Amparado por forte apoio de público, Orun Ayê chega recheado de influências da música brasileira. Apresentação será no dia 20 de setembro
A banda que carrega no nome dois universos culturais tão diferentes parece ter encontrado na mistura a fórmula para sua criação. A curitibana Paranambuco mostra o resultado desse mosaico musical em seu primeiro álbum,Orun Ayê, com show de lançamento marcado para o dia 20 de setembro, domingo, às 20h, no Teatro do Paiol.
O disco consolida a pesquisa sonora que o quinteto iniciou em 2010, quando se reuniu para apresentar ao público músicas que valorizam diferentes vertentes da cultura tradicional brasileira. E essa mistura começa já no nome do álbum: em ioruba, Orun Ayê pode ser traduzido como “céu e terra, o encontro de dois mundos”. Não é de se estranhar que os arranjos têm influências do coco, samba, baião, maracatu e xote, bem como ijexá, toruá, barravento, puxada de rede, jongo entre outros ritmos da religiosidade afrobrasileira. Mesmo carregando distinções, as sonoridades são amarradas e entregues ao ouvinte de forma coesa.
A aposta musical do grupo vem revelando-se acertada, já que tem contado com um forte reconhecimento do público. A gravação do disco, por exemplo, foi o prêmio conquistado ao ficar em primeiro lugar em votação popular com a faixa Navegando em ventania no I FOLC – Festival Online de Composição, um concurso que contou com milhares de participantes de todo o Brasil. Já o show de lançamento no Paiol é resultado de uma bem sucedida campanha de financiamento coletivo, que reuniu quase 200 apoiadores e uma arrecadação 20% maior do que a proposta.
E, ainda antes do lançamento do primeiro trabalho, a Paranambuco foi eleita, também por voto popular, banda revelação do Webfestvalda 2015 com a música Desabafo da esquina, de Fred Pedrosa e Thiago Hoshino. Realizado no Rio de Janeiro, o evento contou com mais de mil inscritos e shows de artistas como Pitty, Nando Reis, Emicida e Raimundos, além dos finalistas.
A colcha de retalhos musical do grupo está na bagagem de cada um dos integrantes, afinal de contas, ninguém na banda nasceu nos mesmos domínios. O quinteto é formado pelo pernambucano Matheus Braga, pela paulista Thaís Rolim, o paranaense Bruno Klammer, o mineiro Fred Pedrosa e o catarinense José Navarro. Cada um com sua regionalidade colocou características importantes do seu universo cultural vivido.
Orun Ayê
“Vai sem medo de entrar nessa roda”, canta a vocalista Thais Rolim na faixa Navegando em ventania. “Deixa a água rolar, deixa o barco correr”, continua. Esse é o espírito do disco. Em dez faixas, a Paranambuco não tem medo de misturar acordes de blues e batuque brasileiro, de beber da fonte tanto de artistas de outras gerações como Novos Baianos, Roque Ferreira e Clube da Esquina, até nomes contemporâneos como Kiko Dinucci e Criolo.
“Tudo que tenho de meu são cicatrizes do teu passo contra o assoalho do céu. Benvindo à encruzilhada”, diz a letra de Desabafo da esquina. Ou seja, o grupo se apropria de outras referências para criar seu próprio caminho e não se sente acuado ao se deparar com uma eventual encruzilhada. Em vez de escolher uma direção, opta com maestria por percorrer todas as opções que se apresentam nessa estrada musical.
O mapa sonoro do disco expandiu-se ainda mais com as gravações sendo feitas em Florianópolis. O quinteto curitibano se reuniu por cinco dias no Estúdio Pimenta do Reino em março deste ano para registrar as dez faixas do álbum com produção de Larissa Maris. A capa recebeu uma obra feita por Bruno Romã. Já o projeto gráfico ficou a cargo de Brenda Maria.
Paranambuco
Orun Ayê (Independente, 2015)
Lançamento: 20 de setembro
CD: R$ 25
Download: http://bit.ly/ downloadparanambuco
Streaming: iTunes, Deezer, Google Play, Napster Brasil, Rdio, Spotify, entre outros
Serviço:
Show de lançamento do álbum Orun Ayê, da banda Paranambuco
Dia 20 de setembro, domingo, às 20h
Teatro do Paiol – Praça Guido Viaro, s/n
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: (41) 3213-1340
Realização: Catarse, Paranambuco, Larissa Maris, Bambaê Produções
Apoio: Lavô Tá Novo, Africanize
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