MINISTÉRIO DA CULTURA E PETROBRAS apresentam
“Vianinha conta
o último combate do homem comum”
Originalmente conhecida como “Nossa Vida em Família” ou simplesmente “Em Família”, a peça de Oduvaldo Vianna Filho, escrita no início dos anos 1970, recebeu do diretor Aderbal Freire Filho este novo título, que homenageia as lendárias montagens do Teatro de Arena, e destaca, como diz o diretor, “a grandeza desse personagem tão caro à dramaturgia da sua geração: o lutador anônimo, o homem comum.”
DATAS e HORÁRIOS: Dias 12 e 13 de fevereiro, às 20h; dia 14 de fevereiro, às 19h
LOCAL: Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha) – Rua XV de Novembro, 971 – Centro – Curitiba / PR
Informações: (41) 3315-0808 (Disk Ingressos)
INGRESSOS: R$ 20 (inteira); R$ 10 (meia)
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 14 anos
DURAÇÃO: 120 Minutos
CAPACIDADE: 476 lugares
Na sessão do dia 14 de Fevereiro haverá tradução simultânea em Libras
SINOPSE
O casal de idosos Souza (Marcello Escorel) e Lu (Vera Novello) reúne os filhos em um almoço de domingo em sua casa em Miguel Pereira, onde os filhos foram criados, para dar-lhes a notícia de que terão de deixar esta mesma casa onde viveram boa parte de sua vida. Após o falecimento do proprietário do imóvel, os herdeiros decidem reajustar o aluguel para um valor incompatível com a aposentadoria de funcionário público de Souza.
Tentando ganhar tempo para buscar uma solução definitiva, os filhos decidem separar os pais temporariamente: Souza vai passar um tempo com a filha Cora (Ana Velloso) em São Paulo e Lu fica com o filho Jorge (Isio Ghelman) no Rio. Neli (Beth Lamas), a filha que teria a situação financeira mais estável entre os irmãos, promete conversar com o marido, mas antecipa que ele não concordou nem mesmo em ter a própria mãe em casa.
O tempo vai passando e a triste solução encontrada é separar o casal, no fim de sua vida: Souza vai morar com a filha Mariazinha em Brasília, onde o clima é seco e, portanto, ideal para sua saúde; e Lu fica no Rio, em um asilo, pois não há espaço na casa dos filhos.
Com direção de Aderbal Freire Filho, o elenco conta com Marcello Escorel, Vera Novello, Ana Velloso, Paulo Giardini, Gillray Coutinho, Isio Ghelman, Ana Barroso, Beth Lamas, Bella Camero, Kadu Garcia.
Lançando mão do humor, a peça conta o último combate deste homem comum - que é um pouco de todos nós. Depois de uma vida inteira de trabalho, um casamento de longa data e cinco filhos criados, Souza (o nosso protagonista) se vê sem ter onde morar e sem autonomia, sendo obrigado a se separar de sua companheira de toda a vida, por decisão dos filhos. Vianinha pinta um triste - e ainda atual - quadro sobre o idoso no Brasil, mas sempre usando as tintas do humor e assim imprimindo uma dimensão humana aos seus personagens.
“É sempre oportuno fazer um texto do Vianinha. Ele é um dos nossos autores clássicos. O teatro brasileiro é jovem, recente e a gente reconhece esse mesmo valor no teatro do Nelson Rodrigues, uma das nossas referências. Ambos são inventores do teatro brasileiro, que bebe dos teatros universais. O Vianinha é um ‘autor inventor’ que descobriu formas novas, ‘abriu o palco’. O teatro dele tem características não só dramáticas quanto épicas. Os personagens trazem reflexão e um pensamento que traduz o homem comum brasileiro.”, afirma Aderbal.
HISTÓRICO DO ESPETÁCULO
“Vianinha conta o último combate do homem comum” estreou em junho de 2014 no Teatro SESC Ginástico. Em função do sucesso do espetáculo junto ao público e à crítica especializada, o espetáculo continuou em cartaz no Teatro Poeira. O espetáculo foi contemplado com os Prêmios Cesgranrio e Questão de Crítica na categoria Melhor Ator (2014). Foi vencedor do Prêmio Questão de Crítica, na categoria Melhor Cenário. Foi indicado para Prêmio APTR nas categorias Melhor Ator e Iluminação. A direção de Aderbal Freire Filho, o elenco e o espetáculo também foram indicados ao Prêmio Questão de Crítica. O espetáculo foi contemplado com o PRÊMIO FUNARTE DE TEATRO MYRIAM MUNIZ que permitiu a realização de 10 apresentações (Teatro da UFF, SESC Nova Iguaçu, SESC Niterói e SESC Teresópolis) no início de 2015 e a participação do espetáculo na MOSTRA DE TEATRO TIRADENTES EM CENA – 3ª edição/ 2015 (Tiradentes – MG).
A MONTAGEM
A encenação destaca os valores expressivos da peça – que vão além da sua estrutura básica de comédia de costumes e, como em todas as peças de Vianinha, antecipam o teatro aberto, épico e dramático ao mesmo tempo, que configuram o que se tem chamado de "nova dramaturgia" - oferecendo a ela uma poética cênica capaz de dialogar amplamente com a imaginação do espectador. O cenário de Fernando Mello da Costa e os figurinos de Ney Madeira e Dani Vidal pretendem criar uma visualidade que remeta a um passado relativamente recente, da época em que se passa a ação, isto é, o começo dos anos 1970, partindo de uma estética em preto e branco (dos filmes PB), e formas vagamente inspiradas, quer nas roupas, quer nos mobiliários, naqueles anos. Sem, no entanto, recorrer a imagens icônicas ou demasiadamente marcantes.
Em cena, apenas uma mesa e cadeiras. Em cada lateral do palco, há objetos de uso variado, chamados pelo diretor de “despojos domésticos” – camas, cadeiras, máquinas de escrever, malas, compondo um espaço que pertencerá mais aos atores e sua preparação para entrar em cena do que aos seus personagens.
A ação, centrada neste núcleo familiar, é conduzida por um “clown / mestre de cerimônias”, ator que abre o espetáculo e responde também pelos papéis dos personagens interlocutores desta família - um médico, uma mulher da sociedade, o patrão de Jorge.
A luz é de Paulo Cesar Medeiros, e direção musical e trilha sonora original são de Tato Taborda.
LINHA DO TEMPO
Em 1970, a peça “Em Família” foi escrita por Vianinha e dirigida por Sérgio Britto. Posteriormente, o texto seria transformado pelo autor em roteiro de filme, dirigido por Paulo Porto e vencedor da Medalha de Prata no Festival Internacional de Moscou em 1971. O mesmo texto, escrito em 1972 por Vianinha, teve seu título mudado para "Nossa Vida Em Família", e estreou no Teatro Itália, em São Paulo, em março do mesmo ano, com direção de Antunes Filho e cenografia de José de Anchieta, e um elenco encabeçado por Paulo Autran e Carmen Silva como os pais, acompanhados por Mauro Mendonça, Karin Rodrigues, Pedro Cassador e Cláudia de Castro como os quatro filhos que aparecem na peça.
A SBAT
Ao longo dos últimos dez anos, muito já se falou sobre a importância da SBAT e ações foram realizadas na luta pela sua revitalização. Agora inicia-se um novo capítulo, que mais uma vez conta com o auxílio precioso do diretor Aderbal Freire-Filho: a montagem de uma peça de Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha, cuja morte completou 40 anos em 2014), “Em Família”, agora rebatizada pelo diretor como “Vianinha conta o último combate do homem comum”.
Esta montagem é a primeira de uma série que vem sendo planejada com o objetivo de reativar a SBAT como um centro difusor da dramaturgia brasileira. Aderbal e um grupo de artistas vem trabalhando para chamar a atenção do público para o maior patrimônio construído nestes quase 100 anos de vida da entidade: o seu acervo, que hoje conta com mais de 35.000 peças teatrais brasileiras.
“Essa produção foi muito ligada ao movimento da SBAT, que é uma das sociedades de autores mais antigas do mundo. Ela foi fundada por Chiquinha Gonzaga em 1917. Entre a equipe de fundadores estava o pai do Vianinha, Oduvaldo Vianna. Fiz uma série de leituras de autores da SBAT há quatro anos. Quando lemos ‘Em Família’ (título original da peça), vemos o quanto ela é fundamental no teatro brasileiro.”, endossa o diretor.
Dirigiram a SBAT artistas como Joracy Camargo (autor do clássico “Deus lhe Pague”), Raimundo Magalhães Júnior (Academia Brasileira de Letras), Heitor Villa-Lobos, Guilherme Figueiredo, Paschoal Carlos Magno, Genolino Amado, entre muitos outros. Grandes dramaturgos brasileiros e escritores foram associados à SBAT, entre eles o próprio Vianinha, Nelson Rodrigues, Raquel de Queiroz, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Dias Gomes, Plínio Marcos, Gianfrancesco Guarnieri.
FICHA TÉCNICA
TEXTO: ODUVALDO VIANNA FILHO
CONCEPÇÃO: ODUVALDO VIANNA FILHO e FERREIRA GULLAR
DIREÇÃO: ADERBAL FREIRE-FILHO
ELENCO (em ordem alfabética) / PERSONAGEM:
ANA BARROSO (nora Anita)
ANA VELLOSO (Cora)
BELLA CAMERO (Suzana)
BETH LAMAS (Neli)
GILLRAY COUTINHO (Afonsinho)
ISIO GHELMAN (Jorge)
KADU GARCIA (Aparecida, Patrão e Médico)
MARCELLO ESCOREL (Souza)
PAULO GIARDINI / RODRIGO PENNA (Beto)
VERA NOVELLO (Lu)
CENÁRIO: FERNANDO MELLO DA COSTA
FIGURINO: NEY MADEIRA E DANI VIDAL
DIREÇÃO MUSICAL E TRILHA SONORA: TATO TABORDA
ILUMINAÇÃO: PAULO CESAR MEDEIROS
PROGRAMAÇÃO VISUAL: CACAU GONDOMAR
ASSESSORIA DE IMPRENSA: HEITOR HUMBERTO
PRODUÇÃO LOCAL: KASSANDRA SPELTRI
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: LÚDICO PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
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