terça-feira, 1 de março de 2016

Desemprego sobe para 7,6% e arrecadação tem queda de 6,7% em janeiro

De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, a taxa de desemprego subiu para 7,6% em janeiro de 2016, aumentando 0,7% em relação aos 6,9% verificados em dezembro de 2015. Este crescimento do desemprego refletiu o aumento do número de desocupados, que cresceu 8,4% em relação a dezembro e 42,7% na comparação com o mesmo mês de 2015. O número de empregados, por outro lado, caiu 1% em relação ao mês anterior e 2,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As regiões metropolitanas que apresentaram maior aumento do desemprego foram São Paulo (de 7,1% para 8%) e Belo Horizonte (de 5,9% para 6,9%), chamando atenção a queda dos trabalhadores na indústria (-8,5%) na comparação com janeiro de 2015. O rendimento do trabalhador caiu na esteira do aumento do desemprego, apontando recuo de 7,4% em um ano e 1,3% na comparação mensal. O aumento do desemprego e a queda da atividade econômica também refletiram em nova deterioração da arrecadação pública, que apresentou queda real de 6,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Comentário: O aumento do desemprego em janeiro é um fato sazonal, derivado das demissões de trabalhadores temporários contratados para fazer frente às demandas de fim de ano. No entanto, o quadro é grave quando se percebe o crescimento acelerado das taxas de desocupação na comparação com 2015, fortemente concentradas no setor industrial e nos principais centros urbanos. A PME deve ser extinta nos próximos meses, fazendo com que a taxa de desemprego oficial se torne a da PNAD, que é mais abrangente geograficamente e, por isso mesmo, apresenta números superiores aos da PME. Outro fato preocupante é o ritmo acelerado de queda da renda real dos trabalhadores, que aponta um aprofundamento maior da recessão caso não seja revertida através do aumento da demanda de algum outro setor. Este cenário de deterioração econômica se reflete em queda acelerada da arrecadação pública, particularmente ampliando as dificuldades de financiamento da Previdência Social, que depende da contribuição dos trabalhadores empregados. Ou seja, a reversão do cenário recessivo não será possível através de algumas simples medidas de equilíbrio fiscal, pois este nunca será realmente alcançado enquanto não se reverterem as perspectivas recessivas da economia. Cresce a certeza de que serão necessárias medidas contracíclicas importantes, concentradas no aumento de investimento público e em ações que promovam a geração de empregos, para retirar o país do ciclo recessivo e de deterioração fiscal que atualmente enfrenta.

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