Citado pela imprensa européia entre os dez melhores do mundo, grupo curitibano realiza turnê pela região da Lombardia, no mês de junho. O Coro da Camerata Antiqua de Curitiba é a atração da Capela Santa Maria, às 20h de sexta-feira (29) e às 18h30 de sábado (30). Depois das apresentações, o grupo mantido pela Prefeitura de Curitiba segue para a Itália, atendendo ao convite de participação no 18º Festival Corale Internazionale “La Fabbrica Del Canto”. Citado pela imprensa européia entre os dez melhores coros do mundo, o grupo curitibano leva quatro programas diferentes para uma série de dez concertos pela região da Lombardia, com início na cidade de Legnano e término em Milão. Nesta sexta-feira (29), o Coro da Camerata, sob a regência de Helma Haller, apresenta na Capela Santa Maria o programa Música Sacra Brasileira do Século XX, reunindo as obras Missa de Réquiem, de Henrique Oswald (1852 – 1931); Bendita Sabedoria, de Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959); Salmo 22, de Henrique de Curitiba (1934 – 2008); Salmo 150, de Ernst Widmer (1927 – 1990); e Missa Dilígite, de Camargo Guarnieri (1907 – 1993). O repertório de sábado (30), no mesmo local, une os concertos cênicos Lampejos da Música Sacra Brasileira e Fantasia. Em Lampejos da Música Sacra Brasileira estão obras de compositores de épocas distintas, com a proposta de ressaltar alguns momentos da produção sacra erudita no Brasil, com uma abordagem histórico-musical. No programa estão Dois Motetos, de Duarte Lobo (1565 – 1646); Seis Motetos para a procissão de Ramos, de Joaquim J. E. Lobo de Mesquita (1746 – 1805); Judas Mercator Pessimus, de José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830); Pater Noster (1926), de Henrique Oswald (1852 – 1931); Oração pela Paz, de Henrique de Curitiba (1934 – 2008); Pater Noster (1950), de Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959), e Provérbios (1970), de José Penalva (1924 – 2002). A interpretação das peças conta com projeção de imagens de situações, paisagens e aspectos da vida brasileira, sob a direção cênica da artista plástica curitibana Jacqueline Daher, que há mais de 25 anos atua em todo o Brasil como diretora de arte na criação de ambientes cenográficos. O programa Fantasia representa cenicamente dois temas da nossa música popular, intercalados por uma deliciosa sátira política que mostra as várias faces da personalidade brasileira. O grupo interpreta as canções Domingo no Parque, de Gilberto Gil (1942); A Sessão da Câmara, de Edmundo Villani-Côrtes (1930); e Fantasia, de Chico Buarque de Holanda. Viagem – A turnê do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba pela Itália é resultado do sucesso obtido pelo grupo no 8º Simpósio Mundial de Música Coral, realizado em Copenhague (Dinamarca), no ano passado. Os aplausos recebidos na apresentação transformaram-se em convite para participar do 18º Festival Corale Internazionale “La Fabbrica Del Canto”, em junho de 2009, além de críticas favoráveis da imprensa européia, que colocou o Coro da Camerata entre os dez melhores do mundo. Essas não são as primeiras incursões internacionais do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba. Em 2006, o grupo realizou uma turnê pela Alemanha, acompanhado da Orquestra de Câmara de Arad (Romênia). No ano seguinte, cantou em Portugal com a Orquestra Sinfônica da Póvoa do Varzim, a convite do 29º Festival Internacional de Música do Algarve. No Brasil, já realizou concertos como convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob a regência de Roberto Minczuk.No dia primeiro de junho, o Coro embarca para a região da Lombardia, onde realiza dez espetáculos sob a regência de Helma Haller e direção cênica de Jaqueline Daher. Até o dia 14 de junho, o grupo interpreta quatro concertos cênicos que valorizam a qualidade musical, somada à criatividade no uso da expressão corporal, figurinos, maquiagem, adereços, cenário e luzes. Os três concertos que integram a programação deste final de semana, na Capela Santa Maria, estão na bagagem musical do Coro. A relação de atrações levadas para a Itália completa-se com Cores do Brasil, que proporciona um olhar panorâmico sobre a música brasileira, suas origens e sua personalidade atual. A mistura das influências portuguesa, espanhola, francesa e italiana, bem como o seu encontro com as melodias indígenas e os ritmos marcantes da música africana, estão condensados num único programa, permeado também de fragmentos de textos de autores portugueses e brasileiros. O concerto abre com duas composições do Brasil Colônia – Por que me não vês Joana, de autor anônimo do século 16, e Divertimentos Harmônicos, de Luiz Álvares Pinto (1719-1789). Na sequência, o coro apresenta três canções que representam a herança indígena: Série Xavante, de Guerra Peixe (1914-1993), Canto dos índios Parecis – Nozani-na, de Edgar Roquette Pinto (1884-1954) e Choro nº 3 – Pica-pau, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).O período do Brasil Império está representado pelas obras As Costureiras, de Villa-Lobos; Beija a mão que me condena, de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830); e Quem sabe?!, de Carlos Gomes (1836-1896). Da herança negra, são interpretados os temas Jaquibau, de Villa-Lobos; Banzo Maracatu; de Dimas Sedicias (1930); e Oh-z-Loanda, de Camargo Guarnieri (1907-1993). O bloco final do concerto, referente à música do Brasil atual, reúne canções de compositores contemporâneos e do folclore popular: Rua do Sabão, de Rodolfo Coelho de Souza (1952); Sinal de Apito, de José Penalva (1924-2002); A sessão da Câmara, de Edmundo Villani-Côrtes (1930); Suíte Coral nº 10, de Osvaldo Lacerda (1927); e Sertanejo, do folclore brasileiro. Os cantores do Coro da Camerata se revezam nos solos musicais e também na declamação dos textos que integram o programa, escolhidos entre autores de diferentes gêneros e momentos históricos. Os fragmentos foram retirados de obras de Luís de Camões, Fernando Pessoa, Pero Vaz de Caminha, Gonçalves Dias, Oswald de Andrade, Dorival Caymmi, Carlos Drummond de Andrade, José Saramago, entre outros autores. O escritor Marcelo Sandmann foi o responsável pela seleção e recriação dos textos para o espetáculo. A maestrina – Helma Haller é bacharel em Composição e Regência pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e possui vários cursos de extensão no Brasil, Alemanha e Suíça. Fundadora do “Collegium Cantorum”, em 2000, atualmente é responsável pela preparação musical do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, no qual atua como cantora desde 1980. Helma destacou-se no preparo e regência da estréia mundial da obra Turris Ebúrnea, para coro e orquestra, de Harry Crowl, por ocasião do Jubileu de Prata da Camerata, em 1999.Em maio de 2007, Helma regeu o Coro da Camerata na turnê de concertos em Portugal. Sua proposta de concerto cênico Cores do Brasil, resultou na seleção do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba para se apresentar no 8th. World Symposium on Choral Music, que aconteceu em Copenhague (Dinamarca), em julho de 2008. O trabalho de Helma Haller como musicista, educadora, cantora e regente destaca-se pela meticulosidade e refinamento de suas interpretações, bem como pela seriedade da pesquisa em torno da música de concerto brasileira.
Serviço:Apresentações do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, sob a regência de Helma Haller
Datas e horários: dia 29 de maio de 2009 (sexta-feira), às 20h, e dia 30 de maio de 2009 (sábado), às 18h30
Local: Capela Santa Maria – Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro) Ingressos: R$ 10 ou R$ 5 (mais um quilo de alimento não perecível)
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