segunda-feira, 1 de abril de 2013

Almandrade - (gravuras, pinturas e múltiplos) - em Curitiba



Studio R. Krieger Galeria de Arte


Abertura 24 de março de 2013 às 10h.


R. Jaime Reis, 30 Curitiba, Pr.




A exposição com lançamento álbum de gravuras é a primeira individual
do artista em Curitiba representa uma síntese do trabalho desenvolvido
por Almandrade, dentro de princípios e critérios que vêm direcionando
sua opção estética por quase quatro décadas. -“Pensei em
elementarismo, despojamento, abecedarismo geométricos mas acabei por
optar pela ideia do nudismo abstrato, para tentar caracterizar a
postura e a impostação de Almandrade ante suas criações e criaturas
sígnicas que hesitam entre a bi e a tridimensionalidade, em duas ou
três cores, em duas ou três texturas”(Décio Pignatari, 1995). - A
coerência e o rigor em lidar com diferentes suportes, fazem de
Almandrade, um pensador que se utiliza desses suportes para produzir
reflexões, um autêntico representante de uma geração que surgiu na
década de 1970.


A proposta artística de Almandrade convida o espectador a pensar sobre
a própria natureza da arte. Depois da passar pelo concretismo e arte
conceitual nos anos 70, seu trabalho prossegue na busca de uma
linguagem singular, limpa, com um vocabulário gráfico sintético.
Aparentemente frias, suas construções estéticas impressionam pelo
rigor e pela leveza de suas concepções, marcadas pelo exercício de um
saber ao lidar com formas, cores, a matéria e o conceito. Provocam
emoções variadas conforme o ponto de vista do observador. Que ninguém
duvide: a economia de elementos e de dados não se dá por acaso,
configura uma opção estética, inteiramente coerente com a tendência a
síntese, ao traço essencial, ao quase vestígio. Um nada, cuja gênese
reside na totalidade absoluta. Assim também é a sua poesia.


Na série e no álbum de gravuras o editor e curador da mostra Lincoln
Reis foi o responsável pela seleção, com um olhar atencioso e
comprometido em registrar um processo de trabalho, mesmo que
sintético, direcionou para uma seleção de desenhos e pinturas
realizadas entre as décadas de 1970 e 2013, desenhos em preto e branco
cujos originais foram danificados devido as condições que foram
expostas numa Salvador ainda provinciana, que rejeitava a arte
contemporânea, trabalhos que se perderam no circuito da arte correio
dos anos de 1970 e outros recentes.


O trabalho de Almandrade, tanto pictórico quanto linguístico, vem se
impondo, ao longo de todos esses anos, como um lugar de reflexão,
solitário e à margem do cenário cultural baiano. Depois dos primeiros
ensaios figurativos, no início da década de 70, conquistando uma
Menção Honrosa no I Salão Estudantil, em 1972, sua pesquisa plástica
se encaminha para o abstracionismo geométrico e para a arte
conceitual. Como poeta, mantém contato com a poesia concreta e o
poema/processo, produzindo uma série de poemas visuais. Com um estudo
mais rigoroso do construtivismo e da Arte Conceitual, sua arte se
desenvolve entre a geometria e o conceito. Desenhos em preto-e-branco,
objetos e projetos de instalações, essencialmente cerebrais, calcados
num procedimento primoroso de tratar questões práticas e conceituais,
marcam a produção deste artista na segunda metade da década de 70.


Redescobre a cor no começo dos anos 80 e os trabalhos, quer sejam
pinturas ou objetos e esculturas, ganham uma dimensão lúdica, sem
perder a coerência e a capacidade de divertir com inteligência.



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Almandrade é o nome artístico de Antonio Luiz M. Andrade, Artista
plástico, poeta, arquiteto com mestrado em Urbanismo, pela Escola de
Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, é considerado pela
crítica como um pioneiro da arte contemporânea da Bahia., participou
de importantes mostras nacionais e internacionais como Bienal de São
Paulo. Experimentalista assumido, Almandrade vem se comprometendo com
a pesquisa de linguagens artísticas desde l972, onde ora se envolve
com as artes plásticas, ora com a literatura. Poeta da arte e artista
da poesia. Realizou mais de trinta exposições individuais em várias
capitais, autor do livro de poesia “Arquitetura de Algodão”, “Escritos
sobre Arte” e “Malabarismo das Pedras” (poesia). É um dos principais
divulgadores e crítico da arte contemporânea no Brasil. Ou melhor, um
defensor da arte como instrumento de pensamento e não entretenimento.



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Almandrade (Antônio Luiz M. Andrade)

Artista plástico, arquiteto, mestre em desenho urbano e poeta.
Participou de várias mostras coletivas, entre elas: XII, XIII e XVI
Bienal de São Paulo; "Em Busca da Essência" - mostra especial da XIX
Bienal de São Paulo; IV Salão Nacional; Universo do Futebol (MAM/Rio);
Feira Nacional (S.Paulo); II Salão Paulista, I Exposição Internacional
de Escultura Efêmeras (Fortaleza); I Salão Baiano; II Salão Nacional;
Menção honrosa no I Salão Estudantil em 1972. Integrou coletivas de
poemas visuais, multimeios e projetos de instalações no Brasil e
exterior. Um dos criadores do Grupo de Estudos de Linguagem da Bahia
que editou a revista "Semiótica" em 1974. Realizou cerca de vinte
exposições individuais em Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e
São Paulo entre 1975 e 1997; escreveu em vários jornais e revistas
especializados sobre arte, arquitetura e urbanismo. Prêmios nos
concursos de projetos para obras de artes plásticas do Museu de Arte
Moderna da Bahia, 1981/82. Prêmio Fundarte no XXXIX Salão de Artes
Plásticas de Pernambuco em 1986. Editou os livretos de poesias e/ou
trabalhos visuais: "O Sacrifício do Sentido", "Obscuridades do Riso",
"Poemas", "Suor Noturno" e Arquitetura de Algodão". Prêmio Copene de
cultura e arte, 1997. Tem trabalhos em vários acervos particulares e
públicos, como: Museu de Arte Moderna da Bahia e Pinacoteca Municipal
de São Paulo, Museu da Cidade (Salvador), Museu Afro (São Paulo),
Museu de Arte do Rio Grande do Sul).

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