TRANSFORMANDO CRISES EM OPORTUNIDADES
de Osho
Editora: Cultrix
Páginas: 208
Muito antes de a maioria de nós se dar conta, Osho percebeu que as crises que estavam acontecendo no mundo estavam inter-relacionadas e continuariam a piorar no decorrer das décadas, a não ser que houvesse uma mudança radical na consciência humana. Precisamos entender como nosso passado nos fez chegar a esse ponto e ter coragem de cortar nossa ligação com esse passado, do contrário seguiremos rumo ao que ele chamou de "suicídio global". Neste livro, as crises social, política, econômica e ecológica do nosso tempo são descritas sob a ótica surpreendente de Osho, que oferece uma visão radical de mudança e de como podemos transformar as crises em oportunidades. Ele mostra o que temos de fazer para nos desviar do curso rumo ao suicídio global e seguirmos na direção de um "futuro dourado" para toda a humanidade.
A escolha do caminho é pessoal; as informações necessárias para efetuar essa escolha com sabedoria, Osho nos mostra nesta importante obra para esta época de profundas transições.
QUEM É OSHO ?
Desde sua infância, na Índia, Osho deixava claro que não seguiria as convenções do mundo à sua volta. Passou os primeiros sete anos de sua vida com seus avós maternos, que lhe permitiram liberdade de ser ele mesmo, o que raramente acontece com as crianças. Ele era uma criança solitária, preferindo passar longas horas sentado em silêncio ao lado de um lago, ou explorar as redondezas sozinho. A morte de seu avô materno, diz ele, teve um efeito profundo em sua vida interior, provocando-lhe uma determinação de descobrir o imortal da vida. Ao se juntar à crescente família de seus pais e entrar na escola, estava firmemente fundamentado na clareza e no senso de si mesmo, que lhe deram a coragem de desafiar todas as tentativas dos mais velhos de moldarem a sua vida.
Ele nunca fugia de controvérsias. Para Osho, a verdade não pode fazer concessões, pois assim deixa de ser verdade. E a verdade não é uma crença, mas uma experiência. Ele nunca pede às pessoas para acreditarem no que ele diz, mas, ao contrário, pede que experimentem e percebam por si mesmas se o que ele está dizendo é verdadeiro ou não. Ao mesmo tempo, ele é implacável ao encontrar meios e maneiras de revelar o que as crenças de fato são - meros consolos para amenizar nossas ansiedades frente ao desconhecido, e barreiras para o encontro de uma realidade misteriosa e inexplorada.
Após sua iluminação, aos vinte e um anos de idade, Osho completou seus estudos acadêmicos e passou vários anos ensinando filosofia na Universidade de Jabalpur. Enquanto isso, viajava pela Índia proferindo palestras, desafiando líderes religiosos ortodoxos, em debates públicos e encontrando pessoas de todas as posições sociais. Ele leu extensivamente tudo o que pôde encontrar para expandir sua compreensão dos sistemas de crença e da psicologia do homem contemporâneo.
No final da década de 60, Osho começou a desenvolver suas técnicas de meditação ativa. O ser humano moderno, ele disse, está tão sobrecarregado com as tradições antiquadas do passado e com as ansiedades da vida moderna, que precisa passar por um profundo processo de limpeza antes de poder descobrir o estado de meditação relaxado e sem pensamento.
Começou a conduzir campos de meditação por toda a Índia, proferindo discursos aos participantes e orientando pessoalmente meditações por ele desenvolvidas.
No início dos anos 70 os primeiros ocidentais começaram a ouvir falar de Osho, e juntaram-se ao crescente número de indianos que foram iniciados por ele no neo-sannyas. Em 1974, uma comuna estabeleceu-se à volta de Osho, em Puna, Índia, e logo os poucos visitantes do Ocidente tornaram-se bastante numerosos. Muitos eram terapeutas que se deparavam com as limitações das terapias ocidentais e que procuravam uma abordagem que pudesse alcançar e transformar as profundezas da psique humana. Osho os encorajou a contribuírem com suas habilidades à comuna e trabalhou intimamente com eles para desenvolverem suas terapias no contexto da meditação.
O problema com as terapias desenvolvidas no Ocidente, ele disse, é que elas estão limitadas a tentar tratar a mente, enquanto que o Oriente há muito compreendeu que a própria mente, ou melhor, nossa identificação com ela, é o problema. As terapias podem ser úteis - como os estágios catárticos das meditações que desenvolveu - para aliviar as pessoas de suas emoções e medos reprimidos, e para auxiliá-las a se perceberem mais claramente. Porém, a não ser que comecemos a nos desapegar dos mecanismos da mente e suas projeções, desejos e medos, iremos sair de um buraco somente para cair num outro. A terapia, portanto, deve andar de mãos dadas com o processo de desidentificação e testemunho, conhecido como meditação.
No final dos anos 70, a comuna em Puna abrigava o maior centro de terapia e crescimento do mundo, e milhares de pessoas vinham participar dos grupos de terapia e meditação, sentar com Osho em seus discursos diários e contribuir com a vida da comuna. Alguns retornavam a seus países e estabeleciam centros de meditação.
De 1981 a 1985, o experimento de comuna ocorreu nos Estados Unidos, numa região de mais de duzentos quilômetros quadrados, no alto deserto do Oregon. A ênfase primordial da vida da comuna era construir a cidade de Rajeeshpuram, um "oásis no deserto". E num período de tempo milagrosamente curto, a comuna construiu casas para cinco mil pessoas e começou a reverter décadas de estragos - devido ao excessivo uso da terra - restaurando riachos, construindo lagos e reservatórios, desenvolvendo uma agricultura auto-suficiente e plantando milhares de árvores.
Em Rajneeshpuram, meditações e programas de terapia aconteciam na Rajneesh International Meditation University. As facilidades modernas construídas para a Universidade e seu meio ambiente acolhedor possibilitaram profundidade e expansão de seus programas, o que antes não era possível. Cursos e treinamentos de longa duração foram desenvolvidos, e atraíram um grande número de participantes, incluindo muitos que já eram profissionais, mas que desejavam expandir suas habilidades e o entendimento de si mesmos.
No final de 1985, contudo, a oposição do governo local e federal a Osho e à comuna tornou impossível a continuação do experimento. A comuna foi dispersa e Osho encaminhou-se para um tour pelo mundo, concedendo entrevistas à imprensa e proferindo discursos para discípulos no Himalaia, na Grécia e no Uruguai, antes de retornar à Índia, em meados de 1986.
Em janeiro de 1987, Osho restabeleceu-se em Puna, proferindo discursos duas vezes ao dia. No prazo de alguns meses a comuna de Puna começou um programa completo de atividades e se expandiu muito mais do que anteriormente. Foi mantido o padrão de conforto moderno estabelecido nos Estados Unidos, e Osho deixou claro que a nova comuna de Puna deveria ser um oásis do século XXI, mesmo na Índia subdesenvolvida. Mais e mais pessoas vinham do Oriente, particularmente do Japão, e suas presenças trouxeram um enriquecimento correspondente nos programas de cura e de artes marciais. Artes visuais e de performance também floresceram, juntamente com a nova Escola de Mistério. A diversidade e a expansão refletiram-se na escolha, por Osho, do nome Multiversidade, que abrigava todos os programas.
E a ênfase na meditação fortaleceu-se ainda mais - esse era um tema constantemente abordado nos discursos de Osho, e ele desenvolveu e introduziu muitos novos grupos de meditação, incluindo a No-Mind, a Rosa Mística e o Born Again.
Cerca de nove meses antes de deixar seu corpo, Osho ditou a inscrição para o seu samadhi, a cripta de mármore e espelho que contém suas cinzas.
Osho - nunca nasceu, nunca morreu.
Apenas visitou este planeta Terra entre
11 de Dezembro de 1931 e 19 de Janeiro de 1990.