terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Hanuman, O Super-Herói do Meu Coração: Histórias e Detalhes de um Herói Imortal





por Sri Krishna Murti Dasa

Hanuman – Janisonah – Vayaputrah – Mahabalah
Rameshtaj – Phalgunasakhah – Pingakshah – Ativikramah
Udadhikarmanad (Chaiva) – Sitashokavinashanah
Laksman Prandata (cha) – Dashagrivasyadarpaha!

Por alguma razão totalmente desconhecida por mim, Sri Hanuman me fascina desde os meus primeiros passos na consciência de Krishna. O poderoso deus-macaco, servo fiel e abnegado de Sri Ramachandra, transmitia-me uma imagem de serenidade e proteção difícil de explicar. Ao visitar a fazenda Nova Gokula pela primeira vez, foi impossível não me apaixonar ainda mais por ele, ao vê-lo sentado em meditação constante, no belíssimo altar local. Seus olhos claros e pacíficos me deixavam certo de que a busca por devoção por Deus era o caminho espiritual a ser escolhido.

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Foto: Parte do altar da fazenda Nova Gokula, interior de São Paulo. No sentido da escrita: Hanuman, Lakshmana, Rama e Sitadevi.

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Foto: Hanuman.

Mas o que Hanuman tem que o torna tão especial e único em meio aos demais milhões de divindades védicas é um ponto a ser considerado. Nenhum outro ser, nem mesmo Sri Krishna, Sri Rama ou Sri Shiva possui tantos templos espalhados pela Índia quanto Hanumanji. O protetor dos devotos expande sua morada por todos os locais sagrados. Onde quer que o nome de Deus seja cantado, lá está ele para garantir a segurança de todos. O que ele ganha em troca? Apenas mais amor divino em seu imenso coração.

Este ponto é essencial. No épico Ramayana, o mais antigo da humanidade, que descreve as atividades transcendentais de Sri Rama, a encarnação divina como o rei ideal, Hanuman sacrifica tudo por sua devoção e amizade a Sri Rama. Ele não tinha nada pessoal, e sua felicidade era a do seu Senhor. Apesar de ser aquele que mais serviu Rama, seu único pedido foi o de permanecer presente onde quer que as glórias de seu rei fossem cantadas. Nem mesmo almejou proteção. Aliás, foi ele que protegeu Rama e Lakshmana diversas vezes na batalha de Lanka. Não exigiu um reino próprio, seguidores ou presentes caros, sendo, portanto, um exemplo máximo de altruísmo. Sugriva obteve ajuda de Rama para vencer seu irmão Vali e governar Kishkindha. Vibhisana herdou Lanka após a morte de seu irmão Ravana. Mesmo Jatayu alcançou a liberação ao tentar resgatar Sita e entregar sua vida. Hanuman não pediu ou recebeu absolutamente “nada”. Só abraços e o amor de Ramachandra. Hanumanji, apesar de não ser humano, personifica as qualidades que todos buscam para ter sucesso em suas vidas, possuindo humildade, sabedoria, fala apropriada, obediência, veracidade, renúncia, força e determinação.

Origem Complexa

A imensa popularidade de Hanuman o deixa com inúmeras versões sobre seu nascimento e origem transcendentais. Em algumas histórias, é dito que Garuda, o carregador de Sri Vishnu, pegou parte da ambrosia celestial, originada no sacrifício do rei Dasharatha, a qual gerou os quatro filhos do monarca – Rama, Lakshmana, Satrughna e Bharata – e levou até a rainha Anjana, esposa do rei-macaco Keshari. Ela, assim como Dasharatha, também desejava fervorosamente ter um filho. Outra história diz que Anjana, que fora anteriormente uma apsara, uma ninfa amaldiçoada a viver como uma macaca, recebeu Hanuman em seu ventre após severas austeridades e uma visita especial de Vayu, o deus do vento. Porém, outras versões dizem que Hanuman é filho de Shiva e/ou sua encarnação, e, em relação a isso, há diversas histórias. Alguns dizem que ele estava ávido por vir e servir seu Senhor Vishnu, que desceria como Rama e Seus irmãos. No Shiva Purana, é descrito que Mahadeva, em seu encontro com Mohini-murti, quando corre atrás dela pela floresta, perde um pouco de seu poderosíssimo sêmen.


Foto: Shiva persegue Mohini-murti pela floresta, ocasião na qual derrama um pouco de seu sêmen.

Os sábios, considerando um sacrilégio desperdiçar algo tão precioso, misticamente introduzem aquele sêmen em Anjana. Outros dizem que este mesmo sêmen foi levado até ela por Vayu, conectando as duas histórias. Assim, Hanuman é chamado de filho de Vayu, Pavan-putra, e filho de Shiva e sua encarnação, Shankar-Suvan.

Infância Travessa

Como um bom bebê macaco, Hanuman era bastante levado. Em um dos episódios mais clássicos, ele, sentindo muita fome, viu a imagem bela e brilhante do Sol em sua janela. Pensando ser uma manga madura, saltou em sua direção velozmente. O deus-sol, assustado pelo poder exibido por aquela pequena criatura, fugiu, buscando refúgio em Indra, o rei dos deuses. Para ajudá-lo, Indra lançou seu poderoso raio, que atingiu a mandíbula da criança, que caiu inconsciente no chão. Em algumas versões da história, é Ketu quem busca a ajuda de Indra.

Enfurecido por ver seu filho combalido, Vayu agarra Hanuman, entra em uma caverna e começa a retirar todo o ar do universo. À beira da morte, as divindades se abrigam em Brahma, o criador universal, que diz que todos deveriam pedir perdão a Vayu, dando bênçãos ao seu filho. O próprio Brahma concedeu várias bênçãos: ninguém seria capaz de matá-lo ou sair vitorioso de um confronto contra ele. As leis da natureza não o afetariam; ele teria completo conhecimento sobre frutas, raízes e ervas medicinais. Surya, o deus-sol, prometeu transmitir a ele todo o conhecimento védico e dar imunidade a toda espécie de queimaduras. Visvakarma, o arquiteto celestial, dotou Hanuman de inteligência inconcebível, clareza de raciocínio e habilidade criativa. Por fim, Dhanvantari, o preceptor do aiurveda, concedeu um toque de cura indescritível a Hanuman.

Com tantos poderes a mais, o pequeno macaco ficou ainda mais peralta. Causando grande distúrbio a sacerdotes e monges quando estes realizavam austeridades, Hanuman se tornou um estorvo para os sábios, que declararam: “Ele deve se esquecer completamente dessas bênçãos e só se lembrar quando for necessário”. Assim, humildade e submissão passaram a fazer parte de sua conduta. Neste momento, Surya o levou para sua escola de sábios, tendo Hanuman como um de seus melhores e mais concentrados alunos. Após formar-se, Hanuman manifestou seu desejo de dar uma doação ao seu guru. Surya comentou que seus filhos, Sugriva e Vali, estavam agora brigados em Kishkindha. Tudo o que ele queria era que Hanuman protegesse Sugriva, exilado por seu irmão.

O Encontro com Ramachandra

Algumas versões menos populares do Ramayana, que possui mais de 300 variantes, contam uma bela história de amizade entre Rama e Hanuman na infância de ambos. O Senhor Shiva, disfarçado como um treinador de macacos, chegou a Ayodhya fazendo uma pequena apresentação no meio da rua. O seu macaquinho bem treinado era ninguém menos que o próprio Hanuman, que imediatamente encantou o pequeno príncipe Rama. Seguindo uma ordem real, o treinador teve que deixar seu animalzinho no reino e seguir sua vida. Hanuman, ainda como um pequeno macaco circense, tornou-se a mascote oficial de Rama e não saía de Sua companhia. Após um período de muitas brincadeiras, Rama pediu que ele fosse para o reino de Kishkindha, onde voltariam a se encontrar no futuro. Hanuman seguiu a ordem e por lá permaneceu, sentindo imensa saudade até o reencontro.

No Ramayana de Valmiki, considerado o primeiro e mais importante de todos, e também no popular Ramacharitamanasa, do poeta Tulasidas, escrito no século XVI, Ramachandra e Seu irmão Lakshmana, já à procura por Sita, que havia sido sequestrada por Ravana, passavam por um local chamado Pampa Sarovara, quando foram avistados por Sugriva. Com medo de eles serem assassinos contratos por seu irmão Vali para matá-lo, Sugriva ordena que seu então ministro, Hanuman, descobrisse quem eram aqueles dois humanos. 

Hanuman, disfarçado como um brahmana mendicante, pôs-se na frente dos irmãos, ofereceu reverências e falou em uma linguagem muito doce e agradável: “Como ascetas de valor tão notável, proezas infalíveis, aparência magnífica, assemelhando-se a dois sábios reais ou deuses, com votos de tão severa austeridade chegaram a esta região? Carregando arcos que brilham fulgurantemente como arco-íris, como duas joias entre os homens visitam este local? Sois seres dotados com o olhar de um leão, possuidores de força e coragem capazes de destruir inimigos plenos de glória e esplendor. Vós sois distintos dos demais por vossa marcha nobre como um touro, braços que se assemelham à tromba de um elefante e brilho radiante como os deuses. Sois dignos de soberania”.


Foto: Hanuman disfarçado de brahmana.

Rama, impressionado com a fala doce de Hanuman, disse a seu irmão: “O charme da voz dele é impressionante. Ele usa as palavras certas na hora adequada. Ele é agradável, gentil e grave em sua fala, que é muito atrativa ao coração. Ele deve ser profundo conhecedor do RigYajur e Sama Vedas. Ninguém pode ser tão gentil sem estudar esses Vedas. Enquanto falava, não houve uma falha sequer em qualquer parte do seu corpo, o que mostra o seu foco impressionante. Sem uma mente controlada, uma pessoa não pode deixar de usar palavras incorretas. Sua fala pode ganhar até mesmo de um inimigo com a espada levantada. Se eu puder ter uma pessoa como esta como um associado, certamente terei sucesso”.

Hanuman é o Servo Perfeito

Após este breve encontro, Hanuman conduziu Rama e Lakshmana até a presença de Sugriva, onde selaram um pacto de cooperação mútua. Rama ajudaria Sugriva a recuperar seu reino e derrotar seu irmão Vali. Sugriva, por sua vez, auxiliaria Rama a encontrar Sua esposa.



Porém, uma vez recuperado seu reino, Sugriva se perdeu em meio a grande gratificação sensorial com vinho e consortes, esquecendo-se completamente de sua promessa de ajudar Rama logo após os quatro meses da estação chuvosa.

Rama estava desconsolado, e Lakshmana, enfurecido. Hanuman, prontamente, alertou Sugriva sobre o seu terrível esquecimento, lembrando-o de como Rama o ajudara prontamente. A busca por Sita começava. Grupos de busca foram enviados por todas as direções do globo, e Hanuman ficou em uma forte expedição que contava com Jambavan, Nila e Angada, sobrinho de Sugriva. Rama, confiando plenamente na capacidade de Hanuman, descreveu Sua esposa a ele e deu-lhe um anel, que deveria ser mostrado a Sita para que ela soubesse que Hanuman era um enviado de seu esposo.

Após um longo período de buscas infrutíferas, o grupo com Hanuman, que fora enviado para o sul, encontrou-se com Sampati, irmão de Jatayu, que perdera a vida tentando resgatar Sita das mãos de Ravana. Sampati deu a eles a localização de Lanka, reino de Ravana. Ao chegarem às margens do oceano, o grupo ficou desolado, pois a distância entre o continente e o reino, situado numa ilha, era de mais de 1200km. Angada garantiu que poderia saltar aquela distância, mas apenas uma vez. Jambavan se lamentou por ser muito idoso e se dirigiu a Hanuman, lembrando-o de seus poderes indescritíveis. Quando Hanuman se recordou das bênçãos que recebera, começou a expandir-se em uma forma gigantesca e exclamou com veemência: “Jaya Sri Rama! Vitória a Sri Rama!“, enfatizando o poder do santo nome em sua tarefa para o Senhor Ramachandra!

Durante seu salto, Hanuman foi testado três vezes. Na primeira, a montanha dourada Mainaka apareceu em frente ao poderoso macaco, oferecendo-lhe um local para descansar. Hanuman agradeceu, mas disse que não tinha tempo para isso. Posteriormente, Surasa surgiu em frente a ele, dizendo que iria devorá-lo. Hanuman expandiu o seu tamanho, enquanto Surasa fez o mesmo. Ambos seguiram nessa toada até que Hanuman se pôs na estatura de um polegar e entrou no corpo de Surasa, dirigindo-se ao seu estômago. Surasa, que era uma mãe da raça Naga (serpente) disfarçada, tinha uma bênção de poder comer o que quisesse. Hanuman foi até o seu estômago, saiu e disse com as palmas das mãos unidas: “Eu protegi a bênção obtida por ti. Agora que me comeste e eu saí, dá-me permissão para ir encontrar Sita”. Impressionada com sua vitória inteligente, Surasa se revelou e ofereceu suas bênçãos. Hanuman, então, se encontrou com Simhika, que, devido aos seus poderes místicos, impediu que Hanuman se movesse agarrando sua sombra. Mais uma vez, o macaco ficou minúsculo, entrando no corpo daquele ser demoníaco e arranhando seus órgãos com suas garras afiadas.

Radhanatha Swami comenta que “os seres que vieram parar Hanuman durante o seu salto para atravessar o oceano trazem importantes lições: Mainaka (montanha dourada) – a tentação de buscar conforto antes de alcançar o nosso objetivo real. Simhika (sombra) – enquanto nos esforçamos para atingir bhakti (devoção), as pessoas vão nos castigar, criticar e nos interpretar mal; devemos ter a disposição de tolerar. Surasa (serpente) – ter inveja de pessoas em posição mais elevada e tentar impedir o seu progresso. Este é o ciúme da mente. Através do serviço devocional, temos de devorar Simhika, que representa a inveja”.

Após chegar a Lanka, Hanuman assumiu uma forma minúscula e entrou no palácio de Ravana, que era indescritivelmente belo. Músicos tocavam para a satisfação do rei, enquanto muitas belas mulheres se estendiam pelo chão, absolutamente intoxicadas. Em sua busca por Sita, Hanuman viu a rainha principal, Mandodari, cuja beleza era radiante. Porém, ela certamente não era Sita, pois estava muito suntuosamente vestida e dizia palavras inauspiciosas enquanto dormia. Seguramente, Sita não se decoraria para outro homem que não fosse Rama. Continuando sua busca, Hanuman vislumbrou diversas belas mulheres embriagadas e vestidas inapropriadamente. Sendo um celibatário, ponderou se não estava incorrendo em uma atividade pecaminosa. Concluindo que o que determina se um ato é virtuoso ou não é o objetivo, Hanuman compreendeu que tudo aquilo era para encontrar Sita e não satisfazer seus sentidos.

Controlando a Ansiedade

Após muito procurar, Hanuman, já quase desanimado, viu ao luar um belo local conhecido como Ashoka Vatika. Naquele bosque, ainda inexplorado, ele viu, do alto de uma árvore, uma mulher triste, vestida com uma roupa desgastada, corpo magro de jejum e o rosto coberto por lágrimas. Pouco depois, Ravana chegou, tentando mais uma vez fazer com que Sita se entregasse a ele. Após a saída do soberano de Lanka, que estava frustrado pelas recusas de Sita, Hanuman ponderou sobre a maneira pela qual podia se aproximar. Se o fizesse de forma incorreta, Sita pensaria que ele era Ravana disfarçado, já que o rei da raça dos rakshasas podia assumir a forma que quisesse. Se ela gritasse, as rakshasis que a vigiavam atacariam. Assim, após longa meditação, Hanuman começou a cantar as glórias de Rama e suas incríveis atividades, atraindo a atenção e pacificando o coração de Sita. Quando chegou diante dela, apresentou-se e se pôs a seu serviço.

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Foto: Hanuman encontra Sitadevi vigiada por rakshasis.

Após descrever a beleza de Rama, Hanuman estendeu suas mãos e mostrou o anel. Reconhecendo o objeto imediatamente, Sita chorou de emoção, derramando lágrimas de amor e saudade. Para ela, seu amado esposo e seu anel não eram diferentes. Após ser agradecido inúmeras vezes, Hanuman propôs que Sita sentasse em suas costas e fugisse com ele, de volta à companhia de Rama. Ela não aceitou, dizendo que deveria ser resgatada apenas pelo seu marido, e perguntou como ele estava na sua ausência. Hanuman disse, então, que Rama apenas chorava de saudades e estava tão magro que aquele anel nem mais servia em seus dedos, outrora fortes. Sita, com fé completa no servo leal de seu marido, disse para ele se apressar e rapidamente trazer Rama para o resgate.

O procedimento adotado por Hanuman ao encontrar Sita é muito significativo. Ele estava há muito tempo procurando por ela e, quando a viu, poderia ter rapidamente ido até ela e causado um grande alvoroço. Sua maneira ponderada mostrou como controlar a ansiedade, que, diversas vezes, arruína os objetivos quando se está prestes a alcançá-los.

Sita, então, narrou uma história confidencial para que Hanuman contasse a Rama e desse a Ele a certeza de Seu encontro com ela. Além disso, pediu ao deus-macaco que entregasse ao seu esposo uma joia brilhante, que agora estava presa à sua roupa. Sita, encantada pela proeza de Hanuman, glorificou-o dizendo que apenas ele, Vayu e Garuda poderiam cruzar o oceano daquela maneira. Ninguém mais. Humildemente, Hanuman passou a glorificar os demais macacos, Rama, Lakshmana e Sugriva, considerando-se um mero soldado.

O Bom Servo Sempre Faz Mais que o Ordenado

Sua missão era encontrar Sita, voltar e avisar os demais. Porém, Hanuman, como um servo perfeito, pensava que isso era incompleto. Objetivando testar o verdadeiro poder inimigo, Hanuman começou a destruir as árvores do bosque de Ashoka, o preferido de Ravana. Quando esta notícia chegou ao palácio, o rei despachou 80.000 rakshasas para capturá-lo. Sem sucesso, filhos do ministro-chefe foram para a luta apenas para serem facilmente derrotados por Hanuman, que, em uma forma gigantesca, gritava “Jaya Sri Ram!”. Aksaya Kumara, filho de Ravana, também tentou impedir o macaco, mas foi outro fracasso. Enfurecido, Ravana enviou seu filho mais velho, o poderoso Indrajit. Hanuman, assim, deixou-se capturar para ter um encontro face a face com Ravana.

Hanuman já havia visto Ravana duas vezes, mas nunca em seu esplendor e glória. Ao vê-lo suntuosamente sentado em seu magnífico trono, com sua bela coroa dourada e peito untado com óleos aromáticos, Hanuman ficou encantado. “Quão magnífico é este rei dos demônios! Que personalidade impressionante! Que força radiante! Se não fosse oposto à virtude, ele poderia ser um protetor das moradas divinas, incluindo a de Indra!”.

O caráter de Hanuman era tão imaculado e livre de inveja que ele foi capaz de ver qualidades até em seu maior inimigo. Ravana, apesar de ter contribuído com diversos avanços materiais na sociedade humana, era um vilão clássico. Matava, escravizava, sequestrava, roubava até mesmo seus parentes, desconfiava de todos e havia, inclusive, estuprado uma donzela celestial. Porém, ainda assim, Hanuman soube ver suas qualidades.

Anunciando-se para a assembleia, Hanuman exigiu que Ravana devolvesse Sita imediatamente. Avisado por seu irmão piedoso Vibhishana, que depois se tornaria um aliado de Rama na batalha, de que matar um mensageiro era proibido pelas escrituras, Ravana pôs fogo na ponta da longa cauda de Hanuman, que, após se soltar, saltou de telhado em telhado, colocando fogo na capital de Lanka, deixando intacto apenas o palácio de Vibhishana. Assim, Hanuman pôde conhecer todas as dependências reais e atestar as fraquezas da cidade inimiga.

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Foto: Hanuman incendeia Lanka.

Porém, logo após incendiar Lanka, Hanuman ficou pesaroso. “Será que eu matei Sita? Se fiz isso, devo morrer imediatamente. Como poderei me encontrar com Sugriva, Rama e Lakshmana? A natureza da ira é instável e dominada pelo modo qualitativo da paixão. Sobrepujado por isso, não pude proteger Sita”. Após um momento de tensão, Hanuman, que era extremamente erudito, concluiu: “Fogo nunca poderia causar nenhum mal a Sita, porque fogo não prejudica o fogo. Ela é protegida pelo seu caráter imaculado e também pelo poder de Rama. De fato, é pela glória de Rama e Sita que este fogo, cuja função natural é consumir o que quer que toque, não me queimou. Se esta chama não queimou até mesmo minha cauda, como poderia queimar Sita?”. Tranquilo, Hanuman foi até o bosque de Ashoka e ficou aliviado por ver bem sua adorável senhora.

“Encontrei Sita Eu”

Ao dar a notícia para Rama, Lakshmana e Sugriva, Hanuman, sempre glorificado por sua fala inigualável, encontrou uma maneira incrível de anunciar o seu feito. Ainda descendo do céu, exclamou: “Encontrei Sita Eu!”. Se dissesse “Eu encontrei Sita”, a primeira palavra que Rama ouviria seria “eu”, o que não diz se Sita foi ou não vista. Afinal, ele poderia dizer “eu não encontrei Sita”. Se ele começasse com “Sita”, ainda assim Rama não saberia o status de Sua amada esposa. Por isso, Hanuman, tentando amenizar ao máximo a ansiedade de Rama, começou a sua frase com “Encontrei Sita”, considerando menos relevante o fato de ter sido ele o autor da façanha. “Encontrei Sita eu”. Genial.

Após ouvir toda a narrativa, Rama comentou sobre como Hanuman havia salvado toda a dinastia Raghu da destruição com seu feito e completou: “Desculpa-me estar em situação tão triste e não poder honrar-te no mesmo nível de teu ato magnífico. Tudo o que Eu tenho e tudo o que te posso dar agora é este abraço”. Nada pode ser maior que isso. Este é o objetivo dos maiores sábios e místicos.

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Foto: Rama abraça Hanuman.

O Grande Guerreiro com o Casal Divino em Seu Coração

Durante a grande batalha de Lanka, Hanuman por diversas vezes salvou Rama, Lakshmana e todo o exército. Curioso como Deus, muitas vezes, deixa o Seu devoto em situação superior apenas para honrá-lo. Para chegar a Lanka, Rama teve que construir uma ponte. Hanuman simplesmente deu um salto.

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Foto: Rama cruza o oceano sobre a ponte de pedras flutuantes.

Assim, Krishna, a fonte de todas as manifestações divinas, mostra que aquele devotado a Ele é o melhor entre os seres. Como um removedor das moléstias, um bálsamo até mesmo para a Personalidade de Deus, Rama, Hanuman exibiu diversas proezas durante a guerra, carregando uma montanha dos Himalaias, que possuía diversas ervas medicinais, revivendo parte do exército de macacos, Rama e Lakshmana. Foram vários os resgates. Quando sequestrados por Mahiravana, Rama e Lakshmana foram levados a um local inóspito e salvos por Hanuman, que exibiu sua belíssima deidade de cinco cabeças, meditando nas formas divinas de Hayagriva, Varahadeva, Garuda e Nrisimhadeva.


Foto: A forma de Hanuman de cinco cabeças.

Assim, ele extinguiu cinco piras localizadas em direções diferentes. O poder de Mahiravana estava concentrado nestas fogueiras, que precisavam ser apagadas ao mesmo tempo. Essa forma de Hanuman, chamada Panchamukha Anjaneya (o filho de Anjana de cinco faces) é uma das mais populares e esotéricas, muito utilizada em problemas com maus espíritos.

Ao final da guerra, de volta a Ayodhya, Rama concedeu presentes a todos que o ajudaram durante os episódios em Lanka. Hanuman nada queria. Porém, ao vê-lo, Rama foi tomado por uma forte emoção e o abraçou amorosamente, dizendo que jamais poderia recompensá-lo por toda a sua ajuda e dedicação. Sita, porém, insistiu que Hanuman merecia mais honra do que qualquer um e pediu a Ele que encontrasse um presente. Hanuman, humilde, não pediu por nada. Assim, Sita deu a ele um colar de pedras preciosas que adornava o seu pescoço. Quando recebeu o presente, Hanuman começou a desmontar o colar, olhando atentamente cada pedra. Sem entender por que ele estava destruindo um presente tão valioso, Hanuman explicou a todos que procurava dentro das pedras para ver se Sita e Rama estavam ali, porque, se não estivessem, o colar não teria nenhum valor para ele. Alguns na assembleia começaram a zombar de Hanuman, dizendo que tal nível de reverência e amor profundos pelo casal transcendental era impossível. “E o teu coração? Se não encontrares Rama em teu coração, acaso ele é inútil?”, desafiaram. Em resposta, Hanuman abriu seu peito e todos ficaram perplexos ao verem Rama e Sita entronizados em seu coração!


Foto: Hanuman mostra Sita e Rama dentro de seu coração.

O Servo Imortal

Um dia, um grande devoto de Rama se aproximou de Hanuman perguntando se era verdade que Rama possuía um diário com o nome de Seus grandes devotos. Hanuman disse que ele deveria procurar Rama diretamente; instrução prontamente seguida. Rama, sem muito entusiasmo, apontou para um grande diário e o devoto ficou muito feliz por ver seu nome entre os primeiros. Porém, ele não encontrou o nome de Hanuman! Confuso, ele retornou e contou a Hanuman sobre o grande livro e a ausência do grande macaco entre os nomes. “Você viu o pequeno também?”. Surpreso ao saber que existiam dois diários, o devoto foi correndo ver Rama novamente e perguntou sobre o livro menor. Maravilhado, Rama pegou um pequeno diário, escondido em Suas roupas, e entregou ao Seu devoto. Ele viu Hanuman em primeiro lugar na lista, que tinha poucos nomes, mas não encontrou o seu. “Qual a diferença entre os dois”, perguntou. “O grande contém nomes de devotos que sempre se lembram de mim. O pequeno possui o nome daqueles devotos especiais dos quais Eu sempre Me lembro”.

Em outra ocasião, Hanuman perguntou a Sita por que ela sempre colocava cúrcuma na separação de Seus cabelos em Sua cabeça. “Porque esse pó vermelho aqui satisfaz Sri Rama”, ela respondeu. “Se um pouquinho desse pó na cabeça dá tanto prazer a Rama, imagine se eu colocar esse pó em todo o meu corpo, dos pés à cabeça?”. Pensando assim, Hanuman cobriu todo o seu corpo com cúrcuma e, até hoje, para glorificar sua devoção, as deidades de Hanuman são cobertas de cúrcuma por todo o mundo.


Foto: Deidade de Hanuman coberta de cúrcuma.

São muitas as histórias que ilustram o serviço amoroso desprovido de interesses pessoais realizado perfeitamente por Hanumanji. Rama perguntou se Hanuman tinha algum desejo e ele respondeu: “Que minha suprema afeição por Ti seja eterna. Deixa meu amor permanecer inabalável. Que a vida em meu corpo prossiga enquanto Tuas glórias forem cantadas e ouvidas na superfície desta terra”. Rama, mais uma vez, o abraçou e disse que daria Sua vida por cada serviço prestado por Hanuman e permaneceria para sempre em dívida com ele. Por isso, onde quer que as glórias de Rama e Sita sejam cantadas, lá está Hanuman para ouvi-las. Eternamente.

Locais de Peregrinação

São inúmeros os locais sagrados para os devotos e admiradores de Hanumanji. Um dos mais especiais é o local de nascimento dele, chamado Hampi, localizado no distrito de Hospet, no estado de Karnataka. Uma das montanhas do lugar é conhecida como Anjanadri Parvat, local exato do nascimento de Hanuman, com todos os bosques que serviam de parque de diversões para ele em sua infância.


Foto: Anjanadri Parvat, local do nascimento de Hanuman.

Hanuman costumava fazer montes com grandes pedras, que desafiam a lei da gravidade e que até hoje podem ser vistos no local. Não muito distante, está a montanha Malyavana, onde aconteceu o primeiro encontro entre o deus-macaco e Rama. Neste lugar, há um templo chamado Kodanda Rama, que tem como vizinho o templo de Yantroddharaka Hanuman.

Uma deidade de mais de cinco metros de Hanuman pode ser vista na cidade de Namakkal, em Tamil Nadu.


Foto: Deidade de Hanuman em um importante templo na cidade de Namakkal.

Após devolver a montanha com as ervas medicinais para os Himalaias, enquanto retornava, Hanuman parou para banhar-se no rio Gandaki. Ali, ele encontrou uma shalagrama-shila de Sri Nrisimhadeva e Sri Ranganatha juntos, decidindo ficar com ela. À noite, ele parou para suas orações noturnas e não tinha onde colocar a shalagrama, que não podia ser deixada no chão. Buscando por alguém que pudesse segurá-la, Hanuman avistou a deusa Mahalakshmi e pediu por auxílio. Ela consentiu em segurar com a condição de que Hanuman não demorasse muito. Porém, absorto em meditação em Sri Rama, ele perdeu toda noção de tempo e Mahalakshmi posicionou a shalagrama no chão, que imediatamente se transformou numa grande montanha. Era desejo do Senhor residir ali, e logo Hanuman ouviu uma voz celestial confirmando isso e dizendo: “O Senhor está satisfeito contigo e quer que venhas aqui servi-lO, além de proteger Seus devotos”. Por isso, a imensa shalagrama e a grande deidade de Hanuman estão próximas, com os olhos de Hanuman bem fixos nos pés de Sri Nrisimhadeva.

Como Hanuman é o recordista de templos na Índia, é difícil citar apenas alguns lugares. São vários templos em Jagannatha Puri; um importantíssimo em Kurnool, chamado Ranamandala Anjaneya; outro em Cuddapah, conhecido como Chakrayapet Gandi Anjaneya; o famoso Sri Mangarayaru, também em Kurnool; o poderoso Panchamukha Anjaneya, a deidade principal de Raghavendra Swami, em Mantralayam, e o templo de Bhadra Maruti, em Khuldabad. Todos com histórias lindíssimas e pessoais com Hanuman e seu Senhor Rama.

Hanuman Chalisa

Narada Muni fez orações lindíssimas a Sri Hanuman, que podem ser lidas no Sri Brhad-bhagavatamrita, de Srila Sanatana Gosvami, começando assim: “Hanuman, és o maior recipiente da misericórdia do Senhor Supremo. Ninguém pode se comparar a ti! Ah! Estás sempre imerso no oceano de adoração extática ao Senhor, desfrutando cada momento como se fosse sempre algo novo”.

Porém, de todas as orações dedicadas a Sri Hanuman, nenhuma é tão popular quanto o Hanuman Chalisa, do poeta Tulsidas. Os 40 versos que compõem o poema são fervorosamente entoados por toda a Índia, aliviando os devotos de todo tipo de aflição, material e espiritual. Popularmente, acredita-se que Tulasidas compôs o Hanuman Chalisa quando era um garoto, com medo de espíritos malignos, rechaçados pela sua nova criação. Diz-se que, quando era um menino, Tulasidas teve sua devoção desafiada por outros rapazes. Havia um templo de Hanuman no alto de 40 degraus, numa plataforma às margens do rio Ganges. Em um lado da escada, havia um crematório. Do outro, uma árvore macabra, que eles acreditavam ser o esconderijo de duendes horríveis. Se Tulasidas fosse capaz de subir os 40 degraus sozinho, seria aceito como um devoto genuíno de Hanuman. Apavorado, ele aceitou o desafio e subiu lentamente, meditando em Hanuman e criando glorificações espontâneas em cada passo. Ao final da escadaria, ele havia concluído seu famoso Hanuman Chalisa. A veracidade da história pode ser contestada, mas não a efetividade do mantra, que realmente atua fortemente em problemas de “ordem sutil” e perturbações astrais. Hanuman, também adorado para minimizar as influências de Saturno e Rahu na Astrologia Védica, atende rapidamente às necessidades reais dos devotos, colocando-os no caminho da devoção inquebrantável ao Senhor Supremo.

Sri Hanuman é um oceano de bhakti e não tem nenhum problema em dividi-la com um devoto sincero. Por isso, a meditação em Hanuman e em todos os seus feitos extraordinários e abnegados é uma atividade perfeita. Aquele que adora o devoto do Senhor é ainda mais querido para Ele do que aquele que o adora diretamente. Em todas as atividades de Hanuman há lições atemporais, que sempre poderão iluminar nossas atividades diárias rumo ao Supremo. Todas as Glórias a Sri Hanumanji! Como disse o próprio Sri Ramachandra, a adoração a Ele nunca estará completa sem Hanuman! Por isso, eu ofereço a ele as minhas mais humildes e respeitosas reverências. Mesmo sem ser merecedor, sinto-me sempre protegido por ele, que, com sua força e determinação, jamais permite que eu me afaste do caminho iluminado. Que um dia eu possa ter a honra de também receber um abraço teu. Prostro-me diante de ti repetidas vezes, orando para que, nesse dia, eu receba uma centelha de sua infinita devoção.

Sri Hanuman Chalisa

(Invocação) Sri Guru Charan Saroja Raja, Nijamanu Mukuru Sudhari;
Barnau Raghubar Bimal Jasu, Jo Dayeku Phala Chari;
Buddhihin Tanu Janike, Sumirau Pavan Kumar;
Bala Buddhi Bidya Dehu Mohe, Harahu Kales Bikaar

Lustrando o espelho de meu coração com a poeira dos pés de lótus do meu guru, eu canto a fama pura do melhor dos Raghus, que concede os quatro frutos da vida. Sabendo que este corpo é desprovido de inteligência, eu recorro ao filho do Vento. Conceda-me força, sagacidade e sabedoria, e remove os meus sofrimentos e deficiências.

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(1) Jai Hanuman Gyaan Gun Sagar,
Jai Kapis Tihun Lok Ujagar 

Vitória a Hanuman, oceano de sabedoria e virtude! Glórias ao senhor dos macacos, luz dos três mundos.

(2) Raamdut Atulit Bal Dhaama,
Anjani Putra Pavansut Naama 

Enviado de Rama, reservatório de inigualável poder, filho de Anjana, chamado o filho do Vento.

(3) Mahavir Vikram Bajrangi,
Kumati Nivaar Sumati Ke Sangi 

Grande herói, forte como um raio, dissipador dos pensamentos malignos e companheiro da virtude e do bom senso.

(4) Kanchan Varan viraaj Suvesa,
Kaanan Kundal Kunchit Kesa 

Em tom dourado e esplendidamente vestido, adornado com brincos e cabelos longos e cacheados.

(5) Haath Vajra O Dhwaja Viraaje,
Kaandhe Munj Janeu Saaje 

Em tuas mãos, brilha a divina maça e o estandarte da vitória, enquanto o cordão sagrado adorna o teu ombro.

(6) Sankar Suvan Keshari Nandan,
Tej Prataap Maha Jag Vandan 

Filho de Shiva e prazer de Keshari, tua glória é reverenciada em todo o mundo.

(7) Vidyabaan Guni Ati Chaatur,
Raam Kaaj Karive Ko Aatur 

Supremamente erudito, virtuoso e sábio, sempre estás concentrado no serviço a Rama.

(8) Prabhu Charitra Sunive Ko Rasiya,
Raam Lakhan Sita Mann Basiya 

Com teu deleite em ouvir as ações divinas, Rama, Lakshmana e Sita habitam o teu coração.

(9) Sukshma Rup Dhari Siyanhi Dikhawa,
Vikat Rup Dhari Lanka Jarawa 

Em uma forma minúscula, apareceste diante de Sita, posteriormente queimando Lanka em uma forma inconcebível.

(10) Bhim Rup Dhari Asur Sanhaare,
Raamchandra Ke Kaaj Sanwaare 

Em uma forma assustadora, abateste demônios e completaste a missão do Senhor Ramachandra.

(11) Laaye Sanjivan Lakhan Jiyaaye
Sri Raghuvir Harashi Ur Laaye 

Trazendo a mágica erva Sanjivani, reviveste Lakshmana, e o Senhor Rama te abraçou com deleite.

(12) Raghupati Kinhi Bahut Badai
Tum Mum Priya Bharat Hi Sam Bhai

Nobremente, o Senhor Raghu te glorificou: “És tão querido para Mim como Meu irmão Bharata”.

(13) Sahas Badan Tumhro Jas Gaawen
Us Kahi Sripati Kanth Lagawe 

Abraçando-te com amor, o Senhor Rama disse: “Que a serpente de mil bocas, Sheshanaga, cante as tuas glórias”.

(14) Sankadik Bramhadi Munisa,
Narad Sarad Sahit Ahisa 

Sanaka e outros grandes sábios, Brahma e os santos, ao lado de Narada, a deusa Sarasvati e o rei das serpentes.

(15) Jam Kuber Digpaal Jahan Te,
Kavi Kovid Kahi Sakey Kahante 

Yama, Kuvera e os guardiões dos quadrantes do universo, poetas e eruditos. Nenhum deles pode expressar verdadeiramente tuas glórias.

(16) Tum Upkaar Sugrivhin Kinha,
Raam Milaaye Raajpad Dinha 

Dedicaste grande serviço a Sugriva, levando-o ao Senhor Rama. Assim, deste dignidade real ao rei dos macacos.

(17) Tumhro Mantra Vibhishan Maana,
Lankeswar Bhaye Sab Jag Jana

Vibhishana ouviu teu conselho e se tornou o rei de Lanka, e todo o mundo conhece essa história.

(18) Jug Sahastra Jojan Par Bhaanu,
Lilyo Taahi Madhur Phal Jaanu 

Apesar de o sol ser muitíssimo distante, correste atrás dele, pensando ser uma deliciosa fruta.

(19) Prabhu Mudrika Meli Mukh Maahi,
Jaldhi Laanghi Gaye Achraj Naahi 

Carregando o anel do Senhor em tua boca, sem qualquer espanto, saltaste sobre o oceano.

(20) Durgam Kaaj Jagat Ke Jete,
Sugam Anugraha Tumhre Tete 

Toda tarefa árdua neste mundo se torna fácil pela tua graça.

(21) Raam Duare Tum Rakhwaare,
Hoat Na Aagya Binu Paisare 

Guardas o portão sagrado de Rama e ninguém entra sem o teu consentimento.

(22) ab Sukh Lahaye Tumhri Sarna,
Tum Rakhshak Kaahu Ko Darna 

Teu abrigo traz alegria. Alguém sobre tua proteção deveria sentir medo?

(23) Aapan Tej Samharo Aapaye,
Tino Lok Haank Te Kaapen 

Apenas tu és capaz de suportar teu esplendor. Os três mundos tremem quando ouvem teu rugido.

(24) Bhut Pishaach Nikat Nahi Aawe,
Mahavir Jab Naam Sunawe 

Fantasmas e demônios não se atrevem a chegar perto quando se pronuncia o teu nome Mahavira.

(25) Naasaye Rog Hare Sab Pira,
Japat Nirantar Hanumat Vira

Todas as doenças e dores desaparecem quando as pessoas cantam e escutam o nome de Hanuman.

(26) Sankat Te Hanuman Chhudawe,
Mann Krama Vachan Dhyaan Jo Laawe

Hanuman liberta de toda a calamidade aquele que se lembra dele em pensamento, palavra ou ação.

(27) Sab Par Raam Tapaswi Raja,
Tin Ke Kaaj Sakal Tum Saaja 

Rama, o Senhor do Yoga, reina sobre todos e tu és capaz de realizar todas as Suas tarefas.

(28) Aur Manorath Jo Koi Laawe,
Soi Amit Jivan Phal Paawe 

Quem quer que anseie por ti, sorverá, sem dúvidas, o mais elevado néctar da vida.

(29) Chaaro Jug Partaap Tumhara,
Hai Parsiddh Jagat Ujiyara 

Tua glória brilha pelas quatro eras e tua fama se irradia pelo universo.

(30) Saadhu Santa Ke Tum Rakhwaare,
Asur Nikandan Raam Dulaare 

És o guardião de sábios e santos, destruidor de demônios e amado de Rama.

(31) Asta Siddhi Nau Nidhi Ke Daata,
Us bar Din Jaanki Maata 

Abençoado por mãe Janaki, transmites ao yogi o poder de oito siddhis e nove nidhis.

(32) Raam Rasayan Tumhre Paasa,
Sada Raho Raghupati Ke Daasa 

Deténs a essência da devoção e amor por Rama e sempre será Seu maior servo.

(33) Tumhre Bhajan Raam Ko Paawe,
Janam-Janam Ke Dukh Bisraawe 

Cantando tuas glórias, pode-se chegar à Rama, destruindo, assim, o sofrimento de incontáveis vidas passadas no ciclo de Samsara.

(34) Antakaal Raghuvar Pur Jaayi,
Jahan Janam Hari Bhakta Kahayi 

Na hora da morte, este vai à morada eterna de Rama ou renasce aqui como um devoto dEle.

(35) Aur Devta Chitt Na Dharayi,
Hanumat Sei Sarba Sukh Karai 

Não há necessidade de nenhuma outra deidade. Servindo Hanuman, encontra-se a felicidade.

(36) Sankat Kate Mite Sab Pira,
Jo Sumiraye Hanumat Balbira 

Todas as aflições cessam e toda dor desaparece apenas por lembrar do poderoso Hanuman.

(37) Jai Jai Jai Hanuman Gosaai,
Kripa Karahun Gurudev Ki Naai 

Vitória e glória ao Senhor Hanuman, ó divino guru, abençoa-nos com tua graça.

(38) Jo Sat Baar Paath Kare Koi,
Chhutahin Bandi Mahasukh Hoyi 

Quem quer que recite este hino cem vezes é libertado do cativeiro e encontra bem-aventurança.
                                                   
(39) Jo Yeh Padhe Hanuman Chalisa,
Hoye Siddhi Saakhi Gaurisa 

Aquele que recita essas orações alcança a perfeição, tendo o Senhor Shiva como testemunha.

(40) Tulasidas Sada Harichera,
Kije Naath Hridaya Mahn Dera

O eterno servo do Senhor, Tulasidas, pede: ó Senhor, possas sempre residir em meu coração.


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