quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Mandrágoras, Clínica Psicanalítica: Freud e Winnicott


Mandrágoras, Clínica Psicanalítica: Freud e Winnicott

de Sérgio de Gouvêa Franco

com a colaboração de Manoel Tosta Berlinck e Karin Hellen Kepler Wondracek


SELO: PSI



ANO:2014

FORMATO:16 cm x 23 cm

PÁGINAS:180

ACABAMENTO:brochura


“Mandrágoras, Clínica Psicanalítica: Freud e Winnicott” – publicado pela Primavera Editorial, no selo PSI – traz o trabalho psicanalítico de Sérgio de Gouvêa Franco, reunindo pensamentos e práticas clínicas a partir das obras de Freud e Winnicott . A obradestina-se a pessoas interessadas em fazer uma clínica bem fundamentada e conta com a colaboração de Manoel Tosta Berlinck e Karin Hellen Kepler Wondracek.

Na peça Romeu e Julieta de William Shakespeare, mandrágora aparece como o medicamento tomado por Julieta para se passar por morta. Trata-se de uma planta à qual se atribui propriedade medicinal, além de efeito analgésico, alucinógeno e afrodisíaco. Em Mandrágoras, Clínica Psicanalítica: Freud e Winnicott, a mandrágora no título é um recurso de referência a sentimentos fundamentais do ser humano – sentimentos presentes na literatura e que, em grande medida, sustentam a nossa cultura. Mandrágora evoca poesia, amor, prazer, busca por cura e esperança de que, de algum modo, esses atributos se concretizem em nossas vidas. Freud reconhecia que poetas conheciam melhor a alma humana do que cientistas e filósofos.

A soma de histórias e análises do livro retrata a clínica dos autores, formando uma obra que dialoga com o pensamento contemporâneo. “O livro apoia-se, sobretudo, no pensamento de Freud e de Winnicott, e destina-se às pessoas interessadas em fazer uma clínica atual com uma reflexão bem fundamentada. Com uma escrita marcada pela clareza, a obra serve não apenas à Universidade, como também a um público mais amplo”, detalha Sérgio de Gouvêa Franco, um dos autores.


Mandrágoras, Clínica Psicanalítica: Freud e Winnicott é composto por artigos e textos, em grande parte publicados em periódicos de grande prestígio científico. A coletânea está dividida em duas: na primeira parte, estão reunidos os artigos embasados na psicanálise freudiana; a segunda é inspirada em Winnicott. Mas a divisão não é rígida. Freud está na segunda parte e Winnicott na primeira, além de Lacan e Fédida, entre outros. Ao todo são dez artigos já publicados em periódicos como Revista LatinoAmericana de Psicopatologia Fundamental, Revista Estudos de Religião, Pulsional Revista de Psicanálise e Revista Ágora Estudos em Teoria Psicanalítica.

Segundo Sérgio de Gouvêa Franco, o livro Mandrágoras colocaem interação, sem preconceitos e de forma rica, a psicanálise, a filosofia e a religião. O resultado é um conjunto de ensaios cheios de paixão e rigor, que avançam por territórios do desejo e da criatividade. Um estudo de caso, por exemplo, explora a somatização. O nome do artigo é aDor saindo pela pele. Em trabalho sobre o caso Dora de Freud, por outro lado, apresenta-se a origem da feminilidade a partir da identificação/apaixonamento da jovem Dora por um homem e uma mulher (um casal). O autor salienta que um dos destaques da obra é a cuidadosa recuperação de um inédito caso de Freud. Gouvêa Franco se refere ao caso AB, garimpado na correspondência mantida entre Freud e Pfister.







TRECHOS DO LIVRO






“Sérgio de Gouvêa Franco e eu dialogamos há anos no contexto dos

trabalhos da Psicopatologia Fundamental. Nosso diálogo passa pela

psicanálise freudiana, pela religião, pela filosofia, pela educação superior

e pela pesquisa. Quando Sérgio traz reflexões sobre a psicanálise de

Winnicott, escuto. Reconheço no que diz um profundo estudioso do

famoso psicanalista inglês.



Nosso diálogo é sempre uma aventura do espírito e creio ser isso o mais

atraente nas conversas que mantemos. Além de ser um erudito, um

filósofo que conhece muito bem a epistemologia da ciência, Sérgio é um

pensador refinado, sempre sugerindo questões para nossas convicções,

sempre chamando atenção para nossos preconceitos. Possui, também,

um aprimorado sentido de realidade.



Sinto-me honrado e orgulhoso por ser coautor desta obra, que é,

principalmente, de Sérgio. Examinando o livro, fiquei impressionado com

a qualidade da escrita de Sérgio. Os temas abordados são claramente

clínicos, falam de um psicoterapeuta e de um pesquisador, combinação

que define o psicanalista. Os temas tratados são pertinentes e relevantes

para a clínica e enriquecem o leitor.” Manoel Tosta Berlinck



Página 45

“(...) Chegamos então ao centro do argumento freudiano. A neurose obsessiva oculta algo dentro de si: há sempre a repressão de um impulso pulsional, um componente da pulsão sexual represado. Impulsos sexuais infantis sucumbiram posteriormente à repressão. A neurose obsessiva nada mais é do que uma formação psíquica reativa, uma defesa contra esse impulso preso no inconsciente. A influência dessa pulsão é vivida pelo paciente como uma tentação que gera medo e angústia.”



Página 58

“(...) Cabe à psicanálise uma tarefa legítima e necessária de apontar os componentes propriamente neuróticos da religião. As relações da religião com o desejo e com o ódio precisam ser decifradas para além de toda dissimulação. É preciso que fique claro também que sua tarefa é, sobretudo, clínica, ou seja, a psicanálise da religião se limita a investigar as representações religiosas – as práticas, os investimentos, as

renúncias a ela associadas.”



Páginas 65 e 66

“(...) Em meio à crise dermatológica do fim do relacionamento com C. A., [Nancy] resolve trocar de dermatologista. Procura uma médica de renome. Poucas vezes chega ao consultório tão destruída como depois da consulta com a tal dermatologista. A médica a trata com rispidez, acusa-a de coçar as feridas, é agressiva. Ela não se defende. Boa dermatologista, péssima médica – penso eu. Nancy chega à sessão como quem foi atropelada por um caminhão, violentada. Interpreto sua busca não apenas por uma médica dermatologista. Anuncio uma crítica a uma medicina divorciada do paciente, com a qual ela concorda. Não seria uma busca de uma

mulher como referência? Não seria uma busca de acolhimento materno?”



Páginas 157 e 158

“(...) O que sabemos é que, aos poucos, à medida que o bebê cresce, a mãe vai se discriminando do bebê e deixando de promover essa adaptação tão completa e perfeita às necessidades de seu filho. Aos poucos, o bebê vai descobrindo que o mundo existe antes e apesar de suas necessidades. Quando ele tem uma boa experiência de onipotência no início da vida, suporta mais tarde a frustração de sair do centro do mundo. Como um dia achou que criou o mundo, conseguirá aceitar depois que o mundo já estava lá antes dele. Trata-se do árduo trabalho rumo à realidade. Se tudo der certo, o bebê fará a passagem de um mundo subjetivamente concebido para a realidade objetivamente percebida e socialmente construída.”



FICHA TÉCNICA







 OS AUTORES




Sérgio de Gouvêa Francoé psicanalista com prática clínica em São Paulo. Doutor pela Unicamp, é membro de várias instituições psicanalíticas como o Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e a Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental. O psicanalista é autor de vários artigos, livros e capítulos de livros. É um dos autores do livro O eu em ruína, publicado pela Primavera Editorial em 2010. Manoel Tosta Berlinck é sociólogo e psicanalista, Ph.D. pela Cornell University, professor da PUC-SP e Presidente da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental. Autor de livros e numerosos artigos, foi diretor por muitos anos da Editora Escuta e Livraria Pulsional. Karin Hellen Kepler Wondracek é psicanalista e doutora pela EST. É autora de livros e diversos artigos, publicados no Brasil e no exterior.


Lançamento da
PRIMAVERA EDITORIAL

 

Com a proposta de ser uma “butique de livros”, a Primavera Editorial estimula o hábito da leitura com conteúdos prazerosos, inteligentes e instrutivos. Investir em novos autores nacionais e estrangeiros tem sido uma das estratégias adotadas pela editora. Com diferentes linhas editoriais como romances históricos e sociais, ficção brasileira e estrangeira e romances policiais, as obras editadas são associadas à inovação e ao pioneirismo dos conteúdos, além da qualidade da produção gráfica. A Primavera Editorial é presidida por Lourdes Magalhães. www.primaveraeditorial.com

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