domingo, 4 de abril de 2010

Na minha cadeira ou na tua? de Juliana Carvalho

Na minha cadeira ou na tua?
de Juliana Carvalho

248 páginas

Abusada, desbocada, decidida, angustiada, gente de verdade. Faz com que o personagem Luciana de Manoel Carlos seja um "xarope ralo". Deliciosamente lutadora, comoventemente sincera. Um livro que não tem medo, um verdadeiro "fala com a minha mão"! Mais que recomendável para quem ainda sente cheiro de gente nas letras impressas. (E.C.)

A notícia da publicação do livro Na minha cadeira ou na tua?, de Juliana Carvalho, correu por blogs, redes sociais e grande imprensa, antes mesmo do livro ser impresso. Um interesse até certo ponto natural quando se trata de uma história de superação. No entanto, esse texto traz algo mais do que o relato autobiográfico bem humorado sobre a vida antes e depois da doença que colocou uma jovem de 19 anos em uma cadeira de rodas. Ao contar suas aventuras e desventuras com a descoberta do amor e do sexo, as festas, a rebeldia, as bebedeiras, Juliana deixou evidente que uma cadeira não modifica o fundamental: que o ser humano é muito mais do que o próprio corpo e que uma limitação física não implica em auto-exílio.

Aos dezenove anos, uma doença colocou uma cadeira de rodas no caminho de Juliana Carvalho. Sem esconder os momentos dolorosos e a vontade de desistir, este relato autobiográfico extrai humor e esperança de situações difíceis e expõe a mistura de tragédia e comédia que caracterizam a sua – e a nossa – complexa condição humana.

Na minha cadeira ou na tua? percorre as questões fundamentais do cotidiano dos cadeirantes, com informações sobre inclusão e acessibilidade e casos de lutas enfrentadas e por enfrentar e intercala narrativas sobre a vida da autora antes e depois da lesão medular. Antes dela, Juliana relembra pensamentos, brincadeiras e a relação ingênua com a família durante a infância e fala sobre a descoberta do amor e do sexo, as festas, a rebeldia e as bebedeiras durante a adolescência. Já adulta, após a grande virada, a readaptação, a convivência com os novos limites, a superação e a percepção de que uma cadeira não modifica o fundamental: o que o ser humano é além do próprio corpo.


Um dos méritos do livro é o bom humor, mas Juliana sobe o tom quando, no último capítulo, se refere à condição de cadeirante na sociedade de hoje: “Podemos ter uma legislação pródiga, mas, na prática, estamos muito aquém do que está no papel. Muito aquém”. E segue exemplificando: “No meu trabalho, o que não é adaptado, eu batalho pra ser. Tenho autonomia e um grande prazer em tocar o ‘Faça a Diferença’, programa exibido na TV Assembleia do Rio Grande do Sul, que aborda temas ligados à inclusão, respeito à diversidade e promoção dos direitos humanos”.

A AUTORA
Juliana Carvalho nasceu em 1981, em Porto Alegre, e é publicitária. Cadeirante desde os 19 anos, quando teve uma inflamação na medula, é atuante no movimento das pessoas com deficiência. Apresenta o programa “Faça a Diferença”, que promove os direitos humanos e o respeito à diversidade, exibido na TV Assembleia do Rio Grande do Sul. Mantém os blogs “Comédias da Vida Aleijada” (comediasdavidaaleijada.blogspot.com) e “Sem Barreiras” (www.zerohora.com.br/sembarreiras), do Grupo RBS, que aborda questões sobre acessibilidade e inclusão. Dirigiu o curta-metragem “O que os olhos não veem, as pernas não sentem”, premiado pelo Júri Popular do Festival Claro Curtas de Cinema. Na minha cadeira ou na tua? é seu primeiro livro.

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