Estreia Nacional da Peça
RETRATOS FALANTES
Dia 6 de junho, no Tucarena
Peça reúne 2 monólogos escritos em 1987
pelo consagrado autor inglês Alan Bennett.
Com: Brian Penido e Zécarlos Machado,
ator da consagrada série Sessão de Terapia, exibida no GNT.
“...confirma Brian Penido Ross e Zécarlos Machado
como intérpretes superiores.
São dois solos executados com a sutileza que iluminam
a arte e o ofício de representar. Histórias soturnas,
mas que não chegam a afugentar o público.
São acontecimentos cotidianos envoltos no mistério
entre Freud e Kafka. Sexo irrealizado e caso de polícia e psicanálise
são os pontos centrais dos enredos.”
Crítica de Jefferson Del Rios - Especial para O Estado de S. Paulo
Íntegra da crítica no final do release
Brincando com Sanduíche
Zécarlos Machado ficou conhecido do grande público
como Théo, o psicólogo do seriado
“Sessão de Terapia”, do canal GNT.
Neste monólogo, ele sai do papel de terapeuta
para encarar um personagem
que sofre de desordem de personalidade,
escondida por sob a capa de um pacato homem de família,
que trabalha em um parque.
Por este trabalho ele foi indicado ao prêmio
A.P.C.A. (Assoc. Paulista de Críticos de Arte ) de 2013.
Zécarlos Machado ainda recebeu os prêmios:
melhor ator pelo filme AÇÃO ENTRE AMIGOS de Beto Brant no 26.th INTERNATINAL FESTIVAL DE CINEMA DE CHICAGO
melhor
ator pelo filme EU RECEBERIA AS PIORES NOTÍCIAS DE SEUS LINDOS LÀBIOS
de Beto Brant no Festival INTERNATIONAL DE CINEMA DO AMAZONAS, no
Festival de CINEMA DE ANÀPOLIS e o
PRÊMIO FIESP.SESI SÃO PAULO.
Em 2013 foi eleito uma das 100 PERSONALIDADES
mais influentes de 2013 pela REVISTA ÉPOCA.
Atuou na consagrada peça DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA.
Fritas no Açúcar
Com humor cáustico, Brian Penido interpreta um solteirão
que opta por agradar a mãe, e assim deixar de viver.
O monólogo transita entre a
fronteira da saúde mental e a dubiedade sexual.
“Retratos
Falantes” é uma coletânea de monólogos escritos em 1987 pelo consagrado
autor inglês Alan Bennett, para a BBC de Londres. Devido ao grande
sucesso do programa, estes textos acabaram adaptados para o palco pelo
próprio autor.
A
peça reestréia no dia 6 de junho, no Tucarena, e cumpre temporada até o
dia 6 de julho, com espetáculos as sextas e sábados, ás 22h, e
domingos, às 19h.
“Os
personagens de Bennett são pessoas comuns, quase invisíveis, que,
muitas vezes, podem estar ao nosso lado. Não são aquelas que estamos
habituados a ver nas revistas de fofocas e de celebridades, nem os
marginais que povoam as folhas dos jornais. São retratos de figuras
anônimas que podem estar no nosso convívio”, comenta Eduardo Tolentino
de Araújo, diretor do espetáculo.
Serviço:
RETRATOS FALANTES, de Alan Bennett (1934)
Direção - Eduardo Tolentino de Araújo
Elenco – Brian Penido e Zécarlos Machado
Temporada: de 6 de junho a 6 de julho de 2014
Espetáculos: sextas e sábados, às 22h, e domingos às 19h
Ingressos: R$ 50,00 / R$ 25,00 meia
Classificação: 14 anos
Duração: 80 minutos
Capacidade: 300 lugares
Local: Tucarena
Rua Monte Alegre, 1024 - Entrada pela Rua Bartira
Rua Monte Alegre, 1024 - Entrada pela Rua Bartira
Ingressos: pela Internet: www.ingressorapido.com.br / tel: 4003.1212
Bilheteria do Teatro: Horário de atendimento:
Terça a domingo, das 14h às 20h
Formas de Pagamento: dinheiro ou Amex, Aura, Diners, Hipercard,
Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Eletron
Valet
apenas sábados e domingos R$20,00/ Estacionamento conveniado Pier Park
Estacionamentos - Rua Monte Alegre, 835 - R$14,00 (Valor válido somente
mediante a apresentação
de ingressos das peças em cartaz no TUCA)
RETRATOS FALANTES
Espetáculo estreou no verão de 2013
Ficha Técnica:
Autor - Allan Bennett
Tradução - Clara Carvalho
Direção - Eduardo Tolentino de Araújo
Elenco: Brian Penido - Fritas no Açúcar
Zecarlos Machado - Brincando de Sanduíche
Cenário e Figurinos - Lola Tolentino
Iluminação - Nelson Ferreira
Crítica de Jefferson Del Rios - Especial para O Estado de S. Paulo
No início do filme M, O Vampiro de Dusseldorf,
de Fritz Lang, uma figura masculina, assobiando, aproxima-se de uma
garotinha. O local e a intensidade da fotografia prenunciam o que irá
acontecer. Realizado em 1931, com Peter Lorre, o filme é um clássico
conhecido. Meio século mais tarde, o inglês Alan Bennett retorna não
exatamente ao tema, mas às circunstâncias de vida fora da sanidade ou
alegria.
Divulgação
Zécarlos Machado em cena do espetáculo
Escreveu monólogos para a televisão e vários deles chegaram ao palco como Retratos Falantes,
que o grupo Tapa transformou em exercício cênico que confirma Brian
Penido Ross e Zécarlos Machado como intérpretes superiores.
São
dois solos executados com a sutileza que iluminam a arte e o ofício de
representar. Histórias soturnas, mas que não chegam a afugentar o
público. São acontecimentos cotidianos envoltos no mistério entre Freud e
Kafka. Sexo irrealizado e caso de polícia e psicanálise são os pontos
centrais dos enredos. Outro é a velhice e seu cortejo de misérias.
Flashes da contemporaneidade que está no vizinho ao lado ou batendo à
porta de qualquer um.
No
primeiro movimento deste dueto da solidão humana, um solteiro maduro
cuida da mãe, em avançada senilidade, que se compraz em insinuar a
homossexualidade dissimulada do filho. No segundo, o jardineiro de um
parque revela submissão que parece ser penitência ou luta silenciosa
contra algum obscuro mal secreto.
O
texto, ou tradução, não explicita a geografia onde transcorrem essas
vidas cinza e anônimas, mas paira no ar que estamos na Europa dos
invernos, do individualismo frio, de terras onde as pessoas não se
tocam. É no fundo de um lado do Reino Unido não tão grandioso (quem
entrou em um pub na periferia de Londres sabe a distância entre as
casinhas tediosamente iguais e úmidas dos subúrbios e as cerimônias de
Buckingham). Mas a mesma vida pequena transcorre em minúsculos
apartamentos paulistanos.
Alan
Bennett nasceu em 1934, logo, teve sua adolescência no pós-guerra do
racionamento do governo Clement Attlee e chegou ao estado neoliberal
duro construído por Margaret Thatcher. Parecem histórias alheias, mas a
economia é um processo global a criar por todo lado tipos opostos entre o
dinheiro fácil e os dependentes de atendimentos públicos.
Além
da questão financeira, há a psicologia, os estados de alma, as
neuroses, o fracasso. É este recanto da existência que o escritor
descreve. Não fica claro se é só humor negro ou audaciosa autoironia
colocar uma senhora de 72 anos como anciã quase demente. Nem todos
conseguem o atletismo de um Rolling Stone, mas o fato é que Mick Jagger
tem 70 anos (Bennett, 79).
Esta
dramaturgia de estrutura radiofônica ou closes de televisão requer
pouco cenário e efeitos técnicos. Precisa de bons atores e eles estão
presentes. O diretor Eduardo Tolentino acertou no uso de um espaço
semivazio, onde uma iluminação mais elaborada daria mais força a esses
retratos em preto e branco. Acerta plenamente no clima geral do
espetáculo ao se manter em sintonia com o escritor e evitar o melodrama.
Nesta linha, Brian e Zécarlos constroem tipos antológicos com subtextos
nos olhares e gestos mínimos, sobretudo os de provável caráter sexual. O
primeiro fala pelo seu personagem e imita os trejeitos dos que o
cercam. O mesmo faz o segundo do servilismo assustado do seu papel de
pobre solitário à imitação dos gestos de uma criança ou ao tom de voz
nas sondagens matreiras do chefe.
Alan
Bennett, neste contexto, faz sentido no repertório do Tapa, que usa
textos americanos e ingleses sem esquecer outras culturas. O roteiro de
trabalho da equipe prevê futuras leituras dramáticas da nova dramaturgia
de Portugal e a possível encenação do polonês Witold Gombrowicz, autor
da extraordinária peça Ivone, Princesa de Borgonha. Está aí a razão de Retratos Falantes, além de suas qualidades literárias, ser outro acerto na caminhada do grupo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário