Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) lançado na semana passada discute a inserção das mulheres no mundo do trabalho, com enfoque nas desigualdades entre homens e mulheres, bem como as desigualdades existentes entre as próprias mulheres, como, por exemplo, por questões de raça e cor.
O estudo mostra que são mais propensas à precarização (definida como aquela condição de trabalho por até dois salários mínimos e com as seguintes posições: sem carteira assinada, construção para próprio uso, conta-própia (urbano), empregador com até 5 empregados (urbano), produção para próprio consumo (urbano) e não remunerados (urbanos) as mulheres negras, sendo os menos propensos os homens brancos. Tal estruturação se reflete também nos rendimentos médios, como mostra o gráfico abaixo, retirado da publicação:
Rendimento médio do trabalho principal da população ocupada de 16 anos ou mais de idade, por sexo e raça/cor, Brasil, 2004 a 2014
O mundo do trabalho ocupa lugar central na organização de nossas sociedades, reproduz desigualdades e gera e reforça outras, que se refletem nas diferentes possibilidades de inserção apresentadas a mulheres, homens, negros e negras. Apesar das grandes transformações nesse cenário no último século, ainda existem muitos mecanismos discriminatórios de gênero e raça, que prejudicam em especial a inserção de mulheres negras.
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