quarta-feira, 25 de março de 2009

CURITIBA NA TELA

Em comemoração aos 316 anos da Cidade de Curitiba

De 28 a 30 de março de 2009

Cinemateca de Curitiba

Rua Carlos Cavalcanti, 1174

Entrada franca

Quando o cinema surgiu, muitos dos que logo se encantaram com a sétima arte procuravam representar na tela os momentos do cotidiano. Os operários saindo da fábrica, o bebê comendo e fazendo gracinhas, o trem chegando à estação. Assim que se espalhou pelo mundo inteiro, o cinematógrafo veio acompanhado desse panorama do real. Surgiram os filmes de cavação, os travelogues, dentre outros. Nas cidades, as pessoas compareciam em peso para ver, na grande tela, as ruas por onde passavam para ir ao trabalho, as casas onde moravam, os prédios mais famosos, que abrigavam instituições do governo, as praças onde se encontravam com os amigos. Em Curitiba não foi diferente. A lente de Annibal Requião registrou todos esses momentos e muitos outros que marcaram algumas décadas da capital paranaense. Ao mesmo tempo, surgiam os cinejornais, que registravam as visitas de pessoas ilustres, conferências, exposições e muito mais. Era o tempo de João Batista Groff captar as imagens que comporiam “Pátria Redimida”, o principal filme da época do cinema mudo paranaense.

Algumas décadas se passaram e o Paraná formou muitos outros realizadores que, assim como os pioneiros, continuaram a usar Curitiba como cenário principal de seus filmes. Só que desta vez, as vistas panorâmicas da cidade davam lugar às histórias de ficção, os prédios abrigavam pessoas, com suas tristezas, suas alegrias, suas paixões. A linda construção da igreja agora era palco de travessuras de meninos, as ruas contavam histórias de catadores de papel e de famílias polonesas. Mas o pontapé inicial dado por Requião e por Groff, ou seja, a representação do real, continuou a influenciar diretores que optaram pelo caminho do documentário, registrando com suas câmeras as desventuras e o contentamento dos moradores da margem do Rio Belém, das duplas sertanejas de Curitiba e das artesãs, ícones da cultura popular do Paraná. Portanto, seja como cenário principal ou mero adereço de uma produção muito maior, pode-se dizer que Curitiba continuará cedendo seus prédios, suas praças, suas ruas e, principalmente, a história de seus moradores com o maior prazer, para serem registrados pela câmera dos futuros realizadores paranaenses. Em comemoração aos 316 anos de Curitiba, nada mais justo que reunir alguns dos muitos filmes que marcaram a cidade. Foi o que fez a Cinemateca com a mostra “Curitiba na Tela”. Boa sessão.




Dia 28, às 20h:

PANORAMA DE CURITYBA (BR/PR, 1913 – 4’). De Annibal Requião. Panorama de Curitiba na década de 1912: Palácio do Congresso, Rua José Bonifácio, Praça Dr. João Cândido, Gymnasio Paranaense, Estação Ferroviária, Praça Eufrásio Correia, Praça Tiradentes.

CARNAVAL DE CURITIBA 1920 (BR/PR – 10’). De Annibal Requião. Desfile de carnaval no centro de Curitiba (Rua XV de Novembro e algumas transversais) focalizando aspectos do corso carnavalesco.

CATADORES (BR/PR, 1978 – 7’17” ). Direção de Homero de Carvalho. Documentário sobre os que sobreviviam da coleta de papel em Curitiba, mas fazendo ver a sua necessidade de organização tendo em vista fortalecerem-se diante da figura do intermediário que ficava com a maior parte dos ganhos.

À MARGEM DO BELÉM (BR/PR, 1979 – 13’). Direção de Francisco Alves dos Santos. Documentário sobre os favelados que residem à margem do Rio Belém.

VALDIR E RUTE (BR/PR, 1997 – 15’ ). Direção de Eloi Pires Ferreira, com Maria Adélia, Tupacezetan Matheus, Zeca Cenovicz. A trajetória de um fogão roubado altera a rotina de um casal de catadores de papel que luta pela sobrevivência. Censura livre.

VAMOS JUNTO COMER DEFUNTO? (BR/PR, 1990 -13’). Direção de Eloi Pires Ferreira, com Luciano Mengarelli, Rafaello Rossi, Maria Adélia. Filme que evoca, a pretexto do trocadilho-título, lembranças e vivências do próprio Eloi num bairro curitibano na década de 1960 - as algazarras infantis, grupos rivais, jogos, e as idas em bloco à igreja local, sempre que havia encomendações fúnebres – o primeiro contato, inevitável, com a morte.

POLACO DO NHANHA (BR/PR, 2001 – 20’ ). Direção de Eloi Pires Ferreira, com Luthero Almeida, Maristela Reinehr, Marcelo Lipiec. A sensível reconstituição de um dia na vida de uma família polonesa, ao impacto da chegada da televisão na cidade.

Classificação livre para este programa

Dia 29, às 20h:

FILMES RESTAURADOS DO ACERVO DA CINEMATECA DE CURITIBA:

Cine Jornal nº 3 – sonoro. Duração 9’.

- Curitiba recebe a visita do ministro da Suíça Dr. Henry Vallaton;

- Corrida do “Fogo simbólico da pátria” no território do Paraná / Corredores na estrada / Chegam ao Centro de Curitiba / Palanque com autoridades / Solenidade;

- Exposição em Curitiba do artista Poty Lazarotto;

- Polícia do Estado do Paraná comemora 90 anos em 10/08/1944;

- Grupo anexo à escola de professores;

- Acampamento do CPOR em Curitiba / Manobra de artilharia.

Cine Jornal nº 11 – Curitiba e Porto Alegre – sonoro. Duração 5’

- Honra ao mérito – condecoração de dois heróis da F.E.B. / Soldados no campo / Manobras de guerra;

- Conferência de governadores em Porto Alegre;

- O educandário de Curitiba em festa.

O Dia da Bandeira, 1937 – Groff – mudo. Duração 9’

- Srs. Manoel Ribas, Governador do Estado e General Meira de Vasconcellos passa revista à tropa;

- Recepção ao Governador do Estado e Comandante da Região;

- Juramento dos conscritos de 1937;

- Governador Manoel Ribas, General Meira e Comandante Pinto de Oliveira;

- Srs. Gonçalves Motta e Ângelo Lopes – Secretários do Estado;

- Radialistas da 1ª PRB2;

- Desfile do Exército / Aparece Correio Antigo;

- Militares e soldados do Corpo de Bombeiros;

- Desfile Escola Normal;

- Sr. Gaspar Vellozo, diretor geral da Educação;

- Ginásio Novo Ateneu / Grupos Escolares / Praça Santos Andrade;

- Universidade Federal do Paraná / Desfile das Associações Esportivas / Parada de fogo.

Círculo Militar do Paraná – sonoro. Duração 2’30”

- Acontecimento social. Fachada do Círculo Militar do Paraná. Interior (pessoas tomando chá-lanche). Close de algumas pessoas que estão nas mesas. Enfermeiras (moças com avental onde tem uma cruz). Músicos tocando/Casal de bailarinos.

Cine Jornal nº 8 – Chega em Curitiba o novo Interventor

- Solenidade de posse do interventor

- Homenagem do PSD ao Dr. Brasil Pinheiro Machado;

- Curitiba recebe o novo comandante da região;

- Manifestação de apreço e reconhecimento.

Cine Jornal nº 7 – sonoro. Duração 8’

- Condecorado pelo Governo Norte - Americano, o General Ary Pires / Dia das Mães em Curitiba (Estádio Couto Pereira);

- Crianças dançando com trajes típicos;

- Festividades da vitória no Círculo Militar do Paraná;

- Aeroclube do Paraná recebe mais dois aviões de treinamento;

- Escola de trabalhadores rurais de Ivaí.

Cine Jornal nº 5 – Encerramento da Semana da Criança em Curitiba – sonoro. Duração 9’30”

- Solenidade de encerramento da semana da criança;

- Homenagem a magistratura paranaense ao interventor Manoel Ribas;

- Colação de grau na Escola de Professores de Jacarezinho;

- Inauguração da ponte sobre o Rio Iguaçu em União da Vitória;

- Inauguração da expedição agropecuária de Rebouças;

- Colação de grau na Escola de Educação Física.

RAINHA DE PAPEL (BR/PR, 1998 – 17’ ). Direção de Estevan Silveira e Osval Dias de Siqueira Filho (Tiomkim). Documentário sobre a artesã, poeta e artista popular Efigênia Rolim, ícone da arte popular do Paraná.

BALADA DO VAMPIRO (BR/PR, 2007 – 13’). De Beto Carminatti e Estevan Silveira, com João Luiz Fiani. História de Nelsinho, famoso personagem dos contos do escritor curitibano Dalton Trevisan.

EM BUSCA DE CURITIBA PERDIDA (BR/PR, 2008 – 14’). Direção de Estevan Silveira, com Alexandre da Silveira, Alzemiro Amaral, Anna Lajes Pinheiro. Adaptação do conto de Dalton Trevisan, do livro Mistérios de Curitiba. Trata-se de uma releitura de Curitiba dos anos 70.

Classificação 14 anos para este programa

Dia 30, às 20h:

BELARMINO E GABRIELA (BR/PR/2007 – 85’). Direção de Geraldo Pioli. – Documentário musical sobre a famosa dupla sertaneja do Paraná, que iniciou carreira da década de 1940 em Curitiba. Músicos e humoristas, durante quatro décadas eles pontificaram nos shows populares, circos, rádios, e no disco. O filme reconstitui as apresentações da dupla, canções que já fazem parte do imaginário sertanejo paranaense, como As Mocinhas da Cidade e Passarinho Prisioneiro. – Participação do Grupo Viola Quebrada, do músico Marinho Galera, da dupla Rui e Soraia Graciano, como também Ivan Graciano e Família. Classificação livre

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