Botero expõe as “Dores da Colômbia” em mostra itinerante
Após passar pelo espaço da CAIXA em Brasília, a exposição chega ao MON, em Curitiba, com patrocínio da CAIXA
Com o patrocínio da CAIXA, o Museu Oscar Niemeyer (MON) apresenta, de 19 de maio a 14 de agosto, a exposição “Dores da Colômbia”, do artista mundialmente consagrado, Fernando Botero. Famoso por desdenhar de estereótipos da sensualidade, pintando gordinhas e gordinhos erotizados, com um traço quase sempre bem humorado, Botero denuncia nesta exposição a violência da história colombiana em obras impactantes.
A exposição, que esteve no Brasil em 2007 no Memorial da América Latina, em São Paulo, onde foi vista por 25 mil pessoas em apenas um mês de mostra, volta ao Brasil num percurso que inclui, além de Curitiba, os espaços da CAIXA Cultural Brasília, Rio de Janeiro e Salvador. O retorno da mostra ao país é uma iniciativa da Aori Produções Culturais.
Em Curitiba a exposição acontecerá no MON e reunirá 67 obras doadas pelo artista ao acervo permanente do Museu Nacional da Colômbia, curador da exposição. Os 36 desenhos, 25 óleos e seis aquarelas, realizados entre 1999 e 2004, registram um testemunho da violência que, há anos assola o país, como conseqüência da ação de grupos guerrilheiros, políticos e paramilitares. O conflito resultou no exílio de 1,5 milhão de colombianos nas últimas décadas e, é também, um movimento social que busca as bases para a busca da justiça no país. Visceral e dramático, o artista se transforma em repórter de seu tempo ao retratar a brutalidade movida por perseguições, torturas e assassinatos.
“Dores da Colômbia” dialoga com uma corrente artística que vincula a arte à política. Embora retrate uma situação trágica de um período bem determinado, Botero criou as composições com pinceladas de cores vibrantes capazes de atrair e envolver cada vez mais pessoas de todo o mundo no drama colombiano e de outros países que vivem conflitos sociais. Outros mestres imprimiram discursos e fatos históricos em suas telas, como Francisco Goya (“Desastres da Guerra”) e Pablo Picasso (Guernica), que recriaram, à sua maneira, atos dos períodos de turbulência vividos em seus países.
Nas obras satíricas de Fernando Botero, políticos, militares, religiosos, músicos e a realeza são retratados como figuras roliças, corpulentas e estáticas. Sem abandonar o estilo que o tornou famoso, nesta coleção o artista lança seu olhar sobre episódios como os atentados que afligiram a Colômbia nos anos 1980 e 1990. Ao contrário da maioria de suas obras, a série não revela o lado humorístico do pintor, mas o que ele chamou de “um testemunho da irracional história colombiana.
Fernando Botero
Pintor e escultor colombiano, nascido em 1932 na cidade de Medellín, Botero é um dos artistas mais prestigiados da América Latina e tem peças expostas nos mais importantes museus internacionais. Suas obras se destacam, sobretudo, por figuras rotundas, padrão estético que é a marca registrada do artista. Aprendeu a técnica de afrescos e história da arte em Florença (Itália) e no México, estudou os murais políticos de Rivera e Orozco, cuja influência é evidente em sua perspectiva política. Foi trabalhando a maior parte do tempo em Paris, nos últimos 30 anos, que obteve o reconhecimento internacional, com exibições por todo mundo.
Publicou seus primeiros desenhos aos 16 anos, no jornal “El Colombiano”. Em 1948, estreou em exposições com artistas de sua região. Mudou-se para Bogotá em 1951, onde logo realizou as primeiras exibições individuais. Estudou na Espanha, antes de seguir para Itália, onde estudou os renascentistas. Hoje, suas obras são orçadas na casa dos milhões de dólares e tem mais de 50 exibições nas maiores cidades do mundo. Entre os trabalhos mais conhecidos estão as releituras bem-humoradas e satíricas de “O Casal Arnolfini”, de Jan van Eyck, e “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci. Em ambas, figuras humanas e animais são pintados de forma arredondada e estática.
Serviço
Exposição: “As Dores da Colômbia” – Fernando Botero
Local: Museu Oscar Niemeyer – MON
Endereço: Rua Marechal Hermes 999, Centro Cívico
Exposição: de 19 de maio a 14 de agosto
Horários: de terça a domingo das 10 às 18h
Ingressos: R$4 para adultos e R$2 para estudantes – Para menores de 12 e maiores de 60 anos a entrada é gratuita. No primeiro domingo de cada mês a entrada também é gratuita.
Informações: (41) 3350-4400
Classificação etária: Livre para todos os públicos