LeDania é uma dessas incríveis forças criativas que não cabem em uma só expressão. Desde pequena é multifacetada — cantava, tocava guitarra, desenhava — e com sete anos entrou em contato com suas primeiras tintas spray. Hoje, com 29 anos, é uma das mais prestigiadas representantes da arte urbana colombiana e mudial. O James Bar teve a honra de receber algumas de suas obras em sua própria fachada, que ganhou um toque todo especial.
“O que fiz foram paineis como se fossem vitrais de uma igreja ou de um palácio. Cada um conta uma história e uso metáforas e substituo figuras conhecidas por outros símbolos, para que as pessoas imaginem o que significa aquilo”, explica Diana Ordóñez, que criou sua assinatura a partir do nome grego Leda.
Nas paredes vermelhas da entrada e do corredor de acesso ao interior do estabelecimento é possível ver alguém parecido com Zeus e várias texturas coloridas, entrelaçadas com simbolismos e muita ironia. Seria aquilo na mão da mulher um papiro ou uma referência fálica? A brincadeira faz parte da crítica e reflexão à religião e outras convenções: cabe ao público decidir.
Convite
O convite veio por intermediação do Royce Smith, que trabalha na curadoria desta edição do Bienal de Curitiba e é professor associado de História da Arte e diretor da School of Art, Design and Creative Industries na Wichita State University, nos Estados Unidos.
“Estava viajando com Royce em um evento no Paraguai, há dois anos, quando percebi que ele tinha algo diferente, que queria mudar as coisas”, elogiou LeDania, em conversa após o término de sua intervenção nas paredes.
As pinturas e a presença de LeDania no James Bar foram cortesias da Bienal, que convidou a casa como parte do projeto de levar a arte para lugares alternativos da cidade.
“A gente já queria usar grafite em nossas paredes em algum momento e o convite da Bienal não poderia ter vindo em melhor hora. Ter uma artista como a LeDania pintando nossa casa é uma grande honra”, comenta Ana Raduy, sócia-proprietária do James.
“Adoramos arte urbana, sempre tivemos isso no bar. E é legal poder fazer isso do lado de fora, para que mesmo as pessoas que não frequentam poderem admirar as obras. A gente poder unir todas essas referências em um lugar só é muito gratificante.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário