Michael Pollan discute a ética da alimentação na Flip 2014
Ativista
e escritor une política, literatura e ciência em sua cruzada contra a
era da comida industrial. “A refeição familiar é o berçário da
democracia”
“Coma
comida. Principalmente plantas. Não muito.” Com seu estilo direto, o
premiado escritor e ativista norte-americano Michael Pollan, autor
convidado da Flip 2014, discute em seus livros as implicações políticas e
éticas de cada refeição que fazemos.
A
Flip 2014, que homenageia o escritor e cartunista Millôr Fernandes
(1923-2012), será realizada entre os dias 30 de julho e 3 de agosto, em
Paraty. Além de Pollan, o ficcionista israelense Etgar Keret também está
confirmado na programação principal.
Pollan fez fama com suas campanhas contra a junkie food, a agricultura predatória e o agronegócio, que contribuem para a degradação da alimentação na vida moderna.
“Não
coma nada que a sua avó não reconhecesse como comida”, diz uma de suas
bem-humoradas “regras da comida”. “Não é comida se entrou pela janela do
carro”, diz outra. Em O dilema do onívoro, As regras da comida e Em defesa da comida,
publicados pela Intrínseca, Pollan faz verdadeiros manifestos em favor
de um retorno à alimentação saudável, numa reação na era da comida
industrial.
Política,
ciência e história se entrelaçam num prato de comida. “A refeição
familiar é o berçário da democracia”, escreve Pollan. “É onde ensinamos a
nossos filhos os modos para viver em sociedade. Ensinamos como
partilhar. Como esperar a sua vez. A argumentar sem brigar nem insultar
as outras pessoas. Eles aprendem a arte da conversação adulta.”
Conversar
à mesa e cozinhar a própria refeição, de preferência com amigos e
família, são para Pollan alguns dos gestos necessários para mudar a vida
nos EUA, país que ele chama de “a república dos obesos” (três em cada
cinco americanos estão acima do peso; um em cinco é obeso). No resto do
mundo não é diferente: segundo a ONU, em 2000 a população mundial de
obesos, então de um bilhão de pessoas, superou a de subnutridos, 800
milhões.
Em Cooked,
ainda sem título em português, que será lançado no Brasil pela
Intrínseca durante a Flip 2014, o território de investigações é a
própria cozinha do autor. Pollan narra as suas tentativas de executar
receitas clássicas a partir de um dos quatro elementos: do fogo de um
churrasco na Carolina do Norte, ao ar que faz crescer pães – e também as
bactérias e outros microrganismos que nos dão o queijo, a cerveja e
diferentes variedades de picles.
MICHAEL POLLAN
EM 5 DATAS
1955 Nasce em Long Island, Nova York
2001 Botany of Desire, sobre a experiência de cultivar seu próprio jardim
2006 O dilema do onívoro, sucesso de público e crítica
2010 As regras da comida. É indicado pela revista Time como uma das 100 pessoas
mais influentes do mundo
2013 Lança, nos EUA, Cooked, que será lançado no Brasil na Flip 2014. O Ministério
da Saúde do Brasil cria o Guia Alimentar para a População Brasileira, baseado
em seus livros.
POLLAN NA INTERNET
Site oficial: michaelpollan.com
Twitter: @michaelpollan
Fan page oficial no Facebook
Editora Intrínseca: intrinseca.com.br/site
ALGUMAS REGRAS DA COMIDA
1. Coma comida.
8. Evite produtos alimentícios com propaganda de propriedades saudáveis.
9. Evite produtos alimentícios que tenham no nome os termos “light”, “baixo teor de
gordura” ou “sem gordura”.
11. Evite alimentos que você vê anunciados na televisão.
15. Fuja do supermercado sempre que puder.
17. Só coma alimentos que tenham sido preparados por humanos.
18. Não ingira alimentos preparados em locais nos quais se exige que todo mundo use
touca cirúrgica.
CONHEÇA MICHAEL POLLAN
O dilema do onívoro – Uma história natural de quatro refeições. Trad. Cláudio
Figueiredo. 480 págs. Intrínseca, 2007
Em defesa da comida – Um manifesto. Trad. Adalgisa Campos da Silva. 272 págs.
Intrínseca, 2008
As regras da comida – Um manual da sabedoria alimentar. Trad. Adalgisa Campos da
Silva. 160 págs. Intrínseca, 2010
Quem faz a Flip
A
Casa Azul é uma organização da sociedade civil de interesse público,
que desenvolve projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, educação e
cultura. Desde as primeiras ações, mantém uma intensa relação com a
cidade de Paraty. A Flip e os projetos educativos permanentes –
Flipinha, FlipZona e Biblioteca Casa Azul - são algumas de suas
experiências que potencializam importantes transformações no território e
ajudam a melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens paratienses.
Patrocínio
A programação da Flip conta com o patrocínio oficial do Itaú e do BNDES e outros parceiros ainda em vias de confirmação.
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