A HISTÓRIA DE AMALIA
de David I. Kertzer
Páginas:240
Bastou bater os olhos na pequena Paola Olivelli, para Amalia Bagnacavalli saber que havia algo de errado com a saúde daquele bebê. A camponesa nem poderia imaginar o tamanho da desgraça. A mulher saudável e bem disposta, que, mesmo de maneira relutante, aceitava aquela criança, se transformaria, poucos meses depois, em uma entre tantas amas de leite a contrair a pior doença do século XIX: a sífilis. Diferente das outras camponesas contaminadas, Amalia decidiu entrar com um processo contra o lar para crianças desamparadas de Bolonha, o qual lhe entregou o bebê sifilítico para amamentar. A trajetória da camponesa analfabeta de Vergato, amparada por um jovem e ambicioso advogado, no processo contra um dos mais importantes aristocratas de Bolonha é narrada com maestria pelo escritor David I. Kertzer em A história de Amalia.
Kretzer deparou-se com a história de Amália quando pesquisava nos arquivos do lar para crianças desamparadas de Bolonha, com o objetivo de escrever uma história sobre infância abandonada. Intrigado com os fatos encontrados em documentos antigos, envolvendo uma camponesa iletrada em um época em que somente moradores das cortes tinham suas atividades registradas, Kretzer passou a uma pesquisa mais profunda sobre Amália.
Ele descobriu, entre outros aspectos, que as dificuldades financeiras enfrentadas por grande parte dos camponeses no fim do século XIX levou muitas mulheres a se candidatar a amas de leite em lares para crianças abandonadas. Por algumas poucas liras, elas levavam as crianças para casa durante o tempo necessário para crescerem e passarem a ingerir outros alimentos. A troca de liras por leite ia muito bem até o aparecimento da sífilis, o maior flagelo da época.
Muitos dos bebês foram contaminados pela doença, que, muitas vezes, era percebida somente depois de alguns meses de vida. Sem meios de confirmar a doença, médicos acabavam liberando crianças sifilíticas para serem amamentadas por camponeses saudáveis, as quais, invariavelmente, acabavam contaminadas. Pelos dados levantados pelo autor, um bebê era capaz de contaminar mais de 50 pessoas.
Quando Amalia percebeu o primeiro sinal da doença, um cancro em seu seio, não hesitou em devolver o bebê, mas já era tarde demais. Ela, o marido e a única filha estavam contaminados. Sem aceitar a situação, a camponesa soube que um advogado na cidade poderia ajudá-la. Foi então que chegou a Augusto Barbieri, um jovem e ambicioso advogado da corte, disposto a ir contra o influente diretor do lar.
A história que se segue envolve disputas nos tribunais de Bolonha e de outras cidades italianas. Kertzer escreve um romance histórico baseado em fatos reais, mas em vez de apresentar uma simples pesquisa aos leitores, insere leves toques de ficção sem alterar o conteúdo verdadeiro. Durante a tramitação da causa pelos tribunais, o autor apresenta aos leitores um recorte da vida na Itália no fim do século XIX – citando, inclusive, a vinda de milhares de italianos para o Brasil.
Kretzer deparou-se com a história de Amália quando pesquisava nos arquivos do lar para crianças desamparadas de Bolonha, com o objetivo de escrever uma história sobre infância abandonada. Intrigado com os fatos encontrados em documentos antigos, envolvendo uma camponesa iletrada em um época em que somente moradores das cortes tinham suas atividades registradas, Kretzer passou a uma pesquisa mais profunda sobre Amália.
Ele descobriu, entre outros aspectos, que as dificuldades financeiras enfrentadas por grande parte dos camponeses no fim do século XIX levou muitas mulheres a se candidatar a amas de leite em lares para crianças abandonadas. Por algumas poucas liras, elas levavam as crianças para casa durante o tempo necessário para crescerem e passarem a ingerir outros alimentos. A troca de liras por leite ia muito bem até o aparecimento da sífilis, o maior flagelo da época.
Muitos dos bebês foram contaminados pela doença, que, muitas vezes, era percebida somente depois de alguns meses de vida. Sem meios de confirmar a doença, médicos acabavam liberando crianças sifilíticas para serem amamentadas por camponeses saudáveis, as quais, invariavelmente, acabavam contaminadas. Pelos dados levantados pelo autor, um bebê era capaz de contaminar mais de 50 pessoas.
Quando Amalia percebeu o primeiro sinal da doença, um cancro em seu seio, não hesitou em devolver o bebê, mas já era tarde demais. Ela, o marido e a única filha estavam contaminados. Sem aceitar a situação, a camponesa soube que um advogado na cidade poderia ajudá-la. Foi então que chegou a Augusto Barbieri, um jovem e ambicioso advogado da corte, disposto a ir contra o influente diretor do lar.
A história que se segue envolve disputas nos tribunais de Bolonha e de outras cidades italianas. Kertzer escreve um romance histórico baseado em fatos reais, mas em vez de apresentar uma simples pesquisa aos leitores, insere leves toques de ficção sem alterar o conteúdo verdadeiro. Durante a tramitação da causa pelos tribunais, o autor apresenta aos leitores um recorte da vida na Itália no fim do século XIX – citando, inclusive, a vinda de milhares de italianos para o Brasil.
O AUTOR
David I. Kertzer
Autor e organizador de mais de 20 livros, David I. Kertzer nasceu em 1948, em Nova York, e ficou famoso em 1997, quando publicou O seqüestro de Edgardo Mortara (editado no Brasil pela Rocco), que trata de tema semelhante ao desse livro. Desde 1992, é professor de Antropologia e Estudos Italianos na Brown University, nos Estados Unidos, e periodicamente escreve artigos para jornais como The Washington Post. Kertzer é considerado um dos maiores especialistas na relação entre a Igreja Católica e os judeus e foi um dos primeiros pesquisadores autorizados a estudar os arquivos secretos do Vaticano, em 1998. Vive na cidade americana de Providence, com a esposa, Susan.
UM LANÇAMENTO
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