sexta-feira, 24 de abril de 2015

Divulgação de balanço da Petrobras ofusca aprovação do projeto sobre terceirização

 A divulgação do balanço da Petrobras na noite de quarta-feira, 22, serviu para ofuscar a aprovação definitiva, por parte da Câmara dos Deputados, do PL 4.330, que abre a possibilidade de terceirização das atividades-fim. O balanço da Petrobras apresentou baixas contábeis de R$ 51 bilhões, decorrentes de perdas por corrupção (R$ 6 bilhões) e principalmente da reavaliação de alguns ativos da empresa (R$ 44,3 bilhões), devido à queda no preço do petróleo e à redução na velocidade e volume de investimentos que devem adiar a entrada em operação de algumas plataformas e refinarias. Com esta baixa contábil e a revisão dos valores dos ativos, a Petrobras registrou no balanço de 2014 um prejuízo de aproximadamente R$ 21 bilhões, mesmo com o crescimento de 30% do lucro (EBTIDA) da empresa. Na mesma noite, a Câmara dos Deputados votou os destaques ao texto principal da PL 4.330, que versa acerca da possibilidade de terceirização total no mercado de trabalho brasileiro. A emenda aglutinativa, que incluia o destaque que possibilita a terceirização das atividades-fim, foi aprovada com margem estreita de votos, sendo 230 votos favoráveis e 203 contrários. O PT e o PC do B foram os únicos dois partidos que votaram completamente unidos contra a aprovação dos destaques. Agora, o projeto de lei segue para o Senado para ser apreciado e votado.

Comentário: A divulgação do balanço da Petrobras teve uma repercussão maior do que a aprovação da terceirização pela Câmara dos Deputados, apesar de a segunda pauta representar um impacto mais direto e relevante na vida da maioria dos trabalhadores brasileiros. Do ponto de vista econômico, a aprovação dos destaques possibilitando a terceirização total representa um ataque direto aos direitos trabalhistas, desorganizando o mercado de trabalho brasileiro e impondo reduções salariais para um grupo grande de trabalhadores, que serão demitidos e recontratados como terceirizados. Do ponto de vista político, apesar da derrota com a aprovação dos destaques, a mudança operada na Câmara dos Deputados entre a aprovação do texto base e a dos destaques revela o sucesso da pressão política exercida pelos sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda (em particular PT e PC do B) sobre os parlamentares, que se dividiram na votação. Encaminhado para o Senado, o clima para mudanças no PL é grande, inclusive com a alteração na definição de que as atividades-fim podem ser alvo de terceirização. No limite, a pressão política serviu para dar base a um possível veto da presidenta Dilma, que dificilmente veria seu veto derrubado em um legislativo tão pressionado e dividido. Serviu também para demonstrar que, mesmo sendo minoria, os partidos de esquerda em aliança com os movimentos sociais têm condições de dificultar e barrar o avanço das forças conservadoras majoritárias hoje no parlamento brasileiro.

FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO
Rua Francisco Cruz, 234 - Vila Mariana - CEP 04117-091 - São Paulo - SP - Brasil
Fone: (11) 5571-4299 - Fax (11) 5573-3338
 

Rogério Martins e Victor Vieira Branco se apresentam na Fundação Ema Klabin



Rogério Martins e  Victor Vieira-Branco se apresentam dia 25 de abril, sábado, às 16h30, na Fundação Ema Klabin,  pelo programa Tardes Musicais. Improvisação e experimentação definem as composições espontâneas dos jovens músicos.
Rogério Martins é integrante do grupo paulistano Hurtmold e da banda de Marcelo Camelo (Los Hermanos), seus instrumentos são o clarone, saxofone, clarinete e percussão. Victor Vieira Branco é multi-instrumentista, seu interesse pela música espontânea fez com que se aprofundasse no estudo do vibrafone.
Chegue uma hora antes e visite a Casa-Museu mais bonita de São Paulo 
Aberta ao público há oito anos, a Fundação Ema Klabin abriga um valioso acervo de mais de 1500 obras, entre pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, talhas do mineiro Mestre Valentim, mobiliário, peças arqueológicas e decorativas. A casa de 900 m² foi inspirada no Palácio de Sanssouci, em Potsdam, Alemanha,  e tem um jardim assinado por Burle Marx.
Serviço:
Programa Música do Mundo
Data: 25/04/2015, às 16h30, com entrada franca.
180 lugares
Local: Fundação Ema Klabin
Endereço: Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo. http://emaklabin.org.br/ telefones: (11) 3897-3232 /  3062-5245

série História e culturas urbanas | Casa de Rui Barbosa 28.04

Rio de Janeiro teatral


A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), recebe a palestra “Quando o Rio se divertia diferente: vida teatral na época de Martins Pena”, proferida pesquisador Antonio Herculano Lopes (História/FCRB) . O evento acontece no dia 28 de abril, às 18h, na sala de cursos, com entrada gratuita.
Ementa: A historiografia teatral considera que o nascimento do teatro brasileiro se dá em fins dos anos 1830 e nos anos 1840, quando em torno da figura de João Caetano aparecem as primeiras tragédias e comédias de autores nacionais. Mas como era a experiência de ir ao teatro naquela época? Em folhetim mantido no Jornal do Commercio entre 1846 e 1847, Martins Pena nos dá um quadro bastante vívido daquela que era a principal diversão dos fluminenses dos extratos médios e altos da população
A apresentação faz parte da série História e culturas urbanas que acontece na última terça-feira de cada mês. A próxima edição será no dia 26 de maio, no mesmo horário, com a pesquisadora Jane Santucci, da Escola de Belas Artes da UFRJ, falando sobre o Rio de Janeiro nas crônicas dos anos de 1920.

Paiol recebe roda de choro em homenagem ao centenário de Abel Ferreira



O Teatro do Paiol recebe nesta sexta-feira (24), às 20h, uma homenagem ao centenário do clarinetista, compositor de importantes obras dentro do repertótio do choro, Abel Ferreira. A apresentação terá a participação dos músicos Daniel Miranda (clarinete e sax), João Egashira (violão), Julião Boêmio (cavaco), Daniel Migliavacca (bandolim) e Denis Mariano (pandeiro) e faz parte das comemorações do Dia do Choro, celebrado dia 23 de abril. Os ingressos custam R$ 15 e R$ 7,50 a meia entrada.
Abel Ferreira é autor de choros clássicos como “Acariciando” e “Doce melodia”. Nascido em 13 de fevereiro de 1915, em Coromandel, Minas Gerais, desenvolveu sua carreira entre Minas e São Paulo, onde estreou seu primeiro disco, em 1942, interpretando no clarinete seu maior sucesso “Chorando baixinho”.

No Rio de Janeiro, atuou em conjuntos musicais famosos de seu tempo, como o de Valdir Azevedo e o do pianista Bené Nunes e grandes orquestras, como a de Rui Rei e a de Ferreira Filho, no Cassino da Urca. Também fez o acompanhamento musical de intérpretes nacionais famosos, como Sílvio Caldas, Francisco Alves, Orlando Silva, Marlene, Emilinha e Beth Carvalho. Faleceu em 13 de abril de 1980, no Rio de Janeiro.

Serviço:
Homenagem ao centenário de Abel Ferreira
Data: 24/04/2015
Horário: 20h
Local: Teatro do Paiol
Endereço: Praca Guido Viaro, s/nº – Prado Velho
Ingressos: R$ 15 e R$ 7,50 (meia)
Informações: (41) 3213-1340

Vespas Mandarinas lança DVD ao vivo



Grupo faz pocket show e sessão de autógrafos em São Paulo nesse sábado (25)



O lançamento de “Animal Nacional” (Deck – 2013) trouxe para o grupo Vespas Mandarinas o reconhecimento merecido. O disco traz um som de extrema qualidade, um rock pop preciso, que valoriza as letras e mostra a essência da banda. Após rodar o país divulgando esse trabalho, que foi indicado ao Grammy Latino e ganhou sua versão em vinil, chega a hora de dar mais um passo. Os paulistas lançam esse mês seu primeiro DVD, “Animal Nacional Ao Vivo”.

O vídeo, dirigido pela própria banda, traz 17 faixas gravadas ao vivo durante uma apresentação no Centro Cultural São Paulo, em julho de 2013. Com a casa lotada, eles interpretam as 12 faixas do CD, todas cantadas em coro, como “Cobra de Vidro”, “Não Sei o Que Fazer Comigo (Ya No Se Que Hacer Conmigo)”, “A Prova” e “Distraídos Venceremos”, entre outras. Entre as participações especiais, estão os baianos do Vivendo do Ócio, com quem cantam e tocam “Herói Devolvido”. Finalizando com chave de ouro, está a lenda viva do rock nacional Edgard Scandurra, com quem interpretam os sucessos do Ira! “Gritos na Multidão”, “Dias de Luta” e “Núcleo Base”. A iluminação usada no show traz um espetáculo à parte, em sincronia perfeita com a performance. O registro, que teve apoio do Canal Brasil, permite que o telespectador sinta toda a energia e força da banda ao vivo.

Nesse sábado (25), o grupo paulista lança o novo trabalho na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, em São Paulo. Eles farão um pocket show seguido de uma sessão de autógrafos.

Vespas Mandarinas – Pocket Show e Sessão de Autógrafos
Data: 25/04 (sábado)
Horário: 19h30
Local: Livraria Cultura – Shopping Bourbon (Rua Turiassu, 2100 - Piso 3 - Loja 211 – São Paulo – SP)
Entrada Gratuita (senhas limitadas)

Show no Teatro Guaíra marca retorno de Criolo a Curitiba



Cantor paulista se apresenta no dia 2 de maio, sábado, e traz repertório do disco "Convoque seu Buda"

Nome já consagrado dentro da música contemporânea brasileira, Criolo volta a Curitiba para uma apresentação no Teatro Guaíra. O músico sobe ao tradicional palco da cidade acompanhado por sua banda para novo show da turnê de "Convoque seu Buda", álbum que o cantor paulista lançou em 2014.

Criolo volta a Curitiba em meio a uma turnê ao lado de Ivete Sangalo em que presta homenagem a Tim Maia. O show na cidade marca o retorno pouco mais de quatro meses após a apresentação realizada na Ópera de Arame, ainda no ano passado, e cujos ingressos se esgotaram poucos dias após o início das vendas. Dessa vez, os fãs da capital paranaense poderão conferir a performance do músico em um local ainda maior. Os ingressos estão à venda no site diskingressos.com.br e pelo telefone (41) 3315-0808.

"Convoque seu Buda" repete a dupla de produtores do disco anterior, o consagrado "Nó na Orelha": Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral. Os dois também acompanham Criolo no palco do Guaíra, além dos músicos Guilherme Held (guitarra), Maurício Badé (percussão), Sérgio Machado (bateria) e DJ Dan Dan (voz e toca-discos).

Criolo

O MC, cantor e compositor Criolo lançou o álbum "Nó na Orelha", em maio de 2011. O trabalho apresentou dez faixas com produção de Daniel Ganjaman -- que já pilotou trabalhos de artistas como Nação Zumbi e Sabotage -- e Marcelo Cabral, músico proeminente da nova geração da MPB.

Desde o lançamento, Criolo angariou mais de 12 prêmios e apresentou o repertório do disco em mais de 200 shows realizados no Brasil. Integrou o line-up de um dos maiores festivais de música do mundo, o Roskilde, na Dinamarca, e apresentou-se em Nova York, no festival Summer Stage, no Central Park. Em duas turnês internacionais, rodou onze países.

Em outubro de 2013 lançou, nos formatos vinil e digital, "Duas de Cinco", single com duas faixas inéditas. O material está disponível para download gratuito, com a possibilidade de doação espontânea no site do cantor. Um ano depois, lançou o curta-metragem "Duas De Cinco + Coccix-ência", dirigido por Denis Cisma, e realizou uma pequena turnê “Linha de Frente” ao lado de Milton Nascimento, antes de entrar em estúdio para gravar "Convoque Seu Buda".

Serviço:
Show: Criolo, "Convoque seu Buda"
Dia 2 de maio, sábado, às 21h
Local: Teatro Guaíra - R. XV de Novembro, 971, Centro
Ingressos: Plateia R$ 100 (R$ 50 meia), 1o. balcão R$ 90 (R$ 45 meia), 2o. balcão R$ 70 (R$ 35 meia)
Bilheteria do Teatro Guaíra: de segunda a domingo, das 10h às 22h
Disk Ingressos: www.diskingressos.com.br / (41) 3315-0808

quarta-feira, 22 de abril de 2015

DE 23 A 26/04 - CIRCUITO “ARTE CONTEMPORÃNEA - COMEÇO, MEIO E FIM"

CIRCUITO SOBRE ARTE CONTEMPORÂNEA
Acontece de quinta a domingo (23 a 26), circuito de palestra e oficinas sobre Arte Contemporânea com a Consultora de Arte Julie Berfer.

 



A Associação Profissional de Artistas Plásticos do Paraná - APAP/PR por meio de seu Núcleo de Fotografia e a VM Eventos Culturais realizam palestra e oficinas com o tema “Arte Contemporânea – Começo, Meio e Fim” com a Consultora de Arte, Julie Berfer. O evento conta com a participação das principais galerias de arte da cidade e acontece  , de quinta a domingo entre os dias 23, 24, 25 e 26 de abril.

PALESTRA: Nesta quinta, 23, às 19h30 , na OAB (Rua Brasilino Moura, 253 – Ahú), acontece a palestra “Colecionismo e o Sistema de Arte”. Gratuito. Inscrições: http://intranet.oabpr.org.br/servicos/eventos/ Solicitação: 1 quilo de alimento não perecível para ser entregue a Fundação Iniciativa.
OFICINAS: Entre os dias 24, 25 e 26, acontecem oficinas com abordagens amplas e pontuais sobre o universo da Arte Contemporânea: artistas, performances, vídeos, livro de artista, mercado de arte, leilões, comercialização, entre outros assuntos serão temas das oficinas que acontecem na Estúdio MV – Rua Alfredo Muraro, 753 casa 02 – São João. Inscrições: http://goo.gl/forms/6RQmUzH00J . Informações: Vanessa Múrio 41 3344-9084 / 9833-6366. Descontos especiais para APAP/PR, ex-alunos VM Eventos Culturais, OAB, professores e grupos.

Sobre Julie Belfer
Julie Belfer graduou-se em Belas Artes pela School of the Museum of Fine Arts, Boston afiliada a Tufts University. Depois, se mudou para Atenas (Grécia) onde morou por quatro anos. Em 2006, voltou a morar em São Paulo e trabalhou no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) onde foi de Arte-educadora a Coordenadora de Negócios e Marketing. Paralelamente, fez visitas de coleções privadas para políticos e artistas consagrados, entre eles David Rockefeller, Gilberto Gil, Kenzo e Mikhail Barishnikov. Como Relações Externas no MAM-SP acompanhou curadores como Yuko Hassegawa e Luiz Pérez-Oramas durante a montagem de suas exposições e empréstimos de obras. Além do museu, também foi assistente do artista Alex Cerveny, Diretora de Conteúdo da Art Options e tem se tornado referência como Consultora de Arte e professora de cursos livres para grupos fechados como o Young Presidents’ Organization.  http://www.juliebelfer.com/

JULIÃO BOÊMIO E CARLINHOS VERGUEIRO FAZEM TRIBUTO A NELSON GONÇALVES NA CAIXA CULTURAL CURITIBA



Show revisita clássicos dos quase 60 anos de carreira do eterno boêmio e fica em cartaz de 30 de abril a 3 de maio 

A CAIXA Cultural Curitiba promove o encontro de dois músicos consagrados para homenagear um dos grandes nomes da música brasileira. De 30 de abril a 3 de maio, o cavaquinista e compositor paranaense Julião Boêmio recebe o paulista Carlinhos Vergueiro para um tributo a um ídolo comum entre eles, o cantor Nelson Gonçalves (1919-1998).

Com Orlando Silva e Francisco Alves, Nelson formou aquela que ficou conhecida como a trindade vocal masculina da era do rádio, entre as décadas de 1940 e 1960. Mas ao contrário de seus contemporâneos, o eterno boêmio, representante do estilo de voz empostada, soube modernizar o repertório. Em quase 60 anos de carreira, Nelson vendeu 78 milhões de cópias, lançou 128 discos, ganhou 20 discos de platina e 38 de ouro.

A ideia da parceria surgiu em 2013, quando Julião foi convidado para abrir o show de Carlinhos no Teatro do Paiol, em Curitiba. Ao assistir à apresentação, o curitibano logo vislumbrou o tributo. “Pensei que o timbre de voz do Carlinhos se encaixaria muito bem nas músicas interpretadas pelo Nelson Gonçalves. Na hora me veio a ideia de montar um projeto com aqueles grandes clássicos na voz dele acompanhada pelo meu trabalho instrumental”, explica o músico.

Poucos minutos depois, ao ouvir a proposta e sendo um grande fã de todo o repertório do Nelson Gonçalves, Carlinhos já havia aceitado o convite. Desde então, a dupla começou a trabalhar nos arranjos agora apresentados em Curitiba. No palco, eles revisitarão canções como Naquela MesaA Volta do Boêmio, Ronda acompanhados por Vinicius Chamorro (violão), Marcela Zanette (flauta), Luiz Rolim e Ricardo Salmazo (percussão).

Nelson Gonçalves
Nascido em Santana do Livramento (RS), em 1919, é o terceiro maior vendedor de discos da história da música brasileira. Antes da fama, foi jornaleiro, mecânico, engraxate e até campeão paulista de boxe. Foi reprovado em diversos programas de calouros em São Paulo e no Rio de Janeiro, incluindo o de Ary Barroso, antes de gravar o primeiro disco, aos 22 anos. Nelson se consagrou cantando samba-canção, mas também se aventurou por outros gêneros clássicos, como tango, bolero e choro. Seus grandes sucessos incluem Última SerestaMeu Vício é Você, Doidivana, e a clássica A Volta do Boêmio.

Julião Boêmio
Atuando como músico profissional desde os 15 anos, trabalhou com nomes como Paulinho da Viola, Tia Surica, Luizinho 7 cordas, Noite Ilustrada, Guilherme de Brito, Nelson Sargento, Humberto Araújo, Silvério Pontes, Altamiro Carrilho e Quinteto em Branco e Preto. Como integrante da Orquestra à Base de Cordas do Conservatório de MPB de Curitiba, acompanhou os músicos Roberto Correa, Yamandu Costa, Pedro Amorim e Dominguinhos. Em 2003, ganhou o prêmio Saul Trumpet de melhor instrumentista. Venceu ainda cinco vezes o Festival do Clube de Choro de Curitiba. Em 2010, lançou o  primeiro álbum, Feijão no Dente.

Carlinhos Vergueiro
Cantor e compositor, Carlinhos Vergueiro iniciou a carreira artística em 1973, gravando dois compactos. No ano seguinte, lançou Brecha, seu primeiro LP. Tornou-se mais conhecido do grande público ao vencer o Festival Abertura, em 1975, na Rede Globo, com a música autoral Como um Ladrão. Assinou como produtor discos do compositor paulista Geraldo Filme (1980), o último álbum de Nelson Cavaquinho, As Flores em Vida (1985) e A Ópera do Malandro, de Chico Buarque. Sua carreira inclui parcerias com Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Toquinho, Paulo César Pinheiro, João Nogueira, Paulinho da Viola e Adoniran Barbosa, entre muitas outros.



Serviço
Música: Julião Boêmio convida Carlinhos Vergueiro - Uma Homenagem a Nelson Gonçalves
Local: CAIXA Cultural Curitiba (Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba)
Data: 30 de abril a 3 de maio de 2015
Hora: quinta-feira a sábado, às 20h e domingo, às 19h
Ingressos: vendas a partir de 25 de abril (sábado), às 12h. R$ 20 e R$ 10 (meia - conforme legislação e correntista que pagar com cartão de débito CAIXA. A compra pode ser feita com o cartão vale-cultura)
Bilheteria: (41) 2118-5111 (de terça a sábado, das 12h às 20h, e domingo, das 16h às 19h)
Classificação etária: Livre para todos os públicos
Lotação máxima: 125 lugares (2 para cadeirantes)

Feira troca objetos e afetos na Fundação Ema Klabin

 

A Fundação Ema Klabin realiza, no próximo dia 25 de abril, das 14 às 16h30, a quarta edição da Feira de Trocas, um espaço para trocar objetos, afetos e histórias.  O objeto a ser trocado fica a critério do participante, havendo também a interação do departamento educativo com propostas poéticas.
Entre os objetos que estão esperando por um novo dono você pode encontrar peças inusitadas como um metrônomo, um talher de escoteiro, um bibelô de um simpático cachorrinho esquecido em uma demolição. “Mais importante que o objeto é a história que ele compartilha”, lembra Fabiana Vanz, do setor educativo da casa-museu.
Durante a Feira de trocas, a Casa Museu estará aberta para visitação.  A Fundação Ema Klabin abriga um valioso acervo de mais de 1.500 obras, entre pinturas do russo Marc Chagall, do holandês Frans Post, talhas do mineiro Mestre Valentim, mobiliário, peças arqueológicas e decorativas.
Após a Feira, às 16h30, o público pode conferir, também com entrada franca, um show com o duo Rogério Martins, integrante do grupo paulistano Hurtmold, e o multi-instrumentista Victor Vieira-Branco
  
Serviço:
Feira de Troca: Projeto Miudezas
Data: 25/04/2015 (sábado)
Horário : das 14 às 16h30
Indicação: A partir dos 7 anos
Entrada franca
Fundação Ema Klabin
Endereço:  Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo
http://emaklabin.org.br/  

Queda nas exportações prejudica balança comercial brasileira

Queda nas exportações prejudica balança comercial brasileira: O saldo comercial do Brasil com o resto do mundo na terceira semana de abril foi negativo em US$ 240 milhões, resultado de exportações de US$ 3,745 bilhões e importações que somaram US$ 3,985 bilhões. Apesar de apresentar alta na comparação semanal, passando de média diária de US$ 721,9 milhões nas primeiras semanas do mês para média diária de US$ 749 milhões na terceira semana, o volume de exportações apresentou queda na comparação mensal e anual, tendo caído 5% em relação ao mês anterior – de média diária de US$ 986,2 milhões em abril de 2014 para US$ 733,2 milhões em abril de 2015, desempenho 25,7% pior. A queda nas exportações alcançou todas as categorias de bens (básicos, semimanufaturados e manufaturados), mas se mostrou mais acentuada nos produtos básicos (queda de 29,4%), dada a queda do preço das commodities nos mercados internacionais. Já o volume de importações também apresentou redução, mas de menor monta, com queda de 22,8% na comparação com a média diária registrada em abril de 2014. O mais recente resultado ampliou o déficit comercial brasileiro registrado no ano, que alcançou o valor negativo de US$ 5,665 bilhões.

Comentário: Apesar de mantermos uma situação tranquila do ponto de vista externo, com vastas reservas e grande entrada de investimento estrangeiro (o que financia tranquilamente nossos déficits em transações correntes), a deterioração da balança comercial indica uma importante alteração na lógica do crescimento internacional, que determina o preço dos principais produtos de exportação. Mesmo após alguns anos de crescimento baixo e desvalorização da taxa de câmbio, a tendência de deterioração da balança comercial não se reverteu, em particular dado o cenário recessivo internacional, que leva à redução dos preços de nossos principais produtos de exportação. Além disso, pode-se observar uma importante queda no volume de importação de alguns bens manufaturados por nossos principais parceiros regionais, como o caso dos automóveis que exportamos para a Argentina. A retração esperada da economia brasileira (que deve reduzir a necessidade de importações), em conjunto com a desvalorização do real (que incentiva a exportação), deve ter algum efeito positivo sobre a balança comercial no médio/longo prazo. Porém, diante de cenário tão negativo e contando com uma estrutura industrial cada vez mais permeável e dependente de importações, o esforço para retomar os superávits comerciais deverá ser muito maior do que o realizado atualmente. A manutenção de uma taxa de câmbio em patamares desvalorizados por um período longo de tempo deve ter algum efeito sobre as expectativas dos exportadores e, particularmente, sobre a constituição de cadeias de fornecedores locais para os industriais. A composição e dilemas de nossa balança comercial, deste ponto de vista, é apenas o reflexo das dificuldades que temos em nossa estrutura produtiva e industrial

FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO
Rua Francisco Cruz, 234 - Vila Mariana - CEP 04117-091 - São Paulo - SP - Brasil
Fone: (11) 5571-4299 - Fax (11) 5573-3338
 

LIVRO MOSTRA A ARTE DOS SELOS E SUA RELAÇÃO COM A JUSTIÇA



Obra terá lançamento neste domingo (26 de abril) no Solar do Rosário
 
Há mais de 20 anos o advogado e escritor João Casillo coleciona selos com temáticas ligadas à justiça. A Revolução Francesa, a criação da ONU e a abolição da escravatura são alguns momentos celebrados nas estampas postais, entre muitos outros fatos históricos, sociais e institucionais. Esta paixão se transformou em livro, “O Direito e a Filatelia – A Arte dos Selos”, que ganha lançamento no Solar do Rosário neste domingo (26 de abril) às 11h.
 
A obra é editada com apoio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura e tem patrocínio das empresas Blount, Igarashi, Impextraco, Propex.
 
Nas páginas, são mais de mil selos, lançados em mais de 150 países  num período que vai da década de 1930 até os dias atuais. Usando como base a Filatelia, a pesquisa de selos empregados em postagens comunicacionais, Casillo resgata nos 20 capítulos da obra o registro de fatos atuais, bem como a celebração de eventos de importância histórica, nos selos do mundo. Há representações da deusa egípcia Maat, que usava a balança para julgar os mortos, um dos mais antigos símbolos de Justiça, bem como o orixá Xangô, que representa a mesma virtude na Umbanda. A escultura “A Justiça”, que traz a clássica imagem vendada e está localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal, também ganhou homenagem em selo.
 
Com muita cor e diferentes técnicas artísticas, os selos levam o leitor para uma viagem no tempo e pelo mundo afora, da Europa e Américas até longíquos países na África, Ásia e Oceania, passando até por países que não existem mais.
 
“Além das duas décadas colecionando, foram mais três anos de trabalho dedicados a organizar este livro”, conta Casillo. Atualmente sua coleção conta com mais de cinco mil selos. “Destes, separamos mil, uma amostragem capaz de revelar a ligação da arte dos selos com a justiça”. Segundo ele, é sempre uma angústia para todo o colecionador o futuro de seu acervo. “Reunir a coletânea em livro é uma forma de preservar a história artística desta coleção. Quando falamos em selos, que cada vez são menos utilizados no mundo todo, a importância de reuni-los e guardar sua história para a posteridade é ainda maior”.
 
Não faltam aspectos históricos nos exemplares selecionados. “A celebração dos 2500 anos da criação da Tribuna da Plebe foi celebrado na Itália com uma marca timbrada; o rei Carlos Magno, importante figura para a legislação da educação em seu reinado no século VIII, também recebeu homenagem pelo mesmo país. A Carta Magna, assinada pelo rei João da Inglaterra em 1215 na qual ele se submetia aos poderes da lei, mereceu celebração em 1965 em um importante selo”, exemplifica.
 
VOLTA AO MUNDO
 
A conquista de direitos é tema de várias coleções de selos, pelo mundo afora. Edições especiais foram lançadas na França para lembrar da Revolução Francesa, com um timbre para cada palavra fundamental do movimento: Igualdade, Fraternidade e Liberdade. Este momento histórico foi lembrado inclusive por outros países como Cuba e Argentina. A Criação da Organização das Nações Unidas e a celebração da Paz são recorrentes nas publicações de selos, com coleções sendo produzidas ao longo de anos e em diversos países. Figuras como Albert Einstein, Martin Luther King Jr, Mahatma Gandhi e Madre Teresa estão associados aos Direitos Humanos em muitos destes emblemas. A criação de Repúblicas e a elaboração de Constituições também são temas clássicos, encontrados em selos do Brasil, Polônia, Somália e Taiwan, entre tantos outros.
 
Diversos capítulos de “O Direito e a Filatelia” são dedicados à evolução social. A Libertação dos Escravos é tema de lançamentos especiais no Brasil e nos Estados Unidos. A Tanzânia, a África do Sul e o Camarões registram o combate à discriminação racial em séries. O Brasil conta com uma coleção única que representa a proteção jurídica da criança e do adolescente, que apresenta desenhos de grandes artistas nacionais, incluindo Maurício de Souza.
 
Nova Zelândia, Papua Nova Guiné e Porto Rico foram alguns dos países que representaram a conquista do voto em seus selos, enquanto Honduras, Estados Unidos e Trinidad e Tobago celebraram o Direito da Mulher. Um dos capítulos é inteiramente dedicado à Justiça do Trabalho, tema recorrente em selos brasileiros, alemães, iranianos e paraguaios, entre outros.
 
O AUTOR
 
João Casillo atua na área do Direito desde 1965 e é autor de outras três publicações. Duas delas são no campo do direito -  “Erro como vício de vontade” e “Dano à pessoa e sua indenização” – enquanto a terceira, “O Direito e a Arte”, é uma coletânea com sua grande coleção de obras de arte. Foi este trabalho que deu origem a ideia de um novo livro, focada na filatelia.
 
Mestre e doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, foi professor da Faculdade de Direito de Curitiba, da PUC-PR e da Universidade Federal do Paraná. Já atuou como Presidente da Academia Paranaense de Letras Jurídicas e é Cônsul Honorário do Reino da Bélgica no Paraná.
 
 
SERVIÇO – LANÇAMENTO DO LIVRO “O DIREITO E OS SELOS – A ARTE DA FILATELIA”
 
LOCAL: SOLAR DO ROSÁRIO
DATA: 26 DE ABRIL (NESTE DOMINGO DOMINGO), ÀS 11 HORAS
END.: Rua Duque de Caxias, 4 – Centro Histórico – Curitiba – PR
INFORMAÇÕES: (41) 3225-6232 | www.solardorosario.com.br
 
O livro não será vendido. No evento, o público poderá obter um exemplar mediante doação que será revertida integralmente para a Associação de Amigos do Hospital de Clinicas do Paraná. O valor mínimo é de R$ 80.

Orquestra de Câmara de Curitiba apresenta sinfonia de Mozart



A Sinfonia Concertante em Mi bemol maior, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), e a Serenata para cordas em Mi maior, de Antonin Dvorak (1841-1904), estão no programa do concerto que a Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba executa neste fim de semana, sob a direção musical do violinista e “spalla” do grupo, Winston Ramalho. Como solista convidado atua o paulista Alexandre Razera (viola), um dos mais respeitados instrumentistas brasileiros. As apresentações acontecem sexta-feira (24), às 20h, e sábado (25), às 18h30, na Capela Santa Maria Espaço Cultural.
O espetáculo é o primeiro da orquestra nesta temporada de 2015, e conta ainda com palestra do compositor, violinista e regente William Hegenberg, professor nas áreas de regência, composição, harmonização e arranjo. Nesta conversa com a plateia, o palestrante leva aos espectadores mais informações sobre as obras, os compositores e o contexto histórico de suas produções.
O diretor musical Winston Ramalho, violinista curitibano que venceu vários concursos nacionais e internacionais, tendo sido aluno e assistente do consagrado professor e solista Tibor Varga, na Universität für Musik und darstellende Kunst Graz (Áustria). Winston foi membro e violinista convidado de importantes orquestras brasileiras e estrangeiras, como a Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra Sinfônica de São Paulo, Grazer Synphonishes Orchester, Recreation Orchester Graz, Orquestra Filarmônica de Viena e Orquestra de Câmara de Viena, além de ter atuado, durante 2011, como “spalla” ensaiador da Camerata Antiqua de Curitiba. Também participou como professor de violino em edições da Oficina de Música de Curitiba.
O solista, Alexandre Razera, acumula concertos, gravações e turnês ao lado de várias orquestras europeias. Além de desenvolver intensa atividade musical por todo o país, Europa e Japão, atua como primeiro violista convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e integra o trio de cordas francês Compass Trio, ao lado da violinista Sarah Nemtanu e do violoncelista Chistophe Morin.
A temporada de concertos da Camerata Antiqua de Curitiba, da Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba e do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba é patrocinada pelo Ministério da Cultura e pela Volvo.

Serviço:
Apresentações da Orquestra de Câmara de Curitiba, com obras de Mozart e Antonin Dvorak, sob a direção musical do violinista e “spalla” do grupo, Winston Ramalho. Solista convidado: Alexandre Razera.   
Local: Capela Santa Maria Espaço Cultural – R. Conselheiro Laurindo, 273 – Centro
Datas e horários: 24 e 25 de abril de 2015. Sexta-feira às 20h, e sábado às 18h30
Pré-concertos com palestra de William Hegenberg às 19h15, na sexta-feira, e 17h45, no sábado
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)

Afinal Quem é Jorge ?

Afinal Quem é Jorge ?


Jorge de Anicii nasceu no ano de 280 d.c na antiga Capadócia, região do sudeste da Anatólia, que atualmente faz parte da República da Turquia. Ainda criança mudou-se para a Palestina com a sua mãe, logo após seu pai, um Oficial do Exército Imperial, morrer em campo de batalha. Sua família era de nobres e possuiam muitos bens.

Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira militar, e por ser corajoso e combativo, logo foi promovido a Capitão do Exército Romano.

Mais tarde o Imperador Diocleciano, lhe conferiu o título de Conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na Corte Imperial de Roma, exercendo a função de Tribuno Militar. Nesse tempo sua mãe faleceu, e Jorge herdando todas as riquezas.

O Imperador Diocleciano e o Governador Daciano, desencadearam uma terrível perseguição contra os Cristãos, com tanta fúria que, em apenas um mês, mais de 17.000 foram martirizados, e muitos outros foram perseguidos e forçados pelas torturas, a renegar a sua fé em Jesus Cristo. Jorge que tinha sangue azul, afligido pelas barbaridades, renunciou a carreira militar.

Jorge distribuiu todos os seus bens aos pobres e vestindo-se como os Cristãos foi as ruas e passou a falar frases como, "Os deuses pagãos são demônios, o único Deus verdadeiro, é Jesus Cristo". A ousadia de Jorge chegou aos ouvidos do Governador Daciano, um cruel perseguidor de cristãos, que tomado pela ira chamou Jorge e perguntou: "Com que direito chamas os nossos deuses de demônios?, quem és tu?, de onde és tu? e em nome de quem está dizendo isto?, e Jorge respondeu assim: "Eu me chamo Jorge de Anicii, sou um nobre da Capadócia, e com a ajuda de Cristo conquistei as terras da Palestina, mas renunciei a tudo que me foi dado, meus títulos e cargos que possuía, para sem honras e riquezas servir a meu Deus".

O Imperador tentou convence-lo a renegar a sua fé em Jesus, mas não tendo êxito ordenou as seguintes torturas: O Colocaram em um cavalete de madeira, e teve seus braços e pernas dilacerados com garfos de ferro, e depois mandou cobrir todas as suas feridas com sal. Mas Tudo em vão, Jorge mantinha-se firme, e a cada vitória sobre as torturas ia convertendo mais e mais soldados.

O Imperador mandou chamar o mais temido feiticeiro para acabar com a vida de Jorge. Irônico o feiticeiro falou: " Se eu não conseguir acabar com esse Cristão, que eu perca a minha cabeça". Ele misturou veneno com vinho e deu pra Jorge beber. O Jovem fez o sinal da Cruz, bebeu o vinho e nada lhe aconteceu, o feiticeiro preparou uma dose ainda mais forte, Jorge novamente fez o sinal da Cruz, bebeu o vinho e continuava vivo, espantado o feiticeiro ajoelhou-se aos pés de Jorge e implorou para ser convertido ao Cristianismo, Jorge o fez,e logo depois o feiticeiro foi decapitado.

Depois de ser torturado durante todo o dia, chegando a noite, o Senhor Deus rodeado de uma Luz Divina, apareceu e consolou Jorge com doces palavras, que o deixou tão confortável, que nem parecia ter sido torturado. O Imperador vendo que, com ameaças e torturas não conseguiria nada, mudou de plano, e o tentou com fortunas e recompensas. Mas Jorge sorrindo respondeu: "Porque em vez de me torturar, não me dissestes estas coisas no inicio? aqui me tens disposto a fazer o que me propõem". O Imperador não se deu conta da tática de Jorge. Diocleciano ordenou que toda a cidade fosse enfeitada, mandou convocar o povo para assistir aos sacrifícios que Jorge por fim iria oferecer aos ídolos romanos.

No dia previsto para o grande acontecimento, a multidão curiosa e com grande expectativa, lotou o templo no qual Jorge iria adorar publicamente os deuses romanos. Na hora marcada, Jorge entrou no templo, ajoelhou-se e pediu ao Senhor Deus para converter todo o povo dentro do templo, e pediu que Deus destruisse todas as estátuas, de maneira que não ficasse nenhum vestígio delas. Acabando sua oração desceu dos céus uma rajada de fogo que reduziu a cinzas todas as imagens. Logo que a multidão presente correu para fora do templo, Jorge saiu mansamente, e de novo fez suas preces, e depois de alguns segundos a terra se abriu e engoliu todo o templo, não ficando o menor vestígio de sua existência.

Sabendo do ocorrido, o Imperador disse a Jorge: "És o mais abominável dos homens, como é possível tamanha ousadia, a ponto de cometeres um crime tão horrível?". Enfurecido e vendo que Jorge não renegaria a sua fé em Jesus Cristo, mandou que ele fosse arrastado de cavalo por toda a cidade, e depois decapitado. Jorge ao perceber que tinha chegado a sua hora, elevou os olhos ao céu e pediu a Deus que, a partir daquele momento, todos que pedissem seu socorro fossem atendidos, e lá do alto, em resposta a prece do grande Mártir, ouviu-se a voz de Deus concedendo o pedido: "Quem rogasse pela ajuda de São Jorge seria atendido". Depois disso a sentença se cumpriu. São Jorge foi decapitado no dia 23 de abril de 303 d.c em Nicomédia. Seus restos mortais foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), hoje Israel.

A quantidade de milagres atribuídos a São Jorge é imensa. Segundo a tradição, ele defende e favorece a todos os que a ele recorrem com fé e devoção, vencendo batalhas e demandas, questões complicadas, perseguições, injustiças, disputas e desentendimentos.

Falando em politica


Pelas reformas do Papa Paulo VI, São Jorge foi rebaixado a Santo menor de terceira categoria (segundo hierarquia católica), cujo culto seria opcional nos calendários locais e não mais em caráter universal. No entanto, a reabilitação de São Jorge como figura de primeira instância, e Arcanjo, lembrando o próprio Jesus Cristo, foi feita pelo Papa João Paulo II, que em 2000 conferiu nova relevânc
ia a São Jorge, como Santo de primeira instância.

Padroeiro de Portugal


No reinado de Dom Afonso Henriques de Portugal, o uso de São Jorge!! como grito de batalha se tornou regra, substituindo o anterior Sant'Iago!! O Santo Dom Nuno Álvares Pereira, considerava São Jorge o responsável pela vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota.
O Rei Dom João I de Portugal em 1387, ordenou que a sua imagem a cavalo fosse transportada na procissão do corpo de Cristo. 
Mas S. Jorge foi o padroeiro até 1646, quando D. João IV proclamou a Imaculada como Rainha e Padroeira de Portugal.

Oração ao Glorioso São Jorge


Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina Graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus com sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor, contra as maldades e perseguições dos meus inimigos, Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.
Assim seja com o poder de Deus, de Jesus, e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge rogai por nós. Amém.


Em Tempo
Em Ilhéus , Bahia,  o São Jorge não está a cavalo !

Recomendamos - SÃO JORGE ARQUÉTIPO, SANTO E ORIXÁ



SÃO JORGE
ARQUÉTIPO, SANTO E ORIXÁ
de MARIA AUGUSTA MACHADO

Páginas: 336

Objetos criados pelo homem sempre permitem ou impõem uma leitura museológica atenta à sua ocorrência geográfica e histórica, no espaço e no tempo, ou seja, a sua expressão cultural ou policultural.

"São Jorge", uma figura basicamente militar, um guerreiro montado ou não, representado na maioria das vezes em combate - é uma desses objetos, e seus rastros na geografia e na história são abundantes e expressivos, além de polissêmicos, por incorporar cultos e mitos diversos ainda hoje vigorosos em diversas culturas nacionais e regionais.

Neste livro a abordagem de "São Jorge" é feita do ponto de vista de suas representações no campo das artes plásticas - especialmente pintura e escultura - e de sua presença mítica nos diversos panteões que o tiveram como deus, semideus ou herói, incluindo o santo cristão atualmente destronado dos altares oficiais, mas muito cultuado em altares domésticos e corporativos (caso das escolas de samba, por exemplo) e em medalhas e anéis de uso pessoal.


A Autora
Maria Augusta Machado é natural de Serrana, no Estado de São Paulo. Graduou-se em Museologia pelo Museu Histórico Nacional em 1948, especializando-se em Hagiografia. Em 1966, recebeu uma bolsa de estudos em Portugal, concedida pelo Ministério de Negócios Estrangeiros e o Instituto de Alta Cultura, onde completou o curso sobre Cultura Portuguesa Universidade de Coimbra. Trabalhou no Museu Villa-Lobos entre 1983 e 1991, como chefe do Serviço de Pesquisas e Divulgação, tendo também passado pela Fundação da Casa de Ruy Barbosa, o IPHAN, a Fundação MUDES e o Ministério da Educação e Cultura. Na FUNARTE, pesquisou sobre São Jorge na religião, na arte, na história e no folclore. Proferiu inúmeras conferências no Brasil e no exterior. Publicou diversos trabalhos em revistas e livros, entre eles, Cristo Redentor do Corcovado, O falso ex-voto da Imperatriz D. Leopoldina e Riquezas culturais insuspeitadas do carnaval carioca. Em 1994, recebeu a Medalha Princesa Isabel, do Museu Imperial de Petrópolis.

Um lançamento

ENSAIOS DE MYRTHA RAC'Z - 1 LITERATURA POLICIAL

LITERATURA POLICIAL

UM TIRO NO PEDANTISMO INTELECTUAL




"Não há nada que antes não tenha sido outra coisa, pensava Mma Ramotswe."
(personagem de Alexander McCall Smith,
a única mulher detetive particular em toda Botsuana)


Antes que alguém já saia torcendo o nariz para o tema, mais nos compensa repensar o quanto esse crime compensa. Se para alguns de nossos intelectuais os romances policiais estariam fadados a carregar eternamente o rótulo de subliteratura, para a maioria de intelectuais e escritores, tal colocação não passa de claro preconceito criado a partir de uma outra grande distorção - a de que toda a literatura que envolve crime e mistério é de baixa qualidade. A verdade é que tais intelectuais vivem de dar tiros no próprio pé, e esquecem que muitos de nossos autores clássicos produziram seus contos e romances de mistério, de inconteste qualidade e importância. São livros recheados com todos os elementos execrados pelos tão exigentes detratores. Nas tramas, o crime, os processos, as deduções e as investigações.

Não é preciso ter tanta acuidade de detetive para lembrar de Emile Zola que nos brindou com obras como "Tereza Raquim", "Germinal" e a "Besta Humana" que, certa feita, escreveu que "toda a obra de arte é um pedaço da natureza, visto através de um temperamento". Dessa forma, os elementos policialescos e os crimes em si, fazem parte de nosso dia-a-dia, uma realidade que, nem por ser trágica e incluir muitas vezes elementos repugnantes, deve ser ignorada pelo artista. Talvez seja por isso mesmo que no início do século passado, Enrico Ferri, psicólogo e criminalista, professor da Universidade de Roma e de Bruxelas, afirmou que "Besta Humana" e ainda "Crime e Castigo", de Dostoievsky eram, para a psicopatologia e para a antropologia criminal, "um meio de propaganda, mil vezes mas rápido que a observação estritamente erudita". Citando aqui Dostoievsky, lembramos que no universo da literatura russa, temos Leon Tolstoi que além de romances perfeitos como Anna Karenina e Guerra e Paz, escreveu contos de fina ironia e sátira onde a figura da lei era colocada em cheque. Basta conferir "O Custo Da Justiça".

LITERATURA POLICIAL
ONDE ENCONTRAR


Nas boas casas e livros do ramo, e mais aqui e ali e vez por outra tanta no acolá. Pode ser encontrada de diversas formas e, dificilmente, um leitor pode correr o risco de dizer que nunca leu esse tipo de livro. Segundo o escritor Ignácio de Loyola Brandão, o gênero policial pode ser encontrado até na Bíblia. Basta ler Caim e Abel. "Gosto e leio muitas histórias policiais e acho que, como todo o gênero, tem produções boas e más. Mas é um estilo extremamente fascinante e muito importante na formação de um escritor, pois com os bons policiais você aprende muito em relação à arte da narrativa. Na verdade, o que existe é um grande preconceito por parte dos falsos intelectuais que se postam contra a literatura policial. Meus autores prediletos no gênero são George Simenon, Raymond Chandler, Patrícia Highsmith e Agatha Christie”.

A Ediouro lançou um “catatau” especialíssimo organizado por Flávio Moreira da Costa - "Os 100 melhores contos de crime e mistério". Jornalista desde os 15 anos, o gaúcho Flávio Moreira da Costa foi crítico de cinema, música e literatura. Redator, editor e tradutor, tem hoje cerca de 30 livros publicados. Segundo ele , "o homem é o único animal que mata seu semelhante por razões que não sejam sua própria sobrevivência". Temos aqui uma ficção que beira a realidade, tratando de um assunto por demais comentado em nossos dias, sobretudo devido à crescente globalização do crime. Os textos registram uma faceta da humanidade sempre presente e cada vez mais visível e ameaçadora. A antologia, organizada com brilhantismo, pode ser considerada a mais completa da literatura de crime e mistério até hoje publicada no país. A primeira história da coletânea é do Antigo Testamento - A história de Sansão, depois passamos por Sófocles - Édipo Rei. Mil e uma noites, Perrault, Voltaire, Honoré de Balzac, Robert Louis Stevenson, Apollinaire, Guy de Maupassant, Kafka, Dickens, Edgard Allan Poe...

UM REINADO DE RAINHAS E DETETIVES

Agatha Christie é certamente a mais conhecida escritora de romances policiais. É chamada de a Rainha do Crime, mas o que na verdade intriga a muitos é como uma mulher, saída da era vitoriana,conseguiu criar tramas e enredos tão verossímeis, e ao mesmo tempo, construir histórias passíveis de serem consideradas crimes perfeitos. Com seus mais de 80 livros publicados, incluindo romances, contos, peças e até obras a quatro mãos, ela é uma das autoras mais traduzidas em todo o mundo e o maior sucesso do teatro inglês depois de Shakespeare. Durante um certo período de sua carreira, tentando livrar-se do rótulo de escritora de livros policiais e indo de encontro aos seus críticos ferrenhos que a acusavam de reles comerciante, Agatha escreveu uma série de romances utilizando-se do pseudônimo literário de Mary Westmacott. Mas, mesmo assim, não conseguiu evitar de permear essas histórias com certa dose de suspense. Por certo não figuram na obra Hercule Poirot ou Miss Marple, seus mais famosos detetives. Mas, com certeza, foi Dame Agatha que abriu as portas para várias outras escritoras de mistério.

Mulheres como P. D. James, na verdade Phyllis Doroty James, que nasceu em Oxford, Inglaterra, em 1920. Trabalhou no Serviço Nacional de Saúde, no Serviço de Ciência Forense e no Departamento de Lei Criminal, onde aprendeu "coisas úteis" para seus livros. Iniciou sua carreira literária aos 42 anos, com a publicação de "Over her face", seguido por mais treze romances que consolidaram sua reputação como uma das principais escritoras de livros policiais da atualidade. Em 1991, recebeu da rainha Elizabeth o título de Baronesa James of Holland Park. Seu mais recente livro, relançado no Brasil pela Cia das Letras é "A morte de um perito".

Mas outras mulheres passaram a dominar a cena. Mulheres fortes e decididas como Patrícia Highsmith, que com o seu talentoso Mr. Ripley subverteu a idéia do criminoso ser sempre capturado. Ou ainda escritoras cuidadosas como Mary Higgins Clark (publicada pela Record) com tramas urdidas como um bom tricot. E ainda mulheres exóticas, de lugares distantes como a Nova Zelândia, a senhora Ngaio Marsh. A lista é intensa e imensa - Sara Paretsky, (Ed.Rocco), Ruth Rendell (Ed.Rocco), Lyza Cody,l Lillian O’Donnell, Patrícia Cornwell (Cia das Letras), ou ainda Antonia Fraser que além de ser autora de romances policiais é historiadora e muitas outras mais.


COMO CRIAR UM DETETIVE



O primeiro detetive criado para compor a estrutura do romance policial foi obra e graça de Edgard Allan Poe. Sem dúvida, é ele o criador da moderna literatura policial. Americano de Boston (Massachusetts) que, a priori, deveria também ser o mais belo exemplo de conservadorismo, Poe, além de alcoólatra era um gênio pouco compreendido. Nascido em 1809, é um dos escritores de suspense e terror que teve a vida mais conturbada, morrendo na mais completa miséria e degradação, vitima da bebida, em 1849, após vários dias de impressionante delírio. Os que acompanharam sua agonia disseram que suas últimas palavras foram – “Senhor, ajudai minha pobre alma”. Algo digno para qualquer personagem do gênero. Seu maior divulgador post-mortem foi Charles Baudelaire, que o via como a “cristalização da genialidade e do delírio humano”.

A importância de Edgard Allan Poe pode ser medida na proporção direta de sua popularização, de quadrinizações a centenas de filmes baseados ou livremente inspirados em seus contos e poemas. “Os Crimes da Rua Morgue” é, com certeza, a pedra angular de sua obra e da criação da figura do detetive. É nessa novela que aparece o personagem Dupin, um policial que “gostava de exercitar sua capacidade analítica”.

Frente a um gancho como esse, era óbvio que outros seguiriam essa seara. Vai daí que surge um inglês também dado ao fantástico e que tinha tudo para ser outro escritor conservador. Sir Arthur Conan Doyle certa feita tomou a decisão de “construir uma obra imortal” e assim, sem dó ou razão, assassinou seu personagem e a sua galinha dos ovos de ouro. Matando Sherlock Holmes pensou em livrar-se da maldição de ter criado tão sedutor personagem, com o qual não gostaria de ser lembrado. Foram apenas nove volumes, mas que ofuscaram para sempre qualquer outra tentativa de projetar-se com uma “obra mais séria”. Chegou a pedir um valor proibitivo para um editor usando como pretesto não retomar o personagem, e mesmo assim, teve de ressuscita-lo, algo até simples para quem começava a tomar gosto pelo então chamado “espiritismo”. O herói da Baker Street era, definitivamente, um espectro em sua vida, assim como seu fiel escudeiro o Dr. Watson.

Mas nem só de detetives afáveis e dândis vive a literatura policial. Chesterton, por exemplo, tradicional pensador católico, frasista incorrigível, criou padre Brown. Inglês, como outros tantos escritores de mistério, tem a seu favor ter criado a figura de um detetive de características singulares. O padre Brown é a própria irreverência de G.K.Chesterton que criando esse tipo de anti-detetive, talvez a principio só para satirizar os outros romances policiais acaba por transforma-lo em sucesso. Com padre Brown, a pureza e a simplicidade são amparadas pela sua fé católica que se contrapõem à necessidade dos já famosos raciocínios dedutivos e científicismos quase irreais.

Mas os judeus acabaram por também ganhar seu personagem. Harry Kemelman, da Nova Inglaterra, integrou os costumes judaicos ao romance policial. Em seus livros não há a violência explícita, só a constatação de seus estragos, não há devassidão, mas entrega ao amor e o respeito entre as pessoas. E por fim, existem os originalíssimos caminhos e métodos investigativos do rabino David Small. A Cia das Letras publicou no Brasil quatro livros com o personagem.

Outros detetives são pouco dados a sutilezas. Em contraste com o belga Poirot, só mesmo o francês Maigret. Criação genial de Georges Simenon (que também produziu romances não policiais e sem o seu mais famoso personagem), Maigret tem como linha do humor suas idiossincrasias. Não violento, quando não está tentando resolver os intrincados casos está em sua casa, no Boulevard Richard Lenoir, fumando cachimbo, um dos muitos de sua coleção, ou bebericando um beaujolais. Em tempo, ele adora gerânios.

Outro estranho personagem é o Nero Wolf, o gordo detetive que resolve seus problemas sem nunca sair de sua casa. O personagem de Rex Stout é um tanto bizarro, trabalha por dinheiro e tem uma grande legião de fãs. O romance noir também nos deu Sam Spade, os detetives dos escritórios obscuros, que dão tapa na cara de mulher, bebem Bourbon e fumam como loucos. Raymond Chandler e Dashiel Hammet (do Falcão Maltês, lembram?) são os mais soturnos criadores desse estilo.

Outro inglês, mais precisamente um londrino, que tinha uma legião de defensores, mesmo com seu estilo pouco cordato era Edgard Wallace. Traduzido para mais de 15 idiomas, escreveu cerca de 150 novelas em 27 anos. Em certa época, um em cada quatro livros ingleses vendidos era de sua autoria. Talvez acabe sendo somente lembrado por uma obra que nada tem de detetivesca – “King Kong”. Edgard Wallace morreu em 1932, em Hollywood, de pneumonia dupla, mas até hoje seus livros continuam sendo reeditados. Conta-se que Edgard Wallace ditou de uma vez uma novela completa entre a noite de uma sexta-feira e a manhã do domingo.

PROLÍFICOS


Em meio a essas extensas obras, muitos acabam por desconfiar da prolificidade. Nos socorremos então da nossa mais importante escritora, Lygia Fagundes Telles, que também figura na galeria do livro de Flavio Moreira Costa com o conto “As Formigas” . Lygia é categórica em afirmar que “não existem gêneros menores na literatura. O que existem são escritores menores”.

Para Lygia, a literatura policial é tão importante quanto a do gênero mágico, intimista ou fantástico – “ são importantes na medida em que os escritores também o são. Os maiores escritores do mundo já trataram, de uma forma ou outra, de temas policiais.” Lygia vai longe e salienta que, “ na literatura policial, exige-se uma série de qualidades do escritor, que são indispensáveis. Esse tipo de literatura revela muito da grandeza do escritor, pois é nítido detectar-se se o autor é ou não um bom escritor”. Essa literatura difere da fantástica “pela primeira explicar os fatos e a segunda parar em suas fronteiras”.

É curioso constatar que no Brasil é preciso relembrar incisivamente nossos escritores que usaram algo no tema. Além de Lygia, precisamos destacar Machado de Assis (A Cartomante), Antonio de Alcântara Machado (Amor e Sangue), Aníbal Machado (A Morte da Porta Bandeira), o nosso querido Loyola, e ainda Monteiro Lobato (O Estigma), Marcos Rey, agora relançado pela Cia das Letras. Não dá para deixar de fora Rubem Fonseca e o seu “O Cobrador” ou ainda os novos como Tony Belloto e seu “Belline e a Esfinge”. No final da década de setenta, tempos difíceis de repressão, os brasileiros reuniram-se em uma coletânea policial intitulada muito apropriadamente de “Chame o Ladrão”. Outro brasileiro que está sendo reeditado é Paulo Corrêa Lopes.

Certa feita, conversando com o então só escritor e não político Fernando Gabeira, ele disse-me que “sob todos os aspectos, tão importante quanto qualquer outro gênero, na medida que é a continuidade popular de clássicos como “Crime e Castigo” ou ainda tragédias gregas”. Falou que a discussão sobre a qualidade de uma obra de literatura policial é “uma discussão muito parecida se uma língua é ou não um dialeto. A questão depende do poder de quem está definindo a coisa. A literatura policial pode ser uma denúncia e uma crítica da sociedade, uma visão tão crítica quanto a literatura política o é. Quando uma peça como A Ratoeira, de Agatha Christie, fica 20, 30 anos em cartaz, é um fenômeno que está merecendo um estudo mais profundo.”


E MUITOS OUTROS CRIMES


A Editora Record, por exemplo, publicou a sua Coleção Negra, com textos de romance noir. Um dos destaques é o livro “A Última Dança” de Ed McBain sobre quem a Publishers Weekly escreveu o seguinte – “McBain é tão bom que deveria ser preso por isso”. Outro livro fantástico é o de Alexander McCall Smith, nascido no Zimbábue, professor em Botsuana e que hoje leciona na Universidade de Edimburgo - Escócia. O livro tem o título “Agência Nº1 de Mulheres Detetives” (Cia das Letras) e conta a história de uma detetive mulher na pequena cidade de Gaborone, Botsuana. No mínimo instigante. Denis Lehane é outro destaque da mesma editora, é dele “Apelo às Trevas” e o sucesso “De Meninos e Lobos”, já filmado por Clint Eastwood. Ainda na Coleção Negra, vale destacar o noir europeu de Andréa Camilleri (O Cheiro da Noite), ainda Michael Conelly (Mais Escuro que a noite), Walter Mosley e o admirável “Uma Volta com o Cachorro”. Fechando o noir americano a coletânea “Mistério à Americana”.

Curioso é ainda o livro de Mark Bowden (Editora Landscape) – “Achado não é roubado” que conta a história do homem que encontrou um milhão de dólares. Para esse, o crime o compensaria, e muito. Sendo assim, dizer que o crime compensa não é uma afirmação leviana. Compensa sim, e não apenas para os ladrões de colarinho branco nesse nosso país de impunidades. São muitos os escritores policiais pelo mundo vivendo de direitos autorais. Talvez não no Brasil, como bem sabemos. Raro é o crime compensar para os personagens desses mesmos autores, pois eles sempre terão pela frente um Poirot ou um Maigret, que ao contrário dos nossos “sherloques” não aceitará propina. Requintados ou grotescos esses policiais nos crimes da literatura são sempre melhores que os da vida real de qualquer país. Ou mais virulentos em um estilo pouco politicamente correto, o certo que na grande maioria das vezes, ao menos na literatura, o criminoso sempre leva a pior!

Resta a minha boa intenção de solucionar esse caso sobre a importância da literatura policial e socorro-me do mestre Edgard Allan Poe – “Depois de ter ouvido o que recentemente ouvi, seria por certo estranho que eu permanecesse em silêncio a respeito do que tanto vi como ouvi já faz tempo. (in O Mistério de Maria Roget)


Myrtha Ratis
Jornalista