As novas diretrizes curriculares para os cursos de jornalismo podem entrar em vigor já em 2010. Pelo menos essa é a vontade do presidente da comissão criada pelo Ministério da Educação para esse fim, José Marques de Melo.
“É para aplicar o ano que vem. Nós queremos encerrar as atividades em junho e encaminhar a proposta para a avaliação do MEC no segundo semestre. Ano que vem muda o governo e, quando muda o governo, muda tudo. Se isso não convencer vocês...”, diz Marques de Melo, em tom de brincadeira, no encerramento da primeira audiência pública promovida pela comissão na manhã desta sexta-feira (20/03), no Rio de Janeiro.
Cerca de 50 pessoas, entre coordenadores de curso, professores e estudantes de jornalismo participaram da reunião. Todos tiveram a oportunidade de opinar e apresentar ideias para a construção das novas diretrizes curriculares. Temas como a qualificação dos docentes, seleção de alunos, dupla formação, interdisciplinaridade e estágio curricular foram levantados.
“As audiências públicas são extremamente relevantes porque eu creio que essa discussão sobre as diretrizes curriculares se vincula a um projeto que é uma formação de qualidade para os cursos de jornalismo que vai garantir o avanço do processo democrático no País”, avalia o coordenador do curso de jornalismo da PUC/Rio e diretor-científico do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, Leonel Aguiar.
"Se for ruim, fecha"
Alguns estudantes presentes criticaram a abertura indiscriminada de faculdades particulares e a falta de investimento nas instituições públicas. Por sua vez, o diretor de coordenação e supervisão da Secretaria de Educação Superior, Paulo Wollinger, defendeu a abertura de mais universidades.
“Quanto mais gente nas faculdades, menos pontos de drogas no País”, afirmou Wollinger, complementando que a abertura de novas faculdades não está diretamente relacionada à qualidade de educação. “Se for ruim, fecha”.
A audiência pública realizada nesta sexta-feira recebeu contribuições da academia. “Foi muito boa, muito positiva. A gente viu que há diferenças de posição e vamos confrontar. Agora vão vir o mercado e a sociedade civil”, disse Marques de Melo. As próximas reuniões estão marcadas para Recife (PE), no dia 24/04, e São Paulo (SP), no dia 18/05. A comissão também recebe contribuições por e-mail até o dia 30/03.
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