A Cia das Letras enfeixou as quatro edições de Persépolis de Marjane Satrapi e lançou neste dezembro. Além de uma ótima edição pra presentear aos aficcionados por "bandas desenhadas adultas" é uma magnífica contribuição para quem quer entender melhor o islã na visão feminina.
Marjane Satrapi era apenas uma criança quando a revolução islâmica derrubou o xá do Irã, em 1979. Bisneta do antigo rei da Pérsia, ela cresceu em uma família de esquerda, moderna e ocidentalizada, e estudou numa escola francesa e laica. Com a chegada dos extremistas ao poder, as meninas foram obrigadas a usar o véu na escola e a estudar em classes separadas dos meninos. Era só o início de uma série de mudanças profundas em sua vida - assim como na de todos em seu país.Apesar de narrar a tragédia que foi a implantação do regime xiita no Irã, não faltam à trama humor e sarcasmo para narrar os acontecimentos políticos de um ponto de vista único, que desfaz os lugares-comuns sobre o país e conta sua história antiga e recente ("2500 anos de tirania e submissão"). Na aparente simplicidade da narrativa e dos desenhos, revelam-se as nuances de um complicado processo histórico, que até hoje tem seus desdobramentos. A ascensão dos radicais religiosos a princípio foi vista pelos progressistas iranianos como uma autêntica manifestação do povo, que estaria usando a religião como mero pretexto para sair às ruas e derrubar um tirano. Não foi o que aconteceu: o regime xiita se radicalizou de maneira tão brutal que até mesmo Marjane, aos catorze anos, foi para o exílio na Áustria, pois a vida no país se tornara uma sucessão de carnificinas, sempre em nome de Deus e da justiça.A convivência com a brutalidade leva Marjane a desenvolver uma consciência política rara em crianças: seu livro preferido, por exemplo, é uma história em quadrinhos chamada Materialismo dialético, em que Descartes e Marx travam uma improvável disputa intelectual. Parte de sua revolta vem da constatação de que sua família, que tem empregada e um Cadillac, é privilegiada num país miserável.Persépolis foi lançado na França, em 2001, por uma pequena editora independente. Tornou-se um fenômeno de crítica e público. No mesmo ano, o primeiro volume ganhou o importante prêmio do salão de Angoulême, na França. A série teve os direitos de publicação vendidos para Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Israel, Suécia, Finlândia, Noruega, Japão, Coréia do Sul, Hong Kong, Turquia e Estados Unidos.
"Um dos mais saborosos exemplos de um explosivo gênero pós-moderno: a autobiografia em quadrinhos." - NYT Book Review
"Engenhosa contadora de histórias, Satrapi é também uma fantástica artista dos quadrinhos." - Salon.com
"Marjane Satrapi é capaz de condensar a tragédia de todo um país em cenas comoventes e divertidas. [...] Todos os que pensam não gostar de quadrinhos ou que só gostam dos de Art Spiegelman devem ler Marjane Satrapi." - The Independent
"Um dos mais saborosos exemplos de um explosivo gênero pós-moderno: a autobiografia em quadrinhos." - NYT Book Review
"Engenhosa contadora de histórias, Satrapi é também uma fantástica artista dos quadrinhos." - Salon.com
"Marjane Satrapi é capaz de condensar a tragédia de todo um país em cenas comoventes e divertidas. [...] Todos os que pensam não gostar de quadrinhos ou que só gostam dos de Art Spiegelman devem ler Marjane Satrapi." - The Independent
Lançamento Cia das Letras
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