Muitos participantes usavam o kaffieh, indumentária típica usada para proteger do sol que se tornou símbolo da resistência palestina. Alguns chegaram a queimar uma bandeira de Israel e reuniram sapatos, em alusão ao ataque de um jornalista iraquiano contra o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, no ano passado.
Omar Nasser, da Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, justifica a manifestação, dizendo que o ataque acontece contra uma população civil indefesa. “O que se vê hoje não é uma guerra. Esse ataque não é contra o Hamas (grupo que controla politicamente a região), mas contra a população da Faixa de Gaza. É uma limpeza étnica, para ‘liberar’ territórios para a ocupação judaica”, afirma. De acordo com ele, a população mundial não pode aceitar os ataques de Israel. “Eles (Israel) não dão a mínima para a ONU, para as convenções internacionais ou para os direitos humanos.”
O diretor de Relações Institucionais da Federação Árabe-Palestina do Brasil, Ualid Rabah, explica que os palestinos buscam um cessar-fogo permanente e o direito de ir e vir restabelecido. “Queremos a restauração dos direitos históricos dos palestinos”, indica.
Impotência
Ficar sem ação, no outro lado do mundo. É isso o que estão passando famílias palestinas que vivem no Paraná e que possuem parentes na Faixa de Gaza, sob ataque israelense desde o último dia 27 de dezembro. As imagens que chegam da região geram preocupação e tristeza para quem acompanha os acontecimentos pela televisão, jornais ou pela internet.
“É uma dor muito grande, principalmente pelas crianças e pelas mulheres”, afirma Sofia Ali Hssnie, moradora de Curitiba e que tem parentes na Faixa de Gaza. O palestino Nabil Tarazi, que reside em Curitiba desde 2001, fez o último contato com tias e primas na noite de Natal. “Não há mais contato, seja por telefone ou internet. A gente fica muito triste. Só nos resta rezar e pedir a desocupação do território palestino”, relata.
UM DOS MANIFESTOS
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