quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ideologia da cultura brasileira


(1933-1974) 

Pontos de partida para uma revisão histórica

de Carlos Guilherme Mota

Prefácio de Alfredo Bosi

424 páginas

"Obra já clássica." "Livro do contra." Foi assim que Florestan Fernandes e Antonio Candido, respectivamente, se referiram a este Ideologia da cultura brasileira, após seu lançamento em meados dos anos 70, em plena ditadura militar. Considerando a polêmica e a admiração que o livro suscitou – dentro e fora dos meios acadêmicos –, pode-se dizer que ambos estavam certos: Carlos Guilherme Mota escreveu um autêntico "clássico do contra". 

Sem pretender-se um estudo exaustivo da história das idéias brasileiras no largo período recortado (1933-1974), este ensaio expõe os fundamentos ideológicos em que se apóia boa parte das interpretações do Brasil, identificando como um de seus alicerces a visão senhorial da sociedade, que celebra a conciliação, a "cordialidade" e o caráter pretensamente incruento de nossa história.

Enquanto desvela o ideário conservador, à direita e à esquerda, o autor analisa as vertentes de constituição de um pensamento verdadeiramente crítico, partindo de Mário de Andrade e Caio Prado Jr. até chegar a textos exemplares de Florestan Fernandes, Antonio Candido, Raymundo Faoro, Ferreira Gullar e Roberto Schwarz, entre outros. Assim, oferece ao mesmo tempo uma excelente introdução à história do pensamento brasileiro no século XX e uma visão contundente das ideologias que encobrem as lutas sociais e têm contribuído para perpetuar as enormes desigualdades do país.

A presente edição inclui uma nova e alentada apresentação –
 além de um caderno fotográfico ampliado e uma breve fortuna crítica – na qual o autor comenta a recepção da obra, o momento cultural e político na época de seu lançamento, e passa em revista os desdobramentos da "cultura brasileira" nos últimos trinta anos.

O historiador Carlos Guilherme Mota nasceu em São Paulo, em 1941, e é professor titular de História Contemporânea da FFLCH-USP e de História da Cultura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Presbiteriana Mackenzie. Professor colaborador no mestrado da Escola de Direito da FGV-SP, foi fundador e primeiro diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP, entre 1986 e 1988, na gestão do reitor José Goldemberg. Foi professor visitante das universidades de Londres, Texas, Salamanca e Stanford, membro da comissão de avaliação do Programa de América Latina da Universidade de Princeton e do Wilson Center, em Washington, e diretor de estudos da École des Hautes Études, em Paris. 

É autor de diversos livros, entre eles Atitudes de inovação no Brasil, 1789-1801 (Lisboa, Livros Horizonte, 1970; nova edição: Idéia de revolução no Brasil, Globo, 2008), Nordeste 1817 (Perspectiva, 1972), Ideologia da cultura brasileira, 1933-1974 (Ática, 1977), 1789-1799: a Revolução Francesa (Perspectiva, 2007), História do Brasil: uma interpretação (com Adriana Lopez, Senac-SP/Universidade de Salamanca, 2008), além de ter coordenado Brasil em perspectiva (Difel, 1968) e Viagem incompleta: a experiência brasileira, 1500-2000 (Senac-SP, 2000).

Um lançamento da

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