E OS HIPOPÓTAMOS FORAM COZIDOS EM SEUS TANQUES
de William S. Burroughs e Jack Kerouac
Tradução: Alexandre Barbosa de Souza
176 páginas
O LIVRO
E os hipopótamos foram cozidos em seus tanques baseia-se num crime passional ocorrido de fato em Nova York, em 1944, às margens do rio Hudson: o assassinato de David Kammerer pelo adolescente Lucien Carr, ambos amigos de Burroughs e Kerouac. Agora, com os implicados falecidos, o livro pôde finalmente vir à luz. Novela escrita em dupla, é a primeira obra acabada tanto de Kerouac, então com 23 anos, quanto do já trintão Burroughs. Nenhum dos dois - futuros pais fundadores da prosa beat norte-americana - tinha sido publicado ainda. Alternando-se nos capítulos, cada escritor comanda no livro um dos dois personagens narradores: o barman junky Will Denninson, a cargo de "Willian Lee" (Burroughs), e o marinheiro desempregado Mike Ryko, animado literariamente por Kerouac.
A trama, aberta e flutuante, é centrada num punhado de jovens e curiosos personagens típicos da beat generation, desgarrados, sem dinheiro, mas pouco inclinados ao trabalho convencional e ávidos por novas experiências. Do ócio eles tiram sua razão de ser, vagando de bar em bar, promovendo festinhas em apartamentos minúsculos, regadas a álcool, drogas e muito papo cabeça. "Enquanto você estiver criando alguma coisa, tudo bem. O único pecado é desperdiçar as suas potencialidades", diz o ainda adolescente Philip, ecoandoavant la lettre um ingênuo mantra beatnik, depois de mamar numa garrafa de Canadian Club que sua amiga lésbica Agnes afanou de um bar, e tossindo a fumaça da maconha ruim que Dennison lhe apresentou.
Lá fora, do outro lado do Atlântico, acontece a Segunda Guerra Mundial, mas ninguém parece dar muita bola para isso, nem para qualquer outro fato ou evento alheio ao frisson fugaz dos instantes delirantes que se sucedem em suas vidas. O leitor, quando dá por si, está imerso no caldo de uma contracultura difusa mas poderosa que em breve iria se disseminar em ondas de contestação, arte e hedonismo pelos Estados Unidos e para o resto do mundo.
A trama, aberta e flutuante, é centrada num punhado de jovens e curiosos personagens típicos da beat generation, desgarrados, sem dinheiro, mas pouco inclinados ao trabalho convencional e ávidos por novas experiências. Do ócio eles tiram sua razão de ser, vagando de bar em bar, promovendo festinhas em apartamentos minúsculos, regadas a álcool, drogas e muito papo cabeça. "Enquanto você estiver criando alguma coisa, tudo bem. O único pecado é desperdiçar as suas potencialidades", diz o ainda adolescente Philip, ecoandoavant la lettre um ingênuo mantra beatnik, depois de mamar numa garrafa de Canadian Club que sua amiga lésbica Agnes afanou de um bar, e tossindo a fumaça da maconha ruim que Dennison lhe apresentou.
Lá fora, do outro lado do Atlântico, acontece a Segunda Guerra Mundial, mas ninguém parece dar muita bola para isso, nem para qualquer outro fato ou evento alheio ao frisson fugaz dos instantes delirantes que se sucedem em suas vidas. O leitor, quando dá por si, está imerso no caldo de uma contracultura difusa mas poderosa que em breve iria se disseminar em ondas de contestação, arte e hedonismo pelos Estados Unidos e para o resto do mundo.
Sobre William Burroughs: "O único romancista americano vivo possuído pela genialidade." - Norman Mailer (c. 1984)
Sobre Jack Kerouac: "Kerouac me influenciou bem mais do que um pouquinho." - Hunter Thompson
OS AUTORES
William Seward Burroughs II (5 de fevereiro de 1914 – 2 de agosto de 1997) foi um escritor, pintor e crítico social nascido nos Estados Unidos da América.
A sua obra mais conhecida é Almoço Nu (Naked Lunch)seguida de junkie. Grande parte de sua obra, de atmosfera fantástica e grotesca, tem caráter autobiográfico. Apesar de fazer parte da chamada geração beat, seus livros têm pouco em comum com o restante desses autores, já que a linguagem utilizada provém de fluxos de consciência durante o uso de alucinógenos. Homossexual depois da morte acidental da esposa causada por um disparo com arma de fogo. Foi um dos pioneiros da literatura experimental, tanto no universo léxico escatológico, urbano, comum e absurdo como no consumo de drogas para produção subjetiva de textos.
Jack Kerouac (Jean-Louis Lebris de Kerouac) (12 de Março de 1922, Lowell - Massachusetts - 21 de Outubro de 1969, St. Petersburg - Flórida).
Kerouac, de origem franco-canadense, teve uma infância séria, onde era muito dedicado à mãe. Freqüentou um colégio jesuíta e ajudou o pai numa fábrica de impressão. Um de seus traumas mais trágicos, que voltaria relatado em seus romances, foi a morte de seu irmão Gerard quando ele tinha apenas nove anos.
Devido às dificuldades econômicas por que passava a família, Jack resolveu fazer parte do time de futebol americano do colégio para tentar uma bolsa de estudo na faculdade. Conseguiu entrar na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, para onde mudou-se com a família. Devido a um acidente que o impossibilitou de continuar jogando por alguns meses, Kerouac começou a passar mais tempo frequentando a biblioteca da universidade, tendo assim seu primeiro contato com autores que influenciaram muito sua obra, entre os quais cita : Louis-Ferdinand Céline, Tom Wolfe, Jack London
Não se ajustando à marinha de guerra, acabou na marinha mercante, onde ficou algum tempo. Quando não estava viajando, Jack andava por Nova Iorque acompanhado de seus amigos "delinqüentes" da Universidade de Columbia, entre eles Allen Ginsberg e William Burroughs, chamado de Bill pelos camaradas, além de seu maior companheiro de viagens, Neal Cassady, o “Cowboy”. Foi a época em que Jack conheceu os grandes amigos que formariam, alguns anos mais tarde, o "pelotão de frente" da geração beat, para desgosto da mãe.
“The Dharma Bums”, lançado em 1958, foi a tentativa do escritor de estabelecer afinidades com o budismo. É o relato de uma escalada com o amigo poeta Gary Snyder em busca de realizações espirituais.
Nesta mesma época, Jack resolveu se isolar do convívio humano. Subiu até o alto de uma colina e passou longos dias sozinho confinado em uma cabana sem eletricidade e sem vidros nas janelas. Tomava quase uma garrafa de bebida por dia e sofreu com alucinações e paranóias. A experiência foi registrada no livro “Big Sur”, de 1962.
O problema do alcoolismo piorou com o tempo. Derrotado e solitário, vai morar com a sua mãe em Long Island. Seus últimos trabalhos exibiam uma alma desconectada de um ser humano perdido em ilusões. Apesar do estereótipo de beatnik, Kerouac era um conservador, especialmente sob a influência de sua mãe católica. O vigor deu lugar ao cansaço, e o escritor resignou-se a uma vida ordinária.A sua obra mais conhecida é Almoço Nu (Naked Lunch)seguida de junkie. Grande parte de sua obra, de atmosfera fantástica e grotesca, tem caráter autobiográfico. Apesar de fazer parte da chamada geração beat, seus livros têm pouco em comum com o restante desses autores, já que a linguagem utilizada provém de fluxos de consciência durante o uso de alucinógenos. Homossexual depois da morte acidental da esposa causada por um disparo com arma de fogo. Foi um dos pioneiros da literatura experimental, tanto no universo léxico escatológico, urbano, comum e absurdo como no consumo de drogas para produção subjetiva de textos.
Jack Kerouac (Jean-Louis Lebris de Kerouac) (12 de Março de 1922, Lowell - Massachusetts - 21 de Outubro de 1969, St. Petersburg - Flórida).
Kerouac, de origem franco-canadense, teve uma infância séria, onde era muito dedicado à mãe. Freqüentou um colégio jesuíta e ajudou o pai numa fábrica de impressão. Um de seus traumas mais trágicos, que voltaria relatado em seus romances, foi a morte de seu irmão Gerard quando ele tinha apenas nove anos.
Devido às dificuldades econômicas por que passava a família, Jack resolveu fazer parte do time de futebol americano do colégio para tentar uma bolsa de estudo na faculdade. Conseguiu entrar na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, para onde mudou-se com a família. Devido a um acidente que o impossibilitou de continuar jogando por alguns meses, Kerouac começou a passar mais tempo frequentando a biblioteca da universidade, tendo assim seu primeiro contato com autores que influenciaram muito sua obra, entre os quais cita : Louis-Ferdinand Céline, Tom Wolfe, Jack London
Não se ajustando à marinha de guerra, acabou na marinha mercante, onde ficou algum tempo. Quando não estava viajando, Jack andava por Nova Iorque acompanhado de seus amigos "delinqüentes" da Universidade de Columbia, entre eles Allen Ginsberg e William Burroughs, chamado de Bill pelos camaradas, além de seu maior companheiro de viagens, Neal Cassady, o “Cowboy”. Foi a época em que Jack conheceu os grandes amigos que formariam, alguns anos mais tarde, o "pelotão de frente" da geração beat, para desgosto da mãe.
“The Dharma Bums”, lançado em 1958, foi a tentativa do escritor de estabelecer afinidades com o budismo. É o relato de uma escalada com o amigo poeta Gary Snyder em busca de realizações espirituais.
Nesta mesma época, Jack resolveu se isolar do convívio humano. Subiu até o alto de uma colina e passou longos dias sozinho confinado em uma cabana sem eletricidade e sem vidros nas janelas. Tomava quase uma garrafa de bebida por dia e sofreu com alucinações e paranóias. A experiência foi registrada no livro “Big Sur”, de 1962.
Em 21 de outubro de 1969, Jack Kerouac morreu de hemorragia, consequência de uma cirrose, com 47 anos, num hospital em St. Petesburg, na Flórida. O amigo e agente literário Allen Ginsberg reverencia seu talento: “Eu não conheço outro escritor que teve influência tão produtiva quanto Kerouac, que abriu o coração como escritor para contar o máximo dos segredos da sua própria mente”.
UM LANÇAMENTO
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