Na noite do dia 20 de julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter, pela oitava vez seguida, a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão foi unânime, sem viés e veio em linha com as expectativas do mercado. Isso porque Ilan Goldfajn informou, no fim de junho, que buscará atingir a meta central de inflação de 4,5% em 2017. Com base na linha diretiva do Banco Central, tal informação pode ser traduzida em um atraso maior no processo de queda dos juros.
Em um novo formato para o mercado, o comunicado do Copom informou que “o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária”. De acordo com o comunicado, a inflação acima do esperado no curto prazo, incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia e um período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta podem retardar o processo de desinflação. Logo, no seu entendimento, a manutenção dos juros seria a forma mais rápida de reduzir o patamar da inflação.
Claramente, a autoridade monetária tenta combater a inflação que se mostrou persistente no ano passado e no início de 2016, sem, no entanto, reconhecer que esta se deu devido ao ajuste de preços administrado. Ou seja, não se trata de uma inflação de demanda, com a qual o atual patamar de juros teria maior efeito. Dada a magnitude da recessão econômica, o atual patamar das taxas de juros dificulta a retomada da economia. Perspectivas de investimentos produtivos são desestimuladas com um rebate negativo sobre o nível de empregos.
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