terça-feira, 24 de novembro de 2009

Diretor da Oficina vence prêmio Bravo de música erudita


O CD “Neukomm no Brasil” é uma parceria do regente Ricardo Kanji, diretor de Música Antiga da Oficina de Música 2010, com a cravista Rosana Lanzelotte, que já ministrou aulas de cravo em oficinas anteriores.

“Neukomm no Brasil”, da gravadora Biscoito Fino, que recebeu da Revista Bravo! o prêmio de melhor CD de música erudita de 2009, traz a marca de dois nomes importantes no cenário nacional e que estão ligados à Oficina de Música de Curitiba. O flautista Ricardo Kanji, diretor de Música Antiga da Oficina e a cravista Rosana Lanzelotte, que já ministrou aulas de cravo em oficinas anteriores, interpretam no CD composições de Sigismund Neukomm (1778 – 1858), o aluno predileto de Haydn, quase um desconhecido, apesar da qualidade de sua música e do sucesso de que desfrutava na época.

O primeiro CD/DVD erudito brasileiro com som surround é resultado de uma pesquisa de cinco anos, realizada em bibliotecas européias pela cravista Rosana Lanzelotte, que executa as obras ao pianoforte, em duo com a flauta clássica de madeira do concertista e regente Ricardo Kanji. A diferença mais acentuada entre os timbres agudos e graves do instrumento antigo faz a música soar mais autêntica.

“É um resgate da história, da linguagem pré-romântica, rica em certas harmonias dissonantes desse período que vai do final do século XVIII até meados do XIX”, explica Kanji, músico que se especializou na interpretação do barroca e clássico ao longo dos 25 anos de sua estada na Holanda, onde foi professor no renomado Conservatório Real de Haia, de 1973 a1995. Foi também diretor artístico da orquestra Concerto Amsterdam de 1991 a 1996 e é membro da Orquestra do Século XVIII, dirigida por Frans Brüggen, desde sua fundação em 1980.

Desde seu retorno ao Brasil, em 1995, Ricardo Kanji tem atuado no meio musical brasileiro como concertista, regente, professor e luthier. Como regente, apresentou-se com orquestras e coros de renome por todo o país. Criou, em 1997, o Coro e Orquestra Vox Brasiliensis, conjunto com o qual se dedicou, como diretor artístico, ao projeto História da Música Brasileira, que resgatou, com uma série de programas de televisão e CDs, a rica e desconhecida produção musical brasileira. Por esse trabalho foi premiado como o melhor regente de 1999 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).Tem difundido a música colonial brasileira no Brasil e na Europa, como regente convidado na Holanda, Bélgica, Portugal, França e Polônia.
Em novembro de 2006 dirigiu a ópera Don Pasquale, de Donizetti, na Holanda, Bélgica e Polônia, numa produção do Teatro de Ópera de Cracóvia. Esta produção foi repetida na Europa em novembro de 2008.

O prêmio de melhor CD erudito de 2009, concedido pela Revista Bravo!, que todo ano escolhe os melhores da cultura, acrescenta ao currículo de Ricardo Kanji mais um trabalho de puro refinamento, ao revelar o talento do compositor austríaco, responsável por inaugurar a prática que se tornou uma marca registrada da produção musical brasileira: a mistura de gêneros clássicos e populares. Neukomm inspirou-se na modinha “A Melancolia” , de Joaquim Manoel da Câmara para escrever “L’Amoureux”, e em um lundu para compor “O Amor Brasileiro”.

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