As
comemorações do aniversário de 322 anos de Curitiba trazem de volta
para a cidade uma das principais referências da poesia curitibana. A
Feira do Poeta, localizada no Largo da Ordem, retoma suas atividades
depois de doze anos, voltando a ser um ponto de encontro de autores e
leitores. A reabertura será neste domingo (29), a partir das 10h, com a
presença de muitos poetas, lançamento de livros e outras atrações.
Unidade da Fundação Cultural de Curitiba, a Feira do Poeta ocupará o
mesmo espaço onde, durante mais de três décadas, revelou talentos e
contribuiu para divulgar a produção poética. “A reabertura desse espaço
tão simbólico é a recuperação da história da poesia de Curitiba. É um
patrimônio cultural que está sendo resgatado pela Fundação e pelos
artistas“, diz o presidente da FCC, Marcos Cordiolli. A Feira
se integra a outras iniciativas de apoio à poesia, como os encontros
“Cutucando a inspiração”, que acontece no Teatro Universitário de
Curitiba – TUC, e os Saraus Populares promovidos em espaços comunitários
de toda a cidade.
A Feira do Poeta funcionará durante a semana e aos domingos, oferecendo
mais esta opção cultural para os freqüentadores da Feira de Artesanato.
De acordo com Luiz Carlos Brizola, que coordenará as atividades, num
primeiro momento a Feira não fará impressão de versos em prensas
tipográficas, como fazia antigamente, mas haverá uma programação intensa
para atrair e congregar o maior número de autores e admiradores de
poesia – encontros, lançamentos, declamações e performances. Também será
montada no local uma biblioteca especializada.
Na reabertura estarão alguns dos poetas da “velha guarda”, assim
denominados por serem frequentadores assíduos do espaço desde os
primeiros tempos – Eulga Berger, Regina Bustolim, Orlando Wochikosvski,
José Marins, Paulo Valim, Batista de Pilar, entre outros. Outra atração
será a execução do hino nacional com berrante, por Sinval Silveira
Pinto.
História –
Oferecer aos poetas a chance de publicar suas produções foi o principal
motivo da criação da Feira do Poeta, inaugurada em 1º de dezembro de
1981. Inicialmente a Feira funcionava durante a semana no Centro de
Criatividade e aos domingos a impressora tipográfica manual era
transportada para o Largo da Ordem. A partir de 1983 passou a funcionar
na Casa Romário Martins. Em1989 ocupou a casa nº 108 da Rua Claudino dos
Santos, aberta para o calçadão, e no ano seguinte ganhou sede própria,
num imóvel ao lado da Casa Romário Martins.
O equipamento tipográfico, doado à FCC pela Fundepar, durante todos
aqueles anos foi utilizado como uma opção barata para que poetas
pudessem imprimir suas produções. O jornalista e crítico Aramis Millarch
comentou na época “a feliz ideia” de instalar no espaço democrático da
feira de artesanato uma prensa tipográfica que possibilitava aos poetas
terem seus trabalhos impressos na hora, à sua frente e, o que é
fundamental, sem maiores despesas.
“Dezenas
de poetas – desde nomes consagrados nas academias tupiniquins como
Vasco Taborda e Leopoldo Scherner – até os mais rebeldes e contestadores
jovens garotões de barbas cerradas e meninas de blusas transparentes e
calças jeans que parecem nunca terem saído de seus corpos, mas todos
unidos pelo amor à palavra e à poesia, estão se encontrando na Feira do
Poeta”, descreveu o crítico em sua coluna Tablóide (edição 31/12/1981).
“Rabisque
Poesia”, “Pise Poesia” e “Varando a Noite” foram alguns dos projetos
desenvolvidos na Feira do Poeta, além das programações permanentes de
lançamentos e recitais de poesia que aconteceram até 2003, quando suas
atividades foram incorporadas por outros programas literários da
Fundação Cultural.
Serviço:
Reabertura da Feira do Poeta
Largo da Ordem, ao lado da Casa Romário Martins
Data e horário: 29 de março de 2015, às 10h.
Programação: lançamentos de livros e recitais de poesia.
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