quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Um ironismo como outro qualquer - a ironia na poesia de José Paulo Paes



Um ironismo como outro qualquer - a ironia 
na poesia de José Paulo Paes

de João Carlos Biella

Páginas - 168 

A irreverência de José Paulo Paes

Este livro apresenta uma discussão mais ampla sobre o procedimento corrosivo empregado pelo poeta José Paulo Paes e sua relação com a ironia, o humor e a sátira, de Novas cartas chilenas (1954) a A poesia está morta mas juro que não fui eu (1988), período de produção intervalar entre uma poesia inicial caracterizada pela aprendizagem de uma tradição e uma terminal da qual são tiradas como lições a atenção à memória e a reflexão sobre a temporalidade.


Um ironismo como outro qualquer - a ironia na poesia de José Paulo Paes, ensaio sobre o legado literário de José Paulo Paes lançado pela Editora Unesp, discute os "modos considerados não sérios" (a ironia, o humor e a sátira) da linguagem estética. A irreverência de suas poesias é discutida com base nos documentos de importantes críticos da produção de Paes, como Alfredo Bosi, Davi Arrigucci Jr., Flora Süssekind e Flávio Aguiar, e pela análise do "princípio-corrosão" de sua poética.

João Carlos Biella segue, a partir de leituras dos estudos de Richard Rorty e Northrop Frey, delineando um possível projeto satírico de Paes, destacando de forma aguda a qualidade estética de um autor que rearranja o mundo por meio de jogos de linguagem e esforços de autocriação. 

Em Um ironismo como outro qualquer vemos como se deu a opção pela sátira, já no primeiro momento, quando é clara a influência de Oswald de Andrade e Carlos Drummond de Andrade. Depois com Epigramas, sua obra de poesia mais irônica, expõe parágrafos que têm o objetivo de tentar mudar a maneira de pensar do homem, ou seja, constrói críticas sociais e passa longe da questão estética, embora não abandone o chiste. Passamos pela fase de plenitude, onde encontramos inclusive o corrosivo A poesia está morta mas juro que não fui eu. E chegamos à fase concretista do poeta, de uma força poética intensa. Em todas essas fases, exemplos do trabalho de Paes garantem o sorriso sarcástico daqueles que os lêem.

Sobre o autor - João Carlos Biella é doutor em 
Estudos Literários pela Faculdade de Ciências e Letras da 
UNESP, campus de Araraquara. Natural de Itápolis (SP), 
atualmente é professor de Literatura e Redação no Ensino 
Médio. 

UM LANÇAMENTO

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