Rafael Costa lança livro,
com noite de autógrafos e exposição das fotos
IMAGINÁRIO
Prefácio: Ferreira Gullar
Curadoria: Simonetta Persichetti
Trabalho foi selecionado para a
VIII Bienal Internacional de
Arte Contemporânea de Florença
“Ao contemplar suas fotos, temos a impressão de
que estamos diante de telas, não de fotos: de telas impressionistas
– ou expressionistas, em alguns casos.
E, no entanto, não se trata de um arremedo da pintura,
nada disso: é fotografia, na expressão exata da palavra;
ou, se se quer, uma “pintura”
que unicamente com a fotografia foi possível criar.”
Ferreira Gullar
O fotógrafo Rafael Costa, 48, lança o livro IMAGINÁRIO, com noite de autógrafos e exposição de 22 imagens, no dia 29 de novembro, às 19h, no Espaço Contraponto, na Rua Medeiros de Albuquerque, 55 – Vila Madalena.
Arquiteto de formação, Rafael Costa sempre esteve atento ao processo de composição de imagens e seus elementos gráficos. Transita entre a publicidade, onde atende as principais agências do país e aprendeu o domínio da técnica, e o trabalho autoral.
Já expôs na Pinacoteca do Estado de São Paulo e seu novo trabalho, IMAGINÁRIO, foi selecionado para a VIII Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença, na Itália, que acontece de 3 a 11 de dezembro de 2011.
Rafael Costa fez da fotografia um caminho para chegar até a pintura, sua grande paixão. As imagens que compõem IMAGINÁRIO são resultados de um trabalho de pesquisa e experimentação que se estendeu pelos últimos 20 anos em viagens ao redor do mundo. “Sempre fui movido pela questão meio impressionista de estar fora, estar em movimento”, fala Rafael, que já esteve no Peru, Nepal, Butão e Vietnam.
Algumas imagens foram captadas sem interferência do fotógrafo ou elaboração técnica. A maioria foi composta por reflexos de pessoas ou objetos na água ou resultam do processo singular de impressão fotográfica no verso do papel. A tinta, que não é absorvida, escorre lentamente oferecendo a possibilidade de “pintar com o olho”, como Rafael define seu trabalho pessoal.
“Nestas fotos as cores se afrontam, reagem umas sobre as outras, e entre elas. Atacam-nos de frente. Somos que assaltados por elas, escreve o artista plástico Sergio Fingermann sobre o trabalho do fotógrafo.
O prefácio do livro IMAGINÁRIO é assinado pelo poeta Ferreira Gullar, que aceitou o convite após ser apresentado ao trabalho de Rafael Costa (texto na íntegra no final do release). A curadoria é de Simonetta Persichetti, que tem trechos do ensaio sobre IMAGINÁRIO, reproduzidos abaixo:
“Como um poeta, Rafael Costa constrói suas imagens com métrica e rima... Sua fotografia é precisa, pensada, decidida... Rafael Costa se torna cúmplice dos lugares e das pessoas. Parece caminhar sem ser visto... De seus anos na publicidade aprendeu o domínio da luz, a construção perfeita... Durante 20 anos foi costurando sua história, tecendo seu imaginário visual e poético. Ao escolher uma técnica de ampliação que transformasse as imagens, que tirasse dela seu referencial mais direto, Rafael nos obriga a olhar... Cada vez que as observamos descobrimos novos detalhes, novos movimentos, novas formas de contar a mesma história. Inseridas nas preocupações contemporâneas, ao mesmo tempo, elas nos remetem às histórias mais antigas. Maestria de quem escolheu a fotografia como sua forma de expressão e nos apresenta agora um ensaio forte, delicado, moderno e ancestral, um mergulho no mundo onírico.”
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O livro IMAGINÁRIO faz parte da série “Educação do Olhar”, da BEI Editora. O objetivo da coleção é conduzir o leitor não-iniciado à descoberta da linguagem subjetiva da arquitetura, das artes plásticas, do cinema e da fotografia.
"IMAGINÁRIO"
de Rafael Costa
Lançamento do Livro
com noite de autógrafos
e exposição das fotos
Sobre a Exposição 22 imagens de Rafael Costa Abertura: dia 29 de novembro, às 19h Local: Espaço Contraponto Rua Medeiros de Albuquerque, 55 – Vila Madalena – São Paulo Data da exposição: de 29 de novembro a 10 de dezembro de 2011 Horário de visitação: de segunda a sexta, das 11h às 19h.
Sobre o Livro
Formato do livro: 26x 30cm
Numero de páginas: 94 paginas
ISBN: 978-85-7850-081-8
BEI Editora
rafael 1.jpgSobre o autor
Rafael Costa nasceu em 1963 em Ribeirão Preto - SP – Brasil. Graduado em Arquitetura pela Universidade Mackenzie em São Paulo, esteve desde sempre atento ao processo de composição de imagens e seus elementos gráficos – linhas, formas, movimento. Ainda como arquiteto, foi apresentado ao universo da cenografia publicitária através da Produtora TVC- Televisão e Cinema Ltda.
Dentro do cenário publicitário, encontrou na fotografia uma identificação maior: inicialmente na fotografia de cinema e logo em seguida na fotografia still. Em 1998 montou estúdio de fotografia, onde realiza seus trabalhos para grandes agências.
Em 2003 realizou sua primeira exposição com trabalho autoral (Bendito Fruto), na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Mais sobre o fotógrafo: www.rafaelcosta.com.br
Exibições:
· Bienal de Firenze – Itália, dez. de 2011
· Arte Brasiliana Anzio – Itália, dez. de 2010
· 21º Mostra Mercato d’Arte Moderna e Contemporânea, Padova- Itália, 2010
· “Como eu Vejo”- SP Arte ( Bienal / SP), 2010
· “Sete Pecados” - Galeria Monalisa (Paris/França), Jul de 2005
· “Sete Pecados” - Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo/Brasil), Set de 2005
· “Lês Inattendus” - Espace Charenton ( Paris/França), Nov de 2004
· “Bendito Fruto” - Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo/Brasil) Jan a Mar de 2003
Prêmios em Propaganda:
· “Mensagem” – FIAT – Leo Burnett Publicidade - FIAP 2010
· “ International Color Awards “
· Photography Masters Cup - Nominee in Advertising- 2009
· “200 Best Ad Photographers” -World Wide 2006/2007
· “TV magrinha” - Philips - 9º Prêmio de Propaganda O Globo 2005
· “ Polaroid TAM “ – TAM Airlines- Cannes Festival 2004
· “Divan Bench” – Museu de Arte Moderna de São Paulo
· One Show 2002
· Clio Awards 2002
· Clube de Criação 2001
· Pinnacle 2000/2001
· “River” – Honda Motorcycle
· Clube de Criação 2001
· Pinnacle 2000/2001
· “Einstein” – Hospital Albert Einstein - Cannes Festival 2000
A FOTO-PINTURA DE RAFAEL COSTA Ferreira Gullar
Costumo dizer que o cinema e a fotografia são as únicas artes tecnológicas que deram certo. O cinema, que é essencialmente a fotografia em movimento, usa a imagem como veículo de ação narrativa, em lugar de simplesmente buscar o movimento e os efeitos óticos, que a técnica fotográfica possibilita. Nasceu, assim, uma nova arte tipicamente desta nossa época: é ao mesmo tempo tecnológica e popular.
A fotografia surgiu como a possibilidade de fixar a imagem real. A pintura a imita; a fotografia a registra tal como ela é. E foi graças a isso que a fotografia mudou o rumo da pintura. O nascimento da fotografia coincide, por isso mesmo, com o surgimento do Impressionismo, início da revolução moderna que pôs fim ao realismo pictórico. Retratar a realidade passou a ser função da fotografia, não mais da pintura.
Não obstante, tampouco a fotografia se conformou em ficar limitada a essa função. Aos poucos surgiu entre os fotógrafos uma tendência a transfigurar a realidade e, como por ironia, a pintura, que havia sido levada pela fotografia a não mais copiar o real, era agora quem empurrava a fotografia a tomar rumo semelhante.
Essa relação entre pintura e fotografia está na origem mesma da aventura artística de Rafael Costa e de que resultou um modo próprio de usar os recursos da fotografia, não mais para simplesmente copiar o mundo exterior, mas para reinventá-lo.
Ele, desde cedo, quis ser pintor mas se tornou fotógrafo. Durante algum tempo, trabalhando na área da publicidade, realizava as idéias que lhe chegavam definidas para serem executadas. Mas o que ele queria era o contrário disso: o imprevisível, o que o levou a uma experiência talvez única na história da fotografia brasileira e cujos resultados estão neste livro belo e inusitado.
Assim foi que, decidido a fundir fotografia e pintura, terminou por inventar uma pintura outra, que só aos recursos da fotografia possibilitam. Como não é pintor, em vez de pintar com as mãos, valendo-se de pincel e tinta de bisnaga, ele se vale da máquina fotográfica e das possibilidades que a tecnologia criou. Ao contemplar suas fotos, temos a impressão de que estamos diante de telas, não de fotos: de telas impressionistas – ou expressionistas, em alguns casos. E, no entanto, não se trata de um arremedo da pintura, nada disso: é fotografia, na expressão exata da palavra; ou, se se quer, uma “pintura” que unicamente com a fotografia foi possível criar.
Não há dúvida também de que só mesmo um fotógrafo com alma de pintor inventaria o processo que Rafael Costa inventou para violentar a linguagem fotográfica e incutir nela certos efeitos próprios da pintura. Para consegui-lo, ao invés de imprimir a imagem na face do papel preparada para isso, imprime-a no verso dele, daí resultando uma imagem imprecisa, borrada, com a indefinição que a aproxima da pintura impressionista, paixão de Rafael Costa. A essa indefinição das imagens – que às vezes chega à deformação - acrescenta, em certos casos, uma intensa saturação cromática, quando deixa patente sua paixão pela cor e uma rara capacidade de usá-la expressivamente. Mas não se limita a isso: muitas vezes, em lugar de fotografar as coisas diretamente, fotografa-as refletidas na água, obtendo assim novos efeitos luminosos e cromáticos.
Desses procedimentos, a que acabo de me referir, parece-me inevitável concluir que Rafael Costa não pretende ser um fotógrafo, no sentido usual do termo, isto é, alguém que se vale da máquina fotográfica para captar imagens do mundo externo e fixá-la no papel. Ele não só desconsidera a imagem normal das coisas, como usa de todos os meios de que dispõe para eliminar dela tudo o que a identifique como coisa real, reconhecível como tal; quer, na verdade, torná-la imagem pictórica, isto é, algo que não se encontra no mundo real mas unicamente no mundo pictórico, em quadros como os de Claude Monet ou de Vincent Van Gogh.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
evento - Rafael Costa lança livro, com noite de autógrafos e exposição das fotos
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