Discípulo de Ravi Shankar promove uma fusão rara das músicas erudita e indiana
Introdutor do sitar indiano no Brasil, Alberto Marsicano é a atração da Série Solo Música no dia 18 de maio, no Teatro da CAIXA. O repertório deste show é singular, pois Marsicano mostrará um trabalho único, pessoal: as transcrições que fez para a estética da música indiana, de músicas conhecidas do movimento impressionista francês. Além de música, o recital terá o artista declamando alguns poemas que traduziu com John Milton de Percy Bysshe Shelley, publicados no livro “Sementes Aladas”.
O músico não se apresenta em Curitiba há cerca de 20 anos e está feliz em mostrar o trabalho que une impressionismo a música clássica indiana, registrado no CD “Impressionismos”. Marsicano apresenta as variações que fez sobre a “Gnosssiene nº 1” e “Gymnopedie nº 1”, de Erik Satie, variações sobre “La fille aux chaveau de lin”, de Claude Debussy e variações sobre “Bolero”, de Ravel, além de dois ragas próprios: “Raga para Debussy” e “Reflexos dourados do sol da manhã”.
Alberto Marsicano é um dos poucos músicos no Brasil a se dedicar exclusivamente ao instrumento indiano, composto por 18 cordas com som metálico e glissandos e cujo formato lembra uma guitarra. Marsicano é músico, compositor, professor de música, escritor e tradutor e possui graduação em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi discípulo do grande nome do sitar, Ravi Shankar, que orientou inclusive o beatle George Harrison na incursão pela música indiana. Estudou também com a indiana Krishna Chakravarty.
As referências do músico vêm da natureza e, aliadas ao clássico da música indiana, resultam em uma experiência única. A fusão do som do sitar com os mais variados ritmos permite que Marsicano experimente, produzindo obras únicas. Um exemplo é o “Sitar Hendrix Experience”, gravado com outros músicos, no qual faz uma releitura das músicas de Jimi Hendrix e que foi indicado ao 49º Grammy americano.
A carreira de Alberto Marsicano é composta por cinco CDs solo. “Benares” (1995) traz ragas indianas clássicas. “Impressionismos” (1997), “Raga do Cerrado” (2000), “Quintessência” (2001) e Eletric Sitar (2003). Como escritor publicou “A Música Clássica da Índia” (2006) e os livros experimentais de poesia “Idiomalabarismos” (1979) e “Sendas Solares” (1980).
Na segunda-feira que antecede ao show (17) o músico ministrará, às 19h e com entrada franca, uma palestra na Faculdade de Artes do Paraná, na qual abordará as formas utilizadas na música clássica indiana, especialmente o raga.
Série Solo Música
A série Solo Música apresenta novidades nesta temporada do projeto. Os músicos apresentarão palestras e workshops como extensão do evento, ultrapassando o limite do show e disseminando conhecimento e informações.
O projeto consiste na apresentação de um recital por mês, em que são exibidas apresentações raras. Os artistas trazem para o projeto instrumentos dificilmente mostrados em outras programações culturais. Nesta temporadada da série já participaram Toninho Ferraguti e sua sanfona, Luhli com seu violão e voz e o inglês Ravi Justin Freeman, que fez um show de canto difônico e kora.
Serviço Série Solo Música – Alberto Marsicano – Sitar Local: Teatro da CAIXA Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba/PR Data: 18 de maio Horários: terça 20h30 Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e clientes CAIXA) Bilheteria: (41) 2118-5111 (de terça a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, das 16 às 19h) Classificação etária: Livre para todos os públicos Lotação máxima do teatro: 125 lugares (02 para cadeirantes) www.caixa.gov.br/caixacultural
sexta-feira, 14 de maio de 2010
O sitar de Alberto Marsicano na Série Solo Música
Exposição "Mitômana", de Marina de Botas,
Exposição "Mitômana", de Marina de Botas, apresenta três vídeos que habitam o universo fantástico
O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 - Centro - fone: (85) 3464.3108) abre a exposição "Mitômana", da artista visual Marina Botas, nesta quinta-feira, 13, às 18 horas. Gratuita ao público, a mostra ficará em cartaz até o próximo dia 04 de junho (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; aos domingos, de 10h às 18h).
Mitômana (texto de Simone Barreto)
Nessa exposição, Marina de Botas apresenta três exercícios de mitomania. Três narrativas em vídeo que habitam um universo tão fantástico que só existem na ficção e na não-realidade. Mas se por hora ela os faz existir, ainda que amparados nos dispositivos tecnológicos, resta-nos adentrar nesse universo e tornarmo-nos cúmplices da sua mentira.
Dessa tecnologia façamos ainda uma ressalva. Os equipamentos que são suportes para a apresentação dos vídeos estavam em desuso. Uma das televisões foi encontrada no lixo. Defasadas, elas são low-technology, lixo da produção exagerada de tecnologias.
Esse desuso interessa a Marina. Nele, ela observa camadas de memória do objeto. É assim com todo o mobiliário da exposição, que induz o visitante à situação-casa. Que pode ser descrito como o momento onde tudo fica reconhecível: os objetos, as cores, o cheiro e as sensações.
Marina de Botas investiga os interstícios da linguagem. Sua proposição é criar nesse ambiente pedaços de casa, salas, antessalas, pedaços de muitas casas que formam uma. E é nessa casa que estão os vídeos apresentados na exposição.
O primeiro vídeo, chamado Baby doll ou A jóia do universo, mostra um primeiro plano amontoado de brinquedos, ursinhos de pelúcia, robôs de plásticos articulados, empilhados no meio deles sua filha de dez anos. Descoberta entre os brinquedos, Marina vai vestindo-a, enchendo-a de camadas de roupas, tornando-a maior. Trocando sua pele, sua idade talvez... Suas roupas passam por meias-calças, vestidinhos de princesa, passam pelo vermelho adolescente, o colorido pop do Ben 10, até chegar ao preto absoluto e silencioso. O ritual segue quieto e minucioso para os cabelos onde pequeníssimos enfeites são arquitetados em sua fronte, assemelhando-se a uma coroa. Em seguida as unhas/dedos, então o rosto é cuidadosamente pintado de azul. É possível que ela tenha nesse instante se tornado o jovem e colorido Krishna, azul escuro da cor da nuvem antes da chuva.
O reandrógino nasce de uma citação de um poema de Roberto Piva - Antropolítica da entrega em profundidade - que finda com o seguinte verso: "Coxas Ardentes que só terá descanso quando estiver nos braços do Andrógino Antropocósmico". É esse descanso que no vídeo a personagem procura em seu andrógino antropocósmico. Unindo-se a ele e tornando-se um só em diferentes condições. No áudio, ouvimos Marina cantar uma canção do Roberto Carlos.
Centauro trata da saga de alguns indivíduos da cidade. Com hábitos urbanos, eles constroem casas, vivem o cotidiano regular e rotineiro de todo habitante das cidades. Peculiaridades são observadas em seus corpos: cadeiras fazem parte deles. Mas a inadequação a esse ambiente faz com que muitos desses centauros se rebelem e fujam para uma floresta. Lá eles poderão desenvolver novos hábitos de reprodução, alimentação... Tornam-se seres contemplativos e audazes. A cidade só se vê ao longe.
Mitômana nos toma de esguelha. Podemos ter dúvida da possibilidade daquelas imagens, mas como duvidar se nos reconhecemos naqueles argumentos/sentimentos? Não é tudo mentira nem é tudo ilusão.
"O Inocente Culpado"
A editora Edita-Me e o autor Licínio Nunes, têm o prazer de convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro
"O Inocente Culpado"
que decorrerá no dia 15/Mai/2010 pelas 17h00 no Salão Nobre do Ateneu Comercial do Porto.
( Rua Passos Manuel, 44 * 4000 PORTO)
Um evento que contará com a participação musical ao piano de Pedro Lopes e de Celeste Pereira na voz.
Um evento a não perder!
Esperamos por si.
Edita-Me www.edita-me.pt / edita-me.blogspot.com R. Barata Feyo, 140 – Sala 1.10 4250-076 Porto Telf: 965 393 431
XIV SEMANA DE HISTÓRIA IMPREVISÍVEIS AMÉRICAS
De 17 a 21 de maio de 2010
Realização
Universidade Tuiuti do Paraná
Fundação Cultural de Curitiba
Cinemateca de Curitiba
Entrada franca
Atenção: esta programação será realizada na Cinemateca somente de 17 a 20. No dia 21, a programação acontece na UTP
Dia 17.05 (2.ª feira):
Local: Cinemateca de Curitiba
19h às 20h30 - Abertura
Imagens de identidade: devoção religiosa e formação da consciência nacional da Nova Espanha
Prof.ª Dr.ª Sara Sanchez (Universidad Nacional de Madrid)
20h40 às 22h40 - Sessão de Cinema
Que Viva México! Direção de Sergei Eisenstein (Rússia/México/EUA, 1979 – 90’ -35mm)
Classificação 14 anos
Dia 18.05 (3.ª feira):
Local: Cinemateca de Curitiba
9h às 10h40 - Mesa Redonda: (Inter)seções religiosas em Latinoamérica
Prof. Dr. Geraldo Magela Pieroni (UTP)
Prof.ª Dr.ª Vera Irene Jurkevics (UTP)
Doutorando Luiz Antonio Sabeh (UFPR)
Coordenador: Prof.ª Dr.ª Wilma Bueno (UTP)
10h50 às 12h - Palestra
América: Encruzilhada de Axés
Prof. Ms. Gerson Machado (Museu
Arqueológico de Sambaqui de Joinville)
19h às 20h40 - Mesa Redonda: Ameríndios: o reencantamento de olhares
Prof.ª Ms. Maria Fernanda Campelo Maranhão (Museu Paranaense/Secretaria
da Cultura do Paraná)
Prof. Ms. Valdomiro Lourenço Nachornik (UTP)
Prof.ª Dr.ª Vilma Chiara (UFPI)
Coordenador: Prof.ª Dr.ª Maria Aparecida Ribas (UTP)
20h50 às 22h40 - Sessão de Cinema
Que Viva México! De Sergei Eisenstein
Dia 19 (4.ª feira):
Local: Cinemateca de Curitiba
9h às 10h40 - Mesa Redonda: O ainda não que virá a ser: cartografias da educação
Prof.ª Dr.ª Anita Schlesener (UTP)
Prof.ª Dr.ª Ariclê Vechia (UTP)
Prof.ª Esp. Maria Elenice Costa Dantas (Editora Positivo)
Coordenador: Prof. Esp. Osvaldo Siqueira (UTP)
10h50 às 12h - Mesa Redonda: (Des)construindo alegorias: o repensar pela arte
Prof.ª Ms. Andréa Beatriz Wozniak-Giménez (Instituto de Educação doParaná)
Prof.ª Ms. Maria Cristina Mendes (UTP)
Prof. Esp. Adriano Valenga Arruda (UTP)
Coordenador: Prof. ª Ms.Viviane Zeni-Leão (UTP)
19h às 20h40 - Mesa Redonda:Males de origem: alguns significados...
Prof.ª Ms. Maria Teresita Campos Avella (UTP)
Doutoranda Liz Andréa Dalfré (UFPR)
Prof. Ms.Luiz Carlos Sereza (UFPR)
Coordenador: Prof.ª Dr.ª Judite Maria Barboza Trindade (UFPR)
20h50 às 22h40 - Sessão de Cinema
Que Viva México! Direção de Sergei Eisenstein
Dia 20.05 (5.ª feira):
Local: Cinemateca de Curitiba
9h às 10h40 - Mesa Redonda: Heterogeneidades culturais: a contribuição para a identidade latinoamericana
Prof. Dr. Wilson Maske (PUCPR)
Prof. Dr. Rafael Tassi Teixeira (UTP)
Prof.ª Dr.ª Wilma de Lara Bueno (UTP)
Coordenador: Prof.ª Dr.ª Sidinalva Maria Wawzyniak (UTP)
10h50 às 12h - Mesa Redonda: Patrimônio Cultural, entre saberes e fazeres: da teoria à prática
Prof.ª Dr.ª Maria da Graça Rodrigues dos Santos (UTP)
Prof. Dr. Emilio Boschilia (Pesquisador Cultural)
Prof. Ms. Ozanam Aparecido de Souza (Fundação Cultural de Curitiba)
Coordenador: Prof.ª Dr.ª Valéria Pilão (UTP)
19h às 20h40 - Mesa Redonda: Regiões do universalismo: sensibilidades literárias na América
Prof.ª Dr.ª Maria Ignês Mancini de Boni (UTP)
Prof. Ms. Clóvis Gruner (UTP)
Prof. Dr. Erivan Karvat (UTP)
Coordenador: Prof.ª Dr.ª Etelvina Trindade (UTP)
20h50 às 22h40 - Sessão de Cinema
Que Viva México! Direção de Sergei Eisenstein
Dia 21.05 (6.ª feira):
Local: Universidade Tuiuti do Paraná – Campus Sydnei Lima Santos (Barigui)
9h às 10h40 - Mesa Redonda: Nas trilhas da História... Encontro de egressos
10h50 às 12h – Oficina Iniciação à gestão documental
Prof. Esp. Pedro Oscar Valandro (UTP)
19h às 20h40 - Encerramento
Ciência e técnica na América Latina: um (possível) percurso da computação como instrumento de poder
Prof. Dr. Gustavo Alberto Giménez Lugo (UTFPR)
20h50 às 21h30 - Trabalho artístico em dança “Entre fronteiras...”
Alunos: Audren Becker e Eumar Kohler
21h40 às 22h20 - Coquetel de encerramento
Fragmento do Mural “Presencia de América Latina”, pintado em pelo artista Jorge González Camarena.
PROGRAMAÇÃO CINEMA CURITIBA
PROGRAMAÇÃO
De 14 a 20 de maio de 2010
CINEMATECA - Sala Groff - Rua Carlos Cavalcanti nº 1174. Fone 41 3321-3252 (diariamente das 09h às 12h e das 13h30 às 22h30 – sábados e domingos das 14h30 às 22h30) www.fccdigital.com.br
PARIS (França/2008 – 129’ – 35mm). Direção de Cédric Klapisch. Com Juliette Binoche, Romain Duris, François Cluzet. A história de um rapaz parisiense que está doente e pensa que vai morrer. Sua condição faz com que ele olhe para todos à sua volta de uma maneira nova e diferente, imaginando que sua morte repentina daria um novo significado à existência das outras pessoas e à vida de toda a cidade. Vendedores de frutas e verduras, uma funcionária de uma padaria, um executivo, uma dançarina, um arquiteto, uma empregada doméstica, um professor, uma modelo, um imigrante ilegal de Camarões... Todos esses personagens, tão diferentes entre si, terão os seus destinos desvendados dentro da misteriosa e fascinante cidade de Paris. Classificação 14 anos
Dia 14 – não haverá sessão deste filme por motivo de dedetização no prédio da Cinemateca de Curitiba
Dias 15 e 16, sessões às 15h45 e 19h30
De 17 a 20, sessões somente às 15h45
Ingresso pago: R$5,00 (inteira)
R$2,50 (meia)
R$1,00 ( aos domingos)
XIV SEMANA DE HISTÓRIA – IMPREVISÍVEIS AMÉRICAS
De 17 a 21 (ver programação anexa) – entrada franca
Inscrições abertas para o edital Pontos de Cultura
Os interessados em participar da seleção de projetos podem se inscrever até o dia 30 de junho. A Fundação Cultural de Curitiba promoverá oficinas gratuitas para o esclarecimento do edital e formatação de projetos, já a partir desta quinta-feira (13).
A Fundação Cultural de Curitiba abriu inscrições para o edital que permitirá a instalação de mais oito Pontos de Cultura na cidade. A Prefeitura e o MinC – Ministério da Cultura vão apoiar iniciativas culturais da comunidade, por meio do repasse de recursos financeiros. Os interessados podem se inscrever até o dia 30 de junho de 2010, sendo que os detalhes do edital e do preenchimento dos formulários serão explicados em oficinas gratuitas, oferecidas na sede da FCC, em horários diferenciados, a partir desta quinta-feira (13). Também serão promovidos encontros, igualmente gratuitos e no mesmo endereço, para a formatação de projetos.
Espalhados por todo o Brasil, os Pontos de Cultura fazem parte do programa “Mais Cultura”, desenvolvido pelo governo federal. Os oito projetos que serão financiados pela Prefeitura e pelo MinC devem ter caráter cultural ou com histórico de atividades culturais, cujo desenvolvimento contribua para a inclusão social e a construção da cidadania, seja gerando emprego e renda, seja fortalecendo as identidades culturais. A escolha das propostas será feita por meio do edital disponível na página da Fundação Cultural de Curitiba (www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br, no link “Lei de Incentivo”, no menu “Pontos de Cultura”).
Podem se inscrever instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, legalmente constituídas e de natureza cultural, sediadas e que atuem na produção artístico-cultural há pelo menos um ano no município de Curitiba. Entre elas estão associações, sindicatos, cooperativas, fundações privadas, escolas caracterizadas como comunitárias, organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip) e organizações sociais (OS). Os projetos passarão inicialmente pela análise de documentação, depois pela avaliação técnica e, finalmente, pela análise de mérito, sendo que todas as fases têm caráter eliminatório.
A Fundação Cultural de Curitiba, de acordo com o convênio firmado com o Ministério da Cultura, apoiará o desenvolvimento das atividades culturais para a implantação de até 30 Pontos de Cultura na cidade. Destes, nove foram selecionados em edital de 2008 e 14 escolhidos por meio de edital de 2009, sendo que neste último houve uma desistência, totalizando 22 Pontos de Cultura conveniados.
Os projetos selecionados receberão cada um R$ 180 mil reais em três parcelas anuais de R$ 60 mil. Os Pontos de Cultura de Curitiba passam a integrar a Rede Cultura Digital, que estabelece a comunicação entre os vários Pontos de Cultura do Brasil, e possibilita a divulgação das atividades produzidas e dos produtos culturais elaborados. A Fundação Cultural de Curitiba é a responsável pela coordenação dos trabalhos em Curitiba, desde a formulação do edital, recebimento das propostas, seleção dos projetos, repasse de recursos, mobilização, implementação, acompanhamento, supervisão e fiscalização da rede de Pontos de Cultura na cidade.
Todas as iniciativas comunitárias de caráter cultural podem ser um Ponto de Cultura em potencial. O edital é abrangente quanto às características das manifestações e contempla as mais diversas áreas, agrupadas em nove segmentos: culturas populares (como artesanato, tradição oral, ervas e curas tradicionais e contadores de histórias), grupos étnicos-culturais (culturas indígenas, afro-descendentes, ciganas), patrimônio material (museus, educação patrimonial), audiovisual e radiodifusão (vídeo, cinema, televisão e rádio comunitária), culturas digitais (internet, jogos eletrônicos, desenvolvimento de novas tecnologias), gestão e formação cultural (cursos, oficinas, palestras e seminários de formação), pensamento e memória (livro, leitura, bibliotecas, acervos), expressões artísticas (teatro, dança, música, circo, artes visuais, literatura) e ações transversais (cultura e meio ambiente, cultura e educação, cultura e saúde, cultura e turismo, entre outras).
Oficinas – A Fundação Cultural de Curitiba disponibilizará oficinas gratuitas para o detalhamento do edital Pontos de Cultura e para a formatação de projetos, na Diretoria de Incentivo à Cultura, instalada na sede da Fundação Cultural de Curitiba (Rua Engenheiros Rebouças, 1.732 – Rebouças). Nas reuniões, que começam nesta quinta-feira (13), os interessados terão explicações sobre o preenchimento dos formulários e poderão dirimir as dúvidas existentes. Na sequência, os participantes obterão dados para a apresentação de suas propostas. Os encontros acontecerão nas seguintes datas e horários:
Oficinas para esclarecimentos
Dia 13 de maio – das 14h30 às 17h
Dia 17 de maio – reuniões com opções de horários: das 14h30 às 17h ou das 19h às 21h30
Dia 20 de maio – das 14h30 às 17h
Dia 24 de maio – das 19h às 21h30
Oficinas para formatação de projetos
Dia 18 de maio – reuniões com opções de horários: das 14h às 17h30 ou das 18h30 às 22h
Dia 19 de maio – das 14h às 17h30
Dia 25 de maio – das 18h30 às 22h
Serviço:
Inscrições abertas para o Edital Pontos de Cultura em Curitiba – Parceria entre a Prefeitura Municipal e o Ministério da Cultura
Edital disponível na página da Fundação Cultural de Curitiba (www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br, no link “Lei de Incentivo”, no menu “Pontos de Cultura”)
Data: até 30 de junho de 2010
Informações: paicatendimento@fcc.curitiba.pr.gov.br”
Pontos de Cultura: www.cultura.gov.br/culturaviva
quinta-feira, 13 de maio de 2010
World Press Photo 2010
Maior exposição internacional de fotojornalismo
começa dia 18 de maio na Caixa Cultural Rio de Janeiro
Uma mulher resgatada de um atentado suicida em Cabul. Soldados americanos prontos para atacar talibãs no Afeganistão. Um homem condenado por adultério e apedrejado até a morte na Somália. Imagens chocantes como essas integram a 53ª Edição da World Press Photo, que a CAIXA Cultural apresenta, de 18 de maio a 27 de junho, no Rio de Janeiro. A exposição, que acabou de passar por Amsterdã, é realizada pela Capadócia Produtora Cultural e tem patrocínio da Oi e da Caixa Econômica Federal e apoio cultural do Oi Futuro.
Distribuídos em painéis de 1,65m x 1,10m na Caixa Cultural (Av. Almirante Barroso, 25 – Centro), os 162 registros de 63 fotógrafos não se limitam, é claro, a imagens de guerra, violência a sofrimento. Há belos momentos do campeonato mundial de Ironman no Havaí e do World Master Games; das paisagens e animais da Antártica e plantas que nascem sob luzes artificiais da cidade de Jacarta e da posse do presidente Barack Obama.
Grito no telhado
O WPP premia, a cada ano, as melhores fotografias publicadas na imprensa ao redor do mundo. Nessa edição, as fotografias vindas de 23 países revelam fatos relevantes que aconteceram em 2009. A World Press Photo do Ano, por exemplo, é de Pietro Masturzo, fotógrafo italiano que flagrou o grito de protesto de uma mulher num telhado em Teerã, no dia 24 de junho do ano passado. A imagem faz parte de uma série feita na noite seguinte às conturbadas eleições presidenciais no Irã. A série ganhou o primeiro lugar na categoria Pessoas em Destaque. A presidente do júri e vice-presidente da Reuters, Ayperi Karabuda Ecer, justifica a escolha: “A foto mostra o começo de algo, de uma grande história. Acrescenta perspectiva à notícia. Isso toca você visualmente e emocionalmente”.
Mais uma vez, a organização teve um número recorde de inscrições. O júri, formado por editores de fotografia, fotógrafos e representantes de agências de notícias, viu 101.960 imagens enviadas por 5.847 fotógrafos de 128 diferentes nacionalidades. O maior número de inscritos veio da China: 586 concorrentes
“É um enorme prazer representar a Fundação World Press Photo no Brasil e estar diretamente envolvido com o que há de melhor no fotojornalismo mundial. Ao produzir a mostra, damos aos brasileiros a possibilidade de refletir sobre os fatos mais impactantes do cenário internacional atual, através do olhar preciso do repórter fotográfico. Na edição de 2010, o concurso obteve um número maior de inscrições, o que é muito representativo num ano em que os veículos de comunicação sofreram sérios cortes de orçamento ”, diz Rafael Ferraz, da Capadócia Produtora Cultural.
Os prêmios foram distribuídos em 10 categorias, divididas em single e série de fotos: Notícias em Geral, Notícias em Destaque, Pessoas em Destaque, Natureza, Retratos, Esporte e Ação, Esportes em Geral, Arte e Entretenimento, Vida Cotidiana e Assuntos Atuais. Foram trabalhos de fotógrafos da Argentina, Canadá, Chile, China, França, Hungria, Israel, Itália, Mali, México, Holanda, Territórios Palestinos, Peru, Somália, Reino Unido, Estados Unidos e outros países.
Este ano, apenas o paulista Daniel Kfouri representa o Brasil. Ele ganhou o terceiro lugar na categoria Esporte e Ação - single com a foto do skatista Bob Burnquist. “A foto foi feita no Parque do Anhembi, em São Paulo, durante o treinamento da ‘Megarampa’. Eu dei ênfase aos momentos em que os skatistas caíam, por isso intitulei a série como ‘Ícarus’”, conta Kfouri, que já havia se inscrito duas vezes no WPP. Satisfeito com o reconhecimento internacional de seu trabalho, o fotógrafo aproveita para mandar um recado: “Espero ter mais oportunidades de trabalho e que os editores daqui valorizem mais a fotografia brasileira”. Acho que podemos cortar esse depoimento. Está deselegante. Além de estar pedindo emprego, o fotógrafo critica os editores nacionais.
Júri especializado
Para essa seleção, além de oito membros principais e dois secretários, formados por editores de fotografia, fotógrafos e representantes de agências de notícias, a WPP escalou um júri especializado que participou das rodadas iniciais de julgamento das categorias Esporte e Ação, Natureza, Retratos e Noticias em Geral. A intenção foi trazer mais foco e elevar ainda mais o nível global.
A fotógrafa brasileira Marizilda Cruppe (O Globo/Eve Photographers) colaborou na seleção das fotos na categoria Noticias em Geral. "Foram horas intensas de trabalho, analisando milhares de fotos por dia, num total de 70 mil na primeira fase. As diferentes características dos cinco jurados do grupo que participei contribuíram para uma visão mais ampla dos trabalhos inscritos. O número de participantes foi alto, assim como o nível das fotografias, o que torna o processo de escolha um grande desafio”, conta a fotógrafa.
O grupo de Marizilda selecionou cerca de sete mil fotos para o segundo round. “De certa forma, é o júri da primeira etapa que indica as tendências do que vai ser premiado e o deste ano foi muito seletivo. Sete mil imagens seguiram para a segunda fase, o que possibilitou mais tempo de discussão para os jurados de segundo round chegarem as fotos vencedoras”, opina.
WORLD PRESS PHOTO 2010 – Maior exposição internacional de fotojornalismo reúne 162 registros de 63 fotógrafos. Caixa Cultural RJ (Av. Almirante Barroso, 25 – Centro – Rio de Janeiro - (21) 2544-4080). Terça a sábado, 10h às 22h. Domingo, 10h às 21h. Entrada franca. Até 27/6.
HOJE! Lançamento do livro Indicadores de Desempenho
HOJE! Lançamento do livro Indicadores de Desempenho Instrumentos à Produtividade Organizacional, de Anselmo Alves, às 17h, na Saraiva Mega Store Salvador Shopping - Salvador (BA)
Mais uma semana de eventos na feira do livro de Lisboa
Na "Praça Amarela - Central" da
FEIRA DO LIVRO DE LISBOA
13 MAI (5ª) – 19h
Projecção de filmes e actuação das batucadeiras do Batuque Finka Pé. Uma colaboração com a Associação Cultural “Moinho da Juventude” da Cova da Moura.
14 MAI (6ª) – 18h
Leitura de “Odes” de Horácio e de “Metamorfoses” de Ovídio por Pedro Braga Falcão. Concerto de quarteto de cordas.
15 MAI (SÁB) – 16h
Poesia Brasileira. Leitura por Diogo Dória. Com a presença do poeta Carlito Azevedo, que dirá poemas de sua autoria.
“Que seria de Portugal sem Pessoa e sem Camões? Ou da Rússia sem Tolstói, Dostoiévski e Tchékhov? Ou da Irlanda sem Joyce e Beckett? A literatura melhora os países, mesmo quando é para contar suas derrotas e seus horrores – e sobretudo quando conta suas derrotas e seus horrores. Só por burrice um Estado não defende sua literatura. É uma questão de marketing, para não falar de coisas mais elevadas.”
Bernardo Carvalho em resenha a “Monodrama”, o mais recente livro de poesia de Carlito Azevedo
Bernardo Carvalho – escritor brasileiro que publica em Portugal nos Livros Cotovia.
Carlito Azevedo – poeta brasileiro que publica em Portugal igualmente nos Livros Cotovia.
Edições Cotovia, Lda
R. Nova da Trindade, nº 24, 1200-303 Lisboa
Tel: 213471447 / www.livroscotovia.pt
terça-feira, 11 de maio de 2010
Artes visuais têm novo edital do Fundo Municipal da Cultura
A Fundação Cultural de Curitiba está recebendo inscrições para mais um edital do Fundo Municipal da Cultura, uma das modalidades do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba, que concede apoio financeiro para a realização de projetos nas diversas áreas artísticas. Os interessados em participar do edital “Bolsa Produção para Artes Visuais” têm até o dia 14 de junho de 2010 para inscrever suas propostas, sendo que os regulamentos e formulários de inscrição estão disponíveis no site da Fundação Cultural – www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br, link “Lei de Incentivo”, menu “Editais de Inscrições”.
Para este edital foi disponibilizado o montante de R$ 427 mil reais e os projetos serão enquadrados nas seguintes modalidades: artista iniciante, artista experiente, e artista experiente em parceria com artista de outro estado brasileiro. Poderão apresentar propostas pessoas físicas domiciliadas em Curitiba, que detenham reconhecimento público e/ou da crítica especializada e cujo objeto de atuação esteja comprovadamente vinculado à área de Artes Visuais.
Os projetos artísticos deverão ser realizados em espaço de Curitiba. O proponente poderá indicar, em projetos de gravura e escultura, os ateliês do Museu da Gravura Cidade de Curitiba e o de Escultura do Parque São Lourenço, como local de realização dos projetos. Nessa hipótese, não será cobrada dos artistas a mensalidade de uso desses espaços, durante prazo definido. O prazo máximo para o desenvolvimento do projeto será de 18 meses, sendo que 11 meses serão destinados para a pesquisa e sete para a execução da contrapartida social.
O grupo técnico especializado que avaliará os projetos será composto por cinco membros da área de Artes Visuais, sendo dois críticos ou curadores de arte de reconhecido mérito, procedentes de outros estados brasileiros, um crítico ou curador de arte de mérito reconhecido, residente em Curitiba, e dois representantes da Fundação Cultural de Curitiba. A análise de mérito levará em conta currículo e portfólio, justificativa da concepção da obra e viabilidade orçamentária.
Serviço:
“Edital Bolsa Produção para Artes Visuais” do Fundo Municipal da Cultura
Inscrições até 14 de junho de 2010
Regulamento e ficha de inscrição no site www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br, link “Lei de Incentivo”, menu “Editais de Inscrições”
Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail paicatendimento@fcc.curitiba.pr.gov.br
Jogos, Dinâmicas & Vivências Grupais
Jogos, Dinâmicas & Vivências Grupais
de Rose Militão e Albigenor Militão
Número de Páginas: 248
Formato: 22 X 22 cm
Uma obra indispensável aos profissionais que desejam fazer de sua equipe o grande diferencial de mercado. Uma coleção de atividades de grupo baseadas em dinamicas criativas. Um guia imprescindível. (E.C)
Nos dias de hoje, ainda se prega que o grande diferencial competitivo de um profissional está somente no seu talento individual. Em detrimento dessa “certeza”, valores como o trabalho em equipe e a otimização de tarefas parecem cair completamente em desuso.
Para reverter este quadro e preparar as pessoas para as novas demandas sociais e organizacionais, Albigenor e Rose Militão propõem em Jogos, Dinâmicas & Vivências Grupais, que se incentive a formação de equipes. Nela a meta dos componentes não instigar a competição entre seus componentes, mas sim que todos alcancem um resultado eficaz no trabalho desenvolvido em conjunto, além de prazer e satisfação pessoal.
Para isso, os autores apresentam diversos jogos e dinâmicas destinados a promover mudanças pessoais, melhorar o trabalho em equipe, facilitar a aprendizagem e tornar mais rica a interação entre as pessoas. As técnicas apresentadas podem ser utilizadas por profissionais para dirigir uma reunião, conduzir um grupo de estudo ou ministrar um treinamento, entre outras atribuições.
Jogos, Dinâmicas & Vivências Grupais é voltado para profissionais que desenvolvem trabalhos com pessoas. Portanto, seu conteúdo requer do leitor algum conhecimento dos fenômenos que ocorrem nos grupos suas características, contextos, além de algum conhecimento prévio na área.
Os Autores:
Albigenor Militão é psicólogo, consultor de processos humanos organizacionais, na área de T&D, com especialização em Dinâmica de Grupo, Gestalt-terapia e SH. É consultor nacional do programa “Sebrae Ideal” (Aperfeiçoamento de Lideranças Empresariais), CDL-Fortaleza, Senac-CE e Sebrae-CE. É diretor da Imagem Domínio.
Rose Militão é assistente social, com especialização em Dinâmica de Grupo, publicitária e diretora comercial da Imagem Domínio. É facilitadora de workshops de Mudanças Organizacionais. Tem mais de 10 anos de experiência com sensibilização e acompanhamento de grupos familiares.
UM LANÇAMENTO
Aberto edital sobre Patrimônio Cultural
A Fundação Cultural de Curitiba abriu inscrições para um novo edital do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura (PAIC), destinado a conceder apoio financeiro para a produção de projetos de pesquisa que oportunizem a divulgação do patrimônio cultural de Curitiba. O edital e seus anexos (formulário de inscrição, normas complementares, modelo de instrumento contratual e manual de prestação de contas) estão disponíveis no site www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br, link “Lei de Incentivo”, e os interessados podem fazer suas inscrições até 21 de junho de 2010.
O edital “Pesquisa e Difusão - Encontros de Patrimônio Cultural” dispõe de R$ 45 mil reais dos quais R$ 20 mil são destinados à implementação dos projetos culturais selecionados e contemplados e R$ 25 mil reais para as atividades de apoio.do Fundo Municipal da Cultura. Serão contemplados até dez projetos de pesquisa, no valor máximo de R$ 2 mil reais, em quatro categorias diferentes: até três para patrimônio edificado, até dois para patrimônio histórico-documental, até dois para patrimônio imaterial, até três projetos para bens integrados e/ou paisagens culturais.
Estão habilitados a participar do edital pessoas físicas, domiciliadas em Curitiba, cujo objeto de atuação esteja comprovadamente vinculado à área de Patrimônio Cultural. Na primeira fase será realizada a análise documental. Após a validação, a diretoria responsável pelo Programa de Apoio e Incentivo à Cultura - PAIC encaminhará os projetos para o grupo técnico especializado, constituído especificamente para analisar o mérito das propostas.
Serviço:
Edital do Fundo Municipal da Cultura “Pesquisa e Difusão - Encontros de Patrimônio Cultural”
Inscrições abertas até 21 de junho de 2010
Informações: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br, link “Lei de Incentivo”, e paicatendimento@fcc.curitiba.pr.gov.br.
Exposição de fotos do artista visual Bruno Vilela
Exposição de fotos do artista visual Bruno Vilela promove releitura do universo do conto de fadas
As fotografias do artista visual pernambucano Bruno Vilela promovem uma releitura do universo do conto de fadas. Nestas fotos, personagens de contos de fadas aparecem em situações mórbidas, estranhas e mesmo perturbadoras, como a Branca de Neve esvaída em sangue e desmaiada numa floresta, ou Alice caída na entrada de uma casa, de onde só se vê parte de seu corpo. O que há por trás dessas imagens? Por que elas nos inquietam tanto?
É o que aborda e questiona a exposição "bibbdi bobbdi boo", série de fotografias de autoria de Bruno Vilela que serão apresentadas em exposição individual no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 - Térreo - Centro - fone: (85) 3464.3108), com curadoria de Ana Cecília Soares e Júnior Pimenta.
A abertura da mostra acontecerá nesta quinta-feira, 13, às 19 horas. Antes, às 18 horas, haverá um bate-papo de Bruno Vilela e os dois curadores com o público presente. Gratuita ao público, a exposição ficará em cartaz até 04 de junho deste ano (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h). Mais informações sobre o conteúdo da exposição e o trabalho do artista podem ser encontradas em seu site: www.brunovilela.com
...Foi uma vez (texto curatorial por Ana Cecília Soares e Júnior Pimenta)
A chegada da modernidade no século XX modificou a nossa concepção de narrativa ou estruturação de uma obra de arte ou de um texto. A essa maneira de se contar histórias, a pesquisadora Katia Canton chamou de "narrativas enviesadas". Compostas a partir de tempos fragmentados, sobreposições, repetições e deslocamentos, elas rompem com a idéia de "começo-meio-fim" tradicional. A não-linearidade de seus elementos prevalece.
Canton acredita que, para criar suas narrativas enviesadas, uma das estratégias dos artistas contemporâneos é a utilização de contos de fadas em seus trabalhos. Essas histórias paradigmáticas do ocidente são conhecidas o suficiente para poderem ser viradas do avesso pelos artistas. "Não há risco de que a identificação com o espectador desapareça, considerando-se a popularidade de que são revestidas".
As fotografias da série "Bibbdi Bobbdi Boo", do artista visual Bruno Vilela promove uma releitura desse universo. Nela, personagens de contos de fada aparecem em situações mórbidas, estranhas, e, mesmo, perturbadoras, como a Branca de Neve esvaída em sangue e desmaiada numa floresta, ou Alice caída na entrada de uma casa, de onde só se vê parte de seu corpo. O que há por trás dessas imagens? Por que elas nos inquietam tanto?
Oriunda do latim "fatum", a palavra fada significa destino, fatalidade ou fado. Essa raíz etimológica remete ao contexto inicial em que os contos de fadas estavam inseridos: na forma original, os textos falavam de adultério
Numa desconstrução do imaginário simbólico criado por esses contos, Bruno Vilela incorpora aspectos de nossa realidade às narrativas. Fundindo fantasia com o real, o artista rompe com estereótipos do tipo: "um mundo perfeito, onde todos são felizes para sempre". A desmistificação do amor perfeito, do ideal de beleza e do maniqueísmo humano (bem x mal), também, está presente em sua proposta.
O artista constrói imagens que mantém aproximação direta com a pintura. Suas fotografias são como verdadeiras telas vivas e pulsantes, dotadas de um cromatismo nervoso, pronto a explodir. O colorido inebriante de Vilela rompe e distorce qualquer tipo de idealismo, sugere uma reconfiguração da condição primordial das "fadinhas". Tornando-as mais parecidas conosco: frágeis e de carne e osso. Tão maleáveis ao mundo como nós!
Assim, ao desfazer e refazer narrativas consolidadas e de domínio público, o artista não apenas afirma a importância da tradição como sugere que reinventar é tão necessário quanto não aceitar algo já imposto. Vilela quebra paradigmas e escancara aos olhos do espectador sentimentos, que no geral, procuramos deixar de lado por nos ser conveniente... Suas imagens têm o intuito de inquietar, chocar, mexer com aquilo que está quieto, longe de uma realidade romanceada, e assim, induz a reflexão sobre as nossas próprias mitologias...
Texto de Marcia Tiburi: Bruno Vilela ou era uma vez Branca de Neve e outras sonsas
Bruno, o caçador, com sua câmera, realizou o sonho da madrasta. Alguém um dia finalmente cumpriria a sentença: matar Branca de Neve. Salvou as meninas do seu destino de bobas.
A heroína bela e branca, submissa e sonsa, pertence definitivamente ao "era uma vez". A imagem técnica que nasceu com a fotografia nos tempos em que Branca de Neve pertencia à imaginação a serviço da moral, vem, hoje, nos salvar do mito, acabando de vez com o imaginário de redenção para a bonitinha que se salva porque escravizada e se escraviza por ser a bonitinha. As outras: Chapeuzinho, Alice, e quem mais estiver por perto, vão junto.
Bruno Vilela talvez não imagine a revolução que acaba de promover. Vilém Flusser, autor da Filosofia da Caixa Preta, afirmou que o fotógrafo é sempre um caçador. Não podemos desperdiçar a analogia entre caçador e fotógrafo diante do trabalho que vemos aqui. Sua arma, a câmera fotográfica, confirma o elo entre imaginário e real, entre a produção da imagem e a forma como mulheres poderão ver a si mesmas de agora em diante. O feminismo agradece. Mais que ele, todos os que sabem o poder que a produção da imagem tem na construção das subjetividades. É um soco no estômago do espetáculo. Bruno Vilela acabou com o mito da bonitinha que, para permanecer viva precisa de um homem, seja ele um grupo de anões que exploram sua capacidade para o trabalho doméstico, seja o príncipe que acolhe a beleza morta no seu programa de casamento.
Quem terá a coragem de contar às crianças a historinha das boas moças, das heroínas órfãs, da submissa à maldade da madrasta que nega a maternidade e se entrega à vaidade, da que perde temporariamente o único lugar que almejou na vida, o de princesa, para depois recuperá-lo na grandiloquência da condição de esposa e rainha, a que vive pelo efeito mágico do casamento, da que é salva pelos animaizinhos da floresta, pelo grupo de anões generosos e assustados, da que se entrega à romantização, da que desconhece os perigos da floresta, da que não sabe o que pode o lobo?
Quem terá coragem de contar que o caçador cansou de seu papel piedoso, que o guarda-costas das meigas não quer mais saber de mentiras, de uma imaginação que serve a ideologias? A caça das heroínas é em favor de uma outra realidade.
E agora, será que Bruno pagará caro por este escancarar sem piedade estas verdades diante de nossos olhos que não querem ver?
Trajetória artística
Bruno Vilela Nasceu em Recife/PE, em 26 de julho de 1977. Artista plástico formado em Retrato com Anatomia e Figura Humana com o mestre japonês Sunishi Yamada. Realizou exposições individuais em Recife dentre as quais se destacam: Bibbdi Bobbdi Boo na FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco, Réquiem sobre papel no Museu Murilo La Greca e O Céu do céu no Museu do Estado de Pernambuco. Participou de coletivas, como o Prêmio Internacional de Pintura de Macau, Jogos de Guerra no Memorial da América Latina, Abre alas na Gentil Carioca, Investigações pictóricas no MAC-Niterói, Projeto Prima Obra em Brasília, Salão de arte contemporânea do Paraná e Salão de arte de Pernambuco.
Bruno foca sua pesquisa em três principais suportes: fotografia, desenho e pintura. O universo feminino, dos contos de fada, do mistério, da vida e da morte são sua busca. Uma espécie de quebra de arquétipos e a sua substituição por outros mais sombrios e misteriosos.
Para Vilela, arte é xamanísmo, um portal para outra dimensão, como diria o mestre Beuys e Da Vinci. É cor, forma, composição, espiritualidade, matéria e o tesão pelo visual como fez o mestre Rauchemberg.
A Pesquisadora Georgia Quintas diz sobre o trabalho de Bruno: "Na série de fotos Bibbdi bobbdi boo, ele faz um ensaio repleto de personagens (verdadeiras imagens-ícones pré-estabelecidas) como Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho e Alice (no País das Maravilhas). A fotografia não só é utilizada como registro, mas também como linguagem. As imagens possuem um vigor vertiginoso. Nelas, os mitos desaguam. A elaboração das cenas nos leva a uma dimensão imaginária rica em detalhes, nos indicando o paradoxal terreno imagético diante das nossas certezas. Todas as figuras femininas que compõem as fotografias de Vilela são alegorias de um novo discurso. O lúdico das estórias para crianças torna-se dramático, soturno e furtivo. Há sangue, há dor, há queda... O artista trabalha exatamente neste limiar entre o estabelecido e o improvável: do declínio da perfeição, das doces, heróicas e diáfanas mulheres".
Últimas semanas para se inscrever no Concurso de Esculturas CriAção Scotch
Estão abertas até 30 de maio as inscrições, gratuitas, para o Concurso de Esculturas CriAção Scotch com o tema criatividade e sustentabilidade, atitudes para promover um mundo melhor. Pessoas com ideias inovadoras, de qualquer segmento, como profissionais e estudantes das áreas de artes plásticas, arquitetura, decoração, artesanato, design e publicidade de todo o país podem se inscrever pelo site www.criacaoscotch.com.br. O concurso dará prêmios no valor total de R$ 26 mil para oito selecionados, que serão conhecidos no dia 25 de agosto, na abertura da exposição com os melhores trabalhos no Museu Brasileiro de Escultura (MuBE), em São Paulo.
Até o último dia da inscrição, os candidatos devem anexar três fotos coloridas de seu protótipo, realizado com as fitas adesivas Mágica Scotch e/ou Empacotamento Scotch Transparente, ambas da 3M do Brasil, em arquivo JPG ou GIF, e com tamanho máximo de 1Mb. As esculturas devem ser propostas criativas que considerem possível a interação com o espaço público, no conceito de intervenção urbana.
Uma comissão julgadora selecionará as 20 melhores obras segundo os critérios de criatividade, coerência com o tema, acabamento e respeito às exigências técnicas. A seleção final será feita por votação popular pela internet entre 11 de junho a 13 de julho. A partir das fotos das obras o público escolherá as oito vencedoras que ficarão expostas no MuBE.
A curadoria do Concurso de Esculturas CriAção Scotch é da crítica de arte Katia Canton, professora do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo (USP). Ela é doutora em Interdisciplinary Arts pela New York University, Tisch School of the Arts (Nova York, EUA) e mestre em Performance Studies, pela mesma universidade, onde estudou entre 1987 e 1993. Em junho de 2002 tornou-se livre-docente em Teoria e Crítica de Arte pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP.
www.criacaoscotch.com.br
http://twitter.com/criacaoscotch
Sucesso do Curitiba 12 Horas mostra valor da produção cultural local
O frio e a chuva não atrapalharam a animação do Curitiba 12 Horas, que aconteceu simultaneamente no Bairro Novo e no Cajuru, no último sábado (8), reunindo diversas atrações culturais. O ponto alto da programação foi o show dos Mutantes, que levou 2.500 pessoas ao Parque do Semeador, no Bairro Novo. Entre moradores da região e pessoas vindas de outros bairros da cidade e de municípios vizinhos era grande a expectativa para ver uma das mais tradicionais bandas de rock do Brasil.
A proposta do Curitiba 12 Horas é descentralizar a cultura. O projeto foi concebido pela Fundação Cultural de Curitiba, e realizado pela Homem de Ferro Produções Artísticas, por meio de edital do Fundo Municipal da Cultura. Foram doze horas de muita música, teatro, literatura, dança, circo, artes visuais e diversas outras atividades. Muita gente não acreditava na ousadia de colocar Os Mutantes para tocar no Parque do Semeador, no Bairro Novo, um local totalmente diverso dos tradicionais endereços de shows. Mas a experiência foi vitoriosa, reunindo gente vinda de todos os lados da cidade.
Sérgio Dias, vocalista e líder do grupo, destacou que valeu a pena a viagem de 16h, empreendida desde Las Vegas (EUA), para estar presente nesta grande festa cultural. “É uma honra encerrar um evento dessa natureza, no qual a multiplicidade de linguagens culturais é de grande importância”, disse. Apaixonado por Curitiba, o cantor lembrou que a promoção de colocar a música perto do público mais uma vez destaca a cidade: “O rock não gosta de salto alto”, enfatizou.
Integrante do Blindagem, um dos grupos musicais mais conhecidos da cidade, Paulo Juk comemorou o Curitiba 12 Horas. “Curitiba precisa disso: o artista deve ir onde o público está”, declarou o músico que quer transformar o evento em uma tradição curitibana, devido à diversidade de linguagens abrangidas. Outro entusiasta do Curitiba 12 Horas, Fábio Elias, vocalista do Relespública, contou que nunca havia se apresentado no Bairro Novo e aprovou a iniciativa: “Estava demorando a acontecer algo assim. Curitiba é multicultural e merece mais do que 12 horas. Precisamos fazer uma virada cultural!”, propôs.
O estudante Cidnei Batista, de 18 anos, morador do bairro Mercês, reuniu um grupo de amigos e chegou por volta das 14h ao Parque do Semeador, para assistir aos shows dos Mutantes, do Blindagem e do Relespública. “Ver os Mutantes na minha cidade é uma satisfação imensa. Eu não poderia perder. Todas essas bandas são a essência do rock. O fato do show acontecer no Bairro Novo não atrapalha em nada. Quem gosta de boa música vai onde for preciso”, afirmou.
“Essa proposta é maravilhosa. Eu acompanho as bandas locais e acho que esse projeto é fundamental para apoiar o trabalho dos músicos”, disse a estudante Mariana Isabela de Barros, de 19 anos, de São José dos Pinhais, que foi ao Bairro Novo com a irmã Amanda Caroline e com a amiga Natália Helena Mussato. Para acompanhar todos os shows, elas chegaram ao Parque do Semeador às 8h30 da manhã, com a intenção de ficar até o final da programação, que se encerrou por volta das 23h. Mariana conta que acompanhou toda a movimentação em torno do Curitiba 12 Horas pela internet e a primeira notícia que teve do evento foi na comunidade dos Mutantes no Orkut.
O professor Márcio José Vassani Santos e sua noiva, Rita Maristela Conci, foram ao show dos Mutantes movidos pela curiosidade de ver como o seria o show naquele local e como o público se comportaria. Moradores do Centro Cívico, disseram que estavam temerosos com a questão da segurança, mas ao chegar ao lugar ficaram impressionados com a organização. “Não imaginávamos que encontraríamos aqui essa estrutura”, disse Márcio.
Vocalista da banda Ervilhas Astrais, Fábio Yutiyamakawa foi um dos primeiros a se apresentar no Bairro Novo. “Participar de eventos como esse ajuda muito a divulgar o nosso trabalho”, comentou. A iniciativa do Curitiba 12 Horas também recebeu apoio de lideranças do bairro. “Eventos como esse têm que acontecer com mais freqüência. É uma ótima oportunidade para reunir os jovens da nossa região”, disse Adalberto Dalezio Difert, presidente da Associação dos Moradores da Melhor Idade.
Para Ângelo Gomes de Almeida, presidente da Associação dos Moradores da Vila União, a cultura é um componente fundamental para a formação dos jovens. “Se todos os jovens fossem educados através do teatro e da música, pouca coisa ruim aconteceria em nosso bairro”, afirmou. Ângelo de Almeida lembra que os Mutantes e o Blindagem são bandas do seu tempo. “Jamais poderia imaginar que um dia eles estariam tocando aqui tão perto de casa”, disse.
Dona Terezinha, moradora do Bairro Novo, contou que foi para ver somente os talentos locais. Integrante de um grupo da terceira idade, ela elogiou a programação: “Está tudo lindo, com muita organização”. Para Tiago, atendente de telemarketing, de 25 anos, “tudo que é diferente causa estranhamento, mas tem que ser assim, explorar novos lugares para levar a cultura”.
A princípio de modo tímido, a comunidade da Regional Cajuru foi chegando para descobrir o que estava preparado para aquele sábado cultural. O grupo de jovens amigos, formado por Renan Souza Machado, Rafael Gomes de Souza, Luiz Henrique de Camargo Pinheiro e Welliton Martins de Lima, chegou cedo para acompanhar todas as atrações. Com sorrisos amplos, ouvidos e olhos atentos, a garotada se divertiu com a sequência de shows que contemplaram muita música e dança. “Queremos ver tudo!”, era a expressão mais ouvida entre eles. Moradores das proximidades do Parque dos Peladeiros, os garotos contaram que antes não tinham visto nada igual naquele espaço. Tentando reconhecer os componentes das várias bandas que levaram ao palco a sua produção musical, a turminha aprovou a iniciativa.
Exposição de fotos agrega conceitos com filosofia
A Face Fala, em cartaz até dia 06 de junho
A dupla de fotógrafas Mariana Canet Durães e Nikolle Koutsoukos Amadori estreia exposição fotográfica no dia 24 de maio com um coquetel a partir das 18h no piso L2 do Shopping Crystal Plaza.
Em A Face Fala, as jovens exploram a fotografia junto à filosofia com imagens captadas no sul e leste asiático. Resultado de um mês de viagem, no qual percorreram o Sri Lanka, o Camboja, o Laos e o Vietnã, a exposição conjuga imagem e texto, propondo a reflexão através das fotografias e de pensamentos filosóficos.
A mostra conta com projeto da arquiteta Gisela Carnasciali Miró, que brinca com a participação do público no espaço. As fotografias de Mariana e Nikolle ficam em exposição até o dia 6 de junho.
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Exposição A Face Fala
Mariana Canet Durães e Nikolle Koutsoukos Amadori
24 de maio a 06 de junho
Piso L2, Shopping Crystal Plaza
“Tangos e Tragédias” e “Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade”
As caras de Nico Nicolaiewsky expostas pela Caixa Econômica Federal “Tangos e Tragédias” e “Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade” tem patrocínio da CAIXA
A CAIXA apresenta nas próximas semanas duas peças de Nico Nicolaiewsky: “Tangos e Tragédias” e “Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade”. Com patrocínio da CAIXA, a primeira peça acontece no Teatro Guaíra, de 14 a 16 de maio, enquanto a segunda será realizada no Teatro da CAIXA Cultural Curitiba, de 21 a 23 do mesmo mês.
Nico Nicolaiewsky, nascido em Porto Alegre em 1957, é pianista, cantor, compositor e humorista. Até 1974 se dedicou ao piano, e posteriormente fundou a banda Musical Saracura, uma das pioneiras no rock regional. Em meados dos anos 80 o rock gaúcho tomava proporções nacionais, período em que estreou timidamente o espetáculo “Tangos e Tragédias”, um duo de violino e acordeom. Nico escreveu músicas para cinema, teatro, além de lançar discos e espetáculos, como “As Sete Caras da Verdade”, lançando inicialmente o CD e depois a peça. Seu trabalho mais recente é o disco solo “Onde Está o Amor?”.
“Tangos e Tragédias” é o show, em todos os sentidos, de Nico Nicolaiewsky e Hique Gomez. Música, humor, teatro e participação do público são os elementos que tornaram a peça, que estreou em 1984, um clássico. A ficção é construída em torno dos dois personagens: o Maestro Plestkaya (Nico) e o violinista Kraunus Sang (Hique), músicos originários do país inventado chamado Sbornia. Os artistas interpretam músicas do folclore sborniano, canções brasileiras e sucessos da música internacional. É um espetáculo universal por tratar com humor os grandes temas como o amor impossível, a dor-de-cotovelo e outras tragédias do ser humano. A apresentação acontece no Teatro Guaíra, com patrocínio exclusivo da CAIXA.
“Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade” é uma ópera cômica em quadrinhos que satiriza o exagerado e o caricatural do mundo das óperas. Nesta peça, Nico assina o espetáculo e a música, porém não representa. O humor característico do autor é apreciado na peça, cuja história se resume a um matador que descobre um engano ao assassinar a vítima, que lhe sussurra um segredo antes de morrer. A direção cênica, de Maurício Vogue, traz o cenário e figurinos em preto e branco, com o objetivo de retratar a estética dos quadrinhos no palco. A montagem conta com um elenco de quatro músicos, quatro cantores e oito coristas. A escolha dos cantores foi feita tendo em mente não apenas a qualidade musical dos profissionais, mas também sua capacidade de interpretação, com o objetivo de somar à proposta musical-cênica diferenciada deste trabalho.
Serviço Teatro: “Tangos e Tragédias” Local: Teatro Guaíra Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba/PR Data: de 14 a 16 de maio Horários: sexta e sábado 21h e domingo 20h Ingressos: Consultar bilheteria do Teatro Guaíra. Clientes CAIXA possuem 20% de desconto Classificação etária: Livre para todos os públicos Teatro: “Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade” Local: Teatro da CAIXA Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba/PR Data: de 21 a 23 de maio Horários: sexta e sábado 21h e domingo 19h Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e clientes CAIXA) Bilheteria: (41) 2118-5111 (de terça a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, das 16 às 19h) Classificação etária: Livre para todos os públicos Lotação máxima do teatro: 125 lugares (02 para cadeirantes)
domingo, 9 de maio de 2010
Artista plástica Ivani Castilho coordena mais um curso I Colori di Venezia 2010
A artista plástica Ivani Castilho coordena e orienta workshops nacionais e internacionais, desde 1992. Cursos como o de aquarela, desenho e gravura, são ministrados aos participantes que ficam ligados a um grupo, a fim de desenvolver a pintura, com orientação “en plein air”, ou seja, ao ar livre.
O curso I Colori di Venezia deste ano, acontecerá no período de 01 a 09 de julho, no atelier de Bottega del Tintoretto, em Veneza, na Itália. O curso é aberto a todos que queiram participar de uma viagem, onde cada um interpretará a atmosfera mágica da cidade de Veneza, através da técnica Aquarela, que proporciona desde uma interpretação formal à gestualidade instintiva do Desenho, até a Aquarelografia, uma forma de expressão da gravura.
O que o curso oferece:
A aquarela é uma modalidade em que os pigmentos de tinta são veiculados em água e fixados por goma-arábica, que resulta uma cor luminosa, impossível de ser obtida em outras modalidades,no desenho a transformação do olhar através da linha, e a aquarelografia, uma técnica de gravura contemporânea experimental, onde se utiliza como pigmento pictórico, uma tinta para impressão que remete a aquarela, obtendo-se a transparência. Como resultado, obtendo-se a transparência da aquarela.
No final do curso que será ministrado por Ivani Castilho e Roberto Mazzeto, diretor da Bottega Del Tintoretto, haverá uma exposição com os trabalhos realizados e o certificado de participação.
Um pouco mais sobre a Artista
Ivani Castilho é aquarelista e gravadora. Formada em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas (1991), possui pós-graduação em aquarela na FASM (1998). Especializou sua formação em Gravura na Scuola Lorenzo Di Médici, em Florença, e na Scuola Internazionale di Gráfica, em Veneza, na Itália. Durante 17 anos foi professora de Gravura e Aquarela na mesma Faculdade. Orienta e organiza Workshops de Aquarela, Nacionais e Internacionais desde 1992. Eles se destacam: School Art League em Nova York - USA, Scuola Internazionale Di Grafica Venezia "en plein air" de verão, Universidade Federal do Rio Grande do Norte "Aquarela na Cidade do Sol", à partir de 2005 "I Colori di Venezia" no Ateliê Bottega del Tintoretto em Veneza, na Itália.
No seu Ateliê em São Paulo, orienta grupos de aquarela e gravura. Ao longo de sua trajetória participou de várias exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior.
Espaço Krajcberg abriga mostra permanente de obras doadas à cidade
O Espaço Cultural Krajcberg, unidade da Prefeitura Municipal de Curitiba mantida pela Fundação Cultural, recebeu no mês de abril cerca de 12.700 visitantes. Dentre os que passaram pelo local, alunos da rede pública e privada de ensino e turistas que diariamente visitam o Jardim Botânico, um dos pontos turísticos mais procurados da cidade.
Espaço de arte e de educação ambiental, o local abriga uma exposição permanente das obras de Frans Krajcberg, artista reconhecido internacionalmente pelo seu engajamento na preservação da natureza. Criado oficialmente em 2003 para abrigar as obras doadas pelo artista ao município, a galeria recebe anualmente cerca de 60 mil visitantes.
No Espaço estão esculturas de grandes dimensões, feitas com cipós e troncos de madeira queimada, retirados diretamente de florestas onde houve depredação. No total são 110 esculturas de grande porte subdivididas em séries e classificadas pelo artista conforme as características do material: série palmas, mangue, grandes troncos, cipós, queimadas, cipós texturas rugosas, palmeira e bolas. Além das esculturas, o acervo é composto ainda por 11 fotografias, três assemblagens e uma gravura em relevo, vídeos, textos e publicações que formam um centro de documentação e servem de base para ações educativas.
A escolha do local para abrigar o acervo doado foi feita pelo próprio artista que também realizou a curadoria, escolhendo pessoalmente onde cada obra deveria ser exposta. O espaço já havia sido utilizado na mostra “A Revolta”, que foi exibida em Curitiba em 1995, com curadoria de Orlando Azevedo, então Diretor de Artes Visuais da Fundação Cultural. Devido ao grande sucesso de sua primeira passagem pela cidade, e pela consciência ecológica atribuída à Curitiba, o artista optou por doar parte de seu acervo para o município.
A programação, a cargo da Fundação Cultural de Curitiba, envolve, além da exposição permanente, mostras de vídeo, debates, seminários, visitas monitoradas para escolas e outras ações que visam a educação ambiental e a discussão sobre artes visuais.
Preservação – Pelo Decreto 281/03, a Fundação Cultural foi designada como gestora do Espaço Cultural Frans Krajcberg, sendo responsável pela administração do espaço e conservação das obras. Porém, para restauro ou qualquer intervenção, nas obras e no espaço museográfico, há a necessidade de autorização do artista.
Em 2005, início da gestão do Prefeito Beto Richa, a Fundação Cultural de Curitiba criou o Programa de Organização e Recuperação de Acervos, para reorganizar a documentação e a situação legal de obras e coleções sob sua guarda. Uma das primeiras iniciativas foi realizar o inventário, avaliação e diagnóstico do estado de conservação das obras de Krajcberg e providências para regularizar a doação do acervo, já que o mesmo ainda não havia sido passado oficialmente para o município. Assim, em setembro de 2005, o artista assinou o Termo de Doação do acervo que passou a integrar oficialmente o patrimônio artístico da cidade, sob guarda e responsabilidade da Fundação Cultural de Curitiba.
Considerando o caráter singular das obras e as características da constituição da matéria com que foram produzidas, ou seja, materiais orgânicos, e o alto grau de fragilidade das peças, somado às intempéries climáticas que provoca naturalmente a decomposição biológica das obras, a FCC estruturou um plano de ação para garantir, permanentemente a preservação do acervo de Frans Krajcberg. Desde então, uma série de ações foram colocadas em prática:
Setembro a novembro de 2006 – Atendendo solicitação da Diretoria de Patrimônio Cultural da FCC, e por indicação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN, é contratado o Centro de Conservação e Restauro da Universidade Federal de Minas Gerais (CECOR), o maior centro especializado da América Latina. A equipe, sob a orientação do Dr. Luiz Antonio Cruz Souza, produziu e entregou um extenso laudo técnico-científico, relativo à adequação ambiental do espaço físico e à preservação do acervo artístico. Com base nas indicações especializadas, a FCC realizou serviços de readequação do espaço Frans Krajcberg, buscando melhorar as condições físicas e ambientais do prédio e de conservação das obras.
2007 - Simultaneamente, e ao longo de toda a gestão, vistorias constantes e ações permanentes de conservação preventiva foram realizadas pelo Setor de Conservação de Acervos da Diretoria de Patrimônio Cultural. A equipe contou com o apoio voluntário da arquiteta Wivian Diniz, formada pelo CECOR-MG, e co-autora do laudo técnico, com discussão teórica e técnica, monitoramento, avaliação e orientação a respeito da conservação do material altamente degradável, do qual as obras são produzidas.
2007-2008 - Foram intensificadas as ações de monitoramento das peças, com vistorias mensais e ações de higienização. Considerando o aceleramento da deterioração das obras intervenções de maior porte mostraram-se inadiáveis. Diversos contatos foram feitos com o artista e seu assessor para definição dos procedimentos para recuperação das obras. Também foram feitos orçamentos para restauro das peças, porém sem retorno efetivo por parte do artista, a contratação não pode ser realizada.
Outubro/novembro 2008 - Em razão do Decreto de criação do espaço - de que intervenções de restauro devem ser autorizadas pelo artista, e seu executor por ele instruído, diversas tentativas de contato foram feitas pela FCC, e em decorrência o Sr. José Alves (Zé do Matto), assessor de Krajcberg, esteve em Curitiba e se dispôs a realizar pessoalmente os serviços de restauro. Em paralelo, foi autorizada a liberação de recursos do Fundo Municipal da Cultura, no montante de R$ 306.000,00, para contratação de serviços de preservação do espaço, dos quais R$ 241.000,00 para restauro das obras e R$ 65.000,00 para readequação museográfica do espaço.
Em 21 de novembro de 2008, o presidente da FCC, Paulino Viapiana, em cumprimento às exigências contratuais e, em consideração às recomendações pessoais do artista, realizou viagem ao Rio de Janeiro para comunicar-lhe o andamento do plano de salvaguarda das obras, e obter a autorização formal para dar andamento ao processo de restauro. Surpreendentemente, o artista recusou-se a dar o consentimento, dizendo-se contrário a qualquer tipo de intervenção.
2009 – Como medida preventiva e visando a melhor conservação das obras, o Espaço Cultural Krajcberg foi fechado para manutenção. Durante o período de fechamento, foi levantado o interesse do Boticário, que estava assumindo a preservação do Jardim Botânico, de executar o projeto elaborado pelo arquiteto Fernando Canalli, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que reunia num só espaço as obras de Krajcberg e o Estação Natureza. Pela proposta apresentada, acompanhada inclusive de maquete, haveria uma ampliação do espaço atual, com a readequação necessária para abrigar e preservar o acervo, mantendo-se as características definidas originalmente pelo artista. Porém, de acordo com o Dr. Miguel Krigsner, do Boticário, que falou pessoalmente com Krajcberg, ele não autorizou a execução do projeto.
2010 – Como forma de preservar o acervo, a Fundação Cultural de Curitiba, com o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, deu início a elaboração de um novo projeto de readequação do espaço, que prevê a troca da cobertura da Galeria pelo mesmo material original, para não descaracterizar o espaço escolhido pelo Krajcberg. Também será readequado o sistema de climatização, além de serem intensificadas as ações de monitoramento das peças, com vistoria permanente e ações de higienização constante. O espaço é reaberto ao público.
O presidente da FCC, Paulino Viapiana, destaca que Curitiba se orgulha de ter em seu acervo as obras de Frans Krajcberg e que faz parte da política cultural da cidade manter salvaguardados todos os bens que pertencem ao seu patrimônio, e que “caso permaneça a recusa do artista em autorizar o restauro das obras, o município estuda a possibilidade de tentar realizar o trabalho de forma legal, recorrendo, se preciso, à justiça. Não o fizemos até o momento em respeito ao grande artista que é Frans Krajcberg.”
Maio mês dos museus
A ERA DOS MUSEUS
Os museus como diria Walter Benjamim "espaços que suscitam sonhos" e
as atividades museológicas, nos últimos anos, passaram por
transformações conceituais, ganharam importância e complexidade,
entraram no século XXI como a instituição cultural, por excelência, da
cidade contemporânea. Nos grandes centros urbanos do mundo, aquele
lugar ocupado pela igreja, desejado pelo teatro há algum tempo atrás,
é hoje disputado pelo museu. Criou-se uma cultura de consumo do museu,
paralelo ao retorno de um desejo reprimido de ocupar o antigo centro
da cidade, abandonado pela sua incompatibilidade com determinado
modelo de publicidade de consumo do espaço urbano.
O consumo e sua publicidade são veículos de intermediação e
convivência social do mundo moderno com base no sistema de trocas da
economia. Os novos museus fazem uma publicidade positiva da
visibilidade cultural das cidades. São centros culturais onde o
visitante encontra pequenos bens de consumo, livraria, loja de
suvenir, café, bar, área de lazer, uma diversidade de atividades que
ativam e satisfazem o desejo do consumidor familiarizado com o paraíso
dos shoppings.
A criação de espaços museológicos, como instituições que respondem à
necessidade de exibir a produção simbólica que representa o
desenvolvimento econômico e comercial, acompanha os movimentos de
expansão urbana e de concentração do capital. Paris no século XIX foi
a capital da arte, o berço dourado das vanguardas artísticas que
encantaram a modernidade. Após a segunda guerra mundial, Nova Yorque e
o investimento americano em instituições museológicas, mais acessíveis
à guarda da memória, estimuladora de novidades e formação de coleções,
entre outras iniciativas, assumiu a liderança de centro mundial da
arte contemporânea.
Em vários aspectos, os museus vêm contribuindo para a revitalização do
centro da cidade e o desenvolvimento da sociedade, como um espaço de
inclusão social e estimulador do exercício da cidadania. Em centros
urbanos mais desenvolvidos as visitas aos museus são atividades
rotineiras que fazem parte de uma política de educação e
entretenimento, presente até nos roteiros de viagens das companhias de
turismo. Em países do primeiro mundo houve, recentemente, um
crescimento, ou melhor, um surto de criação de museus como um bem
cultural integrado na vida da cidade capaz de contribuir com a
melhoria da imagem e do uso da área onde está inserido.
Na paisagem urbana, os museus se destacam como instituições
facilitadoras do desenvolvimento cultural e educacional, um espaço
privilegiado de produção e reprodução de conhecimento a serviço do
pensamento crítico da sociedade e sua história. Sua localização na
malha urbana é fundamental para permitir a liberdade de acesso do
público consumidor de arte, cultura e lazer.
Pelo menos em teoria, os objetivos dos museus contemplam educação,
entretenimento, informação e inclusão social. Os objetos expostos num
museu permitem ao público apreender e vivenciar experiências não
somente intelectuais como também emocionais. Alocados em prédios
apropriados para as funções que exercem, a arquitetura e as novas
tecnologias disponíveis evoluíram nos últimos trinta anos. Para cada
tipologia de acervo, equipamentos e projetos específicos de
mobiliário, climatização e iluminação determinam a situação física e
ambiental desses empreendimentos museográficos. Condições técnicas que
satisfazem às demandas de guarda e exibição de objetos que integram um
acervo foram desenvolvidas, pressionados pela nova ciência
museológica.
Decorrentes de todas essas transformações do conceito de museu e
consequentemente sua visibilidade, suas atividades culturais exercem
importante papel na economia e na credibilidade da imagem de uma
cidade. Muito mais do que um lugar de acondicionamento e exposição de
coisas e objetos de valor histórico, artístico, cultural, religioso e
também comercial, é função dessa instituição divulgar ou democratizar
conhecimentos à sociedade.
Além da importância no sistema cultural, os museus estão inseridos com
sua arquitetura imponente na paisagem da cidade e passou a ser um
referencial do entorno. No Brasil, se destacam dois exemplos
internacionais da arquitetura moderna de museus, o edifício do Museu
de Arte de São Paulo, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi e
edifício do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, projeto do
arquiteto Afonso Eduardo Reidy. Além de marcos da arquitetura moderna
brasileira, projetados na década de 1950, eles interagem com o entorno
e a comunidade. A relação com o espaço em que está inserido seu
significado simbólico para a população são questões que ultrapassam o
discurso arquitetônico e mostram a dimensão pública da arquitetura de
museus na contemporaneidade.
Na Bahia, praticamente não se investiu na edificação de museus, estes
estão alocados em edificações adaptadas. Um desafio cada vez mais
difícil de enfrentar, com as recentes exigências da museologia, o de
conciliar a arquitetura histórica com a intervenção interna, mesclar a
preservação do antigo com as exigências contemporâneas indispensáveis
à instalação de um museu. E sem uma política pública que provoque
demandas sociais efetivas de mais acesso aos bens culturais, os museus
baianos, mesmo os que dispõem de instalações razoáveis, padecem da
falta de interesse do público e os recursos indispensáveis para sua
manutenção dependem de tráfego de influências e favores. Aliás, esse é
um problema que faz parte do cotidiano dos grandes museus brasileiros.
Almandrade
(artista plástico, poeta e arquiteto)
Feliz Dia das Mães!
Em Goa, na pequena vila de Marcel, encontra-se o único templo dedicado a Mãe de Krishna, Devaki. Essa é linda Deidade de Devaki com Krishna.
Foto de uma imagem de Devaki e Vasudeva, segurando Krishna, esculpida em pedra, do Século 5, hoje no Museu Nacional de Nova Delhi
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BRASILEIRÃO 2010: SANTOS É O FAVORITO À CONQUISTA EM SITE DE APOSTA
BRASILEIRÃO 2010: SANTOS É O FAVORITO À CONQUISTA EM SITE DE APOSTA SANTOS É O FAVORITO À CONQUISTA EM SITE DE APOSTA
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Senac Minas realiza concurso literário ‘Livro de Graça na Praça’
O Senac Minas promove a 4ª edição do Concurso Literário Livro de Graça na Praça, na categoria contos. Os interessados podem se inscrever até o dia 31 de maio de 2010. Poderão concorrer pessoas que tenham contos escritos em língua portuguesa, que nunca tenham sidos publicados ou divulgados, sobre o tema “Tradições”.
Uma comissão julgadora selecionará até três textos, de acordo com os critérios de objetividade, clareza e originalidade. A premiação será a publicação dos contos vencedores em uma obra literária, junto a autores já consagrados, a ser distribuída na edição 2010 do Livro de Graça na Praça.
O resultado será divulgado no site do Senac Minas – www.mg.senac.br – até o dia 15 de junho. Neste endereço, os interessados também encontram o edital do concurso.
Livro de Graça na Praça
A edição 2010 do Livro de Graça na Praça será realizada em setembro, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O evento literário possibilita a distribuição gratuita de livros, incentivando a produção literária e promovendo a aproximação do público leitor com os escritores.
Idealizado pelo escritor José Mauro Lourenço da Costa, a iniciativa conta com o apoio de instituições privadas, públicas e organizações da sociedade civil. Desde 2007, o Senac Minas é parceiro nesta ação, promovendo o concurso literário.
Outras informações: 0800 724 4440 ou www.mg.senac.br
Martins Fontes completa 50 anos
Quando tinha 10 anos, Evandro, encantado com a livraria do pai- a Martins Fontes -, resolveu abrir sua própria loja na garagem de casa e chamou um vizinho para ajudá-lo. O fato de morar em frente ao colégio Canadá, à época um dos mais importantes de Santos, facilitou o sucesso do negócio precoce. “O pessoal passava por ali e comprava mesmo. E eu usava até um carimbo com a imagem de um animal como o logotipo da minha loja”, relembra. Alexandre também tem uma lembrança dos primórdios da Martins Fontes. “A imagem é perfeita: a gente em Santos e meu pai mostrando os originais do primeiro livro e querendo saber nossa opinião. Eu devia ter uns 15 anos e ele estava ali, dividindo com a família um momento que era muito especial para ele”.
Da loja na Praça da Independência, a empresa subiu a serra, se desdobrou e hoje, nos seus 50 anos, tem duas editoras – a WMF Martins Fontes e a Martins Martins Fontes -, quatro lojas em São Paulo, uma no Rio e outra em Santos. São empresas independentes, mas, juntas, empregam mais de 230 pessoas e reforçam, a cada dia, sua qualidade editorial – o primeiro título editado ainda vende - e gerencial – só a Livraria Martins Fontes Paulista e a da Dr. Vila Nova faturaram 642% a mais em 2009 do que em 2004.
História
A Martins Fontes nasceu em Santos em 1960 de uma sociedade entre Walter Martins Fontes, pai de Alexandre e de Evandro, e de dois irmãos dele. Em 67, Walter foi a Portugal e na volta começou a importar e vender livros portugueses no Brasil. Ao longo dos anos 70 até meados da década de 80, era a principal importadora e distribuidora de livros vindos de lá. Em 1975, a Martins Fontes resolveu começar a editar. Na verdade, era uma edição indireta: ela viabilizava edições portuguesas e a que vinha para o Brasil trazia seu logo na capa.
Há controvérsias quanto ao primeiro título lançado por causa da tal parceira com editoras de Portugal, conta Alexandre. Mas ele cita O corpo tem suas razões, de Thérèse Bertherat, que vende bem até hoje. A partir desse primeiro lançamento, o novo negócio passou a ter um peso maior na empresa. Mas tudo isso sem esquecer a livraria. Nos anos 80 abriram as lojas do Rio de Janeiro e da Dr. Vila Nova, em São Paulo. Na década seguinte, inauguraram a loja da Paulista. Nessa época, a empresa de São Paulo já não era a mesma da criada em Santos e essa foi a primeira cisão na sociedade. Os dois irmãos de Walter ficaram com a loja do litoral, enquanto ele passou a administrar as outras ao lado dos filhos. Depois da morte do fundador, em 2000, vieram ainda as lojas da Alameda Jaú e da Praça do Patriarca.
Nova mudança aconteceu em 2006 e o catálogo e as livrarias foram divididos. Alexandre passou a cuidar da WMF Martins Fontes e das lojas da Paulista e Dr. Vila Nova e Evandro, da Martins Martins Fontes e das livrarias do Rio, da Praça do Patriarca e da Alameda Jaú. Como diz Alexandre, uma empresa é um ser vivo que vai mudando junto com as pessoas dentro dela. E com todas essas mudanças, o que se fortaleceu foi a marca. São dois selos, então o nome aparece duas vezes. “Passamos a publicar mais, a equipe editorial é maior. A Martins Fontes é hoje muito mais forte do que cinco anos atrás. O faturamento dos dois selos juntos também. O que o futuro nos reserva, não sei”, diz Alexandre.
Presente e futuro
WMF Martins Fontes
Alexandre está na empresa há 20 anos. “Neles, certamente estive mais envolvido no departamento editorial, mas nos últimos anos tenho dado mais atenção às livrarias”, diz. E valeu a pena. Comparando o faturamento de 2004 das lojas da Paulista e da Dr. Vila Nova com o de 2009, vê-se um crescimento de nada menos do que 642%. Parece mentira, mas não é.
Isso aconteceu depois do investimento feito na loja virtual, que praticamente não existia. Alexandre diz que a loja da Dr. Vila Nova já perdeu em vendas para o site. Mas não é só isso. Com a loja virtual, o nome da livraria e da editora circula mais e não é raro aparecer um cliente na loja da Paulista com um papel impresso do site. Outro fator que ajudou nesse crescimento foi que passaram a ter, também, uma quantidade maior de títulos na Paulista. São 100 mil só na loja. Mas como Alexandre diz, é óbvio que a coisa não é tão simples assim. “Aumenta o faturamento, mas aumenta o custo também”.
Na área editorial também há promessas e uma delas é o Logicomix, um graphic novel de 300 páginas de Apostolos Doxiadis e Christos Papadimitriou. Na obra, Bertand Russel sai atrás de uma fórmula matemática contando como se fosse uma aventura épica em busca da verdade absoluta.
Alexandre não quer sucessos instantâneos. “Para sobreviver, deve-se ter livros que vendam ao longo dos anos e que vão se somando. A força da Martins Fontes está em seu catálogo. Individualmente, os livros nem vendem tanto e não temos a preocupação que as outras editoras têm de vender tudo em seis meses. Somos uma editora de long-sellers, corredores de maratona”.
Martins Martins Fontes
Evandro andou bastante mundo afora quando foi cinegrafista de uma emissora de tevê francesa e isso ajudou, ele acredita, a dar a cara que a Martins tem hoje. No catálogo, há livros de autores das mais diversas nacionalidades. Um exemplo é Indícios flutuantes, da poeta russa Marina Tsvetaieva, vencedor dos prêmios Jabuti e Biblioteca Nacional de melhor tradução. Este foi um dos primeiros títulos da editora e além dos prêmios guarda uma outra marca: 11 mil exemplares foi a quantidade comprada pelo governo para a distribuição em escolas. “Só isso já fez valer a chegada da Martins no mercado editorial”, diz. Alejo Carpentier é outro acerto da editora. “Alguns torceram o nariz quando dissemos que publicaríamos, mas já vendemos 24 mil exemplares de Os passos perdidos.
E a editora vai continuar apostando. Lança, em breve, Heliópolis, de James Sandmore, segundo livro do inglês que morou no Brasil – e primeiro publicado aqui. A libanesa Zena El Khalil também será lançada no país pela Martins Martins Fontes. Beirute, eu te amo traz a coletânea de impressões da artista plástica publicadas em seu blog durante uma das guerras do Líbano. Ainda na linha política, vai lançar um livro de Naji El Ali, cartunista palestino assassinado em Londres.
Para o próximo ano, prevê o lançamento de O eternauta, do cartunista argentino Héctor Germán Oesterheld. Envolvido no movimento de guerrilha, o autor e suas três filhas são desaparecidos políticos daquele país. Evandro comenta que volta e meia essa obra entra nos programas de compra de livros do governo argentino tamanha sua importância.
O balanço desses cinco anos é bom: “Temos uma sede própria, nos orgulhamos de ter a empresa organizada e de poder pagar em dia”, conta Evandro. Outro fator de alegria para o editor é a presença de funcionários muito antigos, um deles um vendedor com 30 anos de casa. “Poder ganhar dinheiro fazendo livros de que você gosta é fantástico e nada mal para um neto de chofer de caminhão”. Sobre o faturamento – foram R$ 13 milhões em 2009 – diz: “Faturamento não é o mais importante. O resultado é que é. A empresa é sólida e nosso caixa foi feito de 2005 até agora”.
A sede própria a que se refere é uma casa na Dr. Arnaldo, que Evandro comprou pensando no futuro – são praticamente vizinhos.
Falando em menino, além de trabalhar na lojinha que montou na garagem da casa, Evandro ia também à loja do pai e dos tios para ajudar no famoso “volta às aulas”. As filas eram longas e o garoto pegava as listas de material e ia ajudando a separar canetas, lápis, borracha... É dessa mesma época uma outra lembrança. Antes de ir à praia aos sábados, Evandro acompanhava o pai, que era também distribuidor de livros de inglês, nas visitas às escolas. “E eu ficava dentro do carro esperando, esperando...”
Para além do futuro
Nenhuma das editoras começou a publicar digitalmente, mas os dois editores estão acompanhando as notícias. Alexandre não vê dificuldade no processo: “Do ponto de vista tecnológico é simples. Quando desatarmos nós como o dos direitos autorais estará tudo resolvido”.
Evandro é um pouco mais cético. “É um desperdício fazer as empresas investirem no device para reproduzir o livro. Estamos na pré-história de uma nova forma de apresentar conteúdo”, acredita. Para ele, este é um momento de descoberta dos novos recursos criados pela tecnologia e ainda é cedo para saber aonde isso tudo vai dar. “Vai ficar reproduzinho texto da mesma forma que imprimos o livro? Pra quê?”, pergunta. Ele conta que seu dia a dia ainda se resume a pensar nos desafios de distribuir seus livros no mercado brasileiro.
“Isso tudo é modismo, lobby. Onde vai estar o Kindle em cinco anos? Dou nada por ele. Fui assaltado e dei graças a Deus porque me levaram o Kindle”. Em compensação, sua estante de livros permaneceu intacta. Ele disse que não vai substituir o aparelho roubado, entretanto afirma que se resolver dar mais uma chance para os leitores digitais vai mudar logo para o iPad.