segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A VIDA E A OBRA DE JOÃO DONATO NA CAIXA CULTURAL CURITIBA






Compositor e pianista acreano apresenta suas histórias e músicas em cenário intimista conduzido por Antônio Carlos Miguel, jornalista autor de sua biografia





A CAIXA Cultural Curitiba apresenta, de 20 a 22 de agosto, o espetáculo “João Donato: 60 anos de vida e obra”, que revela a história e a trajetória musical do compositor e pianista acreano, considerado o precursor da batida da Bossa Nova. No primeiro momento do espetáculo, o jornalista e crítico musical Antônio Carlos Miguel comanda um talk show em que Donato, ao piano, conta as suas histórias e das suas músicas. O segundo momento conta com a presença de dois dos melhores instrumentistas brasileiros e parceiros de João Donato nos palcos há 30 anos: Robertinho Silva e Luiz Alves, para uma representação musical destas narrativas.



João Donato, apontado por Nelson Motta como o principal responsável pela renovação da música brasileira, conta ao público detalhes de sua vida e de sua obra. Intimidades como a sensação da primeira apresentação em público e o que significa a primeira composição, dedicada a Nini, sua primeira paixão, são revelados neste espetáculo. “Minha inspiração vem geralmente de coisas da infância: das lembranças, dos carinhos, das saudades. São os retratos da infância que você guarda nos seus olhos”, revela João Donato. “Uma cenazinha que vale mais que uma fotografia das mais modernas. Tem muito a ver com a felicidade que se traz daqueles tempos. São fontes de inspiração maravilhosas.”, declama com o olhar distante. Além da vida pessoal, Donato conta sobre as associações com músicos americanos, cubanos, mexicanos, porto-riquenhos e com a antiga e a nova geração de compositores e intérpretes dos mais variados estilos, como Tom Jobim, Mongo Santamaria, Bud Shank, Emílio Santiago, Joyce, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Martinho da Vila, Fernanda Takai, Marcelo D2, Martinho da Vila, Arnaldo Antunes e muitos outros.



Há três anos debruçado sobre profunda pesquisa de documentos, imagens e tomada de entrevistas, Antônio Carlos Miguel, crítico do jornal O Globo, escreveu a biografia de João Donato. Antônio Carlos descobriu detalhes inusitados da vida de um músico que compõe o tempo inteiro. Um dos seus maiores sucessos, “Lugar Comum”, teria sido “capturado” (nas palavras de Donato) a partir do assovio de um canoeiro no rio Acre, ainda no começo da década de 40. “Veio uma canoa com alguém assobiando, fiquei tristonho com aquela melodiazinha. Aquilo me atingiu com mais intensidade, anos depois fui tocar e coloquei o nome de ‘Índio Perdido’”. Depois, Gilberto Gil colocou uma letra e renomeou a canção. "A letra de ‘Lugar Comum’ foi escrita em Itapuã, no verão, estimulada pela sensação boa de estar ali e de ali ser um lugar comum a tanta gente comum - pela idéia de comunidade. Os versos finais reafirmam minha obsessão com o eterno retorno, como sentido yin-yang da realimentação, do embricamento vida-e-morte e da polaridade dos contrários: a coisa de o um dar o dois, o dois dar o três, e o três dar tudo”, complementa o ex-ministro da Cultura, em seu site.



João Donato é compositor, pianista e arranjador com atuação internacional desde o final da década de 40. Tem um estilo musical indecifrável por pesquisadores e especialistas e definido como “batida donatiana” por músicos da cena carioca do Rio a Nova Iorque. Suas composições, arranjos e seu piano de toque refinado estão presente em gravações do mundo inteiro. Seu elenco de parcerias contempla Tom Jobim, João Gilberto, Roberto Menescal, Bud Shank, Marcos Valle, Norman Gimbel, Carlos Lyra, Mongo Santamaria, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Cazuza, Joyce, Marcelo D2, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes Fernanda Takai, entre outros. Suas músicas já foram cantadas pelos maiores intérpretes brasileiros, como Gal Costa, Leny Andrade, Angela Rô Rô, Zizi Possi, Nara Leão, Emílio Santiago, João Bosco, Marisa Monte e Arnaldo Antunes.



Antonio Carlos Miguel



Jornalista especializado em música há 35 anos, os últimos 17 no jornal "O Globo". Autor do livro "Guia de MPB em CD" (Jorge Zahar Editor, 1999), é membro votante da Laras (Academia Latina de Música, que organiza o Grammy Latino) e do conselho do Prêmio de Música Brasileira.



Robertinho Silva



Um dos músicos brasileiros mais significativos das últimas décadas, a arte de Robertinho Silva é tocar bateria e percussão. Carioca e autodidata, descobriu a potencialidade da bateria ainda menino e teve influência dos principais bateristas do Samba Bossa Nova (Edson Machado, Milton Banana e Dom Um Romão) e dos bateristas de Jazz norte americanos (Art Blakey, Philly Jo Jones, Elvin Jones, Tony Willians e Max Roach). Destacou-se com o grupo “Som Imaginario” junto de Wagner Tiso e Luiz Alves. E desde o início de sua carreira, no final dos anos 60, até hoje, participa de gravações e concertos com grandes nomes da música nacional e internacional. Há 30 anos atua na banda de João Donato.



Luiz Alves



Trabalhou com Paulo Moura e Egberto Gismonti. Em 1970, formou, com Wagner Tiso, Robertinho Silva, Tavito, Laudir de Oliveira e Zé Rodrix, o grupo Som Imaginário, com o qual acompanhou Milton Nascimento, Elis Regina e Fafá de Belém. Com o grupo, gravou ao vivo o disco "Milagre dos peixes", com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo. Em seguida, viajou para Los Angeles, onde atuou com Aírto Moreira, Hermeto Pascoal e George Duke, entre outros. Em 1978, participou do I Festival Internacional de Jazz de São Paulo e do Free Jazz Festival, ao lado de João Donato, com quem toca há 30 anos. Na década de 1980, atuou com Luis Eça e Robertinho Silva, formando O Triângulo. Ao longo de sua carreira, acompanhou, em shows e gravações, diversos artistas como Tom Jobim, Dori e Nana Caymmi, Gal Costa, Sivuca, Chico Buarque e Milton Nascimento, entre outros.


Ficha técnica



Direção Artística e mediação do talk show: Antônio Carlos Miguel
Piano e voz: João Donato
Bateria: Robertinho Silva
Contrabaixo: Luiz Alves

Serviço



Música: “João Donato: 60 anos de vida e obra”

Teatro da CAIXA
Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba
Data: de 20 a 22 de agosto
Horários: Sexta e sábado 21h e domingo 19h
Ingressos: R$20 e R$10 (meia – conforme legislação e clientes CAIXA) e 20% de desconto para o Clube do Assinante Gazeta do Povo
Bilheteria:(41)2118-5111(de terça a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, das 16 às 19h)
Classificação etária: Livre para todos os públicos

Lotação máxima do teatro: 125 lugares (02 para cadeirantes)

www.caixa.gov.br/caixacultural

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