Sobre o artista
De segunda a sexta, das 10h às 18h; sábado, das 10h às 14h
Telefone: (11) 3882-7120/ 3051-2311
Willys de Castro, Estudo, óleo sobre tela, 35x35cm, 1974
A Galeria Almeida e Dale apresenta, de 26 de março a 30 de abril, a exposição Willys de Castro – Múltipla Síntese.
Com curadoria de Denise Mattar, a mostra reúne 35 obras de diferentes
fases, revelando o percurso de um dos mais instigantes artistas
brasileiros.
Willys de Castro vivenciou integralmente o ideal da vanguarda do pós-guerra, realizando
uma verdadeira síntese das artes. Mais conhecido por seu trabalho em
artes plásticas, trabalhou também com música, poesia, design,
cenografia, figurino e, em todas essas atividades, teve uma produção de
excelência.
A
exposição pincela a multiplicidade do artista e reúne algumas obras
raras, realizadas entre 1949 e 1952, nas quais a figuração se entrelaça
em superposições de cores e ritmos geométricos. Apresenta ainda um
conjunto de trabalhos realizados entre 1956 e 1958, nos quais o artista,
em pleno envolvimento com o Concretismo, realiza obras de estrutura rigorosa, cores puras, planos ortogonais, efeitos óticos e proximidade com o design gráfico.
A criação dos Objetos Ativos
marca o momento no qual Willys de Castro se destaca como um dos mais
inovadores artistas brasileiros, e que atualmente desperta a atenção da
crítica internacional por sua originalidade e ineditismo. Entre os Objetos Ativos
apresentados na mostra, está a obra pertencente ao acervo do MASP –
Museu de Arte de São Paulo, que, datada de 1959, é um dos mais
impactantes trabalhos desse período.
Willys de Castro – Múltipla Síntese
exibe também outras produções, como um cartaz-poema da década de 1960;
estudos preparatórios, nos quais é possível acompanhar a complexidade do
pensamento do artista; e a música Policromos, composta por Willys de Castro em 1951. Completam a exposição os Pluriobjetos, que o artista realizou em metal, nas décadas de 1970 e 1980, e que ampliaram as experiências propostas pelos Objetos ativos.
A melhor definição sobre os Objetos Ativos, que encarnam o conceito paradoxal de Múltipla Síntese, proposto pela curadora, foi dada pelo próprio artista e pode ser estendida a toda a sua obra:
“Tal
obra, realizada com o espaço e seu acontecimento, ao penetrar no mundo,
perturba-o e, pelo seu surgimento, deflagra uma torrente de fenômenos
perceptivos e significantes, cheios de novas revelações, até então
inéditas nesse mesmo espaço.(...) Contendo eventos dentro do seu próprio
tempo – iniciados, transcorridos, findados, reiniciados etc. – e ali
demonstrados clara, fluentemente e indefinidamente, ele inaugura-se no
mundo como um instrumento de contar a si próprio.”
Formado em química, Willys de Castro (Uberlândia MG 1926 - São Paulo SP 1988)
trabalhou como desenhista técnico e começou a pintar em 1948, já
revelando interesse pela abstração. Em 1954, fundou, com Hercules
Barsotti, o Estúdio de Projetos Gráficos, em que atuou intensamente por
10 anos e estabeleceu uma nova visualidade no design gráfico brasileiro.
Trabalhou como figurinista e cenógrafo para o Teatro de Arena e Teatro
Cultura Artístico, recebendo, em 1957, o prêmio da Associação Paulista
de Críticos Teatrais. Participou e atuou como barítono no movimento Ars Nova, dirigido pelo maestro Diogo Pacheco, que dedicava-se
à revelação de uma música pouco conhecida – tanto clássica quanto
contemporânea. Em 1957, num feito inédito, Willys de Castro produziu
as partituras de verbalização para poemas concretos de Augusto e
Haroldo de Campos, Ferreira Gullar e Décio Pignatari, apresentados pelo
Ars Nova, no Teatro Brasileiro de Comédia, no 1o Recital de Poesia
Concreta do país. Em 1958, filiou-se ao movimento neoconcreto carioca e
surpreendeu o circuito de arte com seus Objetos Ativos que romperam a superfície bidimensional da tela como suporte para a pintura. Participou da mostra Konkrete Kunst,
organizada por Max Bill, em Zurique, em 1960. Foi um dos fundadores da
Associação Brasileira de Desenho Industrial e da Galeria de Arte Novas
Tendências, que reuniu os concretos paulistas, a partir de 1963. Entre
1966 e 1967, projetou estampas para tecelagem, e a partir dos anos
setenta fez experiências com o metal e madeira, criando os Pluriobjetos.
WILLYS DE CASTRO – Múltipla Síntese, na galeria Almeida e Dale
Visitação: De 27 de março a 30 de abril de 2015
Rua Caconde 152, 01425-010, São Paulo SP
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