quarta-feira, 24 de setembro de 2008

SINAL FECHADO OUTRA VEZ.








Sinal Fechado: a música popular brasileira sob censura (1937-45/1969-78)
de Alberto Moby Ribeiro da Silva
2ª edição
226 páginas


A edição “mantém as reflexões originais, que continuam atuais – ou, pelo menos, não encontraram ainda outro pesquisador que se tenha prestado a discuti-las, criticá-las e/ou aprofundá-las a ponto de se converterem em contribuições significativas para a historiografia brasileira sobre o tema.” Alberto Moby Ribeiro da Silva


Desde que lançou Sinal Fechado: a música popular brasileira sob censura (1937-45/1969-78), em 1994, o jornalista-historiador Alberto Moby Ribeiro da Silva não parou de receber perguntas sobre quando o livro, rapidamente esgotado, seria reeditado. Treze anos depois, a Editora Apicuri dá a resposta positiva para a tão esperada “nova edição”, que cede à tentação autor de mencionar trabalhos mais recentes, sem os quais pensar o tema hoje em dia seria, segundo ele, uma tarefa incompleta.

APRESENTAÇÃO DA OBRA NAS PALAVRAS DO AUTOR

No Brasil, a música popular, provavelmente mais do qualquer outra manifestação cultural, por sua ampla penetração na camada média urbana da população, tem tido papel fundamental na formação de uma identidade nacional. Por isso, em sua face mais autoritária, o Estado brasileiro dedicou a ela especial atenção, vendo-a ora como instrumento de ação política e propaganda ideológica, ora como obstáculo à sua concretização.

Sinal Fechado é um estudo comparativo dos dois períodos em que, no século XX, o Estado brasileiro se apresentou explicitamente à sociedade como autoritário – o Estado Novo, de 1937 a 1945, e o regime militar pós-1964, particularmente durante a vigência do Ato Institucional n° 5, entre 1969 e 1978 –, através das suas relações com a música popular. No livro é analisada a censura estatal à música popular brasileira, demonstrando que, em sua relação com a indústria fonográfica e de espetáculos, com os cantores e compositores e com o público ouvinte, o Estado Novo foi capaz de cooptar o mundo musical com o objetivo de transformá-lo em porta-voz de seu projeto de um “Brasil Novo”, enquanto ao regime militar coube lançar mão da violência da coerção, com o objetivo de silenciar qualquer músico que pudesse representar um obstáculo a seus objetivos políticos.

Entre os elementos inovadores de Sinal Fechado, vale destacar a discussão sobre a sigla MPB, durante a ditadura militar, que é vista pelo autor não simplesmente como abreviatura da expressão música popular brasileira, mas como uma espécie de “movimento” de resistência cultural ao regime, em torno do qual se agrupou (ainda que não necessariamente de forma intencional e programática) uma quantidade expressiva de compositores, cantores e músicos e também parte significativa de seus públicos. Neste sentido, o “movimento” MPB não definiria nenhum ritmo, nenhum estilo musical em particular e nem sequer uma temática específica, mas uma vontade de jogar “no campo do adversário”, como dizia o compositor e cantor Gonzaguinha na música Geraldinos e arquibaldos, de 1975.

SOBRE O AUTOR

Alberto Moby Ribeiro da Silva é carioca, jornalista, licenciado em História, mestre e doutor em História Social pela Universidade Federal Fluminense.

um lançamento da

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