quinta-feira, 26 de março de 2009

MARCOS REY – 10 ANOS DE SAUDADE

São Paulo, no próximo dia 1º. de abril, vai lembrar os 10 anos da morte de um filho muito querido, o escritor Marcos Rey.


Aprender a conhecer Marcos Rey é tropeçar pelos escuros escaninhos da mente, da zona da Aurora, dos porres no Coruja da São João, do lanche pobre no "bar do circo" quando não se tinha grana para o Ponto Chic. É conhecer a banda podre, angustiada mas por fim alegre e alcoólica de uma São Paulo que já foi pro ralo. Era o Rey safo comendo do infanto-juvenil e nos deleitando com os esgares de uma cidade horrenda mas sedutora. Rey era o intelectual que não tinha medo da rua do Triunfo e não se envergonhava do triunfo de seus roteiros transpostos para a tela em pleno reinado dos cinepulgueiros. Que saudade dos cinepulgueiros que hoje viraram templos torpes da exploração da fé! Perdemos você meu Rey, meu caro Marcos, mas você não perdeu nada depois do que fizeram a sua cidade! (E.C.)

"Romancista, tradutor, roteirista, Marcos Rey, como poucos de sua geração, conseguiu, por meio de seus textos com enredos bem engendrados e personagens marcantes, retratar o dia a dia das grandes cidades." "São Paulo, sua terra natal, foi o palco de muitas de suas histórias, entre as quais, duas que a Global Editora acaba de levar às livrarias: Esta noite ou nunca e A última corrida."


Marcos Rey, pseudônimo de Edmundo Donato, (São Paulo, 17 de fevereiro de 1925 — São Paulo, 1 de abril de 1999) foi um escritor, tradutor e cineasta brasileiro.

Marcos Rey era descendente de italianos; seu pai, Luís Donato, era um gráfico que trabalhara na Editora Monteiro Lobato, e era um leitor voraz de ficção, transmitindo este gosto aos filhos. Seu irmão mais velho, Mário Donato, também é escritor.

Marcos foi redator de programas de televisão, adaptou os clássicos O Príncipe e o Mendigo, de Mark Twain e A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo em forma de telenovela. Foi um dos autores do roteiro de Vila Sésamo e participou da equipe de redação do Sítio do Picapau Amarelo.

Foi tradutor de livros em inglês, em parceria com seu irmão Mário Donato. Em 1961, escreveu para a coleção juvenil Conquistas Humanas o volume Habitação, que conta a história da residência do homem desde o tempo das cavernas.

Marcos usava sua cidade natal, São Paulo, como cenário de várias de suas obras. O autor se dedicou principalmente às obras voltadas ao público juvenil. Escreveu crônicas, contos e se destacou escrevendo romances. Escreveu também várias obras literárias adultas. Durante os anos 70, foi roteirista de diversos filmes do gênero pornochanchada produzidos na Boca do Lixo, em São Paulo, como As Cangaceiras Eróticas e O Inseto do Amor. No gênero ficção infantil estreou com Não Era Uma Vez, drama de um garoto à procura de sua cadela perdida nas ruas.

Na década de 1990 tornou-se colunista da revista Veja São Paulo.

BIBLIOGRAFIA
Literatura infanto-juvenil
  • Não era uma vez (infantil, 1980)
  • O Mistério do Cinco Estrelas (romance juvenil, 1981)
  • O rapto do Garoto de Ouro (romance juvenil, 1982)
  • Um cadáver ouve rádio (romance juvenil, 1983)
  • Sozinha no mundo (romance juvenil, 1984)
  • Dinheiro do céu (romance juvenil, 1985)
  • Proclamação da República (paradidático, 1985)
  • Enigma na televisão (romance juvenil, 1986)
  • Bem-vindos ao Rio (romance juvenil, 1987)
  • Garra de campeão (romance juvenil, 1988)
  • Corrida infernal (romance juvenil, 1989)
  • Quem Manda Já Morreu (romance juvenil, 1990)
  • Na rota do perigo (romance juvenil, 1992)
  • Um rosto no computador (romance juvenil, 1993)
  • Doze horas de terror (romance juvenil, 1994)
  • Brasil, os fascinantes anos 20 (paradidático, 1994)
  • O diabo no porta-malas (romance juvenil, 1995)
  • Gincana da morte (romance juvenil, 1997)
  • O caso do filho do encadernador (autobiografia, 1997)
  • O menino que adivinhava (romance juvenil, 2000)
  • Diário de Raquel (romance juvenil, 2004)
Literatura adulta
  • Um gato no triângulo (novela, 1953)
  • Café na cama (romance, 1960)
  • Entre sem bater (romance, 1961)
  • A última corrida (romance, 1963)
  • Os grandes crimes da História (paradidático, 1967)
  • O enterro de cafetina (contos, 1967)
  • Memórias de um gigolô (romance, 1968)
  • O pêndulo da noite (contos, 1977)
  • Ópera de sabão (romance, 1978)
  • Soy loco por ti, América! (contos, 1978)
  • Malditos paulistas (romance, 1980)
  • A arca dos marechais (romance 1985)
  • Esta noite ou nunca (romance, 1988)
  • O roteirista profissional (ensaio, 1989)
  • A sensação de setembro (romance, 1989)
  • último mamífero do Martinelli (novela, 1995)
  • Os crimes do olho-de-boi (romance, 1995)
  • O coração roubado (crônicas, 1996)
  • Fantoches (novela, 1998)
  • Cão da meia noite (contos, 1998)
  • Melhores contos de Marcos Rey (antologia, 2005)
  • Mano Juan (romance, 2005) (inédito)

Adaptações para o cinema e a televisão

Prêmios

  • 1968 - Prêmio Jabuti na categoria Contos / Crônica / Novelas, por O enterro da cafetina.
  • 1994 - Prêmio Jabuti na categoria Conto por O último mamífero do Martineli.

OS LIVROS

Esta Noite ou Nunca


208 páginas

Num apartamento em São Paulo, com vista para o Elevado, vive o personagem emblemático desta história: um escritor uma vez premiado, marginalizado pela censura e ditadura que se torna roteirista de pornochanchadas. O autor inspirou-se em sua própria experiência como um dos profissionais mais requisitados para roteirizar e criar cenários e personagens de “filmes de adultos”. Esta noite ou nunca é uma curtição literocinematográfica ambientada na Rua do Triunfo, também conhecida como a Hollywood dos pobres.



A Última Corrida

208 páginas


Uma história envolvente, cheia de emoção, onde os personagens, gente de carne e osso, cruzam seus lances no jogo da vida, amando, sofrendo, vibrando e apostando tudo n´A última corrida.

Neste romance que tem o turfe como pano de fundo, até então um tema nunca usado por outro escritor, Marcos Rey, como num filme – e isso ele sabia fazer –, conduz o leitor para além do espaço onde se passa a história. Numa linguagem sedutora, enxuta, sem subterfúgios, a trama provoca e estimula o interesse o leitor.


LANÇAMENTOS MAIS QUE RECOMENDÁVEIS DA




Nenhum comentário: