O contrário da morte
de Roberto Saviano
Páginas: 96
O LIVRO
Não entendem que são coisas que elas não podem decidir. Para onde serão enviados, o que farão. Alguém manda neles. E a vida deles não depende mais deles. O que eu posso fazer para que entendam isso? Elas acreditam que me ouvindo salvarão seus namorados. E por que eu não deveria deixar que pensem isso?
Maria tem dezessete anos e já é uma menina viúva. Viu o noivo alistar-se e partir para a guerra no Afeganistão. Para poder se casar com ela e comprar uma casa. Partiu sem treinamento militar, sem saber atirar nem se defender. Como milhares de outros jovens do sul da Itália que não querem trabalhar em canteiros de obras, numa oficina mecânica ou dirigindo caminhões pelas estradas da Europa. Para eles restam poucas opções de uma vida “melhor”: uma delas é alistar-se na primeira guerra que aparece. Enzo ficou com essa opção.
Existem fatos que a gente gostaria de esquecer, não gostaria de lembrar nem mesmo o mínimo detalhe. A memória, entretanto, não tem esse poder, ou pelo menos a minha não tem. Existem lugares onde nascer implica ter culpa. Onde o primeiro suspiro e o último catarro têm valor equivalente, o valor da culpa.
Vincenzo, 24 anos, pedreiro. Giuseppe, 25 anos, marceneiro. Ambos sabem que a profissão que exercem não lhes dará trégua antes dos quarenta. Pensam em partir de Nápoles e se sentem derrotados por não conseguir partir. Sabem que permanecer significa aceitar o peso da culpa de terem nascido naquele lugar. É domingo e estão reunidos com amigos numa praça da cidade. Não é preciso mais do que isso para ser assassinado.
Duas histórias narradas por Roberto Saviano. Histórias em que ele nos mergulha na intimidade de um país que tem muito pouco a oferecer. Um país em constante “guerra”, onde os jovens são condenados, para escapar da miséria, a se alistar no Exército ou na Camorra. Qualquer que seja a escolha, eles não terão futuro melhor que o daqueles que não tiveram coragem de partir.
Maria tem dezessete anos e já é uma menina viúva. Viu o noivo alistar-se e partir para a guerra no Afeganistão. Para poder se casar com ela e comprar uma casa. Partiu sem treinamento militar, sem saber atirar nem se defender. Como milhares de outros jovens do sul da Itália que não querem trabalhar em canteiros de obras, numa oficina mecânica ou dirigindo caminhões pelas estradas da Europa. Para eles restam poucas opções de uma vida “melhor”: uma delas é alistar-se na primeira guerra que aparece. Enzo ficou com essa opção.
Existem fatos que a gente gostaria de esquecer, não gostaria de lembrar nem mesmo o mínimo detalhe. A memória, entretanto, não tem esse poder, ou pelo menos a minha não tem. Existem lugares onde nascer implica ter culpa. Onde o primeiro suspiro e o último catarro têm valor equivalente, o valor da culpa.
Vincenzo, 24 anos, pedreiro. Giuseppe, 25 anos, marceneiro. Ambos sabem que a profissão que exercem não lhes dará trégua antes dos quarenta. Pensam em partir de Nápoles e se sentem derrotados por não conseguir partir. Sabem que permanecer significa aceitar o peso da culpa de terem nascido naquele lugar. É domingo e estão reunidos com amigos numa praça da cidade. Não é preciso mais do que isso para ser assassinado.
Duas histórias narradas por Roberto Saviano. Histórias em que ele nos mergulha na intimidade de um país que tem muito pouco a oferecer. Um país em constante “guerra”, onde os jovens são condenados, para escapar da miséria, a se alistar no Exército ou na Camorra. Qualquer que seja a escolha, eles não terão futuro melhor que o daqueles que não tiveram coragem de partir.
O AUTOR
O jornalista Roberto Saviano foi um dos dez nomeados para o Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu a figuras que se destacam na defesa da democracia e dos direitos humanos.
Roberto Saviano é o autor do livro Gomorra, que denuncia o império da máfia napolitana. O escritor italiano foi ameaçado de morte pelos mafiosos e tem, desde então, escolta policial.
ENTREVISTA
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