quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

NA INTERNET, JORNAIS E REVISTAS QUE MARCARAM A IMPRENSA BRASILEIRA


Pesquisadores e estudantes têm acesso eletrônico e gratuito a
jornais e revistas que marcaram a história da imprensa no Brasil

Entre as páginas temáticas do novo site do Arquivo Público do
Estado de São Paulo (www.arquivoestado.sp.gov.br), está
Memória da Imprensa, que reconstitui momentos importantes dos
mais de 200 anos de história da imprensa no Brasil. É possível
acompanhar a trajetória da imprensa paulista e brasileira por meio
de uma seleção de periódicos do acervo da instituição, datados
entre 1854 e 1981. São 14 títulos de jornais e revistas de época.

O site Memória da Imprensa é constituído por micro coleções de
documentos do acervo da instituição que foram digitalizados e
disponibilizados na internet, acompanhados por narrativas que
situam cada periódico no contexto histórico nacional. A seleção dos
jornais e revistas revela as facetas variadas do jornalismo
brasileiro em momentos distintos da nossa história.

“Os pesquisadores poderão acessar desde publicações que
marcaram época, como a revista A Cigarra (1914-1975) e o jornal
Última Hora (1951-1971), até títulos menos conhecidos, como o
jornal sindical Notícias Gráficas (1945-1964) e o anarquista La
Barricata (1912–1913)”, diz Carlos de Almeida Prado Bacellar,
coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Estudantes, pesquisadores, interessados em história e jornalismo
também podem conhecer alguns fatos do cotidiano que foram
registrados pelos periódicos da época. Nas páginas do Diário de
Santos (1872-década de 1920), por exemplo, é possível saber
mais sobre o debate público ocorrido no início do século XX em
torno das deficiências do tratamento de esgoto na cidade. O jornal
acompanha as reivindicações da população e a implementação do
projeto de saneamento básico desenvolvido pelo engenheiro
Saturnino de Brito. Os canais de Santos, obra mais marcante do
projeto, são até hoje referência na cidade.

Com uma página que remete à diagramação de um jornal, as
coleções mais completas e consultadas pelo público ganharam
destaque especial e compõem as “manchetes” deste site.
Também é possível fazer download de algumas capas para utilizar
como papel de parede. O site será atualizado periodicamente, com
a inclusão de mais títulos e outros exemplares dos periódicos
atualmente disponíveis.

Um título de destaque é o jornal Última Hora, que revolucionou o
jornalismo brasileiro. Fundado em junho de 1951, o Última Hora
circulou até 1991, período em que ficou conhecido pela sua
participação no jornalismo popular da época e pelo apoio aos
governos de Getulio Vargas e João Goulart, envolvidos em causas
trabalhistas.

Outro título importante é o Movimento, periódico que liderou a
campanha pela anistia durante a ditadura militar. Lançado em
1975, como dissidência do Opinião, e fechado em 1981,
Movimento chegou a ter 3.093 artigos e 3.162 ilustrações
censurados pela ditadura. Sua atuação era centralizada na luta
pelas liberdades democráticas e pela anistia dos exilados e presos
políticos.

O diretor do Departamento de Preservação e Difusão do Acervo do
Arquivo Público do Estado, Lauro Ávila Pereira, explica o sentido da
página dentro do novo site da instituição: “Jornais e revistas
complementam e dialogam com a documentação oficial preservada
pelo Arquivo, inclusive precisando data e sequência dos
acontecimentos históricos. Esta página tem como objetivo divulgar
a nossa hemeroteca, que é uma das maiores do estado, e
corresponde a uma parte importante da memória pública que
preservamos aqui”.


Outros títulos disponíveis neste site são: as revistas O Malho
(1902-1954); Panóplia (1901-1935); Anauê! (1935); Vida Moderna
(1907-1925); Escrita (1975-1988), além dos jornais Lanterna
(1901-1935), Acção (1936), Germinal (1902–1913) e Correio
Paulistano (1854-1963), este último o primeiro diário da província
de São Paulo.

Acesse: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/memoria

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