Abertura da mostra e premiação: 24 de novembro, às 19h30
Visitação: de 25 de novembro a 17 de janeiro
A experimentação com o uso de materiais em mobiliário é um dos destaques do 23º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira (MCB), uma realização da Secretaria de Estado da Cultura, que neste ano contou com 576 inscrições e terá 56 peças em exposição, além de 13 trabalhos escritos. Os designers de produto Paulo Alves da Silva Filho e Luís Fagner Koga Suzuki criaram a cadeira Atibaia e, Paulo Roberto Ceschin Foggiato, a poltrona Bambu #5, a mesa Demoiselle e a cadeira Lapa, uma linha feita de laminados de bambu. A investigação dos designers e a excelência do resultado na qualidade das peças impressionaram o júri, que concedeu o primeiro lugar na categoria Mobiliário para os quatro produtos. O projeto expográfico da mostra será de Marcelo Ferraz.
Os critérios utilizados pelo júri foram os que sempre nortearam a premiação mais conceituada do design brasileiro, agora formalizados nos quesitos de originalidade, concepção formal, inovação tecnológica, adequação ao mercado, viabilidade industrial, qualidade e segurança, e proteção ambiental. Na categoria Trabalhos Escritos também foi levado em conta o resultado gráfico. “Além destes critérios, a comissão foi rigorosa na seleção dos participantes (apenas cerca de 10% dos inscritos), com o intuito de valorizar o conjunto exposto”, afirma Giorgio Giorgi Jr, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e coordenador do júri do 23º Prêmio Design MCB. “Procurou, também, levar em conta a relevância da escala de produção e consumo de alguns inscritos, entendidos como potenciais sinalizadores das casas de uma grande parte dos brasileiros”.
Para a diretora Geral do MCB, Miriam Lerner, o prêmio revelou “a intensa experimentação dos designers de produto em busca de novos usos para antigos materiais”. Giancarlo Latorraca, diretor Técnico do MCB, diz que “este ano a preocupação em fazer produtos que não tragam prejuízos para a natureza está acentuada e com resultados mais concretos”.
A estrutura da cadeira Atibaia é construída com delgados sarrafos, como se fossem galhos que se articulam, uma forma derivada das propriedades da madeira empregada. É feita em catuaba, madeira leve porém resistente por ter fibras longas. “A essa madeira raramente se atribui um uso mais nobre, como acontece com tantas espécies da flora brasileira, com qualidades que poderiam ser muito bem aproveitadas se estudadas e experimentadas como mereciam”, explicam Paulo Alves da Silva Filho e Luís Fagner Koga Suzuki. “O conforto que uma cadeira deve ter foi exaustivamente pensado, chegando ao requinte de ter os apoios de braços afinados por baixo para se encaixar na dobra entre os dedos e a palma das mãos”.
A linha de laminados de bambu mesa Demoiselle, a cadeira Lapa e a poltrona Bambu #5 são feitas de laminados de bambu, material sustentável, resistente e de baixo custo, até então pouco utilizado para a produção de mobiliário neste formato de compensado, que resulta em produto totalmente diferente dos tradicionais móveis de bambu. “Um projeto de linhas bastante simples e leves, uma solução bem atual”, define Paulo Roberto Ceschin Foggiato, que ao produzir os móveis com o material abre novas possibilidades para seu uso. Nos produtos resultantes da laminação do bambu, é particularmente interessante notar que a tecnologia desenvolvida possibilitou o resgate de soluções clássicas do universo do mobiliário em madeira laminada e pouco usuais no universo do mobiliário em bambu.
Na categoria Utensílios, o primeiro lugar foi para o cesto de compras Smarkt, desenvolvido pelo escritório Chelles & Hayashi Design e produzido com materiais não oxidáveis, fáceis de esterilizar e lavar. Recicláveis, são facilmente desmontáveis para descarte. Na categoria Iluminação, o designer de produto Fernando Prado ganhou o primeiro lugar com a luminária para apoiar na parede Lift, que tem um sistema de fixação pouco usual, visualmente leve. A cúpula, feita de madeira para dar uma difusão de luz numa tonalidade mais aconchegante, pode ser deslizada através de sua haste inclinada, para cima ou para baixo conforme o efeito de luz desejado.
A lavadora semi-automática Latina Rubi, desenvolvida pelos designers de produto Ronis Paixão, Paulo Aleixo Coli e Marcos Rocha, conquistou o primeiro lugar na categoria Equipamentos Eletroeletrônicos. Os designers Ana Lúcia de Lima Pontes Orlovitz e Luiz Moquiuti Morales ganharam o primeiro lugar na categoria Equipamentos de Construção com a torneira da linha Twin.
Na categoria Têxteis, os Colares Tubulares da designer Miriam Andraus Pappalardo, ganharam o primeiro lugar. Inspirados nos entrelaçamento de fios utilizados em algumas regiões da África, são uma releitura de uma técnica na qual inúmeras pequenas peças são agregadas, formando um outro “corpo/objeto”. Na categoria Equipamentos de Construção – Protótipos, o primeiro lugar foi para o Kit Brasil, desenvolvido pelos designers Regis Romera, Marco Antonio Araujo, e Paulo Aparecido de Morais, da Deca/Duratex. A cuba de material cerâmico possui uma geometria especial que proporciona ao conjunto uma otimização de 60% no número de componentes necessários à funcionalidade do lavatório, que dispõe de torneira com dispositivo arejador, capaz de economizar 30% de água em relação a uma torneira comum.
Em Trabalhos Escritos, o júri deu dois primeiros lugares na modalidade de trabalhos publicados: “Modernidade Verde. Jardins de Burle Marx”, de Guilherme Mazza Dourado, e “Nossa Bandeira”, de Joaquim de Salles Redig de Campos. Em trabalhos não publicados, o primeiro lugar foi para “Design sem fronteiras”, de Lara Leite Barbosa.
Além do coordenador Giorgio Giorgi Jr., o júri foi integrado por Ademir Bueno, André Vainer, Auresnede Pires Stephan, Cyntia Malaguti, Christian Ullman, Délia Beru, Fernando Mascaro, Guinter Parschalk, Ivo Pons, Luiz Antonio Jorge, Marcelo Rosenbaum, Maria Regina Marques, Marili Brandão e Monica Moura. Também participou o designer industrial mexicano Oscar Salinas, cuja vinda foi viabilizada pelo Centro Cultural da Espanha em São Paulo/Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. Para a análise dos trabalhos escritos, o júri contou com os pareceres de André Stolarski, Antonio Eduardo Pinatti, Evelise Grunow, Fabio Mestriner, Fernando Serapião, Maria Cecília Loschiavo dos Santos, Marina Chaccur, Mauro Claro e Rodrigo Vilalba.
Mais tradicional e independente premiação de design do país, patrocinada pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, neste ano o 23º Prêmio Design MCB recebeu inscrições dos seguintes estados: São Paulo (285); Rio de Janeiro (63); Paraná (53); Santa Catarina (39); Rio Grande do Sul (38); Minas Gerais (26). Do total de 576 inscrições, as demais vieram do Piauí, Pernambuco, Paraíba, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Distrito Federal, Bahia, Amazonas, Alagoas e Acre.
Os concorrentes foram distribuídos da seguinte forma em cada uma das oito categorias: Mobiliário, 203 inscrições e 106 em protótipo; Utensílios, 48 e 40 em protótipo; Equipamentos Eletroeletrônicos, 35 e 11 em protótipo; Iluminação, 31 e 20 em protótipo; Têxteis, 16 e 6 em protótipo; Equipamentos de Construção, 12 e 6 em protótipo; Equipamentos de Transporte, 5 e 5 em protótipo; Trabalhos Escritos, não publicados 19 e, publicados, 13.
Na mostra, também estará em exibição a peça vencedora do Concurso do Cartaz do 23º Prêmio Design MCB, realizado no primeiro semestre e que teve como vencedor o designer gráfico Ronaldo Alves dos Santos Filho. Outros seis cartazes foram selecionados para participar da exposição.
O 23º Prêmio Design MCB conta com o apoio do Centro Cultural da Espanha em São Paulo/Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, Imprensa Oficial, Leo Burnett, Associação Alameda Gabriel, Paralela Gift, site Arq!Bacana, Craft Design, 1º Salão do Acrílico e site Vitruvius.
Serviço:
Exposição: “23º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira (MCB)”
Abertura da mostra e premiação: 24 de novembro, às 19h30
Visitação: 25 de novembro a 17 de janeiro, de terça a domingo, das 10h às 18h
Site: www.mcb.org.br
Local: Museu da Casa Brasileira - Av. Faria Lima, 2705 - Tel. 11 3032-3727 Jardim Paulistano São Paulo
Ingresso: R$ 4,00 - Estudantes: R$ 2,00 Gratuito domingos e feriados
Acesso para pessoas com deficiência.
Visitas orientadas: 3032-2564 agendamento@mcb.org.br
Estacionamento: R$ 12,00 no dia da abertura; de terça a sábado até 30 min. grátis, até 2 horas R$ 8,00, demais horas R$ 2,00. Domingo: preço único de R$ 10,00.
Classificação indicativa: livre
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