quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

GRUPO PAULISTANO MOSTRA ESPETÁCULO GRATUITO DE MÚSICA E DANÇA DE OCUPAÇÃO NO JARDIM BOTÂNICO

Cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros apresenta concepção de dança de ocupação pautada na improvisação. Espetáculo gratuito tem duas apresentações, dia 7 de fevereiro, 16h, e 8 de fevereiro, 12h

O espetáculo de dança e música Puntear, da cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros, será apresentado dia 7 de fevereiro, 16h, e 8 de fevereiro, 12h, no Jardim Botânico (próximo à estufa), em Curitiba. As performances são gratuitas.

Por meio da improvisação em dança e em música, os intérpretes e criadores Carolina Callegaro (percussão), Ciro Godoy (percussão), Clara Gouvêa (violino), Débora Marcussi (piano) e Laila Padovan (escaleta) exploram o espaço para desenvolver composições de movimento e musical, sob direção de Alex Ratton. Inspirada na arquitetura, sons e ambiente, a performance nasce da leitura corporal e sensorial do espaço.

Os integrantes da cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros se distribuem pela área, chamando a atenção do público para diversos ângulos do espaço, entretendo e possibilitando abrir novos olhares para o lugar. A meta é a transformação da dinâmica cotidiana.

“A improvisação exige que o artista esteja muito ligado, centrado. O resultado é mais vivo. Como a performance é feita entre os espectadores, há uma proximidade maior entre a arte e as pessoas”, afirma a criadora e intérprete Laila Padovan.

A pesquisa de linguagem corporal é baseada no treinamento do contato improvisação, da dança-teatro e da ocupação de espaços não convencionais, pesquisa que o diretor Alex Ratton desenvolve há mais de dez anos como integrante da Cia. Nova Dança 4, sob direção de Cristiane Paoli Quito.

“Cada apresentação é única até quando feita no mesmo espaço, consideramos a sonoridade e a freqüência de pessoas no momento”, fala o diretor Alex Ratton.

Em Puntear, a dança é acompanhada pelo ruído do local ou pela música construída ao vivo, baseada no universo erudito mesclada à linguagem da improvisação. A formação é piano, violino, escaleta e percussão.

“A criação musical é pautada na improvisação e no diálogo entre as linguagens da música e da dança. A trilha não é composta para seguir uma cena, mas é criada em tempo real, totalmente associada a ela, no intuito de dilatar sua atmosfera através de diferentes articulações e texturas de formação instrumental”, explica a diretora musical, intérprete-criadora e pianista do espetáculo, Débora Marcussi.

A trilha é baseada em temas criados pelo grupo e em transcrições e adaptações das obras Prelúdio e Fuga em do menor do Cravo bem temperado (II volume), de J.S.Bach, Prelúdios op. 28 em sol menor e em re bemol maior, de F.Chopin, Sonata K.310 em la menor, de W.A.Mozart, e Prelúdio Dançarinas de Delfos, de C.Debussy.

A diversidade de formação dos integrantes da cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros, que passa pela dança contemporânea, balé clássico, contato improvisação, dança-teatro, artes marciais (aikido e kempo indiano), clown, música erudita e popular, proporcionou a descoberta de uma linguagem híbrida. A bagagem artística de cada um agrega valor ao espetáculo.

“O diferencial de nosso grupo é que todos os integrantes dançam e tocam um instrumento. É uma linguagem em desenvolvimento, com influência da técnica contato improvisação, que nasceu na década de 70 em Nova York, a partir das pesquisas de um grupo liderado pelo bailarino Steve Paxton”, define Clara Gouvêa.

O espetáculo (Lei Rouanet) tem patrocínio da Companhia de Concessões Rodoviárias, através da política cultural CCR Cultura nas Estradas, e da empresa Pássaro Marrom.

Breves perfis

Cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros

Criada em 2006 é composta pelo diretor Alex Ratton e pelos intérpretes-criadores Carolina Callegaro, Ciro Godoy, Clara Gouvêa, Débora Marcussi e Laila Padovan, que dançam e tocam instrumentos. Realiza pesquisa de linguagem e investiga improvisação, dança-teatro e as relações entre sonoridade, dança e música. Leva arte para espaços do cotidiano das pessoas, atingindo quem não costuma freqüentar teatros, contribuindo para a formação de público. Entre suas montagens em 2008 estão “Ponto de Fuga”, contemplada com o PAC e apresentada no Estado de São Paulo, e “Intersecções”. Em 2006, foi contemplada com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna com o projeto de pesquisa Puntear.

Alex Ratton – diretor

Ator, bailarino e diretor. Desde 1998 participa como intérprete-criador da Cia. Nova Dança 4, que pesquisa a improvisação, a dança-teatro e o clown. Entre os espetáculos como intérprete-criador, sob direção de Cristiane Paoli Quito, estão “Série Antropofágica II”, com Steve Paxton, em 2007, e “Série Antropofágica I”, com Nancy Stark Smith e Mike Vargas, em 2006, e “Experimentações inevitáveis” (melhor espetáculo de dança APCA 2007). É professor de contato improvisação na Sala Crisantempo, em São Paulo. De 2000 a 2006 foi professor de contato improvisação, improvisação em dança-teatro e clown, no Estúdio Nova Dança (SP).

Carolina Callegaro – intérprete-criadora e percussionista

Além de integrar a Cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros, é intérprete-criadora de “Antes da Queda”, da diretora Juliana Moraes, apresentado em 2008, em São Paulo. Em 2007 participou como intérprete-criadora de “Como Viver Junto”, dirigido por Marta Soares. Desde 2001, desenvolve pesquisa coreográfica e atua como criadora e intérprete no grupo Wasu.cia (espetáculo “Jardim de Rosas Mudas”, 2007). Bacharel e licenciada em dança pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Iniciou-se em técnica clássica em 1991, em Piracicaba. Desde então, sua formação compreende também dança contemporânea e danças brasileiras.

Ciro Godoy – intérprete-criador e percussionista

Desde 1999 desenvolve pesquisa com o kempo indiano, prática corporal inspirada no comportamento e no movimento dos animais nos ritmos da natureza. É instrutor da prática em cursos regulares, workshops, vivências junto à natureza e na preparação corporal de atores e bailarinos. Junto à Cia. Oito Nova Dança, com direção de Lu Favoreto, desenvolve pesquisa em dança, além de integrar o elenco dos espetáculos: “Arremesso” – PAC 2007; “Trapiche” – Prêmio Caixa Federal 2007; e “Oito por 8” – mostra comemorativa de espetáculos aos oito anos da Cia. Oito Nova Dança.

Clara Gouvêa – intérprete-criadora e violinista

Em 2008 participou do espetáculo “Oversized”, direção de Alice K. Em 2007 estreou “Jardim de Rosas Mudas”, dirigido por Gisele Petty, e “Um Corpo que Não Agüenta Mais”, com direção de Marta Soares. Criadora de “Pour les Deux” e “Abrir a Porta da Casa”, em parceria com Carolina Callegaro, espetáculos apresentados no Centro Cultural São Paulo em 2004 e 2006 respectivamente. Em janeiro de 2005 realizou residência artística na companhia chilena de dança contemporânea La Vitrina, com direção de Nelson Avilés. Bailarina, criadora e professora paulistana, formada em bacharelado e licenciatura em dança pela Unicamp.

Débora Marcussi – diretora musical, intérprete-criadora e pianista

Desde 2006 se dedica à criação de trilha musical para dança e teatro. Há quatro anos desenvolve trabalho de pesquisa e criação musical ao lado da bailarina Laila Padovan, investigando as inter-relações entre música e dança. Entre 2003 e 2006 realizou estudos e formação em dança no Estúdio Nova Dança. Bacharel em Música com habilitação em piano pela Unesp - Universidade Estadual Paulista (1999) se apresenta como solista e camerista.

Laila Padovan – intérprete-criadora e escaletista

Dedica-se ao estudo da dança desde os 7 anos. Estudou balé clássico durante 13 anos. Em 1992, iniciou sua formação em balé moderno (técnica Martha Grahan). Quatro anos depois, ingressou na Lumiar Cia. de Dança, dirigida por Luiza Gentile. A partir de 1999, passou a investigar a dança contemporânea, integrando como bailarina a Cia. Experimental da Dança (direção de Marize Mathias). De 2002 a 2006, realizou sua formação no Estúdio Nova Dança, dedicando-se especialmente ao estudo do contato improvisação e da improvisação dança-teatro. Fez workshops com Lisa Nelson e Nancy Stark Smith (EUA).

Puntear Cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros

Apresentações gratuitas:

Dias 7 de fevereiro, 16h, e 8 de fevereiro, 12h (sábado e domingo), no Jardim Botânico (próximo à estufa). Acesso pela rua Eng°. Ostoja Roguski – bairro Jardim Botânico. Tel. (41) 3362-5289.

Duração: 50 minutos. Recomendação etária: livre

Ficha técnica

Direção: Alex Ratton Sanchez

Direção musical: Débora Marcussi

Intérpretes-criadores: Carolina Callegaro, Ciro Godoy, Clara Gouvêa, Débora Marcussi e Laila Padovan

Figurino: Iara Wisnik

Produção: Leandro Taveira e Zeca Duarte

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