A Prefeitura concluiu as obras de restauração do mural do artista Franco Giglio que compõe a fachada do Cemitério Municipal. O painel foi recuperado com recursos do Fundo Municipal da Cultura.
As obras de restauração do painel em mosaicos de vidro, localizado na entrada do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, foram concluídas. De autoria do artista plástico Franco Giglio (1937-1982), o mural foi recuperado por uma empresa especializada, com recursos do Programa de Recuperação do Patrimônio Histórico do Fundo Municipal da Cultura.
Sob a supervisão da Fundação Cultural de Curitiba, as obras de restauração demoraram um ano. Inicialmente, o painel teve que ser retirado do pórtico do cemitério. Para evitar novos problemas e reconstituir a obra, todas as peças, ou seja, cada pastilha teve que passar por um processo rigoroso de limpeza e recuperação.
O trabalho de restauro propriamente dito teve início em julho de 2008, mas o processo para a recuperação do mural, considerado bem cultural de interesse de preservação, começou em 2005. Com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Fundação Cultural contratou uma empresa com experiência em restauração de obras de arte, para avaliar a situação do mosaico e elaborar uma proposta técnica de intervenção.
Em 2006, foram feitos o levantamento fotogramétrico e a correção planialtimétrica do mural e, em 2007, outra empresa foi contratada para detalhar os serviços necessários. Esses trabalhos serviram de base para a elaboração do edital de licitação e subsidiaram a restauração.
“O painel está salvo. Depois de passar por alto risco de degradação, a obra foi inteiramente recuperada”, comemora a historiadora Christine Vianna Baptista, da Fundação Cultural de Curitiba, responsável pelo acompanhamento dos trabalhos. De acordo com Christine Baptista, essa era uma ação emergencial de salvaguarda do patrimônio cultural da cidade. Um dos critérios adotados na execução foi trabalhar de forma a aproximar a obra ao máximo da sua concepção original.
No canteiro de obras, montado junto ao pórtico do cemitério, as pastilhas eram retiradas da sua base anterior e lavadas em ácido, mas isso não era suficiente para a reutilização do material. “A limpeza completa era feita uma a uma, com a ajuda de bisturis e aparelhos odontológicos”, conta a mosaicista e restauradora Ângela Damiani.
Coordenando uma equipe de cinco pessoas para ajudá-la nesse processo, Ângela conseguiu recuperar 100% das peças que ainda resistiam no portal. Muitas, como não estavam fixadas adequadamente, já haviam se perdido. Por isso, em relação ao painel original, de 30 a 40% das pastilhas são novas. Essas peças foram adquiridas do mesmo fornecedor da época de Franco Giglio. Depois de uma pesquisa em lotes antigos, foi possível resgatar pastilhas cujas cores e tonalidades mais se aproximavam das originais.
O prognóstico inicial das condições do mural não era favorável. De acordo com o arquiteto Roberto Martins, da Arquibrasil Arquitetura e Restauro, empresa que venceu a licitação, a recuperação desse painel de Giglio foi um dos seus maiores desafios. “Desconheço outros trabalhos da mesma natureza com tal complexidade”, diz Roberto Martins, que já havia feito a recuperação de outro mural do mesmo artista.
O arquiteto explica que a base em fibra de vidro, sobre a qual o painel estava fixado anteriormente, além da aplicação de outros materiais inadequados, intensificou o processo de degradação. Agora, esse risco está afastado. Martins destaca que o trabalho foi bem executado pela restauradora Ângela Damiani, o que garante a durabilidade da obra, ainda que ações de manutenção e impermeabilização devam ser feitas periodicamente.
O mural – A realização do mural do artista plástico italiano Franco Giglio fez parte de um programa de melhorias para o cemitério, desenvolvido na gestão do prefeito Ivo Arzua, em 1964. A encomenda previa a execução de um mural ornamental sacro, em pastilhas vitrificadas. A obra foi instalada no Cemitério Municipal em 1966, na entrada da antiga capela. Sofreu uma primeira intervenção em 1985. Depois, em 1995, foi transferido para o novo pórtico do cemitério. Em 1997 passou por outros trabalhos de recuperação.
Com 110 m², o mural foi realizado num processo direto – o desenho foi elaborado na argamassa e colocado depois no painel por meio de pastilhas de vidro, numa composição com características estilizadas que lembram os períodos da arte bizantina/gótica. Franco desenvolveu uma narrativa que descreve com maestria e sutileza a cena de almas tentando entrar no céu, guiadas e protegidas por anjos tocando trombetas. Nas extremidades laterais, compõe o painel uma citação de Fagundes Varela. De matizes predominantemente azuis e verdes nas figuras e usando como fundo o branco, o artista obteve a representação de um cenário celestial que o local inspira.
O mural foi uma das primeiras obras de Franco Giglio, em Curitiba. Nascido na Itália, o artista veio para o Brasil em 1956, instalando-se na capital paranaense, onde deixou grande parte de sua produção artística.
As obras de restauração do painel em mosaicos de vidro, localizado na entrada do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, foram concluídas. De autoria do artista plástico Franco Giglio (1937-1982), o mural foi recuperado por uma empresa especializada, com recursos do Programa de Recuperação do Patrimônio Histórico do Fundo Municipal da Cultura.
Sob a supervisão da Fundação Cultural de Curitiba, as obras de restauração demoraram um ano. Inicialmente, o painel teve que ser retirado do pórtico do cemitério. Para evitar novos problemas e reconstituir a obra, todas as peças, ou seja, cada pastilha teve que passar por um processo rigoroso de limpeza e recuperação.
O trabalho de restauro propriamente dito teve início em julho de 2008, mas o processo para a recuperação do mural, considerado bem cultural de interesse de preservação, começou em 2005. Com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Fundação Cultural contratou uma empresa com experiência em restauração de obras de arte, para avaliar a situação do mosaico e elaborar uma proposta técnica de intervenção.
Em 2006, foram feitos o levantamento fotogramétrico e a correção planialtimétrica do mural e, em 2007, outra empresa foi contratada para detalhar os serviços necessários. Esses trabalhos serviram de base para a elaboração do edital de licitação e subsidiaram a restauração.
“O painel está salvo. Depois de passar por alto risco de degradação, a obra foi inteiramente recuperada”, comemora a historiadora Christine Vianna Baptista, da Fundação Cultural de Curitiba, responsável pelo acompanhamento dos trabalhos. De acordo com Christine Baptista, essa era uma ação emergencial de salvaguarda do patrimônio cultural da cidade. Um dos critérios adotados na execução foi trabalhar de forma a aproximar a obra ao máximo da sua concepção original.
No canteiro de obras, montado junto ao pórtico do cemitério, as pastilhas eram retiradas da sua base anterior e lavadas em ácido, mas isso não era suficiente para a reutilização do material. “A limpeza completa era feita uma a uma, com a ajuda de bisturis e aparelhos odontológicos”, conta a mosaicista e restauradora Ângela Damiani.
Coordenando uma equipe de cinco pessoas para ajudá-la nesse processo, Ângela conseguiu recuperar 100% das peças que ainda resistiam no portal. Muitas, como não estavam fixadas adequadamente, já haviam se perdido. Por isso, em relação ao painel original, de 30 a 40% das pastilhas são novas. Essas peças foram adquiridas do mesmo fornecedor da época de Franco Giglio. Depois de uma pesquisa em lotes antigos, foi possível resgatar pastilhas cujas cores e tonalidades mais se aproximavam das originais.
O prognóstico inicial das condições do mural não era favorável. De acordo com o arquiteto Roberto Martins, da Arquibrasil Arquitetura e Restauro, empresa que venceu a licitação, a recuperação desse painel de Giglio foi um dos seus maiores desafios. “Desconheço outros trabalhos da mesma natureza com tal complexidade”, diz Roberto Martins, que já havia feito a recuperação de outro mural do mesmo artista.
O arquiteto explica que a base em fibra de vidro, sobre a qual o painel estava fixado anteriormente, além da aplicação de outros materiais inadequados, intensificou o processo de degradação. Agora, esse risco está afastado. Martins destaca que o trabalho foi bem executado pela restauradora Ângela Damiani, o que garante a durabilidade da obra, ainda que ações de manutenção e impermeabilização devam ser feitas periodicamente.
O mural – A realização do mural do artista plástico italiano Franco Giglio fez parte de um programa de melhorias para o cemitério, desenvolvido na gestão do prefeito Ivo Arzua, em 1964. A encomenda previa a execução de um mural ornamental sacro, em pastilhas vitrificadas. A obra foi instalada no Cemitério Municipal em 1966, na entrada da antiga capela. Sofreu uma primeira intervenção em 1985. Depois, em 1995, foi transferido para o novo pórtico do cemitério. Em 1997 passou por outros trabalhos de recuperação.
Com 110 m², o mural foi realizado num processo direto – o desenho foi elaborado na argamassa e colocado depois no painel por meio de pastilhas de vidro, numa composição com características estilizadas que lembram os períodos da arte bizantina/gótica. Franco desenvolveu uma narrativa que descreve com maestria e sutileza a cena de almas tentando entrar no céu, guiadas e protegidas por anjos tocando trombetas. Nas extremidades laterais, compõe o painel uma citação de Fagundes Varela. De matizes predominantemente azuis e verdes nas figuras e usando como fundo o branco, o artista obteve a representação de um cenário celestial que o local inspira.
O mural foi uma das primeiras obras de Franco Giglio, em Curitiba. Nascido na Itália, o artista veio para o Brasil em 1956, instalando-se na capital paranaense, onde deixou grande parte de sua produção artística.
Nenhum comentário:
Postar um comentário