segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Venha trocar idéias, filosofar!



Venha trocar idéias, filosofar!
SÁBADO

Dezembro29


O quê é?

Café com Idéias em Manaus/AM

Conteúdo? Como o último evento do Projeto Café com Idéias de 2007, este será especial, pois terá como ponto alto a reflexão sobre a Prática Docente e a Reflexão Filosófica e encerrará a base de queijo e vinho!

Quando? Dia 29 de Dezembro de 2007 (último sábado do ano)Onde? Livraria Nacional - Rua 24 de Maio, 415 - Centro (próximo à Rua Barroso)

Horário: 12:00 horas

Para quem? Professores(as) que atuam em sala de aula, com experiência em Filosofia e outras disciplinas, objetivando a socialização e reflexão de sua prática docente.

Confirmação: (92) 9185.1414 (Vivo), 8119.1414 (Tim) - José Maria: 3234.4617 - josemariamendes@oi.com.br

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A MULHER QUE DESVENDAVA A MORTE



OUTRO LANÇAMENTO DA ROCCO. NÓS RECOMENDAMOS!

A MULHER QUE DESVENDAVA A MORTE
Uma investigação criminal na Inglaterra do séc.XII
Ariana Franklin
Tradução:Waldéa Barcelos
Páginas:416

Quatro crimes bárbaros
Um homicida incompreensível
E uma mulher capaz de revelar os segredos da morte
em plena Idade das Trevas


"Quem não perde um episódio do seriado C.S.I. Las Vegas ou acompanha as aventuras de médicos-legistas convertidos em detetives de romances policiais vai se deliciar com A mulher que desvendava a morte, da inglesa Ariana Franklin. O romance traz como personagem principal uma legista, Adélia, encarregada de desvendar os tenebrosos assassinatos de quatro crianças em Cambridge. Porém, há um pequeno diferencial que torna o livro muito mais instigante do que qualquer série de televisão: a história se passa em plena Idade Média, na Inglaterra do século XII. Baseada em ampla pesquisa, a autora descobriu que a Escola de Medicina de Salerno, que, na época, pertencia ao reino da Sicília, realmente formava mulheres, e foi lá que recrutou sua protagonista.
A história começa quando a brutal morte de uma criança cristã, em Cambridge, e o desaparecimento de outras três provocam uma ira popular contra os judeus – ao contrário do que ocorria no resto da Europa, eles viviam em relativa tranqüilidade na Inglaterra – acusados de usar as crianças em rituais macabros.
A situação torna praticamente incontornável a demanda popular pela expulsão dos judeus da Inglaterra. O rei, no entanto, reluta em ceder aos apelos de seus súditos. Não por caridade ou humanismo, mas porque os judeus são sua principal fonte de arrecadação de impostos. Sua saída é mandar vir de Salerno um especialista na “arte da morte”, que possa descobrir o verdadeiro assassino. O que ninguém esperava era que O especialista fosse, na verdade, A especialista.
Como os protagonistas de C.S.I., a personagem de A mulher que desvendava a morte vai lançar mão das mais sofisticadas técnicas da medicina e análise forense de seu tempo, além de um indiscutível talento para a investigação, para descobrir a identidade do assassino antes que ele ataque novamente.
Ariana Franklin baseou-se em fatos reais para criar sua protagonista. Especialista em história medieval, ela descobriu que a Escola de Medicina de Salerno, o mais importante centro de pesquisa na área à época, autorizava a autópsia de cadáveres para estudo de anatomia e possuía várias mulheres entre os cientistas. Uma delas, conhecida apenas como Tórtula, e de quem se sabe somente que foi casada e mãe de dois filhos, deixou vários artigos que foram referência na área médica por mais de 500 anos. Seus textos acabam de ser traduzidos pela Universidade do Arizona e mostram que, em meio à caça às bruxas da Idade Média, era possível encontrar pesquisas científicas sobre o funcionamento do corpo humano.
Além de ser um romance policial instigante, A mulher que desvendava a morte tem, pelo menos, dois grandes méritos. O primeiro é agregar à trama os grandes debates da Idade Média: Cristandade x Islã, Cristãos x Judeus, Ciência x Superstição, Lei dos homens x Lei de Deus. O segundo é oferecer uma minuciosa reconstituição histórica da Inglaterra da Idade Média, que, diferentemente da idéia generalizada, viveu grandes rasgos de luzes da ciência em meio às trevas religiosas."
“Combinação perfeita de CSI com Canteburry Tales.”
Kirkus Review
“Um livro irresistível, único e vibrante.”
The New York Times
“Franklin misturou habilmente fatos históricos e ficção arrepiante.”
Publishers Weekly
“Espantoso… maravilhosamente urdido, com dezenas de reviravoltas… Um mistério histórico brilhantemente bem-sucedido tanto como ficção histórica quanto como thriller policial.”
The Washington Post

UM POUCO MAIS DE ISLÃ



A Editora Rocco nos brinda neste final de ano com um lançamento de pêso- GAROTAS DA PÉRSIA

GAROTAS DA PÉRSIA
Nahid Rachlin
Tradução:Ana Deiró
Páginas:340

"Em seu primeiro livro de não-ficção, a escritora Nahid Rachlin traça um preciso e delicado retrato de sua própria família, dividida entre o peso da tradição e o desejo de liberdade na paternalista sociedade iraniana. Rachlin fia-se por sua tempestuosa relação familiar e pelo forte vínculo de amizade com sua irmã mais velha, Pari, para dar forma às lembranças no lançamento Garotas da Pérsia.
A narrativa começa quando Nahid, ainda na infância, é tirada da tia Maryam, que a criava como filha em Teerã. Sua mãe biológica, Mohtaram, resolvera entregar seu quinto bebê como um presente para a irmã favorita, viúva, sem filhos e ansiosa por ter uma criança nos braços. Tudo correu bem até Nahid completar 9 anos e seu pai decidir que era a hora de levá-la para morar com ele e o resto da família, na cidade de Ahvaz. Retirada abruptamente de um universo conhecido, a menina se viu presa a um lugar estranho, com costumes diferentes e pessoas com as quais não possuía laços afetivos.
Aos poucos, ela se aproxima da irmã mais velha, Pari, e as duas se tornam melhores amigas. Apesar de terem em comum o desejo de seguirem destinos próprios, que fogem aos estabelecidos pela sociedade patriarcal em que vivem, Pari, fã das estrelas de Hollywood, sonha ser atriz, enquanto Nahid almeja seguir a carreira literária – apenas Nahid consegue atingir seu objetivo, ao convencer o pai a mandá-la fazer faculdade nos Estados Unidos.
Ao chegar na faculdade, Nahid se sente deslocada – não concorda com os costumes machistas de sua terra natal, mas também não se encaixa nos padrões norte-americanos. O choque cultural é amenizado quando ela se muda para Nova York, conhece o homem que se torna seu marido e forma uma família. Ainda assim, a escritora continua com a sensação de não pertencer a um lugar.
Enquanto isso, no Irã, a sorte de Pari não é nada boa: atrelada a um casamento arranjado pelo pai, com um marido por quem não é apaixonada e que a mantém prisioneira dentro de casa, ela decide se divorciar e sofre as conseqüências, sendo afastada do filho.
Paralelamente, a autora traça um panorama político do Irã e das relações do país com os Estados Unidos, em diferentes épocas. Em 1955, o Tratado de Amizade entre as duas nações acabara de ser assinado e o jovem xá estava determinado a modernizar o país. Uma das medidas adotadas por ele foi tornar opcional o uso de chador para as garotas. Anos mais tarde, quando o aiatolá Khomeini chega ao poder, o radicalismo se instala. A morte de Khomeini, em 1989, diminui a rigidez dos costumes. E, embora o governo de Muhamad Khatami, de 1997 a 2005, seja um período de reforma relativa, a autora constata que as regras no Irã estão sempre em mutação.
A morte prematura de Pari, que cai de uma escada em circunstâncias misteriosas, faz com que Nahid volte sozinha ao Irã – antes disso, ela só havia estado lá uma vez, com o marido, 12 anos depois de ter chegado aos Estados Unidos. A viagem permite que a autora se confronte com o passado e avalie o que o futuro lhe reserva. Mais do que a história de Nahid, Garotas da Pérsia mostra as vidas interligadas das mulheres de sua família, traçando um panorama do universo feminino no mundo islâmico e revelando trajetórias de ambição, mágoa, opressão, amor fraternal e esperança. "

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

PERSÉPOLIS (completo)



A Cia das Letras enfeixou as quatro edições de Persépolis de Marjane Satrapi e lançou neste dezembro. Além de uma ótima edição pra presentear aos aficcionados por "bandas desenhadas adultas" é uma magnífica contribuição para quem quer entender melhor o islã na visão feminina.
Marjane Satrapi era apenas uma criança quando a revolução islâmica derrubou o xá do Irã, em 1979. Bisneta do antigo rei da Pérsia, ela cresceu em uma família de esquerda, moderna e ocidentalizada, e estudou numa escola francesa e laica. Com a chegada dos extremistas ao poder, as meninas foram obrigadas a usar o véu na escola e a estudar em classes separadas dos meninos. Era só o início de uma série de mudanças profundas em sua vida - assim como na de todos em seu país.Apesar de narrar a tragédia que foi a implantação do regime xiita no Irã, não faltam à trama humor e sarcasmo para narrar os acontecimentos políticos de um ponto de vista único, que desfaz os lugares-comuns sobre o país e conta sua história antiga e recente ("2500 anos de tirania e submissão"). Na aparente simplicidade da narrativa e dos desenhos, revelam-se as nuances de um complicado processo histórico, que até hoje tem seus desdobramentos. A ascensão dos radicais religiosos a princípio foi vista pelos progressistas iranianos como uma autêntica manifestação do povo, que estaria usando a religião como mero pretexto para sair às ruas e derrubar um tirano. Não foi o que aconteceu: o regime xiita se radicalizou de maneira tão brutal que até mesmo Marjane, aos catorze anos, foi para o exílio na Áustria, pois a vida no país se tornara uma sucessão de carnificinas, sempre em nome de Deus e da justiça.A convivência com a brutalidade leva Marjane a desenvolver uma consciência política rara em crianças: seu livro preferido, por exemplo, é uma história em quadrinhos chamada Materialismo dialético, em que Descartes e Marx travam uma improvável disputa intelectual. Parte de sua revolta vem da constatação de que sua família, que tem empregada e um Cadillac, é privilegiada num país miserável.Persépolis foi lançado na França, em 2001, por uma pequena editora independente. Tornou-se um fenômeno de crítica e público. No mesmo ano, o primeiro volume ganhou o importante prêmio do salão de Angoulême, na França. A série teve os direitos de publicação vendidos para Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Israel, Suécia, Finlândia, Noruega, Japão, Coréia do Sul, Hong Kong, Turquia e Estados Unidos.
"Um dos mais saborosos exemplos de um explosivo gênero pós-moderno: a autobiografia em quadrinhos." - NYT Book Review
"Engenhosa contadora de histórias, Satrapi é também uma fantástica artista dos quadrinhos." - Salon.com
"Marjane Satrapi é capaz de condensar a tragédia de todo um país em cenas comoventes e divertidas. [...] Todos os que pensam não gostar de quadrinhos ou que só gostam dos de Art Spiegelman devem ler Marjane Satrapi." - The Independent
Lançamento Cia das Letras

O MÉDICO DOENTE


Falar sobre o Drauzio é um pouco como chover no molhado. Ele é aquele médico que gostariamos de ter como amigo, ou melhor aquele amigo que gostaríamos de ter como médico. E melhor, ele escreve muito bem. Aproveite bem essa leitura.

O MÉDICO DOENTE
Drauzio Varella

Médico cancerologista há quarenta anos, Drauzio Varella convive com a morte todos os dias. A experiência ao lado de pacientes terminais está contada no livro Por um fio, uma série de relatos em que o autor de Estação Carandiru mostra como a proximidade da morte afeta o doente, seus familiares e até os profissionais responsáveis pelo tratamento.A ligação estreita com o tema, no entanto, não o preparou totalmente para viver a situação inversa, o outro lado do balcão. Em 2004, ao voltar de uma viagem à floresta amazônica - local que ele já visitara mais de cinqüenta vezes por conta do trabalho de pesquisa que desenvolve no rio Negro -, Drauzio sentiu-se mal, teve febre e, após alguns dias de teimosia obstinada, aceitou interromper o atendimento no consultório e repousar. Pouco depois, foi internado.Conforme aumentavam a febre e o mal-estar, aumentavam também as incertezas quanto ao diagnóstico. Acompanhando de perto a angústia dos colegas, o doente viu-se na desconfortável posição de entender melhor do que um paciente comum a gravidade de seu caso. Nem mesmo a descoberta de que se tratava de uma febre amarela trouxe alento: a enfermidade não tem cura, é preciso deixá-la seguir seu curso e torcer para que o corpo resista e se recupere. Enfraquecido, com a mente embaralhada pela doença e pela morfina, e vendo a piora de sua situação no semblante preocupado dos médicos, Varella passou a considerar seriamente a possibilidade de que estava com os dias contados. Neste relato, ele narra a experiência com olhar clínico, cirúrgico. Desmontando lugares-comuns e mitos sobre o que sente quem chega à beira da morte, Drauzio Varella extrai do ocorrido não um entendimento superior ou gosto renovado pela vida. Da cama de hospital ele volta à infância, aos caminhos que o levaram à profissão, e transforma o episódio em mais um capítulo do longo exercício da prática da medicina.
Drauzio Varella
Nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em medicina pela USP, trabalhou por vinte anos no Hospital do Câncer. Foi voluntário na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) por treze anos. Seu livro Estação Carandiru ganhou os prêmios Jabuti de Não-Ficção e Livro do Ano e já vendeu mais de 460 mil exemplares. Atualmente, dirige um projeto prospectivo de plantas medicinais amazônicas.
Lançamento Cia das Letras

O CASTELO NA FLORESTA



O CASTELO NA FLORESTA
Norman Mailer
Tradução: Pedro Maia Soares
432 páginas
"Neste romance, Norman Mailer faz um retrato ficcional da família, da infância e da adolescência de Adolf Hitler, em busca de uma explicação para a malignidade monstruosa do ditador nazista. "
Nascido em 1923, em Nova Jersey, e criado no Brooklyn nova-iorquino, Norman Mailer é considerado um dos autores mais polêmicos e importantes da literatura americana, seja por seus romances, como Os nus e os mortos (1948) e O parque dos cervos (1955), seja por seus livros de não-ficção, como Os exércitos da noite (Prêmio Pulitzer de 1968), Por que estamos no Vietnã? (1967) e Marilyn: uma biografia (1973). Com freqüência, rompeu a barreira entre os dois registros, como em A canção do carrasco (Prêmio Pulitzer de 1979). Em 2005, foi premiado pela National Book Foundation por sua contribuição à literatura americana.
Lançamento CIA DAS LETRAS

O LIVRO DOS SERES IMAGINÁRIOS



Encare o livro do "bruxo" como um bestiário, ou um dicionário muito ou nada útil. Ou melhor encare como um livro básico na sua biblioteca nesta magnífica coleção que a Cia das Letras está tendo a ousadia de publicar.

O LIVRO DOS SERES IMAGINÁRIOS

Jorge Luis Borges

Ordenados alfabeticamente, como nas enciclopédias que tanto fascinavam Borges, desfilam diante do leitor os estranhos seres deste "manual de zoologia fantástica" (título da primeira edição desta obra, que saiu em 1957), sustentados pela complexa erudição borgiana, avalizada por seu domínio tanto das línguas clássicas como das modernas. Com freqüência, ele mergulha na etimologia para explicar animais exóticos como o cabisbaixo búfalo negro com cabeça de porco "catóblepa" (o que olha para baixo) e o da serpente de duas cabeças "anfibesna" (que vai em duas direções), ou mais familiares, como as valquírias (aquelas que escolhem os mortos) ou as fadas (do latim fatum, destino), entidades que intervêm nos assuntos dos homens. Mas a erudição não está a serviço da sisudez de um tratado acadêmico; ao contrário, contribui para o tom lúdico e bem humorado do livro. O próprio Borges diz no seu prólogo que gostaria que "os curiosos o freqüentassem como quem brinca com as formas cambiantes reveladas por um caleidoscópio". E nessa brincadeira, ele faz uma homenagem à imaginação infinita dos homens, capaz de criar os seres mais curiosos e absurdos como sereias, unicórnios, centauros, hidras e dragões - e eventualmente acreditar neles -, animais que, como disse o crítico Alexandre Eulálio, "Borges acaricia passando preguiçosamente a mão complacente do dono".

LANÇAMENTO DA CIA DAS LETRAS

LOS ANGELES


Este é aquele livro que você deve levar nas suas férias. Divertido, bem escrito e com o timing certo
LOS ANGELES
Autor : Marian Keyes
Romance
Páginas : 490
"Em Los Angeles, o sexto romance de Marian Keyes, a consagrada autora de Melancia e É Agora... Ou Nunca, acompanhamos Maggie Walsh em sua busca por um sentido na vida em meio às calçadas estreladas de Hollywood, os subúrbios sofisticados de L.A., o bronzeado deslumbrante que só se consegue nas praias da Califórnia, vários martínis, algumas decepções... e muitas risadas, claro. "
LANÇAMENTO DA BERTRAND BRASIL

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

NOVO LIVRO DE NICK HORNBY SAI PELA ROCCO EM ABRIL DE 2008

Autor de sucessos de público e crítica como Febre de bola, Alta fidelidade e Um grande garoto – estes dois últimos adaptados para o cinema –, Nick Hornby promete agradar novamente em cheio seus fãs com Slam, lançamento confirmado no Brasil para abril de 2008. Ainda sem título definido em português, o livro conta a história do jovem Sam, arremessado à paternidade ainda na adolescência, e as conseqüentes mudanças que precisará enfrentar para antecipar a chegada na idade adulta.

NATAL (FINAL)

As canções e os autos

Quando os anjos anunciaram o nascimento do Menino aos pastores, retumbou nos ares o primeiro cântico de Natal: "Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens que amam o Senhor,” ou ainda “ Gloria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. É atribuído ao Papa Telésforo no século II o hino do Glória in Excelsis, mas a mais antiga canção de Natal é atribuída a São Hilário de Poitiers no século IV: Jesus refulsit omnium.Foram compostas muitas canções de Natal, que nem sempre tinham inspiração espiritual; eram muitas vezes composições folclóricas, e no século VII os dirigentes da Igreja proibiram terminantemente seu uso. No século XIII, o poeta Jacopone Benedetto compôs o hino "Averex angelorum" por esta época aparecem os "Carols" na Inglaterra, na Espanha surgiram os "Villancicos" e na França os seus "Cantiques de Noel". Na Alemanha os cânticos eram chamados de "Weihnachten Lieder" e na Rússia e Polônia, "Kolendas".Os cânticos natalinos, em destaque na Espanha, eram canções simples, entoadas por lavradores e pastores, (villanos) e dai seu nome de villancicos. Talvez o mais popular dos cânticos que o mundo conhece é o Noite de Paz, porque foi traduzido a numerosos idiomas, e interpretados por grandes solistas e coros populares.É de 1818, composto por José Mohr pároco do povoado de Hallein, nos Alpes austríacos, em parceria com o organista Gruber que a popularizou.Uma das versões, mais conhecida em Portugal é a seguinte :“Noite de paz, noite de amor!tudo dorme ao derredor.Somente velam olhando a facede seu filho em angélica pazJosé e Maria em Belém!”
No Brasil os cânticos de Natal tem grande destaque, em especial os produzidos pelos artistas populares nordestinos , porém cabe a um mulato mineiro a primazia de ter composto um Auto de Natal da forma clássica tradicional.

Já nas primeiras décadas de 1700, a sociedade mineira se expressa de modo significativo por meio da música religiosa e profana. Os rituais litúrgicos e as festas populares eram valorizados pela música, que aos poucos tomou forma e ganhou proporções originais, revelando uma classe singular de músicos, em sua maioria mulatos. Ignácio Parreiras Neves foi um desses mulatos era o compositor, cantor e regente, trabalhando nessa função principalmente para o Senado da Câmara e para as irmandades de São José dos Homens Pardos e de Nossa Senhora das Mercês e Perdões. Parte considerável de sua produção musical está perdida. Do que restou, destacam-se Credo, Ladainha e Oratória ao Menino Deus para a Noite de Natal (1789), considerado o único auto de natal em língua portuguesa escrito de forma tradicional dos autos litúrgicos. Parreiras Neves nasceu em Vila Rica em 1730, onde faleceu entre 1792 e 1794.

Para Câmara Cascudo os autos são formas teatrais de enredo popular com bailados e cantos, que podem tratar de assuntos religiosos e profanos, representadas no ciclo das festas de natal ( dezembro e janeiro). Lapinhas, pastoris, fandangos ou marujadas e ainda cheganças ou cheganças de mouro, bumba-meu-boi, boi, boi calemba, boi de reis, congadas ou congos, etc. Desde o século XVI os padres jesuítas usaram o auto religioso, aproveitando também figuras clássicas e entidades indígenas, como poderoso elemento de catequese.
Os autos de Natal Brasileiros foram muitos e dos mais surpreendentes autores. Adélia Prado é uma dessas autoras. Depois de estrear com Soltem os Cachorros, abandona o magistério, após 24 anos de trabalho. Lecionou Educação Religiosa, Moral e Cívica, Filosofia da Educação, Relações Humanas e Introdução à Filosofia. Sua peça, O Clarão, é um auto de Natal escrito em parceria com Lázaro Barreto, é encenada em Divinópolis. Sobre esse texto, Adélia, sempre polêmica fala -"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta”. Em 1980 ela dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

Segundo Maria Chaves em artigo recente , “entre uma comemoração e outra, eis que surgem com toda força os tradicionais autos natalinos para interpretar o emocionante episódio bíblico.Seja através de elementos da cultura popular, figuras sacras ou profanas, a tradição de colocar em cena uma homenagem ao 25 de dezembro se mantém firme e forte - ao menos é o que se percebe no Estado de Pernambuco. O Aurélio diz que um auto se trata de um ato público, uma solenidade, de um registro escrito e autenticado de qualquer ato. É um gênero dramático originário da Idade Média, com personagens em geral alegóricos, como os pecados, as virtudes, os santos, podendo também comportar elementos cômicos ou jocosos”. Destaca então o Noite Feliz, da Sociedade Teatral de Fazenda Nova.

Para Théo Brandão a festa de natal sempre teve um aspecto de festa de feira, que durava das vésperas até 6 de janeiro. “Oriundos em sua maioria da península ou vindos até nós do continente europeu através de formas portuguesas, tomaram aqui uma feição particular e deram, de outra parte, motivo para a criação, sob influências dos negros da terra ou da África, de novas formas, diversas nuances e de novos autos e diversões.”

É clássica a divisão de tais autos, folguedos, danças dramáticas, folias, folganças, brinquedos, que tantos são os nomes com que se tem os nomeado no correr dos tempos, desde Sílvio Romero, que os classificou em seu Cantos Populares do Brasil em Reisados, Cheganças e Pastoris.
Para a Professora Eneida de Castro, Morte e Vida Severina - Auto de Natal Pernambucano de João Cabral de Melo Neto é o mais característico poema com inspiração na Natividade. “Morte e Vida Severina apresenta a viagem de um sertanejo que procura melhores condições de sobrevivência em outras paragens.

Outro Auto de Natal importante é a teatralização do poema Meu Caro Jumento, de Patativa do Assaré que em sua linguagem simples, falando do jumento, que carregou Maria e Jesus na fuga para o Egito e de como ele, da mesma forma que o trabalhador, é maltratado e abandonado por aqueles que o exploram e deveriam amá-lo. Patativa cria em seu poema, um verdadeiro Auto de Natal, sintetizando todos os conteúdos da festa natalina, permitindo ao grupo falar do amor, da generosidade, da esperança e do renascimento que nela se fazem presentes.

Em 1953 tivemos outra estréia importante que tinha o burro como personagem. No pequeno teatro do Patronato da Gávea, O Tablado, a peça "O boi e o burro a caminho de Belém", escrita e dirigida pela jovem Maria Clara Machado. Fundadora do grupo ao lado de seu pai, o escritor mineiro Aníbal Machado e de um grupo de intelectuais amigos ela já vinha desenvolvendo, como assistente social, um trabalho de teatro de bonecos, no próprio Patronato, desde os fins dos anos quarenta.

O Cordel também cometeu diversos autos de Natal , mas destacamos este delicioso Auto de Natal de autoria de Valdez, natural de João Pessoa , com o qual encerramos este ensaio:

Foi de Bom-I-Zú da Lapa
Chamado aquele lugar,
Sugestão de um vaqueiro
Que acabara de apear.
O povo foi-se chegando...
Todo mundo veio olhar.
Depois chegaram os magos,
No meio um preto forte...
Era Zumbi dos Palmares
De braço com a consorte.
E tinha um mago índio
Rio-grandense-do-norte.
Desses eventos distantes,
De registro oficial,
Fez-se auto nordestino,
Fez-se auto sem igual.
Louva Jesus Salvador
E a graça do Natal