Venho de muitos caminhos
comprimida
por razões maiúsculas
Venho de muitos caminhos
de muitas praias
de muitas praias
de muito amor ancorado
numa dor estranha
como se houvesse um eu
sempre fora de mim.
Sou a última testemunha que não vi
o desastre , andar-me por rota vaga
sem encontrar meu topo.
No meu templo
os círios armam as ogivas sírias
e meu sacerdote tirou licença
para plantar saudade.
No meu templo
plantadas nas paredes minhas
Mas preciso, urgentemente,
de jaculatórias novas
para dizer o que não sei.
As cores decoram meu templo
descaradamente
esmaecendo sem pressa
assim como a palavra
es-ma-e-cen-do...
bem devagar
vagando aqui por dentro.
Venho de muitas gerações burguesas
que olham o relógio
como se houvesse hora
para matar ou morrer
Venho de muitos vires
De um sentir por dentro
{há tanto tempo}
Que já se tornou vício
Myrtha
{fim dos manuscritos}
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