Com direção
de Elias Andreato, a peça reinventa os últimos dias da bailarina Isadora
Duncan, no ano de 1927, na França, quando ela conhece um misterioso editor que
pretende publicar suas memórias. O encontro traz à tona a mulher por trás do
mito
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta o
espetáculo teatral ISADORA, uma visão emocionada sobre a vida e a obra da
bailarina Isadora Duncan (1877-1927). A montagem marca a estreia da atriz Melissa Vettore como autora, tendo como
colaboradores Daniel Dantas e o diretor Elias Andreato. A renovação da
dança, os direitos da mulher, a educação infantil e a mercantilização do corpo
feminino estão entre os temas do espetáculo. A narrativa é permeada por
coreografias, músicas cantadas e projeção de imagens com o objetivo de revelar as
memórias e a busca de Isadora Duncan por uma maneira poética de viver, pensar e
dançar.
Melissa Vettore, interpreta Isadora Duncan e Sávio
Moll vive o papel do editor que quer publicar as memórias da bailarina. Também
estão no elenco Roberto Alencar e Patrícia
Gasppar, como os irmãos de Isadora. Ao vivo, a pianista Cibele Perusso executa as
canções. “Mais do que falar de dança, o espetáculo se refere a uma
mudança no entendimento do próprio corpo, da individualidade e do coletivo.
Duncan desejou uma mudança urgente no pensar e no sentir que, consequentemente,
nos levará a um modo de agir no mundo, novo e verdadeiro, provocando uma
revolução social e de valores”, avalia Melissa Vettore. A dramaturgia foi
construída a partir da autobiografia,
cartas, documentos políticos, documentários e manuscritos de Isadora.
No desenrolar das cenas, Isadora expõe ao editor sua história como bailarina,
mulher, mãe, amante, mestra e revolucionária. E os dois discutem sobre o amor,
as perdas, as ilusões e lutas políticas, a educação gratuita para as crianças,
a servidão no casamento, a liberdade do corpo e da dança, a soberania da arte, o
sucesso e a decadência. O personagem do editor foi inspirado no universo do
escritor norte-americano Henry Miller (1891-1980),
ao mesmo tempo debochado, inteligente e com grande capacidade crítica sobre a
sociedade. Por meio desse personagem, revela-se que a Isadora consagrada como
artista é diferente da Isadora que regressou a Nice, na França. Atrevido e
impetuoso, o editor provoca a bailarina com uma visão pragmática sobre sucesso
e fracasso, colocando a plateia frente a frente com as cicatrizes e
contradições de uma vida dedicada à arte.
A montagem
A direção de movimento é assinada pela bailarina, coreógrafa e diretora Renata Melo, que também realizou as coreografias
em colaboração com Melissa Vettore e os
outros atores. As músicas são cantadas ao vivo pelo elenco, e a trilha sonora foi especialmente composta por
Jonatan Harold para piano e acordeão. Imagens ligadas aos relatos e
memórias de Isadora são projetadas sobre
o cenário de Marco Lima. A
iluminação de Wagner Freire
desenha os ambientes onde acontecem os encontros entre Isadora e o editor, assim
como as viagens entre os irmãos. Os figurinos são de Marichilene Artisevskis.
Sobre Isadora Duncan (1877-1927)
“Sou uma crítica incansável da sociedade moderna, da cultura e da
educação. Defensora dos direitos das mulheres, da revolução social e da
concretização do espírito poético na vida cotidiana. Meu interesse é expressar
uma nova forma de vida”. Assim se auto definiu a bailarina Isadora Duncan. Precursora
do que veio a ser conhecido como 'Dança Moderna’, manteve-se aliada a
compositores, poetas, filósofos e idealistas de várias partes do mundo. Ela
criou uma maneira totalmente nova de dançar – e é este legado que desejava
preservar e proteger a partir da criação de uma nova educação.
Ao longo de sua vida, lutou pelos direitos das mulheres e pela educação
de crianças das classes mais pobres. O custo dessas iniciativas a obrigava a
excursionar constantemente. Empenhada em construir uma ‘nova visão do corpo’,
Isadora partiu dos Estados Unidos, com seus irmãos, para a Europa e União
Soviética. A artista afirmava que sua dança era símbolo da nova educação e da
liberdade. Quebrou convenções ao dançar descalça e com roupas fluidas,
abominando toda técnica repressiva. Para ela, a dança era “o movimento do corpo
em harmonia com a natureza”. De espírito inquieto e vocação para questiona e mudar
a sociedade, esteve focada na mulher e no feminino. Acreditava na força da educação
como meio de transformação social. Foi fiel a seus princípios até o fim de sua
vida, mesmo diante de inúmeras dificuldades.
Elias Andreato
É um consagrado ator, diretor e autor brasileiro, com uma visão especial
sobre o trabalho do ator e da dramaturgia autoral. Sua busca é pela humanidade
dos personagens que interpreta. Seus espetáculos frequentemente questionam o
papel do artista na sociedade e a relação com seu tempo. Construiu uma carreira
sólida feita, acima de tudo, pela escolha por personagens que pudessem traduzir
esse pensamento – Van Gogh, Oscar Wilde e Artaud são exemplos dessa escolha e
resultaram em interpretações marcantes que garantiram a ele um lugar especial
no teatro brasileiro.
Melissa Vettore
Tem formação em dança e uma trajetória que inclui drama e comédia.
Formou-se no Instituto de Arte e Ciência (Indac) e no Centro de Pesquisa
Teatral (CPT), de Antunes Filho. Completou sua formação em Nova York e
Barcelona. Atua na formação de atores ministrando workshops de corpo e
interpretação. É produtora de seus próprios projetos no teatro. Atua em
novelas, cinema e séries de televisão.
Sávio Moll
É um reconhecido ator que pode ser visto, ao
mesmo tempo, no teatro, no cinema e na televisão. Integra uma geração de artistas
que desenvolve a linguagem teatral a partir do trabalho de pesquisa corporal do
ator e do clown. Participou como clown no projeto Doutores da Alegria. Como
ator, trabalhou com os maiores diretores nacionais.
Roberto Alencar
Ator, bailarino, coreógrafo e desenhista. Em 2010, fundou a Incunábula
Companhia, com o objetivo de pesquisar o diálogo entre as artes visuais e a
dança contemporânea. Dirigiu vários espetáculos e também foi bailarino e
assistente de coreografia de diversas montagens. Fez parte do Núcleo
Expedições, na área de dança-teatro, dirigido por Renata Melo e Vivien Buckup.
Patrícia Gasppar
Tem formação em dança clássica, dança contemporânea e canto. Cursou a EAD
(Escola de Arte Dramática – USP / SP). Já atuou em mais de 30 espetáculos
teatrais, além de novelas, seriados e outros programas de televisão. Também é
roteirista e foi professora de interpretação no Teatro-Escola Célia Helena, em
São Paulo.
LINKS:
Trailler da peça Isadora
https-//vimeo.com/171467881
Vídeo Com Depoimentos
atores
Serviço
Teatro: Isadora
Local:
CAIXA
Cultural Curitiba. Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR).
Data: 16 a 18 de março de 2018 (sexta a domingo)
Horário: sexta e sábado, às
20h; e domingo, às 19h.
Ingressos: vendas a partir de 10
de março (sábado). R$ 10 e R$ 5 (meia
– conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA). A
compra pode ser feita com o cartão vale-cultura.
Bilheteria: (41) 2118-5111 (De terça a
sábado, das 12h às 20h. Domingo, das 16h às 19h.)
Classificação etária: 12 anos
Lotação
máxima: 125
lugares (2 para cadeirantes)
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