A
Fundação Cultural de Curitiba promoveu nesta segunda-feira (16) o
último Papo de Classe do ano. Desta vez o tema foi o Patrimônio
Cultural. No encontro, que aconteceu no Solar do Barão, os 35
participantes debateram e tiraram dúvidas sobre a conservação de
acervos, o acesso a documentos e obras e a criação de uma Lei do
Patrimônio.
O
diretor de Patrimônio Cultural da FCC, Mauro Tietz, que conduziu o
encontro, disse que a existência do Museu é uma das exigências do
Sistema Nacional de Cultura, ao qual o município aderiu no início do
ano. Ainda não há, no entanto, um cronograma detalhado para sua
implantação.
Tietz
lembrou que o órgão vem fazendo, ao longo do ano, um grande diagnóstico
da situação patrimonial da cultura da cidade, através de uma série de
mapeamentos e inventários. “Isso está nos permitindo rever situações
internas e reordenar setores. Sempre priorizando o atendimento à
população”, afirmou.
Demandas
– A jornalista e pesquisadora Ana Carolina Caldas elogiou a inciativa
da FCC de realizar o encontro para o setor, e comemorou anúncios como o
Museu da Cidade e a Lei do Patrimônio, mas também cobrou a realização de
mais parcerias e lamentou a falta de editais para a área este ano. “Ao
se pensar em Política Pública de Cultura, memória, registro e
identificação deveriam ser o carro chefe”, lembrou.
Veio
da historiadora Tatiana Marchette a preocupação com uma Lei Municipal
de Patrimônio e se os setores de memória e história terão espaço para
opinar durante sua elaboração. Tietz lamentou que Curitiba ainda não
tenha essa lei, mas anunciou que sua elaboração está bem encaminhada e
que ela já deve começar a tramitar na Câmara Municipal no início de
2014, fase em que a participação popular será possível.
Já
o ilustrador Luiz Henrique ‘Judah’ se mostrou preocupado com a
conservação do acervo da Gibiteca, principalmente em relação a
exemplares raros que estão no local. Tietz esclareceu que o quadro geral
de conservação é de documentos e obras é crítico, mas que há um plano
mínimo de estancamento, a partir do que for identificado nos
levantamentos que estão sendo feitos. “E hoje temos, no poder central,
pessoas com consciência da situação e interesse para que situação se
modifique”, informou.
Participação
– Os primeiros encontros setoriais abertos foram realizados nos meses
de agosto e setembro e tiveram a participação de 434 artistas,
produtores e gestores. As maiores participações aconteceram nas reuniões
de música, que contou com a presença de 74 representantes, e a de
teatro, com 61. Foram discutidas questões específicas das áreas de
música, teatro, literatura, dança, artes visuais, audiovisual,
fotografia, circo e novas linguagens.
Os
debates serviram para que a FCC levantasse as principais demandas da
classe, ouvisse críticas e sugestões, com vistas às mudanças nas
políticas públicas culturais da cidade. Ao mesmo tempo, possibilitou que
a atual gestão da Fundação Cultural apresentasse os programas e avanços
feitos nos primeiros meses de gestão.
Para
Marcos Cordiolli o resultado foi positivo, pois estabeleceu o diálogo
entre a FCC e os artistas. “Propusemos um pacto com todos os segmentos
em benefício da cultura da cidade. A partir desse contato mais
aproximado, temos condições de construir juntos uma política cultural
que atenda os interesses dos artistas e da sociedade”, afirmou.
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