorrendo a Câmara Cascudo vemos que o Papai Noel veio para o Brasil na segunda década do século XX e sua vulgarização acontece após 1930 sempre por obrigação formal nos festejos natalinos de iniciativa oficial e letrada, mas jamais popular. “Sem a mais remota e fortuita ligação com o ciclo de Natal católico da Espanha e Portugal, fontes do culto no Brasil, é de efeito mais hilariante que venerando na apreciação coletiva”.
A função do Papai Noel é o de distribuir presentes, porém temos as seguintes tradições: os trazidos São Nicolau, no dia 6 de dezembro ou entregues no dia 6 de janeiro, dia da Epifania, seguindo a tradição dos magos (tradição essa muito presente entre os descendentes de portugueses, em especial no sul do país). A outra tradição é a dos romanos que desejavam boa sorte durante as festas saturnais, no dia 25 de dezembro, dia que o mundo cristão celebra o Nascimento de Jesus. Algumas culturas dão os presentes na vigília de Natal, no dia 24 de dezembro. Cada tradição fala de um doador diferente: o Menino Jesus, Santa Claus, o Velho Noel, Befana ou Bufana (a figura feminina de Santa na ltália, que popularmente também pode ser conhecida como mulher de Papai Noel, esta tradição é muito encontrada entre os descentes de italianos no sul do país, em especial nas comunidades da cidade de São Paulo), os três magos, os gnomos de Natal, Kolyada (na Rússia), os Joulupukki ( na Finlândia).
As canções e os autos
Quando os anjos anunciaram o nascimento do Menino aos pastores, retumbou nos ares o primeiro cântico de Natal: "Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens que amam o Senhor,” ou ainda “ Gloria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. É atribuído ao Papa Telésforo no século II o hino do Glória in Excelsis, mas a mais antiga canção de Natal é atribuída a São Hilário de Poitiers no século IV: Jesus refulsit omnium.Foram compostas muitas canções de Natal, que nem sempre tinham inspiração espiritual; eram muitas vezes composições folclóricas, e no século VII os dirigentes da Igreja proibiram terminantemente seu uso. No século XIII, o poeta Jacopone Benedetto compôs o hino "Averex angelorum" por esta época aparecem os "Carols" na Inglaterra, na Espanha surgiram os "Villancicos" e na França os seus "Cantiques de Noel". Na Alemanha os cânticos eram chamados de "Weihnachten Lieder" e na Rússia e Polônia, "Kolendas".Os cânticos natalinos, em destaque na Espanha, eram canções simples, entoadas por lavradores e pastores, (villanos) e dai seu nome de villancicos. Talvez o mais popular dos cânticos que o mundo conhece é o Noite de Paz, porque foi traduzido a numerosos idiomas, e interpretados por grandes solistas e coros populares.É de 1818, composto por José Mohr pároco do povoado de Hallein, nos Alpes austríacos, em parceria com o organista Gruber que a popularizou.Uma das versões, mais conhecida em Portugal é a seguinte :“Noite de paz, noite de amor!tudo dorme ao derredor. Somente velam olhando a facede seu filho em angélica paz José e Maria em Belém!”
No Brasil os cânticos de Natal tem grande destaque, em especial os produzidos pelos artistas populares nordestinos , porém cabe a um mulato mineiro a primazia de ter composto um Auto de Natal da forma clássica tradicional.
Já nas primeiras décadas de 1700, a sociedade mineira se expressa de modo significativo por meio da música religiosa e profana. Os rituais litúrgicos e as festas populares eram valorizados pela música, que aos poucos tomou forma e ganhou proporções originais, revelando uma classe singular de músicos, em sua maioria mulatos. Ignácio Parreiras Neves foi um desses mulatos era o compositor, cantor e regente, trabalhando nessa função principalmente para o Senado da Câmara e para as irmandades de São José dos Homens Pardos e de Nossa Senhora das Mercês e Perdões. Parte considerável de sua produção musical está perdida. Do que restou, destacam-se Credo, Ladainha e Oratória ao Menino Deus para a Noite de Natal (1789), considerado o único auto de natal em língua portuguesa escrito de forma tradicional dos autos litúrgicos. Parreiras Neves nasceu em Vila Rica em 1730, onde faleceu entre 1792 e 1794.
Para Câmara Cascudo os autos são formas teatrais de enredo popular com bailados e cantos, que podem tratar de assuntos religiosos e profanos, representadas no ciclo das festas de natal ( dezembro e janeiro). Lapinhas, pastoris, fandangos ou marujadas e ainda cheganças ou cheganças de mouro, bumba-meu-boi, boi, boi calemba, boi de reis, congadas ou congos, etc. Desde o século XVI os padres jesuítas usaram o auto religioso, aproveitando também figuras clássicas e entidades indígenas, como poderoso elemento de catequese.
Os autos de Natal Brasileiros foram muitos e dos mais surpreendentes autores. Adélia Prado é uma dessas autoras. Depois de estrear com Soltem os Cachorros, abandona o magistério, após 24 anos de trabalho. Lecionou Educação Religiosa, Moral e Cívica, Filosofia da Educação, Relações Humanas e Introdução à Filosofia. Sua peça, O Clarão, é um auto de Natal escrito em parceria com Lázaro Barreto, é encenada em Divinópolis. Sobre esse texto, Adélia, sempre polêmica fala -"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta”. Em 1980 ela dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
Segundo Maria Chaves em artigo recente , “entre uma comemoração e outra, eis que surgem com toda força os tradicionais autos natalinos para interpretar o emocionante episódio bíblico.Seja através de elementos da cultura popular, figuras sacras ou profanas, a tradição de colocar em cena uma homenagem ao 25 de dezembro se mantém firme e forte - ao menos é o que se percebe no Estado de Pernambuco. O Aurélio diz que um auto se trata de um ato público, uma solenidade, de um registro escrito e autenticado de qualquer ato. É um gênero dramático originário da Idade Média, com personagens em geral alegóricos, como os pecados, as virtudes, os santos, podendo também comportar elementos cômicos ou jocosos”. Destaca então o Noite Feliz, da Sociedade Teatral de Fazenda Nova.
Para Théo Brandão a festa de natal sempre teve um aspecto de festa de feira, que durava das vésperas até 6 de janeiro. “Oriundos em sua maioria da península ou vindos até nós do continente europeu através de formas portuguesas, tomaram aqui uma feição particular e deram, de outra parte, motivo para a criação, sob influências dos negros da terra ou da África, de novas formas, diversas nuances e de novos autos e diversões.”
É clássica a divisão de tais autos, folguedos, danças dramáticas, folias, folganças, brinquedos, que tantos são os nomes com que se tem os nomeado no correr dos tempos, desde Sílvio Romero, que os classificou em seu Cantos Populares do Brasil em Reisados, Cheganças e Pastoris.
Para a Professora Eneida de Castro, Morte e Vida Severina - Auto de Natal Pernambucano de João Cabral de Melo Neto é o mais característico poema com inspiração na Natividade. “Morte e Vida Severina apresenta a viagem de um sertanejo que procura melhores condições de sobrevivência em outras paragens.
Outro Auto de Natal importante é a teatralização do poema Meu Caro Jumento, de Patativa do Assaré que em sua linguagem simples, falando do jumento, que carregou Maria e Jesus na fuga para o Egito e de como ele, da mesma forma que o trabalhador, é maltratado e abandonado por aqueles que o exploram e deveriam amá-lo. Patativa cria em seu poema, um verdadeiro Auto de Natal, sintetizando todos os conteúdos da festa natalina, permitindo ao grupo falar do amor, da generosidade, da esperança e do renascimento que nela se fazem presentes.
Em 1953 tivemos outra estréia importante que tinha o burro como personagem. No pequeno teatro do Patronato da Gávea, O Tablado, a peça "O boi e o burro a caminho de Belém", escrita e dirigida pela jovem Maria Clara Machado. Fundadora do grupo ao lado de seu pai, o escritor mineiro Aníbal Machado e de um grupo de intelectuais amigos ela já vinha desenvolvendo, como assistente social, um trabalho de teatro de bonecos, no próprio Patronato, desde os fins dos anos quarenta.
O Cordel também cometeu diversos autos de Natal , mas destacamos este delicioso Auto de Natal de autoria de Valdez, natural de João Pessoa , com o qual encerramos este ensaio:
Foi de Bom-I-Zú da Lapa
Chamado aquele lugar,
Sugestão de um vaqueiro
Que acabara de apear.
O povo foi-se chegando...
Todo mundo veio olhar.
Depois chegaram os magos,
No meio um preto forte...
Era Zumbi dos Palmares
De braço com a consorte.
E tinha um mago índio
Rio-grandense-do-norte.
Desses eventos distantes,
De registro oficial,
Fez-se auto nordestino,
Fez-se auto sem igual.
Louva Jesus Salvador
E a graça do Natal