Bach Barock Brasilien é uma alegoria sobre o inferno, o purgatório e o céu
Um dos mais conceituados compositores de todos os tempos é inspiração e trilha sonora do espetáculo de dança clássica que a CAIXA Cultural traz para Curitiba nos dias 09, 10 e 11 de abril. “Bach Barock Brasilien”, da paulista Ícaro Cia de Dança, é baseado na obra do alemão Johann Sebastian Bach.
Construído a partir de três poemas do escritor alemão Andreas Gryphius, “Bach Barock Brasilien” é ambientado em uma igreja e traz ao público os três momentos da pós-vida: inferno, purgatório e céu. Inicialmente no inferno, os bailarinos são controlados como marionetes ao som de músicas sacras e, aos poucos, entram em contato com os sentimentos humanos, como raiva, alegria, luxúria, amor e amizade. Situam-se então no purgatório, onde a música é o pano de fundo da construção de todo o trabalho coreográfico. Enquanto isso, no céu, o divino se encontra com o lado bom da natureza humana. No final do espetáculo, os bailarinos dançam “Jesus, Alegria dos Homens”, música de Bach que ganhou letra de Vinícius de Moraes.
O nome Bach Barock Brasilien resume as três vertentes do espetáculo: Bach, em homenagem ao compositor; Barock, que significa barroco em alemão e representa o movimento intelectual vigente na época de Bach; e Brasilien, que vem dizer de um Brasil que teve seus maiores mestres da Bossa Nova, como Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, inspirados pela obra do compositor alemão.
Ícaro Cia de Dança
A Ícaro Cia de Dança iniciou seu trabalho em São Paulo, em 2005, participando da Semana de Mostra de Dança na Sala Paschoal Carlos Magno – do Teatro Sérgio Cardoso, explorando a obra de Chico Buarque de Holanda. Concomitantemente, apresenta-se desde 2004, com a temática de Carmem, inspirado na ópera de Bizet. Estreou o espetáculo “Bach Barock Brasilien” em agosto de 2008, em cartaz na cidade de São Paulo e no circuito dos Centros Educacionais Unificados da Prefeitura Municipal de São Paulo.
O trabalho da Ícaro é focado na base clássica e inspira-se em coreógrafos contemporâneos de dança clássica e moderna, como Balanchine e Maurice Bejart.
A Ícaro Cia de Dança é dirigida e tem como coreógrafo residente Glauco Fernando, responsável também pela direção artística da Artesofia Escola de Dança e Artes (SP). Glauco participa, há mais de 15 anos, do movimento de conservação do balé clássico e repertório; já foi premiado em importantes festivais profissionais e frequentou escolas nacionais e internacionais, como a Escola Acadêmica e Coreográfica do Ballet Bolshoi, em Moscou (Rússia) e o Centro Prodanza, em Havana (Cuba).
Johann Sebastian Bach
Johann Sebastian Bach (1685-1750) nasceu em Eisenach, uma pequena cidade da Turíngia, no centro da Alemanha. Desde pequeno seu caminho cruzou-se com o da Igreja Protestante de Martim Lutero, da qual sua família, os tradicionais músicos Bach, fazia parte. Sua formação musical começou com seu pai, Johann Ambrosius Bach, músico da cidade, e prosseguiu com seu irmão Christoph, depois da morte dos pais.
A Alemanha do fim do século 17 estava dividida em estados independentes, mas abertos a culturas europeias, como as da Itália e França. Foi nesse cenário que o jovem Bach adquiriu uma sofisticada formação cultural, absorvendo a arte dos compositores antigos e também a de seus contemporâneos barrocos Antonio Vivaldi, Reincken e Frescobaldi, entre outros. Consta-se que, ainda criança, Bach transcrevia obras de autores em alemão, latim, francês ou italiano.
Johann Sebastian Bach teve 19 filhos: sete com a prima Maria Bárbara (que morreu 12 anos depois do casamento) e 13 com Anna Magdalena Wülken, cantora da corte. Destes, cinco seguiram seus passos na música.
Apesar da genialidade, Bach não foi compreendido devidamente no seu tempo. Após a sua morte, suas músicas praticamente caíram no esquecimento. Sua obra ficou nas sombras até 1829, quando Felix Mendelssohn regeu a Paixão Segundo São Mateus em Berlim, o que garantiu o resgate da obra do compositor e a sua consagração definitiva. Bach, que morreu completamente cego, era considerado por Mozart e Beethoven como o "o pai da harmonia".
Andreas Gryphius
Andreas Gryphius é um poeta barroco contemporâneo a Bach. O seu legado artístico teve início ainda no colégio, quando o poeta, com apenas 17 anos, terminou seu primeiro poema épico escrito em latim: “Herodis Furiae et Rachelis lacrymae”, cuja base é o relato da morte dos inocentes em Belém a mando do Rei Herodes, narrado no Evangelho de São Mateus, além da obra do historiador judeu Flávio Josefo.
Gryphius foi, sem dúvida, o dramaturgo alemão mais importante do século XVII. Suas principais influências foram o teatro jesuítico, o classicismo holandês de Vondel, o drama clássico francês, Sófocles e Sêneca como também a de Optiz.
Ficha Técnica
Bailarinos: Alessandra Crippa, Ana Claudia Bonacci, Antonio Marcos, Carolina Beletatto, Laura Florence, Luísa Righeto, Milena Delfini, Paula do Prado e Glauco Fernando
Direção, Coreografia e Figurinos: Glauco Fernando
Cenário, Iluminação e concepção cênica: Flávio Roberto Andrade Freitas
Serviço Espetáculo de dança clássica Bach Barock Brasilien Local: Teatro da CAIXA – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba/PR Data: de 09 a 11 de abril Horário: sexta e sábado, 21h e domingo, 19h Bilheteria: (41) 2118-5111 (de quarta a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, das 16 às 19h) Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia) Classificação etária: Livre para todos os públicos
domingo, 4 de abril de 2010
CAIXA Cultural Curitiba apresenta balé inspirado na obra de Bach
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