quarta-feira, 15 de agosto de 2018

FPA Análise de Mídia 14/08

CAPA – Manchete principal: *”Funcionária fantasma é demitida por Bolsonaro”*
*COLUNA PAINEL – LEWANDOWSKI PRESSIONADO POR ALUNO*: O debate sobre privilégios do Judiciário foi parar na sala de aula de Ricardo Lewandowski, do STF. Ele foi cobrado pelas regalias pagas a juízes por um aluno que relatava as péssimas condições em que vive na Casa do Estudante, o alojamento da Faculdade de Direito da USP. O rapaz sugeriu que o ministro fizesse uma doação no valor do auxílio-moradia à reforma do prédio e disse que ele precisa entender que não só filhos de magistrados estudam ali, mas também os “do porteiro e da empregada”. O jovem disse que um mês de auxílio-moradia (R$ 4.377) seria o suficiente para custear as bolsas de dez alunos pobres da faculdade e exortou o ministro a convencer os colegas de corte que estudaram na São Francisco a doarem o valor do benefício ao fundo pró-alojamento. Lewandowski não interrompeu o estudante. Só ao final explicou que ministros do Supremo não recebem auxílio-moradia. Ele fez questão de detalhar a remuneração que recebe –o salário, que defendeu estar defasado, e eventualmente compensações por viagens.
*COLUNA PAINEL – FLAVIO DINO X CIRO*: Candidato à reeleição, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), abrirá seu palanque no estado para Ciro Gomes (PDT). Embora seu partido esteja coligado com o PT, ele quer fazer um gesto a Ciro, de quem é amigo, e ao PDT, que também compõe sua aliança.
*COLUNA PAINEL – PARTIDO NOVO CONTRA LULA*: O partido Novo já prepara um pedido de impugnação da candidatura de Lula. A sigla vai apresentá-lo assim que o TSE publicar o registro do PT. A peça dirá que a presença do petista na disputa é inconstitucional. O Novo sustenta sua tese no artigo 77 da Constituição e diz que este trecho deveria vedar a participação de Lula no pleito, mesmo sub judice. Não cabe comparação com outros casos, diz a sigla, porque o cargo de presidente tem tratamento diferenciado no texto constitucional. O pedido do Novo pode levar o debate sobre o caso de Lula para o STF.
*COLUNA PAINEL – PLANO DE GOVERNO DE BOLSONARO*: Jair Bolsonaro (PSL) decidiu apresentar um plano de governo enxuto à Justiça Eleitoral. O documento vai elencar as diretrizes do programa elaborado pelo economista Paulo Guedes, guru do presidenciável. O texto vai defender pacto federativo, reforma da Previdência, reforma tributária e privatizações. Metas detalhadas, traçadas com base em projeções de Guedes, não foram colocadas no papel.
Intramuros, a equipe de Bolsonaro prevê, por exemplo, que com privatizações e vendas de ativos, como imóveis, seria possível reduzir a dívida interna em R$ 1,5 trilhões em quatro anos.
*COLUNA PAINEL – SOBRE A URSAL*: “Quando uma fake news é levada a sério no debate presidencial vemos como a desinformação contamina essas eleições”, de Pedro Abramovay, diretor da Open Society Foundations, sobre a Ursal, que uma socióloga contou ter inventado em 2001 como ironia
*”Bolsonaro demite assessora fantasma e diz que crime dela foi dar água a cachorros”* - O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL-RJ) demitiu nesta segunda-feira (13) a assessora fantasma Walderice Santos da Conceição, e afirmou que o "crime dela foi dar água para os cachorros".  "Tem dois cachorros lá e, pra não morrer, de vez em quando ela dá água pros cachorros lá, só isso. O crime dela é esse aí, é dar água pro cachorro", disse. A demissão, a pedido da assessora, foi divulgada por ele depois de a Folha publicar reportagem nesta segunda que flagrou Walderice trabalhando em sua loja de açaí na região de Angra dos Reis na hora do expediente da Câmara dos Deputados. Em janeiro, a Folha revelou a existência da funcionária fantasma. De acordo com pessoas da cidade, Wal, como é conhecida, também presta serviços particulares na casa de Bolsonaro, mas tem como principal atividade o comércio de açaí. Bolsonaro afirmou nesta segunda que a funcionária ligou pedindo demissão, mas que seria "muito complicado", então ele a exonerou. "Eu fico chateado até, porque ela precisa, é uma pessoa pobre", afirmou o deputado. 
*”Alckmin traça estratégia para recuperar votos no interior de São Paulo”* - Governador de São Paulo por quatro mandatos, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) deu início a uma “operação porta a porta” para recuperar o eleitorado cativo de seu estado, hoje dividido entre o tucano e Jair Bolsonaro (PSL). Em evento ao lado do candidato a governador João Doria (PSDB) na sexta-feira (10) Alckmin fez sua primeira ação de campanha no interior paulista, depois de meses ausente publicamente do estado. O tucano tentava evitar complicar ainda mais a divisão em sua base com as candidaturas adversárias de Doria e a do governador Márcio França (PSB), vice que o sucedeu e disputa a reeleição. Em Taubaté, a 20 quilômetros de Pindamonhangaba, sua cidade natal, Alckmin foi recebido como prata da casa. Passou quase uma hora tirando selfies, abraçando simpatizantes e ouvindo incentivos à sua candidatura.
Resolvida essa questão, o foco da campanha agora é recuperar o terreno perdido —crucial para alavancar o desempenho de Alckmin no país. Maior colégio eleitoral do Brasil, com 33 milhões de pessoas aptas a votar, um terço delas na capital, o estado de São Paulo responde por 22,5% do total de eleitores do país (147 milhões). Como relatou o Painel no domingo (12), para barrar a atração que Bolsonaro exerce sobre setores paulistas, a campanha tucana vai reforçar a ofensiva sobre o eleitorado conservador e ligado ao agronegócio do interior.
Para organizar a ofensiva, foi montado um comitê de prefeitos, capitaneado por Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), de Santos.
O espírito da coisa foi definido por Alckmin aos aliados. Ele contou que, em 1989, uma campanha de casa em casa levou à vitória de Mário Covas (PSDB) em Pindamonhangaba na eleição presidencial, em contraste com a quarta posição em que terminou no país. “Temos de olhar no olho do eleitor e dizer que temos as melhores soluções para o nosso país”, discursou o prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), no ato de sexta. “Temos de lutar pelo voto todos os dias, com papelzinho na mão, no comércio, dentro da casa da gente, no trabalho. A gente tem que insistir.” O diagnóstico feito pelo grupo é que os prefeitos estão desmotivados na defesa de Alckmin. Foram instruídos a realçar as realizações do tucano no estado e para isso são rememorados da folha de serviços prestados. O PSDB comanda o Palácio dos Bandeirantes há 24 anos. Auxiliares de Alckmin apostam na habilidade de prefeitos para fazer o corpo a corpo com a população, para acessar meios de comunicação locais e para mobilizar internautas nas redes sociais.
Agência Lupa - *”Em debate paralelo, Haddad exagera ao citar empregos criados pelos petistas”*
*”Quando era jovem, experimentei, diz Haddad sobre maconha”* - Vice na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-prefeito Fernando Haddad defendeu a descriminalização do usuário de maconha no Brasil. Segundo ele, esse já era o espírito da lei de 2006 que fixava o combate ao tráfico e descriminalização do uso. Na sua opinião, a lei foi desvirtuada ao delegar à autoridade policial definir uso e tráfico. E, por isso, essa lei será revisitada. Para Haddad, “encarcerar o usuário vai levar o país à explosão”. “A descriminalização está dada. O problema é a interpretação da Lei”, disse. Haddad participou nesta segunda-feira (13) do evento “O Brasil visto de Baixo”, ciclo de sabatinas com presidenciáveis organizado pela Casa do Baixo Augusta e pela Catraca Livre.
Como Lula está preso, Haddad foi convidado a apresentar as propostas da candidatura. Insistentemente questionado se já havia fumado maconha, Haddad respondeu: “Quando era jovem, experimentei”. Sobre legalização do aborto, Haddad lembrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) vai se pronunciar a respeito até o fim do ano e disse que a corte tem prerrogativa para defender as minorias. “O encarceramento não resolve o problema”, diz. Na sabatina, Haddad propôs chamar à responsabilidade federal o combate ao crime organizado reforçando o contingente da Polícia Federal. Segundo ele, só 8% dos homicídios resultam em condenação no Brasil. Ao falar de população carcerária, o petista afirmou que a política de segurança pública só olha para estatísticas de presos, enquanto os criminosos de alta periculosidade estão soltos. “Em vez de preservar vidas, estamos encarcerando homens e mulheres negras”, disse ele ao responder especificamente sobre a situação de mulheres negras.
*”Plano de Ciro para tirar eleitor de lista de devedores é vago, dizem especialistas”*
*”Não queremos ser uma seita verde, diz vice de Marina Silva”*
*”Marina Silva critica teto de gastos e defende melhor formação de professores”*
*”Sesi cobra 'atenção especial' em obra no reduto de Skaf”*
*”Ministério Público investiga comerciais protagonizados por Skaf”*
*”Claudio Weber Abramo tinha raciocínio apurado e criticava soluções fáceis”*
*”Moro manda prender três executivos da Mendes Júnior por corrupção”*
*”Após polêmica, Kátia Abreu reconhece Photoshop em foto oficial”*
*”Socorro a estados e municípios no governo Temer vai custar R$ 90 bi”* - O socorro financeiro do governo federal ao pagamento de dívidas de estados e municípios com a União terá um impacto de R$ 90,3 bilhões nas contas públicas ao longo de três anos, de 2017 a 2019. O valor corresponde a quase duas vezes o que foi gasto em investimentos em 2017 (cerca de R$ 46 bilhões), algo crucial para a retomada da economia. As informações da Secretaria do Tesouro Nacional constam de relatório de auditoria da dívida pública do Brasil realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Segundo os técnicos responsáveis pela apuração, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Alagoas e a cidade de São Paulo respondem por cerca de 90% desse rombo. Procurado para falar sobre o impacto dessas repactuações nas contas públicas, o Ministério da Fazenda não quis comentar. O TCU também não se pronunciou. A auditoria realizada entre 2017 e este ano atende a um pedido do Senado para esmiuçar o crescimento do endividamento do país. O período analisado teve início em 2000.
O alerta é dado em relação ao refinanciamento das dívidas de estados e municípios com a União. O relatório foi submetido ao plenário do TCU no dia 16 de maio deste ano, sob relatoria do ministro Aroldo Cedraz, com a presença de outros seis ministros. No acórdão, integrantes da corte fazem uma série de recomendações ao governo federal para aumentar a transparência sobre a dívida pública brasileira. A primeira renegociação com estados e municípios foi realizada durante o governo Dilma Rousseff (PT), em 2014, e mudou o indexador da dívida dos entes federados com o governo federal. Segundo o relatório, essa primeira renegociação com os estados custou R$ 37,1 bilhões à União –mais um custo de R$ 60,2 bilhões da renegociação com os municípios. Em 2016, o presidente Michel Temer sancionou uma lei que, em linhas gerais, alongou o prazo de pagamento da dívida de municípios e estados com a União. Em 2017, foi a vez da entrada em vigor do chamado regime de recuperação fiscal dos estados mediante uma série de exigências de ajustes, como reformas previdenciárias e privatizações. Só a alteração legislativa de 2016, segundo o Tesouro, tem custo de R$ 53,07 bilhões entre 2017 e 2019. Já as regras de 2017 causam impacto de R$ 37,20 bilhões —o que, no total, atinge os R$90,3bilhões mencionados.
*”Na melhor das hipóteses, déficit zera em 2022, afirma IFI”* - Na melhor das hipóteses, o déficit nas contas do governo pode ser zerado em 2022, afirma relatório divulgado nesta segunda-feira (13) pela IFI (Instituição Fiscal Independente). O resultado está no negativo em R$ 103 bilhões (12 meses até junho) e, segundo a IFI, deve encerrar o ano em R$ 156,7 bilhões.  Embora candidatos tenham prometido zerar o rombo em dois anos -- Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) o fizeram de maneira explícita –a IFI aponta algumas dificuldades. Primeiro, o cenário de curto prazo ficou mais difícil, após o governo abrir mão de receitas da arrecadação de Cide e PIS/Cofins para reduzir o preço do diesel na paralisação dos caminhoneiros. As duas medidas produzirão uma perda em torno de R$ 5,5 bilhões, segundo a IFI. 
Além disso, o crescimento econômico menor (1,6% em vez de 2%) e um elevado desemprego contribuem para deprimir as receitas que viriam de outros impostos. No médio prazo, o principal desafio é o cumprimento do teto que limita o crescimento dos gastos públicos. A regra ganhou sobrevida, na visão da IFI. A entidade vislumbrava que o teto se esgotaria em 2019. Porém, com a recente redução de subsídios, como a desoneração da folha de pagamentos, e o esperado fim da subvenção do preço do diesel, o teto poderá durar até 2020. Mas não foi só isso. Uma ajuda extra veio da elevação da inflação em junho, produto inesperado da greve dos caminhoneiros. O aumento de preços afrouxou um pouco o limite do governo.
*”ANP estuda proibir anúncio prévio de reajuste dos combustíveis”*
*”Investigado, Temer admite receio em assinar decreto de relicitação de obras”*
*”Eletrobras vive semana decisiva para viabilizar venda de distribuidoras”*
*”BNDES tem lucro de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre”*
*”Lira turca afunda, arrasta emergentes e afeta moeda no Brasil”*
*”Jungmann elogia polícia do Rio, mas diz que PF está pronta para caso Marielle”*
*Mônica Bergamo - “Dias Toffoli vai propor acabar com feriados exclusivos do Judiciário”*
CAPA – Manchete principal: *”Procura por armas dispara, e número de baleados cresce”*
*”Um país com mais armas e violência”* - Tema recorrente no debate entre os candidatos à Presidência, a aquisição de armas de fogo por cidadãos comuns aumentou dez vezes desde 2004, quando foi regulamentado o Estatuto do Desarmamento. Dados da Polícia Federal obtidos pelo GLOBO por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que, independentemente da discussão política, brasileiros já estão se armando como nunca. O ritmo acelerou nos últimos três anos. Em 2017, foram registradas 33.031 novas armas por civis. Aprovada em 2003, a legislação restringiu imediatamente o número de novas armas para cidadãos comuns. Em 2004, primeiro ano com a norma em vigor, foram apenas 3.055 unidades, menor dado desde que foi criado o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), em 1997. A partir de 2008, porém, uma escalada constante do armamento passou a ocorrer. O recorde foi em 2015, quando 36.807 registros foram feitos. A partir daí, o número se manteve nesse patamar. As mortes por arma de fogo também têm crescido em ritmo acelerado: entre 1997 e 2016, houve um aumento de 87%, enquanto o total de homicídios subiu 54%, segundo o Ministério da Saúde.
*”PF dedicará 40% de seu efetivo às eleições”*
*”Candidatos entregam relação de bens à Justiça Eleitoral”*
*”Marina diz que vai rediscutir teto de gastos públicos”*
*”Bolsonaro demite servidora citada em debate na TV”*
*”Mantega é réu pela primeira vez na Lava Jato”* - O juiz Sergio Moro aceitou, pela primeira vez, uma denúncia contra o ex-ministro Guido Mantega. Ele é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro na edição das medidas provisórias 470 e 472, conhecidas como MPs da Crise. Ele foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter beneficiado empresas do Grupo Odebrecht com a medida, em troca de propina de R$ 50 milhões. O juiz rejeitou a denúncia contra o ex-ministro Antonio Palocci neste caso, por falta de provas, e afirmou que ele deve ser ouvido como testemunha de defesa. A ação envolve R$ 15,1 milhões pagos aos marqueteiros do PT, João Santana e Mônica Moura, em 26 entregas, feitas no Brasil, em dinheiro, e outra parte em contas no exterior. Ainda ontem, a defesa de Guido Mantega questionou a competência de Moro para receber a denúncia. Para o advogado Fábio Tofic, o recebimento de caixa dois para a reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014 é caso de competência da Justiça Eleitoral do Distrito Federal. Citou como exemplo decisões da 2ª Turma do STF, que tem encaminhado casos de caixa dois para a Justiça Eleitoral. A planilha da Odebrecht denominada de “Posição Programa Especial italiano” retrata créditos de R$ 200 milhões à cúpula do PT, com saldo a pagar de R$ 66 milhões em 31 de março de 2014. Na planilha “Posição Pós Itália” o crédito é de R$ 132 milhões, com saldo a pagar de R$ 101,4 milhões em março de 2014. O empresário Marcelo Odebrecht, delator da Lava-Jato, afirma que o pedido de R$ 50 milhões partiu de Mantega, e que o valor foi disponibilizado pela Braskem, a petroquímica do grupo. O dinheiro pedido pelo então ministro da Fazenda teria sido colocado à disposição em 2009, mas começou a ser usado em 2013.
Moro lembrou ainda em despacho que Mantega, que ocupou a Fazenda entre março de 2006 e janeiro de 2015, mantinha quase US$ 2 milhões no exterior não declarados às autoridades brasileiras, nem mesmo à Receita Federal. O ex-ministro é dono de duas contas na Suíça, bloqueadas pelas autoridades daquele país. Em nome de uma offshore batizada de Papillon Company há uma conta com saldo de US$ 1,7 milhão. Na conta pessoal, o saldo é de US$ 143,6 milhões. Os valores só foram revelados às autoridades brasileiras em julho de 2017, quando Mantega tentou aderir ao programa de regularização cambial e tributária aprovado no ano anterior.
Os procuradores dizem que a explicação do ex-ministro para os valores no exterior é inverossímil. Moro ressaltou, porém, que é preciso avaliar as provas no processo judicial. “Evidentemente, tanto Marcelo Bahia Odebrecht e Antonio Palocci Filho são pessoas que, confessadamente, se envolveram em crimes e buscam benefícios penais através da colaboração. Seus depoimentos devem ser vistos com reservas e precisam de prova de corroboração”, escreveu ao aceitar a denúncia.
Além de Mantega, Moro aceitou a denúncia também contra outras nove pessoas: André Luis Reis Santana, Bernardo Afonso de Almeida Gradin, Fernando Migliaccio da Silva, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, João Cerqueira de Santana Filho, Marcelo Bahia Odebrecht, Maurício Roberto de Carvalho Ferro, Monica Regina Cunha Moura e Newton Sergio de Souza. Deste grupo, dois não são delatores: Newton de Souza e Maurício Ferro. Os dois foram delatados por Marcelo Odebrecht. Ferro é cunhado de Marcelo Odebrecht, e Souza era braço direito de Emílio Odebrecht, pai de Marcelo. Os dois tinham afirmado que desconheciam as tratativas de pagamento de propina para aprovação das medidas provisória senão integraram a lista de delatores da empresa. Porém, Marcelo Odebrecht, ao sair da prisão, passou a questionar aversão.
*”Lucro do BNDES cresce 253,9% no 1º semestre”*
CAPA – Manchete principal: *”Cármen defende Ficha Limpa; Wagner lança alerta ao PT”*
*”Para Cármen, Ficha Limpa é conquista da sociedade”* - Às vésperas do registro, pelo PT, da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, fez ontem uma defesa da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis condenados na Justiça por órgão colegiado. Sentenciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato e preso desde abril, Lula está potencialmente enquadrado na Ficha Limpa. O petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto, teve a condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). “Leis eleitorais, nacionais, da maior importância, são de iniciativa popular. A chamada Lei da Ficha Limpa foi um conjunto de cidadãos que levou ao Congresso Nacional aquilo que lhe parecia próprio. Uma lei considerada pela ONU como uma das melhores que existem”, disse Cármen Lúcia durante palestra em Brasília. A ministra vai deixar a presidência do Supremo em setembro. Ao registrar Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo com ele cumprindo pena em Curitiba, o PT procura ganhar tempo e expor ao máximo o ex-presidente na campanha. Por isso, o registro da candidatura será feito amanhã, último dia do prazo. O ex-governador Jaques Wagner, no entanto, disse ontem que o PT tem uma “estratégia de substituição” e que o partido não pode esperar “a vida inteira” para expor o exprefeito Fernando Haddad, provável substituto de Lula na chapa se a candidatura do ex-presidente for impugnada.
A discussão jurídica sobre a possibilidade de Lula ser candidato também ocorre em meio à troca de comando no TSE – a gaúcha Rosa Weber, de 69 anos, assume hoje o comando da Corte. Considerada por colegas, auxiliares e advogados a ministra mais rigorosa do TSE, Rosa votou pela cassação da chapa de Dilma Rousseff-Michel Temer por abuso de poder político e econômico, defendeu a perda de mandato dos governadores do Amazonas, do Tocantins, da Paraíba e de deputados de Sergipe acusados de irregularidades na destinação de verbas da Assembleia Legislativa do Estado. Nos temas eleitorais decididos pelo Supremo – Corte que também integra – Rosa acompanhou a corrente majoritária que decidiu que o prazo de oito anos de inelegibilidade fixado pela Ficha Limpa pode ser aplicado até para candidatos que tenham sido condenados antes da publicação da lei, em 2010.
O ministro Luiz Fux, que será substituído por Rosa na presidência do TSE hoje, afirmou ontem que “quem concorre com base numa liminar, concorre sujeito a chuvas e trovoadas”. “Se vier a ganhar, e se for preciso realizar eleições suplementares, ele é responsável, porque provocou um gasto extra para a Justiça Eleitoral”, disse Fux durante seminário em Brasília, sem citar nomes. No fim do mês passado, o ministro afirmou que “um político enquadrado na Lei da Ficha Limpa não pode forçar uma situação, se registrando, para se tornar um candidato sub judice”.
*”Nós não vamos ter a vida inteira para expor o Haddad”* - O ex-governador da Bahia Jaques Wagner admitiu ontem ao Estado que o PT tem uma “estratégia de substituição” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Palácio do Planalto. Wagner disse que o partido não pode esperar “a vida inteira” para expor o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato a vice na chapa petista, e possível substituto de Lula – condenado e preso na Lava Jato. “Acho impossível sombrear a candidatura do Lula. Acho uma bobagem quem está falando que expor Haddad é problema. Ao contrário, se temos uma estratégia de substituição, nós não vamos ter a vida inteira para expor o Haddad”, afirmou Wagner ao registrar, no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, em Salvador, sua candidatura ao Senado na chapa à reeleição do governador Rui Costa (PT). Wagner também era apontado como um potencial “plano B” para substituir Lula na disputa presidencial.
O PT já prepara uma agenda de viagens de Haddad pelo Brasil para ampliar sua visibilidade. A ideia é começar por Estados do Nordeste, onde o PT tem forte presença. O partido também negocia com a Rede TV! a possibilidade de Haddad substituir Lula no debate dos presidenciáveis que a emissora vai promover nesta sexta-feira. “Está sendo feita com a Rede TV! uma discussão sobre a presença do Lula ou de um representante que seria eu”, disse o ex-prefeito.
Ontem, Haddad e Manuela d’Ávila (PCdoB) participaram de uma sessão conjunta de fotos em São Paulo. Em uma rede social, Manuela postou uma imagem em que aparece sendo maquiada e a frase: “preparando para a foto oficial”. Pessoas que acompanharam a produção disseram que foram feitas fotos dos dois sozinhos e também juntos. Assessores de Haddad e Manuela divergiram sobre o objetivo das imagens. Segundo pessoas próximas da deputada gaúcha, trata-se de material de campanha. A equipe do ex-prefeito disse que a foto vai ser usada no registro da candidatura, amanhã. A legislação eleitoral obriga os candidatos a fornecerem fotos que serão usadas nas urnas eletrônicas no ato do registro. Para dirigentes petistas, a sessão é mais um indício de que, por mais que o PT negue, já está em curso o “plano B” para que Haddad substitua Lula. O exprefeito foi escolhido para ser vice de Lula, mas deve ceder o posto para Manuela quando a situação do ex-presidente for decidida pela Justiça Eleitoral.
Em sabatina do projeto “O Brasil visto de baixo”, na Casa do Baixo Augusta, região central de São Paulo, ontem, Haddad voltou a negar que é candidato a substituto de Lula. “Espero que no dia 7 de outubro tenha uma chapa em que eu não tenha que figurar”, disse. Pouco depois, ao falar sobre os cenários eleitorais, o ex-prefeito mostrou otimismo. “No segundo turno você pode ter certeza que o PT vai estar”, afirmou.
*”PT considera ofensiva jurídica simultânea”* - O PT joga com o tempo e avalia uma ofensiva jurídica simultânea no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal para tentar afastar a inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – preso e condenado na Lava Jato – durante a tramitação do pedido formal de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Às vésperas da oficialização do registro da candidatura do ex-presidente ao Planalto, o objetivo principal é garantir a presença do petista no horário eleitoral gratuito, previsto para começar dia 31 de agosto em rede nacional de rádio e TV. Segundo apurou o Estado, em vez de apostar as fichas apenas na arena eleitoral, o PT cogita uma estratégia na qual o foco da discussão está na suspensão da inelegibilidade no STJ e no STF. No início do mês, o advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, que integra a defesa de Lula, disse a jornalistas que a inelegibilidade do petista “é provisória”. Para a defesa de Lula, a liminar poderia ser obtida até a diplomação, prevista para ocorrer até 19 de dezembro.
A ofensiva simultânea no STJ e no STF, no entanto, encontra resistências no partido. Uma ala do PT acredita que não há motivo para antecipar os passos. Dessa forma, mesmo já dando como certo que o TSE negará o registro de Lula, não haveria motivos para “provocar o adversário a se manifestar antes” e, com isso, perder alguns dias de discussão. Uma outra ala aposta no argumento de que Lula deveria ter o direito de disputar a eleição e tentar suspender a inelegibilidade, como outros candidatos já conseguiram em outros pleitos, o que poderia reduzir as críticas de que o ex-presidente tenta, na verdade, arrastar a conclusão do caso.
*”Amoêdo declara patrimônio de R$ 425 milhões”*
*”Alckmin quer usar inserções  na TV para atacar Bolsonaro”*
*”Moro manda prender cúpula da Mendes Jr.”*
*”Juiz torna Mantega réu, mas recusa acusação contra Palocci”*
*”Em meio à crise venezuelana, casos de pirataria crescem 163% no Caribe”*
*”Polícia argentina faz buscas no prédio em que Cristina vive”*
*”FBI demite agente que criticou Trump”*
*”Ouvidoria vê excessos em 74% das ações policiais com morte em São Paulo”*
CAPA – Manchete principal: *”Venda da Braskem sofre resistência na Petrobras”*
*”Ocupação supera nível pré-crise em 5 áreas”* - A crise econômica que jogou milhões de pessoas na informalidade mudou também a composição do emprego por setor na economia. Em cinco grupamentos de atividade acompanhados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de ocupados superou no segundo trimestre o registrado no período imediatamente anterior à recessão, com destaque para alimentação e transporte. Foram esses segmentos que receberam parte dos trabalhadores que perderam seus empregos e agora têm uma população ocupada maior que em 2014. Essa recuperação relativa passa longe da indústria e da construção civil, que cortaram milhões de vagas e ainda têm um número de ocupados bem abaixo daquele ano.
Segundo dados da Pnad Contínua trimestral, do IBGE, a construção civil perdeu 1,25 milhão de trabalhadores na comparação com segundo trimestre deste ano com o mesmo período de 2014. Uma queda de 16% no total de ocupados no setor. A indústria demitiu também 1,25 milhão (-9,5%), a agropecuária, outro 1,27 milhão (-13%). Neste último caso, a queda tem a ver com o aumento de absorção de tecnologia pelo setor. Na ponta oposta, o segmento de alojamento e alimentação teve no segundo trimestre deste ano um acréscimo de 1,1 milhão de trabalhadores em relação a quatro anos atrás, num aumento expressivo de 26%. Transporte aumentou seu contingente de ocupados em 9,6%, ou 409 mil pessoas. Outros serviços tinham 607 mil empregados a mais, um aumento de 15% sobre 2014. O serviço doméstico agregou mais 234 mil trabalhadores, num aumento de 4% sobre 2014. O grupo que inclui administração pública, educação, saúde e defesa ganhou mais 990 mil contratados, com aumento de 6,5% no total de empregados.
Completando os dez grupamentos de atividade acompanhados pelo IBGE, comércio e reparação de veículos têm praticamente o mesmo número de ocupados de quatro anos atrás, e o setor financeiro, imobiliário e de administração perdeu 357 mil empregados, ou 3,5% do total de 2014.
*”Tecnologia cortou empregos na agropecuária, mostra estudo da FGV”*
*”Greve afetou indicadores também em julho”*
*”Acordo sobre base de Alcântara com EUA pode sair este ano, diz ministro”*
*”Núcleos de inflação voltam para a trajetória das metas”*
*”MP do Frete põe em risco transporte de medicamentos”*
*”Analistas elevam previsão do IPCA para 4,15% no ano”*
*”Exportação recua 13% na segunda semana de agosto”*
*”Retomada da economia puxa demanda e consumo de gás sobe 23,5% em junho”*
*”LDO não permite reajuste de magistrados”* - A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2019, que deverá ser sancionada hoje pelo presidente Michel Temer, não permite o aumento de 16,38% no subsídio de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), da magistratura e dos procuradores do Ministério Público da União (MPU), disseram fontes ao Valor. As fontes explicaram que o artigo 169 da Constituição determina que a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração só poderá ser feita se houver prévia dotação orçamentária e se houver autorização específica na LDO, o que não ocorreu para 2019. O projeto da LDO original, que foi enviado pelo governo ao Congresso, dizia que a concessão de quaisquer vantagens e aumentos de remuneração ficavam autorizados até o montante das quantidades e dos limites orçamentários constantes do anexo V da lei Orçamentária de 2019. Este é o anexo que discrimina todas as elevações das despesas com pessoal que estão autorizadas em determinado ano.
*”Planalto ignorou alertas da Fazenda sobre Rota 2030”* - O governo ignorou pareceres técnicos do Ministério da Fazenda sobre o programa Rota 2030 (de benefícios ao setor automotivo), ao criar a medida mesmo com duras críticas das secretarias da pasta à iniciativa. De acordo com os documentos, o pacote vai gerar insegurança jurídica, aumento da complexidade das regras tributárias, possibilidade de sonegação e alta renúncia de impostos - calculada em R$ 12,8 bilhões nos primeiros cinco anos de vigência das regras. Os pareceres foram elaborados por pastas como Receita, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e Secretaria de Assuntos Internacionais (Sain) - todas vinculadas à Fazenda. O Valor teve acesso aos documentos por meio da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco). A Receita é a mais contundente nas críticas. Para ela, o Rota 2030 gera impacto negativo para a administração tributária e para os contribuintes por causa da dificuldade de fiscalização e da erosão da base arrecadatória. O órgão também contesta a concessão de benefícios tributários imediatamente após a edição da medida provisória do Rota 2030 com uma verificação futura de atendimento de requisitos. "A dinâmica proposta para regular usufruto dos benefícios fiscais do programa implica em insegurança jurídica para os contribuintes e aumento dos custos de controle por parte da administração tributária", afirma a Receita.
*”Custo total ainda não está definido”*
*”’Sobra’ permite cumprir teto até 2020, diz IFI”*
*”Aliados não querem financiar Alckmin”*
*”PT aposta em alta transferência de votos para Haddad”* - Às vésperas do registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, os petistas demonstram satisfação com o resultado de pesquisas encomendadas pelo partido, que indicaram que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad conseguirá a maior parte dos votos que Lula poderia ter caso fosse candidato. "Antes mesmo de ser anunciado oficialmente como o substituto, Haddad já conta com o apoio de boa parte do eleitorado ", afirmou um líder do PT, baseado em pesquisas internas. Para elevar o teto da capacidade de transferência de votos, o PT avalia, entre as possibilidades cogitadas, viralizar nas redes sociais vídeos e fotos de momentos em que Lula e Haddad estiveram lado a lado.
Membros mais cautelosos do PT pedem cuidado para que a estratégia não seja interpretada como uma desistência prévia de Lula antes mesmo de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impugnar a candidatura do petista. "Ninguém quer passar a ideia de que Lula já jogou a toalha ou de que o PT desistiu dele", disse uma das lideranças do PT. Ainda assim, a estratégia ganhou simpatia da cúpula do PT, já que o partido já contabiliza algumas desvantagens em relação aos demais postulantes ao comando do Palácio do Planalto: o PT não deve ter representante nos debates entre os candidatos na RedeTV!, previsto para a próxima sexta-feira, e na Jovem Pan, marcado para 27 de agosto, nem na semana  em que o Jornal Nacional, da Rede Globo, realizará entrevistas com presidenciáveis, o que acontecerá entre 27 e 31 de agosto.
Questionadas pelo Valor, as emissoras de rádio e televisão indicaram que, mesmo diante da impossibilidade de Lula comparecer aos programas, Haddad não deve ser convidado para representar o petista. "O critério para convidar os presidenciáveis ao Jornal Nacional é o mesmo do das sabatinas da GloboNews: serão convidados os principais candidatos da pesquisa da semana anterior que estejam aptos para estar presencialmente no estúdio", informou a Rede Globo, por meio de sua assessoria de comunicação.
Em outra frente, Lula deve reforçar em futuras cartas que Haddad e Manuela falarão por ele, que está preso desde 7 de abril. Para a cúpula do PT, o aceno representará um endosso do ex-presidente à dobradinha Haddad-Manuela, caso Lula tenha sua postulação impugnação pela Justiça Eleitoral.
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